Capoeira

Vagas de estágio na Polícia Federal em Goiás
Polícia Federal no Estado de Goiás abre várias vagas para estagiários.
Publicado em 10/05/2013 – 13h15
A Superintendência da Polícia Federal no Estado de Goiás, por intermédio do CIEE – Centro de Integração Empresa Escola, publicou edital nº. 01/2013 para realização de processo seletivo. São ofertadas 16 vagas para estagiários dos cursos de administração, ciências contábeis, direito, secretariado executivo, informática, psicologia, serviço social, educação física e ensino médio, para atuarem nas cidades de Goiânia, Anápolis e Jataí.
Os aprovados farão jus a bolsa auxílio de até R$ 520,00 (estagiário de nível superior), R$ 290 (estagiário de nível médio) mais R$ 132,00 referente ao auxílio transporte. A carga horária será de 6 horas por dia, totalizando 30 horas semanais.
Para se inscrever, o estudante interessado deverá acessar o site do CIEE (www.ciee.org.br) até o dia 24 de maio de 2013, cadastrar-se e preencher a ficha de inscrição que deverá ser impressa, assinada e entregue juntamente com os documentos exigidos, na sede do CIEE situada à Rua 03, Nº 1245 – Qd. 81 / Lt.12 – Centro – Goiânia/GO – CEP: 74020-020, das 08h00 às 17h00 de segunda à quinta-feira e das 09h00 às 17h00 às sextas-feiras.
No ato da inscrição deverão ser entregues os seguintes documentos:
Certidão das notas (Histórico Original) obtidas nos dois últimos semestres;
Cópia da carteira de identidade, CPF e comprovante escolar ou declaração de vinculo atualizado constando o semestre queestá cursando;
Ficha de inscrição devidamente preenchida.
O certame será avaliado através da análise curricular.
O processo seletivo será válido por 01 ano, contado da data da sua homologação, podendo ser prorrogado por igual período.
O edital encontra-se disponível no site www.ciee.org.br/portal/estudantes.

História da Capoeira
Teriam os escravos trazido da África a capoeira ou teriam criado aqui no Brasil? Esta é uma dúvida que até hoje divide folcloristas, etnógrafos e estudiosos no assunto.

Não temos registro da existência da capoeira ou qualquer outra forma similar à capoeira no continente africano. Em 1966, Inezil Penna Marinho esteve em Angola pesquisando uma possível origem da capoeira, chegando a conclusão que ela era inteiramente desconhecida lá, quer entre os eruditos, quer entre os nativos, a cujas festas religiosas e danças guerreiras assistiu.

A situação dos negros escravos aqui e no seu país de origem era muito diferente: Lá eram livres, aqui escravos.

Logicamente foi no Brasil que a capoeira teve suas raízes formadas.

Nas práticas religiosas a que os africanos se entregavam, as danças litúrgicas, ao som de instrumentos de percussão, desempenhavam papel de grande relevância, pois o ritmo bárbaro exacerbava-lhes a gesticulação, exagerava-lhes os saltos, exercitava-os na ginga do corpo, dotando-os de extraordinária mobilidade, excepcional destreza, surpreendente velocidade de movimentos. E é a estes rituais religiosos, que pesquisadores atribuem o surgimento da capoeiragem.Disse Charles Ribeyrolles, um francês que aproveitou o tempo vivido em nossa terra – exilado por Napoleão III – para retratar os costumes do lugar: “No sábado à noite, finda a última tarefa da semana, e nos dias santificados, que trazem folga e descanso, concedem-se aos escravos uma ou duas horas para a dança. Reúnem-se no terreiro, chamam-se, agrupam-se, incitam-se e a festa principia. Aqui é a capoeira, espécie de dança pírrica, de evoluções atrevidas e combativas, ao som do tambor do congo.”.

Capoeira – Arte Marcial Brasileira Por ocasião da Guerra do Paraguai, muitos capoeiras foram enviados para a frente de batalha, lá se fizeram heróis, portadores de grande sangue frio, coragem e audácia (tendo-se em conta que a maioria dos combates exigiam muitos confrontos corpo à corpo).

Porém, a luta da Capoeira não acontece com objetivo de competição entre os camaradas. Quando o jogo degenera em luta explícita, já não ocorre a Capoeira. O objetivo da luta é tornar o capoeira senhor de si mesmo e integrado ao grupo.

Capoeira: história, mestres, golpes, instrumentos, música e prática
Dança negra. Com muitos rituais. Brincadeira de movimentos com malícia. Na dança negra de pés no chão a agilidade da esquiva e a esperteza da fuga. E de repente, ante os olhos surpresos do adversário, o gesto rápido.

O ataque fulminante. Então, prostrado, o inimigo se dá conta de que foi vítima da mandinga. Isto, se ainda tiver vida… Esta página tem como finalidade, aumentar e aprimorar o conhecimento de uma arte que foiproscrita no tempo da escravidão e que em nossos dias vem se tornando a maior manifestação folclórica, cultural e esportiva do nosso país.

Estamos nos referindo à CAPOEIRA.

O termo capoeira aparece pela primeira vez em 1712, por Rafael Bluteau, em seu livro “Vocabulário Português”. Propostas Empregadas ao Termo

Antônio Joaquim de Macedo Soares, fez contestações quanto as proposições apresentadas por José de Alencar, que atribuiu ao Tupi CAA-APUAM-ERA, traduzido por “mato cortado”, e pelo Visconde de Rohan de que o tupi Copuera, significando “Roça velha”, viesse a se transformar no termo capoeira.

Macedo escreve: “Capuer”, capoêra é pura e simplesmente o guarani caá-puêra, mato que foi, atualmente mato miúdo que nasceu no lugar do mato virgem que se derrubou. A proposta mais coerente considerada sobre a luta capoeira é do estudioso argentino, radicado no Brasil, Adolfo Morales de Los Rios Filho, onde, segundo sua lógica, o termo capoeiros era empregado aos escravos carregadores quase exclusivos dos grandes cestos chamados “capu” (a justaposição do termo indígena “ca”, que se refere a qualquer material oriundo da mata, da floresta, com “pu” referente a cesto, forma o termo “ca-pu”, que significa cestos feitos com produtos da mata).

A capoeira como luta, na hipótese de Morales, teria nascido nas disputas da estiva, nas horas de lazer, nas “simulações de combate” entre companheiros de trabalho, que pouco a pouco se tornariam hierarquias de habilidade.

Capoeira – Golpes mais utilizadoscapoeira é formada por uma sequência de movimentos denominados golpes. Os mais utilizados pelos capoeiristas são:

Armada
Armada Pulada
Armada Dupla
Benção
Cabeçada
Chapa Lateral
Chapa Cruzada
Chapa Giratória
Chapa de Costas
Côcorinha
Coice
Coice de Mula
Gancho
Macaquinho
Martelo
Martelo Explosivo
Martelo de Bico
Meia-Lua de Compasso
Meia-Lua de Frente
Meia-Lua Solta
Mola
Negativa
Parafuso
Ponteira
Rabo de Arraia
Rasteira
Salto Mortal
Queixada
Vingativa
Voo do Morcego

Capoeira Angola
Origem Histórica

A Capoeira Angola é um dos traços da manifestação da África Bantu no Brasil. Ela conserva sua essência no N’golo, ritual de passagem a vida adulta, onde as jovens são disputadas entre os jovens gurreiros das tripos e quem melhor se sobresair cabe o direito de escolher sua esposa dentre as jovens sem o pagamento do dote matrimonial.

A palavra Capoeira é de origem Tupi Guarani (indígena) significa um tipo de preparo do solo para o replantio (mato cortado rente ao solo) onde os negros ali se encontravam para prática do N’golo devido a obcessão do regimento escravista desenvolvia a alma física como instrumento de libertação.

Caracterização da Capoeira Angola

O Capoeirista Angoleiro busca compor seus movimentos com os movimentos do seu adversário, visando tornar o jogo coesco, como ume unidade. O seu senso estético lhe direciona à obtenção de uma sintonia eurrítmica usando movimentos expressivos, variados e ao mesmo tempo funcionais. A movimentação dos jogadores, visivelmenteinspiradas em movimentos de animais silvestres, oferece uma grande liberdade e variedade de recursos aplicáveis às diversas situações do jogo que se desenvolve como uma trama, com diferentes passagens. O Capoeirista demonstra sua superioridade no espaço da roda, levando o adversário à confusão com perigo e a complexidade dos seus movimentos.

Naturalmente afloram dos jogadores inúmeras faces de temperamento humano: o medo, a alegria, a raiva, o orgulho, a compaixão, a indiferença e outros sentimentos que tormentam a intriga, exigindo o controle psicológico dos adversários num jogo de estratégia, em que as peças a serem movimentadas são as partes do própio corpo. Os capoeristas devem harmonizar o clima do jogo com o momento da roda, ou seja, jogar de acordo com o toque e o retorno que está sendo tocado pela orquestra, com o sentimento dos versos que estão sendo entoados pelo puxador e pelo côro.

Sagacidade, autoconfiança, lealdade, humildade, elegância são alguns dos fatores subjetivos que qualificam o Capoeirista Angoleiro, herdadas dos antigos praticantes do N’golo. O ser capoerista exige perfeito domínio da cultura, das tradições e do jogo, o toque dos intrumentos e o cantos das músicas.
Capoeira: saiba quais são os principais instrumentos utilizados

Instrumento cordofono, é o principal instrumento da capoeira. Pode até acompanhar sozinho o jogo. É um arco feito de madeira específica, ligado pelas extremidades por um fio de aço. Na ponta inferior do arco está amarrada uma cabaça ou cuia bem seca quefunciona como aparelho de ressonância, aplicada contra o ventre nú do tocador.

O arame é percutido com uma vareta de madeira, chamada de vaqueta, que o tocador segura com a mão direita, juntamente com o caxixi, acentuando o ritmo através do chocalhar e modificando a intensidade do som com a aproximação ou afastamento da abertura da cabaça na barriga. A mão esquerda, que segura o arco e a moeda (dobrão) encosta ou se afasta do arame para obter os mais variados sons. Atabaque

De origem africana, são tambores primários, cobertos com pele de animal, distendida em uma estrutura de madeira com formato de cone vazado na extremidade superior. São utilizados para marcar com as mãos o ritmo da dança.

Segundo Geoffrey Gorer, é a base da música negra: “The nase of negro is music is the drum, which is very probably a negro invention”. Segundo Artur Ramos, os atabaques foram trazidos ao Brasil por negros sudaneses e bantús. O atabaque também é bastante usado no candomblé e nas danças religiosas e populares de origem africana.

Agogo

Instrumento de percurssão de origem africana é formado por duas campânulas de ferro, que são percutidas com uma vareta do mesmo metal, produzindo dois sons, um de cada campânula. O nome é da lingua gegenagô. É também usado nos candomblés, baterias de escola de samba, maracatu, conjuntos musicais e grupos folclóricos.

Vaqueta

É uma vareta de madeira de aproximadamente 40 cm, com uma extremidade um pouco mais grossa. Normalmente, é feita de biriba ou bambu.

Pandeiro

Éinstrumento de percurssão, composto de um aro circular de madeira, guarnecido de soalhos e sobre o qual se estica uma pele, de preferencia de cabra ou bode. Se tange batendo o compasso da dança com a mão. Acompanha o canto pela marcação do compasso.

Caxixi

É um instrumento em forma de pequena cesta de vime com alça, usado como chocalho pelo tocador de berimbau, que segura a peça com a mão direita, juntamente com a vaqueta, executando o toque e marcando o ritmo.

Capoeira – Curiosidades
O caxixi, além de marcar presença nas rodas de capoeira, é também utilizado pelos pais dos candomblés e Angola para acompanhar certos cântigos.

O rapa é um jogo semelhante à capoeira, praticado nos quartéis, morros e terreiros onde um indivíduo no centro de uma sala, com outros ao redor, ginga e subitamente aplica uma banda ou uma rasteira em um dos participantes.

Urucungo significa berimbau em angolês.

Quebra-bunda é uma variação da capoeira, parecida com a quadrilha rural, mas sem a participação de mulheres.

A luta de Bimba que demorou mais tempo durou um minuto e dois segundos.

No dia comemorativo de Espírito Santo os capoeiristas do Macapá, Amapá, dirigem-se à igreja munidos de instrumentos. No caminho, pedem dinheiro “murta” para a realização da festa. Chegando à igreja benzem-se e fazem uma roda de capoeira. A essa manifestação é dado o nome de Marabacho.

A orquestra do samba de roda é composta por pandeiro, violão, chocalho e prato de cozinha arranhado por uma faca.

Antigamente, era costume oscapoeiristas trajarem terno de linho branco. Era considerado bem jogador aquele que conseguisse sair da roda com o terno impecavelmente limpo.

Em 1908, quando D. João VI chegou ao Brasil, a capoeira serviu de instrumento nas mãos dos políticos.

Os capoeiristas eram contratados pelos políticos para bagunçar no dia das eleições. Enquanto as pessoas desviavam a atenção para a confusão dos capoeiras um indivíduo colocava um maço de chapas na urna ou na linguagem da época “emprenhava a urna”. Vencia as eleições o candidato que dispunha de maior número de capoeiras.

Até o século XIX os “batuques” de negros eram estimulados por serem válvulas de escape e acentuarem as diferenças entre as diversas nações africanas. A partir de 1814, começaram a ser perseguidos – “brincadeira de negro” torna-se fato social perigoso de acordo com textos legais.

O frevo é uma mistura de capoeira de Angola e dança Russa.

Bate-baú é o nome dado a uma espécie de samba, originário da Bahia, onde os dançarinos ritmadamente davam umbigadas unindo os baixos ventres. O busto inclinado para trás e as pernas arqueadas produzia um ruído igual ou de uma caixa de madeira que se fecha.

Existe um conto no leste e norte da África sobre a origem do berimbau. Diz que uma menina passeando parou num rio para beber água, quando um homem veio por trás e deu-lhe uma forte pancada na nuca. Ao morrer, transformou-se num arco musical. Sou corpo converteu-se na madeira, seus membros na corda, sua cabeça na caixa de ressonância e seu espírito namúsica.

Em 1712 surge no vocabulário português e latino o termo “CAPOEIRA”.

Canjiquinha foi o criador da Festa de Arromba, jogada nas festas de Largo da Bahia. Nessas comemorações vários capoeiristas se reuniam e jogavam em troca de dinheiro e bebida.

Capoeira – Onde Praticar
Há milhares de escolas de capoeira regional e angola espalhadas pelo Brasil. Para ter certeza do local que você vai praticar, já que a capoeira é uma luta, é preciso conferir algumas informações sobre a escola e sobre o mestre para que o esporte seja praticado com segurança e tranquilidade.

Uma grande dica é consultar a Confederação Brasileira de Capoeira que poderá dar todas as orientações sobre o local que você quer praticar ou sobre a escola mais próxima de sua casa.

Capoeira – História de Zumbi à atualidade
No século XVII, quando se verificaram as invasões holandesas, aproveitando-se da confusão que se estabelecera, milhares de escravos começaram a fugir de seus senhores, agrupando-se nas faldas do Oiteiro do Barriga, no atual Estado de Alagoas. Em pouco tempo, o número de fugitivos (em sua maioria negros angolas), atingia 20.000. Construíram então, uma república conhecida pelo nome de Quilombo de Palmares (denominavam-se “quilombos” as barracas ou antros construídos às pressas, quase sempre com folhas de palmeiras, enquanto “palmares” eram regiões em que as palmeiras abundavam) e, por ser de todos o mais forte, valente, ágil, e com certa cultura, Zumbi foi escolhido como o chefe desta república. (A palavra Zumbi significa”Deus negro de alma branca”)

A história daquele que seria o Zumbi começa quando Brás da Rocha ataca Palmares, no ano de 1655, levando um recém-nascido, entre os adultos capturados. A criança foi entregue ao chefe da coluna atacante, que por sua vez resolveu fazer um presente ao padre Melo, cura de Porto Calvo. O religioso decidiu chamá-lo Francisco.

A grande batalha do chefe guerreiro Zumbi, zelando dia e noite pela segurança do seu povo e lutando para que não fosse extinto o ideal de se formarem comunidades onde conviviam negros, índios e brancos, começou ao completar quinze anos, em 1670. Nesse ano Francisco fugiu do padre Melo, em busca da liberdade.

Ao retornar a Palmares, Francisco, com seus quinze anos, passou a ser Zumbi.

Os negros faziam incursões às fazendas e povoados próximos, onde cometiam depredações, vingando-se não raro das afrontas e maus tratos de seus antigos senhores. Defendendo-se com armas primitivas, empenhando-se em lutas corpo à corpo, os negros do Quilombo do Palmares derrotaram sucessivamente 24 expedições chefiadas pelos capitães-do-mato.

Esses capitães-do-mato recebiam ordens para capturar o maior número possível de escravos, vivos, sem inutiliza-los para o trabalho forçado, havendo portanto, o cuidado de não mutila-los ou não lhes produzir lesões graves. Nesta luta corpo à corpo, o escravo se mostrava superior, graças a sua extraordinária agilidade.

Para não se deixar apanhar vivo, segundo o testemunho dos componentes das escoltas, o negro, refugiando-se nascapoeiras, defendia-se com um estranho jogo de braços, pernas, tronco e cabeça. Não rara era a debandada dos soldados que pretendiam agarra-los.

Em 1687, sendo Souto Maior o governador de Pernambuco, designou o sertanejo paulista Domingos Jorge Velho (mestre de campo de um regimento estacionado no sertão do Piauí) para exterminar o Quilombo dos Palmares. O sertanejo exigiu como prêmio as terras conquistadas e os escravos que aprisionasse. O acordo com os paulistas foi ratificado em 3 de dezembro de 1691.

Domingo Jorge Velho, comandando cerca de 3.000 homens bem armados e equipados (inclusive com 2 canhões), dirigiu-se para o Oiteiro do Barriga, onde iniciou os primeiros combates com os negros escravos. Os soldados tinham recebido ordens de capturar os negros vivos, mas era quase impossível.

Os negros resistiram até 6 de fevereiro de 1694,quando Domingo Jorge Velho logrou êxito. Conseguiu conquistar terras, mas aprisionou um número muito reduzido de escravos. Segundo o historiador Fernandes Pinheiro, Zumbi se atirou do alto de um rochedo. Outros historiadores classificam essa versão como uma lenda, asseverando que o chefe dos Palmares foi atraiçoado, tendo sua cabeça exposta em praça pública, conforme comprova carta do governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro, dirigida ao Rei de Portugal em 1696. Mas a lenda foi mais forte, os negros nela acreditaram e o mito penetrou na história, contando que Zumbi morreu lutando e atirou-se de um penhasco para não ser capturado. Para os negros escravos daépoca, ele voltaria do fundo do penhasco para liberta-los.

Além disso, Palmares ficou como ponto de referência de uma gente espalhada por todas as partes deste país, simbolizando uma luta secular de libertação. Luta de um povo que se identifica não somente pela pigmentação da pele, mas pela mesma herança cultural. Palmares está viva como ponto de partida para chegarmos a uma sociedade livre.

Desde a época da campanha dos escravistas contra o quilombo de Palmares ficou o registro do termo capoeira, dos guerreiros das capoeiras e sua estranha forma de luta, que tornava homens desarmados capazes de enfrentar e vencer vários adversários.

A coluna que matou Zumbi era chefiada pelo capitão paulista André Furtado de Mendonça.

No Império Homens se celebrizaram, valendo-se de suas autoridades na perseguição à capoeira, como foi o caso de Miguel Nunes Vidigal, nomeado em 1821 para a Guarda Real de Polícia. Capoeira exímio que era tornou-se o terror de seus companheiros, aplicando-lhes uma série de torturas, que tinham por alcunha a ceia dos camarões.

Foi no Rio de Janeiro que o capoeira encontrou seu maior campo de ação entre os políticos que se formaram pró ou contra a proclamação da República. Os grupos de capoeiristas, eram contratados para atuarem em comícios, concentrações e passeatas, que terminavam sempre em pancadaria, com pedras de ambos os lados. Na República Foi sem dúvida o período áureo da capoeira, os dias que assinalaram o fim do Império e os primeiros dias da República.

Maisgraves não poderiam ser os acontecimentos. No Recife, qualquer aparição pública de uma banda de música militar ou particular era pretexto para que se juntassem grandes grupos de capoeiristas, que as seguiam sempre procurando desordem e ameaças.

Na Bahia, reuniam-se eles, com ou sem motivos, nas festas religiosas ou públicas, em praças ou mercados, sem outro fim que o de perturbar o ambiente.

Vieram os primeiros dias da República e a repressão a este intolerável estado de coisas. Em 11 de outubro de 1890, o Decreto no.847 do Código Penal Brasileiro, tratou especificamente, de vadios e capoeiras, com rígidas medidas punitivas, sendo visados não só seus praticantes, mas, principalmente os cabeças de grupos ou maltas, cujas penas podiam ir de prisão celular de dois a seis meses ou, mesmo até, ao degredo para a distante ilha de Fernando de Noronha.

Criou-se uma colônia correcional – a Fazenda de Boa Vista, na Paraíba do Sul/RJ – que congregaria vadios, vagabundos e capoeiras.

Mas, como sempre, com as leis vieram também os abusos, incorretas aplicações delas, perseguições injustas e verdadeiros massacres, com ou sem causas devidas.

No tempo do Marechal Deodoro, o Conde de Matozinho tinha um filho chamado José Elísio Reis, capoeirista, emérito fechador de botequins, que foi preso por Sampaio Ferraz, então chefe da polícia.

Preso “Juca Reis”, o Conde de Matozinho recorreu ao seu amigo, o Ministro Quintino Bocayuva, para que soltassem seu filho. Quintino foi a Deodoro e este, ao chefe da polícia, cujareação foi imediata: “Não solto, porque se não fico desmoralizado.” Sampaio manteve forte atitude. Diante do dilema, Quintino Bocayuva colocou a questão nos seguintes termos: Ou Juca Reis seria solto, o que implicava a exoneração do Chefe da Polícia, ou ele se retirava do governo.

Apesar disso, a decisão foi mantida e “Juca Reis”, com todos seus títulos e prerrogativas, foi mandado para Fernando de Noronha e Quintino Bocayuva permaneceu no ministério.

Em 1907, foi publicado “O Guia da Capoeira ou Ginástica Brasileira”, cujo autor colocou apenas O.D.C. à distinta mocidade (Ofereço, Dedico e Consagro). Segundo Agenor Corrêa (Mestre Sinhozinho), tratava-se de um oficial do exército, que julgou prudente não revelar o nome pelos preconceitos existentes contra a capoeiragem. O folheto era dividido em 5 partes, que tratam respectivamente dos seguintes assuntos:

Posições Negaças Pancadas Simples Defesas Relativas Pancadas Afiançadas

Em 1928, Annibal Burlamaqui publica a obra chamada Ginástica Nacional (Capoeiragem) Metodizada e Regrada, que pode ser considerada o melhor trabalho no gênero. Nesta obra, Annibal Burlamaqui demonstra grande preocupação em fazer ressurgir a capoeiragem e se bate para que ela seja considerada um método nacional de ginástica; estabelece regras para o jogo desportivo de capoeiragem e apresenta, devidamente ilustrados, os principais golpes e contragolpes de que se valem esta luta.

No Rio de Janeiro é que a capoeira foi mais praticada do que em qualquer outra parte doterritório nacional. Capoeirista, foi desde a nobreza com o Barão do Rio Branco, dentre outros, até o negro escravo. Melo Morais, que viveu na época dos grandes capoeiras, se refere a Mamede, Chico Carne-Seca, Bentivi, entre outros, sendo Manduca da Praia o mais famoso.

Sobre esse capoeira, a quem conheceu pessoalmente, diz Melo Morais – “Conhecido por toda população fluminense, considerado como homem de negócio, temido como capoeira célebre, eleitor crônico da freguesia de São José, apenas respondeu a 27 processos por ferimentos leves e graves, saindo absolvido em todos eles pela sua influência pessoal e do seus amigos”. Foi o negro capoeirista conhecido por Macaco Velho (Francisco da Silva “Cyríaco”), nascido em Campos/RJ e falecido no Rio de Janeiro a 19 de maio de 1912, que na primeira semana de 1909 no Concerto Avenida (Rio de Janeiro), batendo-se com o campeão japonês de jiu-jitsu, Sado Miako, venceu aplicando-lhe um único e fulminante “rabo de arraia”.

Segundo a ata do combate, da Confederação Brasileira de Pugilismo, enquanto o japonês se dirigia aos quatro lados, fazendo a costumeira saudação oriental, Cyríaco foi mastigando a língua para melhor salivar e quando o juiz deu o sinal de combate, o capoeira soltou uma volumosa cusparada, que mais parecia um jato, no rosto do japonês, cegando-o momentaneamente e, de imediato, aplicou-lhe um violentíssimo “rabo de arraia”, derrubando-o desacordado no solo. A luta durou pouquíssimos segundos, para o delírio da multidão.

“Cheguei em frente com ele, dei asminha continença e fiz a premera ginga, calculei a artura do negrinho, à meiada da perna, isquei com a mão p’rá espantá tico-tico, o camarada tremeu, eu disse: antão? Como é? Ou tu leva o 41 dobrado ou tu tá ruim comigo, pruque eu imbolá, eu não imbolo. O japonês tremeu, risquei com ele por baixo, dei o passo de limpeza gerá, o negrinho atuduou, mexeu, mas não caiu…”

“A rapaziada aí gritaro: Aí Cyríaco! Entra com o teu jogo intero!…Eu me queimei e já sabe! Tampei premero, distorci a esquerda, virei a pantana, óia o hôme p’rô relógio de repetição, mas o gringo se acomentou com a chamada e se deu por satisfeito.” “Meus sinhô, isto que tá aqui é a vredade pura, pura… figi assim, tal e quá, Qui eu disse pro japonês! Entra bruto! Fui ansim, sem tirá, nem pô, qui eu li mandei-le o rabo de arraia no frontispício da philosostria!”

Na Bahia, na década de 1930, Manoel dos Reis Machado, conhecido por Mestre Bimba, famoso capoeirista de sua época, resolve metodizar e aperfeiçoar a capoeira d’angola, criando a “Luta Regional Baiana”, que abrangia 52 golpes, dos quais 22 eram mortais. No Rio de Janeiro sinhozinho ensina capoeira sem a parte musical.

Em 1932 é fundado o Centro de Cultura Física e Capoeira Regional (de Mestre Bimba), a primeira academia de capoeira a obter registro oficial, através do certificado expedido pelo Secretário de Saúde e Assistência Pública, assinado a 9 de julho de 1937, pelo Inspetor Técnico Dr. Clemente Guimarães. Outros grupos seguiram o exemplo, como o de Gengibirra, sob adireção de Livino Diogo e Daniel Coutinho.

Capoeira – Toques do Berimbau
O Toque de Angola assim como o toque de São Bento Pequeno são frequentemente usados para acompanhar o canto da ladainha e o canto de entrada, podendo também serem usados para acompanhar o canto corrido, quando os dois capoeristas vão jogar lentamente.

O Toque de São Bento Grande é muito importante, pois acompanha qualquer tipo de jogo, além de ser ideal para o acompanhamento dos toques corrido.

O Toque de São Bento Pequeno é um toque intermediario entre o toque de Angola e o Toque de São Bento Grande.

O Toque de Yuna, executado através do Berimbau viola, é o toque ritual, pois , só é admitido sua execução quando dois capoeristas experientes, geralmente mestres, vão “vadiar”, exigindo uma perfeita coordenação dos movimentos que só é adquiida depois de muitos anos na prática da capoeiragem.

O Toque de Benguela era usado para acompanhar o “jogo de faca” hoje extinto era um determinado jogo de capoeira onde um ou dois capoeristas empunhavam uma faca , lutavam ou simulavam uma briga entre si.

O Toque de Cavalaria é um toque de aviso e não para ser usado em jogo de capoeira, antigamente, quando os capoeristas eram perseguidos, criou-se o Esquadrão de Cavalaria de Guarda Nacional que teve, numa determinada época , como incumbência maior, combatê-los. Daí originou o Toque de Cavalaria. Um capoerista ficava com um berimbau em uma colina ou numa esquina, um pouco distante de onde formava-se a roda de capoeira e, quando a Cavalariada Guarda Nacional aproximava-se , o capoerista que estava vigiando dava início ao Toque do mesmo nome, avisando aos camaradas que fugiam ou então se preparavam para enfrenta-los em violentas batalhas.

O Toque de Samba de Angola só é usado para a execução do samba de roda e do samba duro. No samba de roda, enquanto os instrumentos tocam, o povo dança ,à maneira dos africanos , aos pares ou em grupo. No samba duro, que só é permitido para homens, enquanto sambam aplicam rasteiras entre si.

O Toque de Apanha Laranja no chão tico-tico, nas festas de Santa Bárbara, era usado para o “torneio” que consistia no seguinte: dois capoeristas exibiam-se tentando apanhar com a boca um lenço branco que era jogado no meio da roda, consagrando-se vencedor, aquele que o apanhava O referido toque é acompanhado da melodia do mesmo nome, que originou-se deu uma brincadeira de roda, muito conhecida em rodas que tem a presença de mestres antigos que botam uma cédula no meio da roda e começam a jogar em busca dela.

Os Toques de Santa Maria, Jogo de Dentro (Amazonas) e Samongo (Samanto) são usados de preferencia em cantos corridos e é utilizado o jogo de dentro.

Capoeira Regional e suas características
A Capoeira Regional é uma manifestação da cultura baiana, que foi criada em 1928 por Manoel dos Reis Machado ( Mestre Bimba ). Bimba utilizou os seus conhecimentos da Capoeira Angola e do Batuque (espécie de luta-livre comum na Bahia do século XIX) para criar este novo estilo.

Para fugir de qualquer pista que lembrasse aorigem marginalizada da capoeira, mudou alguns movimentos, eliminou a malícia da postura do capoeirista, colocando-o em pé, criou um código de ética rígido, que exigia até higiene, estabeleceu um uniforme branco e se meteu até na vida dos alunos. “Para treinar com meu pai era preciso provar que estava trabalhando ou mostrar o boletim do colégio”, conta Demerval dos Santos Machado, conhecido como “Formiga” nas rodas de capoeira, e organizador do da Fundação Mestre Bimba , ao lado do irmão, Mestre Nenéu.

As características principais da Capoeira Regional são:

1. Exame de Admissão – Consistia de três exercícios básicos, cocorinha, queda de rins e deslocamento (ponte), com a finalidade de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do iniciante. Em seguida a aula de coordenação onde o aluno aprendia a gingar auxiliado pelo Mestre Bimba. Para ensinar a ginga, Mestre Bimba convidava o aluno para o centro da sala e frente a frente pegava-o pelas mãos e ensinava primeiramente os movimentos das pernas e a colocação exata dos pés, e em seguida realizava o movimento completo em coordenação com os braços. Este momento era importantíssimo para o iniciante pois lhe transmitia coragem e segurança.

2. Seqüência de Ensino de Mestre Bimba: O Mestre criou o primeiro método de ensino da capoeira, que consta de uma seqüência lógica de movimentos de ataque, defesa e contra-ataque, podendo ser ministrada para os iniciantes na forma simplificada, o que permite que os alunos aprendam jogando com uma forte motivação esegurança. Jair Moura, Ex-aluno explica: “Esta seqüência é uma série de exercícios físicos completos e organizados em um número de lições práticas e eficientes, a fim de que o principiante em Capoeira, dentro de um menor espaço de tempo possível, se convença do valor da luta, como um sistema de ataque e defesa”. A seqüência original completa de ensino é formada com 17 golpes, onde cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308, o que desenvolve sobremaneira o condicionamento físico e a habilidade motora específica dos praticantes.

Os golpes integrantes da seqüência são:

Aú Armada Arrastão Bênção Cocorinha Cabeçada Godeme Galopante Giro Joelhada Martelo Meia Lua de Compasso Queixada Negativa Palma Meia Lua de Frente Role

3. Cintura Desprezada: É uma seqüência de golpes ligados e balões, também conhecidos como Movimentos de Projeção da Capoeira, onde o capoeirista projeta o companheiro, que deverá cair em pé ou agachado jamais sentado. Tem o objetivo de desenvolver a autoconfiança, o senso de cooperação, responsabilidade, agilidade e destreza. Os golpe que fazem parte desta seqüência são:

Aú Balão de lado Tesoura de costas Balão cinturado Apanhada Gravata alta

4 – Batizado: É um momento de grande significado para o aluno, pois encontra-se apto para jogar pela primeira vez na roda. Itapoan, Ex-aluno retrata o Batizado da seguinte maneira: “O Batizado consistia em colocar em cada calouro um nome de guerra. O tipo físico, o bairro onde morava, a profissão, o modo de se vestir, atitudes, um domartístico qualquer, serviam de subsídios para o apelido”. Fred Abreu referindo-se ao batizado, cita que na intimidade da Academia de Mestre Bimba ele assim se dizia “Você hoje vai entrar no aço”. Desta maneira o Mestre avisava ao calouro que chegou a hora do seu batizado, era um momento de grande emoção, pois tratava-se de jogar capoeira pela primeira vez na roda amimada pelo berimbau. Para este jogo era escolhido um formado ou um aluno mais velho da Academia que estivesse na aula, que como padrinho incentivava ao afilhado a jogar, e após o jogo o Mestre no centro da roda levantava a mão do aluno e então era dado um apelido com o qual passaria a ser conhecido na capoeira.

5 – Esquenta Banho – Segundo Itapoan o “esquenta banho” originou-se da necessidade dos alunos de se manterem aquecidos. Logo após o termino da aula todos os praticantes corriam para o banheiro afim de tomarem uma chuveirada, no entanto o banheiro da academia era pequeno com um só chuveiro com água fina, o que proporcionava um congestionamento e a inevitável fila. Para não esfriar o corpo, os alunos mais velhos, normalmente os formados tomavam a iniciativa e começava o “Esquenta Banho”. Este era um momento fértil da aula, pois se tratava do espaço do aluno, também chamado de “Bumba Meu Boi” ou “Arranca Rabo” devido aos freqüentes desafios para o acerto de contas, como exemplo, descontar um golpe tomado durante a roda. Muitos formados aproveitavam para testar suas capacidades desafiando dois, três, ou mais adversários. Também era muito comum outilizar esse momento para o treinamento de golpes difíceis e sofisticados como: vingativa, rasteira, banda de costa e etc. 6. Formatura: A formatura era um dia todo espacial para o Mestre e seu alunos, um ritual com direito a paraninfo, orador, e madrinha, lenço de seda azul e medalha. A festa era realizada no Sítio Caruano no Nordeste de Amaralina na presença dos convidados e de toda a academia. Os formando vestidos todo de branco, usando basqueteira, atendiam o chamado do Mestre Bimba que solicitava a demonstração de golpes, seqüência, cintura desprezada, jogo de esquente (jogo combinado), em seguida a prova de fogo, o jogo com os formados, também chamado de “Tira Medalha”, um verdadeiro desafio, onde os alunos formados antigos tentavam tirar a medalha dos formados com o pé, e assim manchar a dignidade e roupa impecavelmente branca. Itapoan descreve com muita propriedade, “O objetivo do formado antigo era tirar com um golpe aplicado com o pé, a Medalha do peito do formando, caso isso acontecesse, o aluno deixava de formar, o que era um vexame!”. Por isso o aluno jogava com todos os seus recursos, enfrentando um capoeirista malicioso e técnico até o momento que o Mestre apitasse para encerrar o jogo. Aí, o formando conferia se a medalha continuava presa ao peito, que alivio estava formado! Dando continuidade ao ritual de formatura acontecia as apresentações de maculelê, Samba de Roda, Samba Duro e Candomblé.

7. Iuna: A Iuna é uma marca registrada da Capoeira Regional de Mestre Bimba, é um toque de berimbaucriado pelo Mestre, que era tocado no final das aulas ou em eventos especiais, uma toque onde só os alunos formados tinham acesso a roda, com a obrigatoriedade de realizar um “jogo de floreio”, bonito, criativo, curtido, malicioso e que deveria ter movimentos de projeção. Este jogo suscitava muita admiração e emoção.

8. Curso de Especialização: Este era um curso secreto onde só poderia participar os alunos formados por Mestre Bimba. Tinha como objetivo o aprimoramento da capoeira, com uma ênfase para os ensinamentos de defesa e contra-ataque de golpes advindos de um adversário portando armas como: navalha, faca, canivete, porrete, facão e até armas de fogo. Sua duração era de três meses divididos em dois módulos, o primeiro com a duração de sessenta dias e era desenvolvido dentro da academia através de uma estratégia de ensino muito peculiar do Mestre. O segundo com duração de 30 dias e era realizada na Chapada do Rio Vermelho, tinha como conteúdo as “emboscadas”, a qual Itapoan assim se refere “Uma verdadeira guerra, verdadeiro treinamento de guerrilha. Bimba colocava quatro a cinco alunos para pegar um de emboscada. O aluno que tivesse sozinho, tinha que lutar até quando pudesse e depois correr, saber correr, correr para o lugar certo”. Ao final do curso o Mestre Bimba fazia uma festa aos moldes da formatura e entregava aos concluintes um “Lenço Vermelho” que correspondia a uma titulação de Graduação dos Formandos Especializados.

9. Músicas: Podemos dividir em duas partes – a primeira referente aostoques de Berimbau, São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria, Idalina e Iúna. A rigor cada toque tem um significado e representa um estilo de jogo. São Bento Grande é um toque que tem ritmo agressivo, indica um jogo alto com golpes aprimorados e bem objetivos, um “jogo duro”. A Banguela é um toque que chama para um jogo compassado, curtido, malicioso e floreado. Cavalaria é o toque de aviso, chama a atenção dos capoeiristas que chegou estranhos na roda, outrora avisava da aproximação de policiais. Iúna é um toque especial para os alunos formados por Mestre Bimba, incita um jogo amistoso, curtido, malicioso e com a obrigatoriedade do esquente. Santa Maria, Amazonas e Idalina são toques de apresentação. A segunda eferência é sobre as musicas – quadras e corrido. As quadras são pequenas ladainhas com versos composto de 4 a 6 linhas. O corrido são cantigas com frases curtas que é repetido pelo coro. Plasticamente a Capoeira Regional é identificada pêlos golpes bem definidos, pernas esticadas, movimentos amplos, jogo alto e objetivo.
Capoeira pelo mundo
O amor pelo Brasil não depende de geografia e muitos russos celebram o feriado nacional brasileiro porque têm na alma “seu” próprio país tropical. Uma vez que eles conheceram brasileiros, assistiram novela ou leram Capitães da Areia, desde então sonham com o país remoto.
Especialmente em razão do 7 de setembro, eles contaram porque mudaram de emprego, começaram a sorrir mais e a gingar até no banho.
“O Brasil mudou muito na minha vida, daspreferências musicais e até o meu cardápio! Apesar de todos os problemas sociais, os brasileiros sempre irradiam energia positiva. Eu acho que eles podem encontrar lado positivo em qualquer situação! Meu amor pelo Brasil começou a partir das novelas dos 90-anos e depois se transformou em algo mais, em estudo da história do país, eu fiquei louca pela língua portuguesa, pela comunicação com brasileiros, pela danças e pelos romances de Jorge Amado. Os russos e os brasileiros são muito abertos e hospitaleiros, eles têm sede de novos conhecimentos, descobertas. No entanto, russos não têm a credulidade e a tão encantadora ingenuidade, inerente aos brasileiros “, – Daria Stepanchenko, organizador do turismo.
“Este país é associado com a eterna luz do sol e com a carnaval. Isso é um feriado permanente. Este país me deu a capoeira. Eu tenho feito capoeira por quatro anos, e quero continuar treinando, sempre que possível. Eu gosto do movimento, transições, acrobacia. É muito bonito. A capoeira pode dar livre curso à sua imaginação e combinar todos os elementos como nenhum outro. Mas a coisa mais importante é interação com o adversário. É semelhante ao diálogo entre os dois jogadores e meu treinador a compara com o xadrez “, – Igor Shishlakov, estudante, bicampeão russo de capoeira.
“O Brasil é o calor. Apesar de tudo, os brasileiros sabem sorrir, manter suas tradições e transmiti-las para tudo mundo. Eles têm um carnaval, que é a coisa que a Rússia nunca teve “, – Evguenia Bykova, gerente.
“Em regra todos vão para o Brasilem busca de felicidade. Eu, além de entretenimentos, tive outros objetivos. Primeiro, aprender a língua. Segundo, conhecer a mídia deste país e escolher um tema para minha tese. Neste ano, eu me formei na faculdade de Jornalismo e defendi a obra no tema “As particularidades de cobertura de politica interior no jornal brasileiro Folha de São Paulo. Claro que eu já não posso perceber o Brasil só como país despreocupado. Brasileiros ao mesmo tempo são cidadãos ativos politicamente. E a imprensa brasileira muitas vezes teve o papel de cão de guarda da democracia e criticou duramente o governo “, – Oksana Lazarenko, jornalista.
“Os russos e os brasileiros são muito semelhantes, eles são pessoas muito abertas e amigáveis. Muitos dos meus amigos do Brasil que vieram aqui dizem que nós também somos muito sociáveis e abertos, ao contrário dos europeus. Acho que se os russos passassem alguns anos no clima mais quente, nós seríamos exatamente como os brasileiros. Graças ao Brasil eu conheci  acapoeira e graças a capoeira conheci muitos amigos em todo o mundo, que estão sempre felizes em me ver”, – Evgueni Ishkinin, web programador.
“Sou casada com um homem brasileiro. Para mim o Brasil associa-se com a felicidade sem fim, positivo, sorrisos e sol. Eu me formei a Universidade Técnica Estatal Bauman de Moscou, em engenharia biomédica. Ao conhecer meu marido, eu mudei completamente a minha vida, abrindo com ele uma escola de dança em Moscou. Dos brasileiros eu gosto de alegria. Russos e brasileiros são amorosos e osbrasileiros não se acanham em mostrá-lo, enquanto russos são mais fechados. Mas por dentro somos iguais! Contudo, russos, especialmente os moscovitas, gradualmente, estão perdendo o amor e atitude terna para com as pessoas ao redor”, – Maria Velichkina, instrutor de dança.
Nos Quilombos

Tela de Antônio Parreiras retratando Zumbi dos Palmares um quilombola
Não tardou para que grupos de escravos fugitivos começassem a estabelecer assentamentos em áreas remotas da colônia, conhecidos como quilombos. Inicialmente assentamentos simples, alguns quilombos evoluíam atraindo mais escravos fugitivos, indígenas ou até mesmo europeus que fugiam da lei ou da repressão religiosa católica, até tornarem-se verdadeiros estados multiétnicos independentes.4
A vida nos quilombos oferecia liberdade e a oportunidade do resgate das culturas perdidas à causa da opressão colonial.4 Neste tipo de comunidade formada por diversas etnias, constantemente ameaçada pelas invasões portuguesas, a capoeira passou de uma ferramenta para a sobrevivência individual a uma arte marcial com escopo militar.
O maior dos quilombos, o Quilombo dos Palmares, resistiu por mais de cem anos aos ataques das tropas coloniais.5 Mesmo possuindo material bélico muito aquém dos utilizados pelas tropas coloniais e geralmente combatendo em menor número, resistiram a, pelo menos, 24 ataques de grupos com até 3 000 integrantes comandados por capitães do mato. Foram necessários dezoito grandes ataques de tropas militares do governo colonial para derrotar osquilombolas. Soldados portugueses relataram ser necessário mais de um dragão (militar) para capturar um quilombola, porque se defendiam com estranha técnica de ginga e luta. O governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os quilombolas do que os invasores holandeses.4
A Urbanização
Com a transferência do então príncipe-regente dom João VI e de toda a corte portuguesa para o Brasil em 1808, devido à invasão de Portugal por tropas napoleônicas, a colônia deixou de ser uma mera fonte de produtos primários e começou finalmente a se desenvolver como nação.2 Com a subsequente abertura dos portos a todas as nações amigas,6 o monopólio português do comércio colonial efetivamente terminou. As cidades cresceram em importância e os brasileiros finalmente receberam permissões para fabricar no Brasil produtos antes importados, como o vidro.2
Já existiam registros da prática da capoeira nas cidades de Salvador, Rio de Janeiro e Recife desde o século XVIII, mas o grande aumento do número de escravos urbanos e da própria vida social nas cidades brasileiras deu à capoeira maior facilidade de difusão e maior notoriedade. No Rio de Janeiro, as aventuras dos capoeiristas eram de tal jeito 7 que o governo, através da portarias como a de 31 de outubro de 1821, estabeleceu castigos corporais severos e outras medidas de repressão à prática de capoeira.2
Libertação dos Escravos e Proibição

Original da Lei Áurea
No fim do século XIX, a escravidão no Brasil era basicamente impraticável por diversosmotivos, entre eles o sempre crescente número das fugas dos escravos e os incessantes ataques das milícias quilombolas às propriedades escravocratas. O império Brasileiro tentou amenizar os diversos problemas com medidas como a lei dos Sexagenários e a lei do Ventre Livre, mas o Brasil invevitavelmente reconheceria o fim da escravidão em 13 de maio de 1888 com a lei Áurea, sancionada pelo parlamento e assinada pela princesa Isabel.
Livres, os negros viram-se abandonados à própria sorte. Em sua grande maioria, não tinham onde viver, onde trabalhar e eram desprezados pela sociedade, que os via como vagabundos. 8 9 O aumento da oferta de mão de obra europeia e asiática do período diminuía ainda mais as oportunidades10 e logo grande parte dos negros foi marginalizada e, naturalmente, com eles a capoeira.9 11
Foi inevitável que diversos capoeiristas começassem a utilizar suas habilidades de formas pouco convencionais. Muitos começaram a utilizar a capoeira como guardas de corpo, mercenários, assassinos de aluguel, capangas. Grupos de capoeiristas conhecidos como maltas aterrorizavam o Rio de Janeiro. Em pouco tempo, mais especificamente em 1890, a República Brasileira decretou a proibição da capoeira em todo o território nacional,12 vista a situação caótica da capital brasileira e a notável vantagem que um capoeirista levava no confronto corporal contra um policial.11
Devido à proibição, qualquer cidadão pego praticando capoeira era preso, torturado e muitas vezes mutilado pela polícia. A capoeira, após um breveperíodo de liberdade, via-se mais uma vez malvista e perseguida. Expressões culturais como a roda de capoeira eram praticadas em locais afastados ou escondidos e, geralmente, os capoeiristas deixavam alguém de sentinela para avisar de uma eventual chegada da polícia.
A Luta Regional Baiana
Em 1932, um período em que a perseguição à capoeira já não era tão acentuada, mestre Bimba, exímio lutador no ringue e em lutas de rua ilegais, fundou em Salvador a primeira academia de capoeira da história. Bimba, ao analisar o modo como diversos capoeiristas utilizavam suas habilidades para impressionar turistas, acreditava que a capoeira estaria perdendo sua eficiência como arte marcial. Dessa forma, Bimba, com auxílio de seu aluno José Cisnando Lima, enxugou a capoeira, tornando-a mais eficiente para o combate e inseriu alguns movimentos de outras artes marciais, como o batuque. Mestre Bimba também desenvolveu um dos primeiros métodos de treinamento sistemático para a capoeira. Como a palavra capoeira ainda era proibida pelo código Penal, Bimba chamou seu novo estilo de Luta Regional Baiana.13
Em 1937, Bimba fundou o centro de Cultura Física e Luta Regional, com alvará da secretaria da Educação, Saúde e Assistência de Salvador. Seu trabalho obteve aceitação social, passando a ensinar para as elites econômicas, políticas, militares e universitárias.13 Finalmente, em 1940, a capoeira saiu do código Penal brasileiro e deixou definitivamente a ilegalidade. Começou, então, um longo processo de desmarginalização da capoeira.
Empouco tempo a notoriedade da capoeira de Bimba demonstrou ser um incômodo aos capoeiristas tradicionais, que perdiam espaço e continuavam a ser malvistos. Esta situação desigual começou a mudar com a inauguração do Centro Esportivo de Capoeira Angola, em 1941, por mestre Pastinha. Localizado no Pelourinho, em Salvador, o centro atraía diversos capoeiristas que preferiam manter a capoeira em sua forma mais original possível. Em breve, a notoriedade do centro cunhou em definitivo o termo “capoeira angola” como nome do estilo tradicional de capoeira. O termo não era novo, sendo, já na época do império, a prática da capoeira apelidada, em alguns locais, de “brincar de angola” e diversos outros mestres que não seguiam a linha de Pastinha acabaram adotando-o.14
Atualmente
Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros e, frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender a língua portuguesa em um esforço para melhor se envolver com a arte. Mestres e contra-mestres respeitados são constantemente convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro.
O aspecto marcial ainda se faz muito presente e,como nos tempos antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem é sempre presente, capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo em um gesto amigável.
Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da miscigenação de etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro. Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.15
Roda de capoeira
A roda de capoeira é um círculo de capoeiristas com uma bateria musical em que a capoeira é jogada, tocada e cantada. A roda serve tanto para o jogo, divertimento e espetáculo, quanto para que capoeiristas possam aplicar o que aprenderam durante o treinamento.
Os capoeiristas se perfilam na roda de capoeira cantando e batendo palmas no ritmo do berimbau enquanto dois capoeiristas jogam capoeira. O jogo entre dois capoeiristas pode terminar ao comando do tocador de berimbau ou quando algum outro capoeirista da roda compra o jogo, ou seja, entra entre os dois e inicia um novo jogo com um deles.
Em geral, o objetivo do jogo da capoeira não é o nocaute ou destruir o oponente. O maior objetivo do capoeirista ao entrar em uma roda é a queda, ou seja, derrubar o oponente sem ser golpeado, preferencialmente com uma rasteira. Na maioria das vezes, entre o jogo de um capoeirista mais experiente e um novato, o capoeirista experiente prefere mostrar sua superioridade marcando o golpe nooponente, ou seja, freando o golpe um instante antes de completá-lo. Entre dois capoeiristas experientes o jogo poderá ser muito mais agressivo e as consequências mais graves.
A ginga é o movimento básico da capoeira, mas além da ginga são muito comuns os chutes em rotação, rasteiras, floreios (como o aú ou a bananeira), golpes com as mãos, cabeçadas, esquivas, acrobacias (como o salto mortal), giros apoiados nas mãos ou na cabeça e movimentos de grande elasticidade.
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Roda de capoeira
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Roda de capoeira
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roda de capoeira
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roda de capoeira
O batizado
O batizado é uma roda de capoeira solene e festiva, onde alunos novos recebem sua primeira corda e demais alunos podem passar para graduações superiores. Em algumas ocasiões pode-se ver formados e professores recebendo graduações avançadas, momento considerado honroso para o capoeirista.
O batizado parte ao comando do capoeirista mais graduado do grupo, seja ele mestre, contramestre ou professor. Os alunos jogam com um capoeirista formado e devem tentar se defender. Normalmente o jogo termina com a queda do aluno, momento em que é considerado batizado, mas o capoeirista formado pode julgar a queda desnecessária. No caso de alunos mais avançados, o jogo poderá ser com mais de um formado, ou até mesmo com todos os formados presentes, para as graduações avançadas.
O apelido
Tradicionalmente o batizado seria o momento em que o capoeirista recebe ou oficializa seu apelido, ou nome de capoeira. A maioria dos capoeiristas passa a serconhecida na comunidade mais pelos seus respectivos apelidos do que por seus próprios nomes. Apelidos podem surgir de inúmeros motivos, como uma característica física, uma particular habilidade ou dificuldade, uma ironia, a cidade de origem, etc.
O costume do apelido surgiu na época em que a capoeira era ilegal. Capoeiristas evitavam dizer seus nomes para evitar problemas com a polícia e se apresentavam a outros capoeiristas ou nas rodas pelos seus apelidos. Dessa forma um capoeirista não poderia revelar os nomes dos seus companheiros à polícia, mesmo que fosse preso e torturado.
Hoje em dia o apelido continua uma forte tradição na capoeira, apesar de não ser mais necessário.
Música

Os berimbaus que regem a capoeira.
A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de ludibriar os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando e cantando, quando na verdade estavam desenvolvendo e treinando uma arte-marcial para se defenderem. Componente fundamental de uma roda de capoeira, ela determina o ritmo e o estilo do jogo que é jogado. A música é criada pela bateria e pelo canto (solista ou em coro), geralmente acompanhados de um bater de palmas.
A bateria é tradicionalmente composta por três berimbaus, dois pandeiros e um atabaque, mas o formato pode variar excluindo-se ou incluindo-se algum instrumento, como o agogô e o ganzuá. Um dos berimbaus define o ritmo e o jogo de capoeira a ser desenvolvido na roda. Desta maneira, é a música que comanda a roda de capoeira,não só no ritmo mas também no conteúdo.
Canções
As canções de capoeira são divididas em partes solistas e respostas do coro, formado por todos os demais capoeiristas presentes na roda. Dependendo do seu conteúdo podem ser classificadas como ladainhas, chulas, corridos ou quadras.
A ladainha, ou lamento, é utilizada unicamente no início da roda de capoeira. Parte do longo grito iê, seguido de uma narrativa solista cantada em tom solene. Geralmente é cantada pelo capoeirista mais respeitado ou graduado da roda. Neste momento não existe jogo, não se bate palmas e alguns instrumentos não são tocados. A narrativa é seguida pelas homenagens tradicionais feitas pelo solista (a Deus, ao seu mestre, a quem o ensinou e mais qualquer personagem importante ou fator relevante à capoeira, como a malandragem), respondidas intercaladamente pela louvação do coro e pelo início das palmas e dos instrumentos complementares. O jogo de capoeira somente pode iniciar após o fim da ladainha.
A chula é um canto em que a parte solista é muito mais longa do que a a resposta do coro. Enquanto o solista canta dez, doze, ou até mais versos, o coro responde com apenas dois ou quatro versos. A chula pode ser cantada em qualquer momento da roda.
O corrido, forma musical mais comum da roda de capoeira, é um canto onde a parte solista e a resposta do coro são equivalentes, em alguns casos o número de versos do coro superando os versos solistas. Pode ser cantado em qualquer momento da roda e seus versos podem ser modificados e improvisadosdurante o jogo para refletir o que está acontecendo durante a roda, ou para passar algum aviso a um dos demais capoeiristas.
A quadra é composta de um mesmo verso repetido quatro vezes, seja três versos solistas e uma resposta do coro, seja a parte solista e a resposta intercaladas. Pode ser cantada em qualquer momento da roda.
As canções de capoeira têm assuntos dos mais variados. Algumas canções são sobre histórias de capoeiristas famosos, outras podem falar do cotidiano da comunidade. Algumas canções comentam o que está acontecendo durante a roda de capoeira, outras divagam sobre a vida ou um amor perdido. Outras ainda são alegres e falam de coisas tolas, cantadas apenas por diversão. Basicamente não existem regras e alunos são encorajados a criar suas próprias canções.
Os capoeiristas mudam as canções frequentemente de acordo com o que ocorre na roda ou fora dela. Um bom exemplo é quando um capoeirista novato demonstra notável habilidade durante o jogo e o solista canta o verso “e o menino é bom”, seguido pelo coro com o verso “bate palma pra ele”. A letra da música é constantemente usada para passar mensagens para um dos capoeiristas, na maioria das vezes de maneira velada e sutil.
Toques de capoeira
O toque de capoeira é o ritmo tocado pelos berimbaus, seguidos pelos demais instrumentos. Podem ser executados desde bem lentamente (como no toque de Angola), induzindo a um jogo mais lento e estratégico, até bastante acelerados (como em São Bento Grande), induzindo a um jogo rápido, ágil e acrobatico.Podem também ter outros significados que vão além do jogo ou comandar uma roda restrita, como o toque de Iúna.

Berimbaus. Da esquerda para direita: viola, médio e gunga ou berra-boi.
Em uma roda de capoeira a forma mais usual é iniciar com o toque de Angola e subir o ritmo gradualmente, encerrando com o toque São Bento Grande em alta velocidade. Contudo não existem regras, uma roda pode manter sempre o mesmo toque ou mesmo inverter, começando de modo acelerado e terminando de modo lento.
Alguns dos toques mais comumente utilizados:
* Toque de Angola
* São Bento Pequeno
* São Bento Grande de Angola
* São Bento Grande da Regional
* Iúna
* Cavalaria
* Samango
* Santa Maria
* Benguela
* Amazonas
* Idalina
A dança e a capoeira
Devido à sua origem e história, existiu sempre a necessidade de se esconder ou disfarçar o aprendizado e a prática da capoeira. Na época da escravidão era um risco enorme aos senhores de engenho possuir escravos hábeis em uma arte-marcial. Para evitar represálias por parte de seus senhores, os escravos praticavam enquanto seus companheiros cantavam e batiam palmas. Os golpes e esquivas eram praticados durante uma falsa dança que seria o embrião da atual ginga.
Da falsa dança da época dos engenhos de açúcar até os tempos mais atuais, a ginga evoluiu até se tornar uma estratégia de combate, cujo objetivo principal é não oferecer ao oponente um alvo fixo. Mesmo hoje em dia a maioria dos leigos à primeira vista acredita tratar-se a capoeira de umacoreografia, ou de uma dança acrobática.
Outras manifestações culturais como o batuque, o maculelê, a puxada de rede e o samba de roda são danças fortemente ligadas à capoeira, por também terem nascido da mesma cultura.
Estilos
Falar sobre estilos na capoeira é um argumento difícil, visto que nunca existiu uma unidade na capoeira original, ou um método de ensino antes da década de 1920. De qualquer forma a divisão entre dois estilos e um sub-estilo é amplamente aceita.
Angola
Ver artigo principal: capoeira Angola
Capoeira Angola refere-se a toda a capoeira que mantém as tradições da época anterior à da criação do estilo Regional. Em outras palavras é a capoeira mais tradicional. Existindo em diversas áreas do país desde tempos mais remotos, notadamente no Rio de Janeiro, em Salvador e em Recife, é impossível precisar onde e quando a capoeira Angola começou a tomar sua forma atual.
O nome “Angola” já começa a aparecer com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de negros de Angola. Em alguns locais a população se referia ao jogo de capoeira como brincar de Angola e, de acordo com Mestre Noronha, o Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criado pela nata da capoeiragem baiana, já utilizava ilegalmente o nome capoeira Angola no início da década de 1920. 16
O nome Angola foi finalmente imortalizado por Mestre Pastinha, ao inaugurar em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo decapoeira Angola (CECA). Pastinha foi conhecido como grande defensor da capoeira tradicional, prestigiadíssimo por capoeiristas de renome como Mestre João Grande e Mestre Moraes. Com o tempo, diversos outros grupos de capoeira tradicional passaram a adotar o nome Angola para seus estilos.
A Angola é o estilo mais próximo de como os escravos lutavam ou jogavam a capoeira. Caracterizada por ser estratégica, com movimentos furtivos executados perto do solo ou em pé dependendo da situação a enfrentar, ela enfatiza as tradições da malícia, da malandragem e da imprevisibilidade da capoeira original. Alguns angoleiros afirmam que seu domínio é muito complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a teatralização, a mandinga ou mesmo a brincadeira para superar o oponente.
A bateria típica em uma roda de capoeira Angola é composta por três berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um agogô e um ganzuá.
Regional
Ver artigo principal: capoeira regional
A capoeira regional começou a nascer na década de 1920, do encontro de mestre Bimba com seu futuro aluno, José Cisnando Lima. Ambos acreditavam que a capoeira estaria perdendo seu valor marcial e chegaram à conclusão de que uma reestruturação era necessária. Bimba criou, então, sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Aconselhado por Cisnando, Bimba chamou sua capoeira de Luta Regional Baiana, visto que a capoeira ainda era ilegal na época.
A base da capoeira regional é a capoeiratradicional mais enxuta, com menos subterfúgios e maior objetividade. O treinamento era mais focado no ataque e no contra-ataque, com muita importância para a precisão e a disciplina. Bimba também incorporou alguns golpes de outras artes marciais, notadamente o batuque, antiga luta de rua praticada por seu pai. O uso de acrobacias e saltos era mínimo: um dos fundamentos era sempre manter ao menos uma base de apoio. Como dizia Mestre Bimba, o chão é amigo do capoeirista.
A capoeira regional também introduziu na capoeira o conceito de graduações. Na academia de mestre Bimba, existiam três níveis hierárquicos: calouro, formado e formado especializado. As graduações eram determinadas por um lenço amarrado na cintura.
As tradições da roda e do jogo de capoeira foram mantidas, servindo para a aplicação das técnicas aprendidas em aula. A bateria, contudo, foi modificada, sendo composta por um único berimbau e dois pandeiros. Uma das maiores honras para um discípulo era a permissão para jogar iúna. O jogo de iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros.
A única peculiaridade técnica do jogo de iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe pré-estabelecido no desenrolar do jogo. O jogo também destacava-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos, o que reforçava seu caráter solene.Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.
A luta regional baiana tornou-se rapidamente popular, levando a capoeira ao grande público e finalmente mudando a imagem do capoeirista, tido no Brasil até então como um marginal. Das muitas apresentações que mestre Bimba fez com seu grupo, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953 para o então presidente da república Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional.
Capoeira contemporânea
A partir da década de 1970 um estilo misto começou a adquirir notoriedade, com alguns grupos unindo os fatores que consideravam mais importantes da Regional e da Angola. Notadamente mais acrobático, este estilo misto é visto por alguns como a evolução natural da capoeira, por outros como descaracterização ou até mesmo mal-interpretação das tradições capoeirísticas.
Com o tempo toda capoeira que não seguia as linhas da Regional ou da Angola, mesmo as amalgamadas com outras artes-marciais, passou a se denominar Contemporânea.
Golpes e movimentos
Ver artigo principal: Golpes de capoeira

Aú fechado.
A capoeira usa primariamente os pés como ataque. Golpes podem ser diretos, como no caso do Martelo, ou giratórios, como no caso da Meia-lua de compasso. A rasteira é de suma importância, considerada por muitos como a melhor arma disponível para o capoeirista. Desenvolvida para o combate em desvantagem, o ataque do capoeirista deve ser aplicado no momentooportuno e de forma definitiva.[carece de fontes]
A defesa usa o princípio da não-resistência, isto é, evitar um golpe com uma esquiva em vez de apará-lo. Esquivas podem ser executadas tanto em pé quanto com os apoios das mãos no chão. No caso de impossibilidade da esquiva o Capoeirista se defende aparando ou desviando o golpe com as mãos ou as pernas.[carece de fontes]
A ginga é importantíssima para a defesa e para o ataque do capoeirista, tornando o capoeirista imprevisível durante o ataque e dificultando um possível contra-ataque, além de evitar que o capoeirista se torne um alvo fixo.[carece de fontes]
Completam a técnica as cabeçadas, floreios (acrobacias no solo), tesouras, cotoveladas e outras.[carece de fontes]
Graduação
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Devido à sua vastidão e à sua origem, a capoeira nunca teve unidade ou consenso. O sistema de graduação segue o mesmo caminho, nunca tendo existido um sistema padrão que fosse aceito pela maioria dos grandes mestres. Dessa forma o sistema de graduação varia muito de grupo para grupo. A própria origem do sistema é recente, tendo partido com a Luta Regional Baiana de Mestre Bimba, na década de 1930. Bimbautilizava lenços de seda para diferenciar seus alunos entre aluno formado, aluno especializado e mestre. Alunos novos não possuiam graduação.
Atualmente o sistema de graduação mais comum é o de cordas (também chamadas cordéis ou cordões) de diferentes colorações amarrados na cintura do jogador. Alguns grupos usam diferentes sistemas, ou até mesmo nenhum sistema.
Existem várias entidades (Ligas, Federações e Confederações) que tentam organizar e unificar a graduação na capoeira. O sistema mais comum é o da Confederação Brasileira de Capoeira, que adota o sistema de graduação feito por cordas seguindo as cores da bandeira brasileira, de fora para dentro (iniciado na época em que a capoeira oficialmente era considerada parte da Federação Brasileira de Pugilismo).
Apesar de muito difundido com diversas variações, muitos grupos grandes e influentes utilizam cores diferentes ou mesmo graduações diferentes. A própria Confederação Brasileira de Capoeira não é amplamente aceita como representante principal da capoeira.
Sistemas de graduação
1) Confederação Brasileira de Capoeira Graduação básica adulta (a partir de 15 anos)
* Iniciante: sem corda ou cordão
* Batizado: verde
* Graduado: amarelo
* Avançado: azul
* Intermediário: verde e amarelo
* Adiantado: verde e azul
* Estagiário: amarelo e azul
Graduação avançada – Docente de capoeira
* Formado: verde, amarelo e azul – 5 anos de capoeira – idade mínima 18 anos
* Monitor: verde e branco – 7 anos de capoeira – idade mínima 20 anos* Instrutor: amarelo e branco – 12 anos de capoeira – idade mínima 25 anos
* Contramestre: azul e branco – 17 anos de capoeira – idade mínima 30 anos
* Mestre: branco – 22 anos de capoeira – idade mínima 35 anos
2) Outro sistema
Sistema mais comumente usado por muitos grupos regularizados, porém não-filiados por opção à Confederação Brasileira de Capoeira por variadas razões. Este sistema utiliza as cores primárias e secundárias, sendo as misturas de cores nas cordas descritas como “Transformações”, ou seja, simbolizando a saída de uma graduação e ingresso à outra seguinte.
* Iniciante: sem corda ou cordão
* Batizado: Crua (não leva tinta ou coloração)
* Graduado Iniciante: Crua e Amarela
* Graduado: Amarela
* Intermediário: Amarela e Laranja
* Adiantado: Laranja
* Estagiário: Laranja e azul
Graduação avançada – Docente de capoeira
* Formado: Azul – 5 anos de capoeira – idade mínima 18 anos
* Monitor em Formação: Azul e Verde – 7 anos de capoeira – idade mínima 18 anos
* Monitor: Verde – 7 anos de capoeira – idade mínima 20 anos
* Instrutor em Formação: Verde e Roxa – 12 anos de capoeira – idade mínima 23 anos
* Instrutor: Roxa – 12 anos de capoeira – idade mínima 25 anos
* Professor: Roxa e Marrom – 17 anos de capoeira – idade mínima 28 anos
* Contra-mestre: Marrom – 17 anos de capoeira – idade mínima 30 anos
* Mestrando: Marrom e Vermelha – 20 anos de capoeira – idade mínima 33 anos
* Mestre: Vermelha – 22 anos de capoeira – idademínima 35 anos
* Grão-Mestre: Branca – 36 anos de capoeira e pelo menos 18 anos como mestre – idade mínima 55 anos
Graduação infantil (até 14 anos) — idêntica à graduação básica, porém metade da corda possui a cor cinza. A graduação infantil restringe-se até a graduação de estagiário. Para que o aluno se gradue como docente de capoeira deve atingir a idade mínima de 18 anos. O tempo de cada graduação varia conforme sua importância. As cordas iniciais, como a verde e a amarela, podem ser conquistadas em menos de um ano; por outro lado, chegar às cordas avançadas, notadamente as de contra-mestre e mestre, pode levar anos, e exige-se profundo conhecimento da capoeira para serem conquistadas — esse conhecimento, no entanto, não quer dizer saltos ou acrobacias, mas conhecimento instrumental, teórico, prática de docência, qualidade de jogo, respeito, cursos de aperfeiçoamento e boa índole pessoal são alguns dos requisitos básicos para tais graduações.
Referências
1. ↑ http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
2. ↑ a b c d GOMES, Laurentino – 1808; Como uma Rainha Louca, um Príncipe Medroso e uma Corte Corrupta Enganaram Napoleão e Mudaram a História de Portugal e do Brasil (2007), Editora Planeta, ISBN 978-85-7665-320-2
3. ↑ a b O Brasil no quadro do Antigo Sistema Colonial.
4. ↑ a b c GOMES, Flávio – Mocambos de Palmares; histórias e fontes (séculos XVI-XIX) (2010), Editora 7 Letras, ISBN 978-85-7577-641-4
5. ↑ Quilombo dos Palmares.
6. ↑ Abertura dos portos brasileiros.
7. ↑Gangues do Rio: Capoeira era reprimida no Brasil.
8. ↑ A abolição.
9. ↑ a b CARDOSO, Fernando Henrique – Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional (1962), Editora Civilização Brasileira, ISBN 8520006353
10. ↑ Imigração no Brasil.
11. ↑ a b CAMPOS, Andrelino – Do Quilombo à Favela: A Produção do “Espaço Criminalizado” no Rio de Janeiro, Editora Bertrand Brasil, ISBN 8528611590
12. ↑ Código penal brasileiro – proibição da capoeira – 1890.
13. ↑ a b SODRE, Muniz – Mestre Bimba: Corpo de Mandiga (2002), Livraria da Travessa, ISBN 8586218138
14. ↑ Os Manuscritos do Mestre Noronha.
15. ↑ capoeira é registrada como Patrimônio Imaterial Brasileiro.
16. ↑ O ABC da capoeira Angola – Os Manuscritos de mestre Noronha.
Bibliografia
* Burlamaqui, Aníbal – Gymnastica Nacional (Capoeiragem) Methodisada e Regrada, Rio de Janeiro, 1928.
* Decânio Filho, Ângelo – A herança de mestre Bimba, Coleção São Salomão, Salvador, 1997.
* Decânio Filho, Ângelo – A herança de Pastinha, Coleção São Salomão, Salvador, 1997.
* Abreu, Frederico – O Barracão de mestre Waldemar, edição independente, Salvador, 2003.
* Abib, Pedro – Mestres e Capoeiras Famosos na Bahia, EDUFBA, 2009.
* Coutinho, Daniel – O ABC da capoeira angola; Os Manuscritos do mestre Noronha.
* Capoeira, Nestor – Galo já Cantou, Editora Record.
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* A Capoeira na Cidade de Goiânia
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* Ézio Rodrigues Viana Ferreira
* orientação do professor Ms. Ari Lazzarotti Filho.*
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* RESUMO
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* Este trabalho contém informações colhidas dos professores de Capoeira de Goiânia. Sendo o mesmo motivado pelas inquietações e perguntas feitas a nós mesmo sobre o panorama da Capoeira desta cidade. No que diz respeito a questões sobre alguns pontos da história da sua história em Goiânia, quais as concepções, o número de Grupos, Mestres/Professores e alunos. Saber em qual região a capoeira está concentrada e a proporção de academias, escolas, associação de moradores e, etc, se dá a sua prática. Para realizar este trabalho fizemos leituras; construímos o Protocolo de Coletas de Dados; fomos a campo para esta coleta dos dados; reunimos os dados em tabelas onde descrevemos e analisamos estes dados. De forma geral encontramos o seguinte resultado: 30 Grupos; 7 denominações diferentes de concepções de Capoeira; 124 Mestres/Professores dos quais consegui contato com 87 sendo cerca de 70%; neste mundo de 87 professores detectamos 6799 alunos com 3178 mulheres fazendo 46,5% e 3621 homens sendo 53,5%. Encontramos 147 locais de prática com a maior parte em escolas, 55 sendo 37,4%. Ela esta disposta em 68 setores da Cidade que foi dividida em quatro regiões: Região Nobre, Região Mediana, Região Comercial e Região Periférica. E temos 11 rodas ativas em locais públicos sendo três rodas coletivas de vários Grupos e apenas uma não ocorrendo aos fins de semana ou em feiras.

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