Fórmula 1: Mais que um esporte, outra paixão nacional

Além do futebol, as corridas dominam os corações dos brasileiros. Conheça a história da Fórmula 1 no país

Os brasileiros são tão apaixonados pela Fórmula 1, ou F1 para os íntimos, que o país já sedia o Grande Prêmio do Brasil da modalidade. Temos dezenas de autódromos prontos para receber outros amantes do esporte. E ainda, pilotos profissionais que são ídolos reconhecidos nacionalmente.

Já faz tempo que o país não é mais só do futebol. Novos esportes são cada vez mais comuns por aqui, e temos espaço para todos. A paixão pela Fórmula 1, entretanto, já é antiga, e vem desde os anos 70, quando os brasileiros começaram a pilotar no circuito. A história de amor já tem quase 50 anos, cercada de sucesso e derrotas. Acompanhe!

logo da fórmula 1 f1

O início da Fórmula 1

A prova inaugural de um campeonato foi realizada em 1950, ainda em terras estrangeiras, no Reino Unido. Seguindo as regras propostas pela Federação Internacional do Automobilismo, o campeonato passaria por seis cidades europeias e uma etapa nos Estado Unidos, tornando a competição um esporte mundial.

Com o olhar de mais de 100 mil espectadores, os veículos ainda não contavam com a tecnologia de ponta e a velocidade que estamos habituados. A Ferrari foi a primeira equipe a dominar as pistas e conquistar a hegemonia sobre rodas, seguida da Mercedes, que acabou se retirando do circuito mais tarde devido a um acidente fatal com um de seus carros.

Na década seguinte, o ponto alto dos projetos dos veículos era a aerodinâmica, que permitia quebrar a barreira do ar e atingir velocidades surpreendentes. Com o sucesso, várias empresas começaram a apoiar e patrocinar os pilotos, como forma de propaganda, o que deu às corridas o caráter comercial que prevalece até a atualidade. Marcado por muitos acidentes, o período também foi responsável por estabelecer novas formas de garantir a segurança dos envolvidos no circuito.

primeira corrida de fórmula 1 em 1950

A chegada da Fórmula 1 ao Brasil

Nos anos 70, um dos destaques era o piloto brasileiro Emerson Fittipaldi, o campeão mais jovem do mundo (pelo menos até o ano de 2005), que abriu portas para que outros compatriotas invadissem as pistas, como Nelson Piquet, e causassem furor nacional.

O sucesso do piloto em 1972, aliado às primeiras transmissões ao vivo via TV Globo, em que as câmeras já permitiam ao telespectador acompanhar os momentos emocionantes nas disputas das provas, fizeram com que a competição conquistasse para o país. O autódromo de Interlagos, em São Paulo, recentemente reformado, seria o palco principal da corrida, que sediou pela primeira vez o Grande Prêmio de Fórmula 1 no mesmo ano, embora ainda não fosse válido para a pontuação oficial do esporte. Foi só no ano seguinte que o país entrou de vez no circuito, e Emerson Fittipaldi teve sua primeira vitória em casa.

atleta Emerson Fittipaldi

No mesmo período, os pilotos começaram a trocar frequentemente de equipes por causa do valor dos contratos, que só aumentava, e recebessem críticas da mídia. Isso deixou a competição em crise, pois houve uma perda momentânea de credibilidade, recuperada em pouco tempo.

Já no início dos anos 80, surge o maior expoente brasileiro nas pistas de Fórmula 1: Ayrton Senna. Durante várias temporadas, seu principal concorrente foi o francês Alain Prost, com quem revezou o pódio muitas vezes.

corredor automobilista ayrton senna

O campeão brasileiro da Fórmula 1

Senna queria estar sempre à frente dos outros competidores em qualquer situação, até mesmo sob fortes chuvas. Seu talento permitia realizar manobras inimagináveis e sua habilidade superava os desafios dos trajetos. No total, contabilizou 41 vitórias, 65 pole positions e 3 campeonatos mundiais na Fórmula 1.

Seu legado, no entanto, foi alcançado apenas após a morte do herói nacional, na Itália, em 1º de maio de 1994. Senna sofreu um acidente na curva Tamburello, a bordo da Williams a mais de 300 km/hora. Após a tragédia, a competição investiu ainda mais na segurança, e reformulou circuitos, exigiu testes rigorosos para os veículos e deixou os profissionais e o público mais seguro antes, durante e depois da conclusão das provas. Além disso, a ONG Instituto Ayrton Senna batalha pela educação de qualidade do país, uma das preocupações que o ídolo levava ao pódio.

Em apenas 10 anos, o piloto pôde mostrar que superou todos os limites e assumiu riscos que nenhum outro foi capaz até hoje. Sua morte foi sentida pelos brasileiros e por toda a comunidade do esporte, inclusive seus rivais.

ayrton senna comemorando campeonato

Como ficou o esporte

Com a morte de Senna, o líder absoluto das corridas passou a ser o alemão Schumacher, competindo contra o Finlandês Mika Hakkinen. Enquanto isso, Rubens Barrichello, também do Brasil, se tornou o piloto mais experiente do campeonato, com 326 disputas. Foi só em 2006 que um novo brasileiro se destacou nas pistas. Felipe Massa, que substituiu Barrichello, teve ótimo desempenho, e ganhou o apoio do país na hora de acelerar seu carro.

acidente do ayrton senna

O esporte já havia se tornado um show, exibido principalmente nas manhãs de domingo.  A velocidade dos carros, o ronco dos motores e a emoção das vitórias são registrados em cada detalhe, e as menções ao esporte nos noticiários são frequentes, fomentando a paixão nacional.

Fórmula 1, no entanto, sofre hoje com diversas crises. Aposentadoria de pilotos, graves acidentes e conspirações contra equipes adversárias têm sido comuns, mas ainda não foram capazes de abalar a relação entre o público fanático e fiel pela velocidade.

Este ano marca a 67ª temporada, dividida em 21 etapas, sendo que a primeira delas acontece ainda no mês de março, com previsão de terminar apenas em novembro. Enquanto torce e se emociona, o público vai fazer com que a história de amor persista por pelo menos mais um ano cheio de surpresas.

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