As varias possibilidades que o ensino de historia apresenta

AS POSSIBILIDADES QUE O ENSINO DE HISTÓRIA POSSIBILITA BEM COMO O USO DE LINGUAGENS DIFERENCIADAS EM UMA ÚNICA EXPERIÊNCIA
CÉLIA SANTOS DA SILVA1
O presente artigo trata de uma experiência desenvolvida dentro do Programa de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), onde se trabalhou a aula em um formato diferente, baseada em uma data, 17 de junho de 1962, onde foi assinada uma lei tornando o Acre um Estado brasileiro, analisando o ensino e a forma que o mesmo é aplicado, existe um déficit em relação à compreensão do que é história e o que não é colocando essa analise dentro dessa discussão partindo do âmbito escolar sabe-se que certos temas relevantes são tratados como opcionais, principalmente quando se trata de temas locais, regionais, sabendo da importância dessa relevância se tem aqui uma contribuição em relação à temática.
A história regional proporciona, na dimensão do estudo do singular, um aprofundamento do conhecimento sobre história nacional, ao estabelecer relações entre as situações históricas diversas que constituem a nação. (BITTENCOURT, 2004, p. 162)
Essa relação com as varias histórias se coloca como um agente premente da compreensão de uma nação, é como uma revisão um resgate daquilo que foi vivido, no espaço que eles ocupam agora, é uma compreensão diferente, o vivido mostrando seus vestígios, seus detalhes emocionantes, sua abrangência em beleza, e é assim que se deve olhar para uma história que pertence que é de alguém, compreendê-la como nossa.
Incitando assim a uma formação de conceitos, dai se podever o papel desse profissional, não impor, mas apresentar, dialogar com os alunos, quando se coloca o uso de varias linguagens em uma única experiência, faz alusão a uma ousadia, uma coragem, transposição do que é ditado para uma liberdade, liberdade essa em prol do bem comum, a educação cumprindo papel da politica, em termos históricos isso é provável, existem leis e suas intencionalidades, mas por vezes elas não são aplicadas, e uma estrutura vai suprindo a outra, a história tem esse dom, de preencher lacunas e ir além de conceitos definidos sempre dialogando com as ferramentas que vão se apresentando.
A contentação com as migalhas sempre vai está presente, mas depende de quem vai fazer a ação, quais os propósitos, e nessa experiência se buscou chegar a essas fronteiras, limitação e iniciativa. O ensino de história permite aos profissionais da área a possibilidade de criar um espaço muito abrangente, uma relação entre aluno, objeto e professor, na tentativa de compreender a realidade.
Sendo assim é de fundamental importância agarrar essas possibilidades e a partir delas criar algo magnifico, o conhecimento, constituído por vários olhares, por varias representações, e o que chama mais atenção é a capacidade da permeabilidade do conteúdo, tudo depende da forma que vai se tratar de tal ato, algo desafiante, a questão é definição.
Um exemplo dessa possibilidade é transformar datas comemorativas podendo varias os temas, em oficinas, trabalhando a memória e como ela está posta dentro da sala de aula e nos recursos didáticosutilizados tendo como base essa analise, partimos então para uma experiência, onde se trabalhou a data em que o Acre foi elevado a estado brasileiro, um tema local, onde a o ação se baseia em conhecer e amar sua história sabe-se que o estado do Acre passou por decorrentes lutas, onde a primordialidade estava na palavra pertencimento, em 1903 foi assinado o Tratado de Petrópolis, onde o Acre deixou de ser um território boliviano e passou a ser um território brasileiro, anos se passaram, surgiu o movimento autonomista composto por sindicalistas e representantes políticos da época, com pretensões politicas de elevar o Acre a estado e ser reconhecido como tal, dessa luta surgiu o projeto de lei em que enfim o Acre se tornaria Estado, projeto que foi assinado em 1962 por Guiomard Santos, a partir daí se inicia uma trajetória diferente na história politica do Acre, vejamos agora como essa data possibilitou a execução de uma linguagem fantástica, uma linha do tempo analisada historicamente pelo espaço criado entre aluno, objeto e realidade.
Le Goff aborda no Livro História e Memória, que para a memória se desprender do corpo, é necessário que se use extensões fundamentais, como a linguagem escrita e falada, partindo desse comentário o profissional do ensino de história está diante de uma grande possibilidade, que se apresenta como uma explicação bem objetiva de tudo que foi evocado até aqui, mas não se pode negar o grande avanço do conhecimento, sabendo que a educação é colocada como uma situação emergente e o professor o sujeito quetrará luz sem é claro esquecer o olhar do aluno que vai compreender que todo dia é importante para a história.
Cabe aqui explanar sobre a história como narrativa, onde Circe Bittencourt em seu livro Ensino de História: fundamentos e métodos argumenta que a história pode ser concebida como uma narrativa de fatos passados. Conhecer o passado dos homens é, por principio, uma definição de história, e aos historiadores cabe recolher, por intermédio de uma variedade de documentos, os fatos mais importantes, ordená-los cronologicamente e narrá-los. Essa ação se justifica assim, adentrando na função do professor e de um historiador ao mesmo tempo, pesquisando, narrando e ensinando.
O objetivo geral desta ação parte de um principio de inovação, um assunto bastante discutido atualmente, se pode fazer isso usando de variados materiais e recursos didáticos, com intuito educacional de proporcionar ao educando uma visão bem abrangente de contextos históricos, a história vivida mais uma vez permeando a compreensão do presente. Existe um fascínio em relação ao tempo, como compreendê-lo, tentou nessa ação apresentar indícios de como o tempo contribui tanto para tantas compreensões, explicar historicamente o porquê de existir as coisas que se veem hoje. Um resgate cultural, politico, uma memória vista de vários ângulos, porque cada ser presente nesta ação compreendeu da sua maneira, ousaram imaginar acerca dos conflitos territoriais, sobre a luta para pertencer a uma nação, e jogar tudo isso para o presente, onde estão agora, como está o Estadodo Acre após tantas lutas. Perguntas que o educando respondeu para si mesmo. Essa é postura autônoma que muitos buscam criar, mas não é questão de criar, se deve aqui administrar isso, viver o adquirido, nesse espaço a escola.
Busca se aqui acima de tudo uma liberdade, uma transformação, uma iniciativa, uma ação que soma para a compreensão da profissão docente e suas peculiaridades, são tantas as interferências, principalmente econômica, como lidar com isso, são detalhes, a escola é um espaço rodeado de surpresas, um espaço de descoberta, e o PIBID está precocemente oferecendo aos alunos de licenciatura uma descoberta fantástica em relação a seu futuro campo de atuação profissional.
Ao se falar de História, logo vem em mente à definição de uma disciplina cansativa, repetitiva com varias datas e períodos que sugerem sua memorização. O presente artigo trata do uso de linguagens pouco usada no ensino de História que tem como objetivo valorizar a disciplina com o uso de diferentes instrumentos e facilitar a compreensão do discente para com as datas e periodizações sem precisar decorá-las assim. A história ensina cronologicamente sobre o passado, ela é de fundamental importância para a compreensão do presente, ainda mais sabendo que sem o passado não existiria o presente. A disciplina História tem mudado muito à maneira com que era ensinada, a cada ano que se passa os profissionais das áreas surgem com novas interpretações, nesse contexto pode-se observar que a história permanece em constante evolução.
Aqui mais uma vez seaplica uma contribuição de Circe Bittencourt quando trabalha em seu livro a questão da aprendizagem histórica e coloca que o conhecimento histórico não se limita a apresentar o fato no tempo e nos espaço acompanhado de uma série de documentos que comprovam sua existência. É preciso ligar o fato a temas e aos sujeitos que o produziram para buscar uma explicação. Assim, tal qual os outros, o conhecimento histórico passa pela mediação de conceitos (BITTENCOURT, 2004, P. 183).
Nesse sentido o uso de varias linguagens age como um aspecto norteador para a formalização de conceitos onde o educando vai lançar seu olhar implicando toda sua experiência até o presente momento, mas uma vez está explicito a funcionalidade do ensino de história, é preciso tentar, é difícil, mas quem vai fazer isso, trabalhar o ensino de história muitas vezes é uma tarefa difícil, pois não implica só um desejo, estão presentes outros fatores sociais, já que estamos sozinhos, e existem regras. Muitos são os fatores obstantes, desafios, não adianta lutar por mudança, se não houver um pensamento coletivo, reivindicar o que, se é melhor lutar entre si, a mediação de conceitos vai estar presente não só na construção de conhecimento histórico, mas na construção de uma consciência social, que todo educador dever ter.
Aplicar o conhecimento relacionando-os a sujeitos é um método que facilita a desconstrução do conceito de uma história memorizada, agora se torna uma história evidenciada pelo vivido, pelo realmente aconteceu, a escrita como extensão de tal desprendimentoedifica ainda mais o real, colorindo a narrativa com um toque de cores vivas iluminando o conhecimento com suas tantas representações, uma reflexão histórica. O processo da memória no homem faz intervir não só a ordenação de vestígios, mas também a releitura desses vestígios (LE GOFF, 1990, P. 366).
Fazer uma releitura dentro da sala de aula de tais memórias, no caso aqui citado, História politica do Acre, proporcionou ao educando uma visão viva de seus antepassados, como o Acre chegou nessa fase, nesse governo de sustentabilidade, pra tudo isso há uma explicação, na história existe uma diversidade de explicação para muitos fatos, para muitos momentos, ao fazer uma linha do tempo de 1903 a 1962, foi possível enxergar a história como uma caixa de surpresa, e isso causa interesse aos olhos que quem vê, a história trabalha com documentos e documentos são vestígios deixados como herança, e deve-se dá a verdadeira importância, é um campo que sempre vai estar aberto para novas definições, toda causa tem um inicio, e na história nunca haverá um fim, é sempre um novo começo. Partindo sempre de um causa anterior, do passado, da cultura da releitura, da reconstrução da desmistificação, um circulo abrangendo infinitas possibilidades, assim é a história, assim é a sociedade, um círculo. Sempre iniciando novos ciclos a partir do velho, assim contribui Karl Marx em seus escritos, uma nova sociedade sempre surgira de uma velha sociedade, então é preciso compreender o passado para poder construir hoje.
A sociedade é um conjunto de regras enormas, padrões de conduta, pensamentos e sentimentos que não existem apenas na consciência individual; os sentimentos não estão no coração, mas sim na existência social: nas instituições, que são encarregadas de instituir nos indivíduos tais valores e referências. Antes de nascermos já está tudo aí, seremos moldados por ela e, quando morrermos, não irão para o túmulo conosco. (DURKHEIM, 1858),
Ajudar o educando a compreender a importância de se saber sobre sua história está baseado nesse sentido como apresenta, Durkheim, o sujeito faz parte de uma sociedade, essa sociedade tem uma história, uma existência social, o aluno compreendendo que tem uma história e essa história é importante, a ação do ensino de história vai estar presente, a história vai apoiar essa explicação, um suporte para ajudar o aluno a fazer parte de uma sociedade, a intenção de se fazer essa analise, com essas varias visões está em explicar o maior objetivo desse trabalho, a compreensão de uma história de vida, a função da história, as explicações sobre o passado, a tão conturbada e assustadora sociedade com seu conjunto de regras, a preparação para conhecer o mundo, antes de tudo isso é preciso compreender sua própria história e se dar conta de que tudo tem historicidade, eles não estarão perdidos.
O trabalho foi realizado sob orientação da Professora Fernanda Nunes Moraes atual supervisora do PIBID na escola Lindaura Martins Leitão em Rio Branco-AC, que se seguiu da seguinte forma. Utilizamos uma sala de aula, que foi decorada segundo as cores dabandeira do Acre na tentativa de chamar a atenção dos alunos, passaram dez salas pela exposição, o espaço foi montado com o intuito de refletir sobre uma história local, uma história talvez esquecida, um feriado sem significado, apenas um dia de descanso. Uma compreensão diferente se fez necessária, eles não estavam no momento histórico, mas é uma história de todos, uma construção social em que vários sujeitos lutaram, ouviram o hino acreano, analisaram as cores da bandeira a história política, como tudo começou.
O foco principal do trabalho foi à constituição de uma linha do tempo, que vai de 1903, ano em que o Acre se tornou um território federal, á 1962, quando o Acre se tornou um estado, uma elaboração estratégica de compreensões, onde o aluno vê o passado numa ordem cronológica acarretada de fatos, uma história rica em verdades, em construções.
No decorrer da realização desse trabalho se pode avaliar e conhecer as várias possibilidades que permeiam o ensino de história, não é somente o livro didático que se tem como fonte, são varias as implicações, são varias as linguagens e se torna até mais fácil ensinar usando de tantas variedades metodológicas, assim é a história, existe um conflito, sempre vai existir, como ensinar e obter resultados, a questão é ousar.
Como está sendo salientado desde o inicio desse artigo a importância de se trabalhar uma história local. Como aborda Bittencourt “a história é sempre história de alguma coisa, de algo que está acontecendo, que muda (…)”.
Uma construção decorrente da história,construir história dentro da escola, ação protagonizada por vários sujeitos em seu auge de absorção, processo construtivo livre.
Esse processo foi de fundamental importância para a formação docente, na academia se aprende quais são o fatores que interferem na escolha de um tema, uma técnica sem falhas, na escola a visão do real modifica todo o conceito formado até então, há um planejamento, mas as coisas vão acontecendo e aparecem às surpresas, a academia não ensina a resolver esses problemas, o real ensina e prepara.
A história do Acre é uma história de luta que sofre muito preconceito por se criar conceitos equivocados em relação à formação. A escola se apresenta como uma luz, os alunos não vão estar preparados para ouvir e defender. A história faz um resgate do social, e o aluno se insere nesse social e responde a perguntas que o mesmo faz ou adquire ao longo de sua vivencia. A educação a história, o social, são aspectos predominantes na formação intelectual do educando. Se trata de uma descoberta, novas palavras, novas situações, novas perguntas, novos esclarecimentos, e a história se apresenta aqui como ciência intermediária para um avanço, para uma transformação.
Para o bolsista em si, essa foi uma experiência que vai somar muito para uma preparação, para enxergar o ambiente real da escola, viver a escola, sem teorias, só observações. Construir uma educação inclusiva, no sentido de abranger de fato a demanda social suprindo as necessidades educacionais do meio analisado.
A atividade foi realizada com muitos propósitos,outro ponto que é importante lembrar é a questão do incentivo a pesquisa, como essa atividade, de certa maneira houve um despertar quanto ao conhecer, é difícil incitar a essa pratica nesses tempos que existem tantas formas de entretenimento, e ao mesmo tempo tão tomados pela tecnologia, é mais um desafio para o professor, usar essas ferramentas tão presentes no cotidiano para ensinar, foi uma construção de porquês, que agora carecem de respostas, de investigação, conhecer as diferentes representações do passado, compreendendo então que a pesquisa pode se apresentar como uma solução de problemas, o ensino como uma luz, e o professor como um mediador. Várias possibilidades, experiências únicas, a questão é saber como aplicar e tornar esses métodos evidentes, e manifesta-los da melhor maneira, enxergar que são métodos tangíveis é de fundamental importância para que o objetivo possa ser alcançado, escola é lugar de criar espaço e quebrar paradigmas, mas tudo parte de uma ação que parte de um desejo, mudança.

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