Resumo Do Livro de marx, um toque de clássicos

Resumo marx, um toque de clássicos

O livro “Um Toque de Clássico – Marx, Durkheim, Weber- Quintaneiro,Tania.” expõe um pouco sobre as obras de três grandes sociólogos: Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber. Nessa resenha, falarei especialmente sobre Karl Marx. O livro, ao falar de Karl Marx, divide-se em alguns capítulos: introdução; dialética e materialismo; necessidades: produção e reprodução; forças produtivas e relações sociais de produção; estrutura e superestrutura; classes sociais e estrutura social; lutas de classes; a economia capitalista; o papel revolucionário da burguesia; a transitoriedade do modo de produção capitalista; trabalho, alienação e sociedade capitalista; revolução; comunismo e conclusões. Falarei sobre cada um deles.

Na introdução, o autor expõe brevemente sobre a complexidade da obra de Marx e qual impacto que ela teve no mundo. Ele cita, por exemplo, que para muitas pessoas a sociologia pós-Marx é um embate entre a corroboração e negação dos assuntos abordados por ele. E assim ele preparar o leitor para a exposição dos conceitos abordados por Marx.
Após o capítulo “Introdução”, vem o capítulo: “Dialética e Materialismo”.

Nesse capítulo, o autor mostra como Marx rompeu com o conceito de dialética de Georg Wilheim Friedrich Hegel (1770-1831) e o conceito de materialismo de Ludwig Feuerbach (1804-1872), conceituando de maneira inovadora o que é chamado de materialismo dialético. Ao contrário de Hegel, que via nas idéias o propulsor do mundo, Marx via nas condições materiais o fundamento das transformações das coisas.

No terceiro capítulo “Necessidades:Produção e Reprodução”, o autor fala sobre as necessidades dos homens para Marx e como eles satisfazem essas necessidades através da produção. Para Marx, ao contrário dos animas que produzem apenas o que é necessário, os homens produzem mais do que o necessário, “o homem cria também segundo as leis da beleza”.

Além disso, ao produzir para sua sobrevivência, o homem organiza-se socialmente e, consequentemente, gera necessidades que vão além das necessidades naturais e físicas. E essas necessidades, naturais e artificiais (criadas pela produção social), vão se incorporando às sociedades e vão se reproduzindo nas próximas gerações.

No capítulo “Forças Produtivas E Relações Sociais”, o autor define o conceito de forças produtivas e relações sociais de produção para Marx. O primeiro seria equipamentos e conhecimentos que o homem detém para dominar, controlar e transformar a Natureza com objetivo de produzir bens materiais, sendo que este se desenvolveria de maneira contínua, passando de geração a geração.

Enquanto o segundo diz respeitos as relações entre os homens no processo de produção, como eles se organizam para produzir, como são distribuídos os equipamentos, as tecnologias, o conhecimento, o controle dos meios de produção e tudo aquilo que diz respeito ao processo de produção.

No quinto capítulo “Estrutura e Superestrutura”, o autor demonstra que para Marx, a sociedade seria formada por uma estrutura, soma das forças produtivas e relações sociais de produção, e a superestrutura, aquilo que é produzido pelo homem que não é material (ideologias,concepções religiosas, conhecimento científico, entre outras coisas), sendo que a primeira gera a segunda.

No próximo capítulo, “Classe Social e Estrutura Social”, percebe-se que para Marx, o surgimento da divisão social do trabalho e da apropriação privada dos meios de produção se deu pelo excedente de produção, pois quando o homem só obtinha da natureza o necessário para sobrevivência não existe divisão do trabalho, muito menos a exploração de homem pelo outro. A apropriação privada dos meios de produção é o que criou as classes sociais, de um lado os proprietários dos meios de produção e do outro lado os não proprietários. Marx criticava veemente essa apropriação, pois existiria a exploração de quem detinha os meios de produção, mas não produzia, sobre os que produziam, mas não detinham esses meios. Além disso, quem detinha os meios de produção, detinha o controle político e religioso predominante.

No capítulo “Luta de Classes”, o autor demonstra como Marx acreditava que a luta de classes sempre esteve, e sempre estará, presente na história das sociedades em que houver a apropriação dos meios de produção. Isso porque, para ele, sempre haverá uma classe dominante, detentora dos meios de produção, exploradora do trabalho daqueles que não os detém. Assim, as relações entre essas duas classes antagônicas sempre serão conflituosas, até que a classe oprimida se organize e se rebele contra a classe opressora, tornando desta maneira a classe oprimida potencialmente um agente de mudanças. Um exemplo de classe oprimida como um agente de mudança foi aclasse burguesa que através das revoluções da Idade Moderna mudaram as estruturas sociais da época.

No capítulo “Economia Capitalista”, o autor fala sobre a mercadoria, que seria o ponto chave do capitalismo. Ela seria tudo aquilo que o homem produz como também sua própria força de trabalho. A mercadoria teria dois componentes: valor de uso e valor de troca. O primeiro seria o valor dado a ela por sua utilidade. Enquanto o segundo seria o valor dado a mercadoria de acordo com habilidade utilizada e o tempo gasto na sua produção, e seu valor poderia variar no tempo e no espaço. Ainda nesse tema, o autor demonstrou que, segundo Marx, a divisão do trabalho é que cria a necessidade de mercado, produtores diferentes produzem mercadorias diferentes e precisam trocar essas mercadorias para o seu próprio consumo, mesmo que essa troca acontece através de moedas. Essa necessidade de troca de mercadorias faz com que a força de trabalho se torna uma mercadoria também, porém com algumas peculiaridades: “é a única que pode trazer mais riqueza que seu valor de troca”. Isso acontece porque o valor da força de trabalho do trabalhador vendida ao empregador é menor do que a capacidade de trabalho por ele produzida, isto é, existiria um trabalho excedente exercido pelo trabalhador que não era compensado pelo empregador. E isso, Marx denominou de mais-valia. E essa exploração só era possível porque o trabalhador era alienado, impedindo que ele percebesse que essa troca de mercadorias, força de trabalho pelo salário, que aparentemente era justa, na verdade era injusta.

Em“Papel Revolucionário da Burguesia”, décimo capítulo, o autor expõe como Marx fez uma análise do capitalismo, seu surgimento e evolução, e como esse surgimento destruiu o modelo medieval vigente. Nessa análise Marx percebeu o papel revolucionário que a burguesia teve na Idade Moderna. Ela destruiu e transformou todos os paradigmas medievais que impediam seu crescimento, tais como os tipos de processo produtivos, a organização social, os valores morais e religiosos, entre outros fatores. Além de observar que o capitalismo, tendo como característica a procura de novos mercados, possibilitou a burguesia levar essa revolução para todas as nações.

No capítulo “Transitoriedade”, entende-se que Marx percebeu que a burguesia ao se torna a classe dominante apenas substituiu os velhos paradigmas por novos. E assim, as lutas de classes ainda continuaram vigorando, uma vez que o capitalismo aumentava o antagonismo das classes, por haver uma maior exploração dos burgueses, detentores dos meios de produção, sobre o proletariado, não detentores dos meios de produção. Além disso, o capitalismo favoreceu a maior concentração do proletariado que, consequentemente, aumentou a “sua capacidade de organização e de luta e a consciência de sua situação social” , o que fez com que o proletariado fosse visto com uma classe revolucionária que deveria tomar o poder e fazer a transição de uma sociedade dividida em classes antagônicas para uma sociedade sem classes e sem poder político, uma sociedade comunista.

Já o capítulo “Trabalho, Alienação e Sociedade Capitalista”mostra que para Marx, o trabalho é o fundamento da alienação. Primeiro porque o trabalhador, com a divisão do trabalho, se torna um especialista no processo produtivo, sendo incapaz de visualizar seu trabalho no produto final. Segundo porque o trabalho é apenas fonte de sobrevivência e não de prazer. E por último, o fato do homem por valor em todas as coisas, até mesmo nas relações sociais. Marx vê uma sociedade comunista como uma solução para os conflitos entre as classes e para pôr fim à alienação.

No capítulo “Revolução”, percebe-se que Marx acreditava em um progresso da humanidade e via nas classes oprimidas os precursores desse progresso. Ele via o proletariado como uma classe de transformações e mudanças sociais. O proletariado tomaria o poder, sem ocorrer apenas uma inversão de posições (onde os oprimidos passariam a ser opressores e os opressores passariam a ser oprimidos), mas sim, uma mudança na sociedade e em suas bases.

E no capítulo “Comunismo”, o autor diz que Marx via no comunismo essa nova sociedade que ele acreditava que o proletariado deveria criar. O comunismo possibilitaria a criação de uma sociedade sem classes, e consequentemente sem exploração de uma classe por outra, sem alienação, onde os homens seriam livres, onde a divisão do trabalho atendesse ao interesse coletivo, enfim, uma sociedade melhor.

Assim, o autor chega à conclusão, onde ele mostra como as obras de Marx serviram de fundamento para vários grupos, movimentos e pensadores contemporâneos.

Com esse texto, nota-se como a obra de Marx foi importante. Mesmo que acriação de uma sociedade comunista, o fim que tanto Marx almejava, tenha se tornado uma utopia, percebe-se que houve uma organização das classes oprimidas a fim de diminuir sua exploração pelas classes opressoras. Hoje em dia, por exemplo, na maioria dos países, a jornada de trabalho fica em torno de 8 horas diárias e isso só foi possível pela luta de alguns grupos sociais. Além disso, cada vez mais o trabalho tem deixado de ser uma fonte de alienação para se tornar uma fonte de prazer. Infelizmente ainda existem muitos países que apresentam a sociedade parecida com a que Marx viveu, mas percebe-se que, de alguma forma, todas as sociedades tende a se aproximar às sociedades em que as desigualdades entre as classes são menores ou mesmo que haja grandes desigualdades sociais, isto não impede que as classes não dominantes sejam felizes. Assim, percebe-se que o capitalismo contemporâneo muito se difere do capitalismo da época de Marx. E, além disso, ao se analisar a história, nota-se que todas as tentativas de implantar uma sociedade comunista fracassaram, nunca havendo a transição da “ditadura do proletariado” para a tão sonhada sociedade comunista. Assim, percebe-se o quanto as obras de Marx foram importantes, não por criar uma nova sociedade com novas bases (comunismo), mas sim por transformar a sociedade capitalista numa sociedade um pouco melhor.

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[ 2 ]. MARX. Manuscritos: economía y filosofía, p. 112.
[ 3 ]. QUINTANEIRO. Um Toque de Clássicos, p. 44.
[ 4 ]. QUINTANEIRO. Um Toque de Clássicos, p. 48.

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