Literatura barroca

 

 

O Barroco sucedeu ao Renascimento, abrangendo do final do século XVI ao final do século XVIII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas europeias e latino-americanas. O momento final do Barroco, o Rococó é considerado um barroco exagerado e exuberante, e para alguns, a decadência do movimento.

Em sua estética, o barroco revela a busca da novidade e da surpresa; o gosto pela dificuldade, pregando a ideia de que se nada é estável tudo deve ser decifrado; a tendência ao artifício e ao engenho; a noção de que no inacabado reside o ideal supremo de uma obra artística.

A literatura barroca se caracteriza pelo uso da linguagem dramática expressa no exagero de figuras de linguagem, de hipérboles, metafóricos, anacolutos e antíteses.

Etimologia

Esta palavra é derivada do português ‘barroco’, que designa a pérola irregular, imperfeita e grosseira – tal como os clássicos qualificavam o estilo, que consideravam irregular, defeituoso ou de mau gosto.[1] Segundo outros, o termo deriva de “baroco”, palavra criada como recurso mnemônico para um dos silogismos aristotélicos. Outra possibilidade é a de que a palavra tenha origem no latim bis-roca, que significa ‘pedra torta ou defeituosa’.[2][3]

De todo modo, assim como a maior parte das designações de períodos ou estilos, o uso da palavra ‘barroco’ para qualificar a arte e a literatura do século XVII e do início do XVIII foi introduzido pelos críticos – e não pelos artistas do período, que não se consideravam “barrocos” mas “clássicos”. Tinha um sentido pejorativo, fazendo referência aos excessos expressivos, à redundância e à abundância de detalhes que caracterizavam o estilo, atributos que contrastavam com a clara e sóbria racionalidade do Renascimento. O termo foi aplicado pela primeira vez, nesse sentido, à música – e não à arquitetura – numa sátira anônima à estreia de Hippolyte et Aricie de Jean-Philippe Rameau, em outubro de 1733, publicada no jornal literário Mercure de France, em maio de 1734. Segundo o crítico em questão, a ópera de Rameau era “barocque”, faltando-lhe coerência melódica, ao mesmo tempo que lhe sobravam dissonâncias.[4]

A origem do barroco[

Em Portugal, o Barroco, também chamado Seiscentismo (por ter sido estilo que teve início no final do século XVI), tem como marco inicial a Unificação da Península Ibérica sob o domínio espanhol em 1580, estendendo-se até por volta da primeira metade do século XVIII, quando ocorre a fundação da Arcádia Lusitana, em 1756 e tem início o Arcadismo.

O Barroco corresponde a um período de grande turbulência político-econômica, social, e principalmente religiosa. A incerteza e a crise tomam conta da vida portuguesa. Fatos importantes como: o término do Ciclo das Grandes Navegações, a Reforma Protestante, liderada Lutero (na Alemanha) e Calvino (na França) e o Movimento Católico de Contra-Reforma, marcam o contexto histórico do período e colaboram com a criação do “Mito do Sebastianismo”, crença segundo a qual D. Sebastião, rei de Portugal (aquele a quem Camões dedicou Os Lusíadas), não havia morrido, em 1578, na Batalha de Alcácer Quibir, mas que estava apenas “encoberto” e que voltaria para transformar Portugal no Quinto Império de que falam as Escrituras Sagradas.

O marco inicial do Barroco brasileiro é o poema épico, Prosopopeia de Bento Teixeira (1601). Há dúvidas quanto à origem do poeta, estudos literários recentes afirmam que ele nasceu em Portugal, porém viveu grande parte de sua vida no Brasil, em Pernambuco.

Características

As principais características barrocas são:

Dualismo: O Barroco é a arte do conflito, do contraste. Reflete a intensificação do bifrontismo (o homem dividido entre a herança religiosa e mística medieval e o espírito humanista, racionalista do Renascimento). É a expressão do contraste entre as grandes forças reguladoras da existência humana: fé x razão; corpo x alma; Deus x Diabo; vida x morte, etc. Esse contraste será visível em toda a produção barroca, é frequente o jogo, o contraste de imagens, de palavras e de conceitos. Mas o artista barroco não deseja apenas expor os contrários, ele quer conciliá-los, integrá-los. Daí ser frequente o uso de figuras de linguagem que buscam essa unidade, essa fusão.

Fugacidade: De acordo com a concepção barroca, no mundo tudo é passageiro e instável, as pessoas, as coisas mudam, o mundo muda. O autor barroco tem a consciência do caráter efêmero da existência.

Pessimismo: Essa consciência da transitoriedade da vida conduz frequentemente à ideia de morte, tida como a expressão máxima da fugacidade da vida. A incerteza da vida e o medo da morte fazem da arte barroca uma arte pessimista, marcada por um desencantamento com o próprio homem e com o mundo.

Feísmo: No Barroco encontramos uma atração por cenas trágicas, por aspectos cruéis, dolorosos e grotescos. As imagens frequentemente são deformadas pelo exagero de detalhes. Há nesse momento uma ruptura com a harmonia, com o equilíbrio e a sobriedade clássica.

Cultismo: jogo de palavras, o uso culto da língua, predominando inversões sintáticas.

Conceptismo: jogo de raciocínio e de retórica que visa melhor explicar o conflito dos opostos.

Linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando muitos recursos estilísticos, figuras de linguagem e sintaxe, hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos.

Literatura moralista, já que era usada pelos padres jesuítas para pregar a fé e a religião.

Antropocentrismo x Teocentrismo (homem X Deus, carne X espírito)..

Barroco Ibérico

O barroco ibérico diz que há dois modos de se conhecer a realidade:

Cultismo – descrição simples de objetos usando uma linguagem rebuscada, culta e extravagante, jogo de palavras (paradoxo), com uma influência visível do poeta espanhol Luís de Gôngora (aí o estilo ser chamado também de Gongorismo). Caracterizado também pelo grande uso no emprego de figuras de linguagem como metáforas, antíteses, hipérboles, anáforas, etc.

Conceptismo – marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista e que utiliza uma retórica aprimorada. Os conceptistas pesquisavam a essência íntima dos objetos, buscando saber o que são, assim, a inteligência, lógica e raciocínio ocupam o lugar dos sentidos. Assim, é muito comum a presença de elementos da lógica formal como o silogismo e o sofisma

Barroco no Brasil[

O poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira, publicado em 1601, apesar de considerado um documento de pouco valor literário, é indicado como o início do Barroco na Literatura Brasileira.[carece de fontes]

Autores representativos[editar | editar código-fonte]

Brasileiros

Gregório de Matos, representando a vértice cultista do barroco;

Poesia religiosa – Apresenta uma imagem quase que exclusiva: o homem ajoelhado diante de Deus, implorando perdão para os pecados cometidos.

Bento Teixeira Pinto

Manuel Botelho de Oliveira

Padre António Vieira

Frei Manuel de Santa Maria Itaparica

Portugueses

Padre António Vieira, representando a vértice conceptista do Barroco.

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