Modernismo na Literatura

 

Modernismo é uma escola literária que surgiu no início do século XX, após o pré-modernismo, em um momento conturbado. Esse movimento literário representa a ruptura com padrões e a inovação.

Em Portugal, seu marco inicial deu-se em 1915 com a publicação da Revista Orpheu. No Brasil, este movimento possui como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, na cidade de São Paulo, devido ao Centenário da Independência.

Esse movimento ocorreu entre as duas Guerras Mundiais. Era um período agitado e de diferenciações de ideias, em que as pessoas desejavam lutar pelo seu país. Porém, em contrapartida aconteciam crises políticas, tornando o período mais tenso.

A Primeira (1914-1918) e a Segunda (1939-1945) Guerras Mundiais não se concentravam em um só país, era no mundo todo.

Nessa mesma época, outros fatos estavam em andamento, como:

  •  O crescimento da industrialização;
  •  A Teoria da Relatividade de Einstein;
  •  A Teoria Psicanalítica de Freud;
  •  As transformações tecnológicas (eletricidade, telefone, avião, cinema).

Em Portugal, com a Proclamação da República Portuguesa, surgiam dois partidos políticos: os Situacionistas e os Inconformados.

Esses dois partidos pensavam de forma opostas, e por conta disso cada um se expressava de um jeito diferente.

Os Situacionistas lançam a Revista Águia que trazia a proposta do saudosismo, que nada mais é que um resgaste através da literatura dos anos gloriosos de Portugal. Eles não queriam uma ruptura com o passado, desejavam manter-se com a época que Portugal era gloriosa. Já os Inconformados almejavam romper com o padrão e estilo, e propunham inovação.

Todas essas situações influenciam os pensamentos dos autores e artistas plásticos.

O Modernismo se divide em três gerações:

Primeira Geração (1915-1927)

A primeira geração do Modernismo é chamada de Geração Orpheu ou Orfismo, porque ficou atrelada à revista Orpheu. Ela foi publicada com a iniciativa de Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros. Com visão futuristas e ideias que rompessem com os padrões do passado, trouxe grande escândalo na sua primeira e segunda publicação. A sua duração foi em torno de um ano, devido a problemas financeiros após o suicídio de Mário de Sá Carneiro, em 1916.

As Vanguardas Europeias que influenciaram essa geração foi o Futurismo e o Expressionismo, e os seus principais autores são:

  • Fernando Pessoa (1888-1935): o autor mais influente e a personalidade do modernismo em Portugal. Escreveu “Mensagem” e criou os heterônimos Alberto Caeiro (“Pastor Amoroso”, “Poemas Inconjuntos”), Ricardo Reis (“Prefiro Rosas”, “Breve o Dia”) e Álvaro de Campos (“Ode Marítima”, “Tabacaria”);
  • Mário de Sá Carneiro (1890-1915): o autor tinha obras com temas que girava em torno da insatisfação psicológica. Escreveu contos como “Princípio”, “A Confissão de Lúcio”, “Céu em Fogo”, bem como poesias. São exemplos “Dispersão”, “Indícios de Oiro”, “Poesias”;
  • Almada Negreiros (1893-1970): artista plástica, que escreveu manifestos futuristas, textos doutrinários, peças teatrais, entre outros.

Segunda Geração (1927-1940)

O segundo momento do Modernismo é chamado de Presencismo. Iniciou-se em 1927 com o lançamento da revista Presença. A revista foi fundada por Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio.

O objetivo desse grupo era dar continuidade ao trabalho iniciado com a Revista Orpheu, com ideias de literatura viva.

Principais autores e algumas obras que se destacam:

  • José Régio (1901-1969): foi escritor, diretor e editor da Revista Presença. Escreveu “Poemas de Deus e do Diabo”, “Jogo da Cabra-Cega”, “Há mais Mundos”;
  • João Gaspar Simões (1903-1987): influente crítico e investigador literário. Escreveu “Romance numa Cabeça”, “Amigos Sinceros”, “Internato”;
  • Branquinho da Fonseca (1905-1974): o autor usou também o pseudônimo de António Madeira. Escreveu “Poemas”, “Mar Coalhado”, “Bandeira Preta”.

Terceira Geração (1940 até os dias atuais)

A Terceira Geração e o último momento do Modernismo. Iniciou-se em 1940, com a publicação de Gaibéus, de Alves Redol. Esse período é chamado de Neorrealismo, pois apresenta uma literatura engajada com os motivos sociais e políticos. É considerado um movimento ideológico e eclético. Além disso, caracterizou-se também pela oposição ao ditador Antônio de Oliveira Salazar.

 

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