LOGÍSTICA MILITAR E A EMPRESARIAL

Um país e a sua nação se firmam, no cenário internacional, através do estabelecimento e da manutenção de um conjunto de poderes. Dentre tais poderes, o econômico e o militar são exemplos de resultantes de uma estrutura logística de suporte à consecução dos respectivos objetivos. Para derrubar o poder econômico de um país, apesar da sua abundância natural, basta que não lhe deixe promover a transformação em riquezas. Como? Bloqueando o desenvolvimento da sua estrutura logística. Um dos grandes óbices do Brasil é o seu custo logístico que é explorado pela concorrência internacional, além das dificuldades nacionais (matriz de transportes, baixa massa crítica – esta, melhorando fortemente), tamanho e expansão das fronteiras agrícolas e industriais.

No poder militar, que é extremamente fundado numa logística flexível, a história está repleta de formulações heurísticas. O célebre General chinês do inicio dos tempos afirmava:

Lutar e vencer todas as batalhas não é a glória suprema. A glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo, sem lutar.” (SUN TZE)

Um blog brasileiro, especializado em logística militar diz:

Em uma análise rápida da história militar, podemos constatar que todas as batalhas travadas nos últimos 100 anos foram vencidas pela inviabilização da logística inimiga e consequente enfraquecimento das forças opositoras, quando então o fogo e o movimento entram em ação para subjugar um inimigo desprovido de recursos essenciais.http://operacoesmilitaresguia.blogspot.com.br/2012/09/logistica-militar.html

Tradução de um correspondente, na atualíssima guerra da Síria, descrevendo as manobras das forças governistas e seus apoios, afirma que:

Em 16 de julho, unidades do governo e as forças de apoio cortaram a rota de suprimentos do ISIS vinda de al-Shaddadi e al-Meilabiyeh, próximos de Hasaka. Isso foi pouco dias depois de outra rota de suprimentos a partir de Jisr Abyad no lado sudoeste da cidade ter sido bloqueada. Então, o exército [governamental] retomou o controle das principais estações de transmissão de eletricidade nos arredores ao sul de Hasaka. http://coletivolenin.blogspot.com.br/

Observe  caro leitor, que é comum aos três momentos históricos, a vontade de cortar ” as linhas de suprimento do inimigo” e esperar que definhe a sua vontade de guerrear.

Em tempos e em “situação de paz” as afirmações continuam válidas. O Brasil, com as suas dimensões e diversidades, tem uma logística muito sensível ao atrapalho por parte de interesses estrangeiros e locais.

O pensamento acadêmico sobre logística (transporte, armazenagem, movimentação, controle documental e informações ) diz que uma das suas principais caraterísticas é a flexibilidade do projeto logístico, aspecto que sobra na logística militar e é muito explorado na distribuição e suporte dos serviços de polícia militar no nosso país.

No dia a dia da atividade de controle de desempenho do sistema logístico existem várias ferramentas que monitoram a indicadores de de tal característica, a Supply Chain and Operations Reference (SCOR) é uma delas. O pessoal encarregado desse processo estratégico de apoio (reduz custos e melhora nível de serviços) está sempre revisando o projeto vigente, buscando melhorias.

Como se pode observar, ambos os conceitos de operações (militar e não militar) visualizam a constante necessidade de adaptação, mas se buscarmos a origem de cada um dos conceitos, poderemos perceber o fundamento das diferenças, particularmente no Brasil onde terreno e clima são considerações diferenciais.

Logística, segundo o Supply Chain Council

“Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes” (Carvalho, 2002).

logística

Logística, segundo regulamentos e manuais militares

“Logística militar é o conjunto de atividades que visem a provisão de recursos e serviços necessários ao cumprimento da missão das forças armadas. Cabe a logística militar prover às forças em operação todos os serviços de que estas necessitem para se manterem em ação contínua e sempre operacionais.”

militar

De imediato se pode perceber que o conceito militar, ao deixar de enumerar nesse nível quem integra ” o conjunto de atividades” acaba sendo mais flexível que o conceito montado pelos conselho de profissionais de logística. Outra característica que sobressai é a consideração e foco em serviços – a logística é suporte da operação. O conceito do Conselho parece indicar que a logística seja um fim em si mesma.

Essas diferenças, no mais alto nível conceitual, acabam por determinar os principais aspectos sobre planejamento, execução e controle da atividade. a logística militar é naturalmente mais desdobrada no terreno, enquanto que a não militar ainda é limitada aos conceitos de origem e destino. Nesta, a produção seja ela qual for, tem que chegar ao grandes centros de consumo ou a uma estação aduaneira primária (portos, aeroportos e fronteiras terrestres); o gerenciamento da rotina é a técnica presente. Naquela, o trabalho com a previsão de necessidades materiais é rotina: o serviço é maleável, flexível.Os manuais são tão rígidos quanto qualquer grande e média empresa, porém os serviços são regidos por padrões que se submetem à necessidade da operação -“a ação é contínua.”.

A logística empresarial se aproxima muito da militar nas indústrias de transformação, quando se faz necessária uma verdadeira composição de meios para se instalar e manter as operações em localidades distantes dos recursos . As mineradoras com extração em meio as matas e a construção de grandes obras, como as estradas e hidroelétricas, no nosso país, são exemplos típicos da conjunção de conceitos.

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