HISTÓRIA DO SANTA CRUZ FUTEBOL CLUBE

 

Conheça a história detalhada do Santa Cruz por períodos:

  • 1914
    1915
  • 1916
    1930
  • 1931
    1940
  • 1941
    1950
  • 1951
    1960
  • 1961
    1969
  • 1970
    1979
  • 1980
    1989
  • 1990
    1999
  • 2000
    2010
  • 2011
    2013

1914 – 1915

1914: NASCE O SANTA CRUZ, PARA VIVER ETERNAMENTE

Um grupo de onze garotos, com idades entre 14 e 16 anos, residentes no bairro da Boa Vista, nas imediações do centro da cidade do Recife, que costumava jogar futebol no pátio da Igreja de Santa Cruz, decidiu tornar sério seus bate-bolas e fundar um clube.

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Igreja de Santa Cruz, onde o Mais Querido foi fundado

Assim, no início da noite de 3 de fevereiro de 1914, uma terça-feira, na casa nº2 da rua da Mangueira (hoje rua Leão Coroado, nas proximidades do Largo de Santa Cruz), os onze meninos, em reunião, como ficou registrado na ata da mesma, fundaram o clube que decidiram chamar de “Santa Cruz Foot-Ball Club”, cujo principal esporte seria o futebol.

Na mesma reunião, foi escolhida e tomou posse a primeira diretoria, tendo como primeiro presidente José Luiz Vieira. Outra decisão tomada foi sobre as cores adotadas pelo novo clube, optando-se pelo branco e preto.

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Ilustração da Ata de Fundação do Santa Cruz

Logo no primeiro jogo, o “time dos meninos” deu mostras daquilo que viria ser seu futuro. O adversário foi um outro clube recém-criado, o Rio Negro, na campina do Derby, um bairro próximo. Apesar de acostumados a jogar nas ruas, o garotos do Santa Cruz não estranharam o gramado, aplicando 7×0, com cinco gols de Silvio Machado.

Após o massacre, o Rio Negro pediu revanche e impôs uma condição, “desta vez, Silvio Machado não jogará!”. O Santa Cruz concordou, assim marcou-se outro jogo, no campo do adversário, na rua Barão de São Borja, no hoje bairro da Soledade. Desta vez, com Carlindo no lugar de Silvio Machado. Resultado? Santa Cruz 9×0, com seis gols do substituto Carlindo.

Aos poucos, os feitos do time foram se tornando notórios no Recife, vitórias como as iniciais, ou como contra o combinado de ingleses da Western Telegraph Company, só fizeram o clube ser cada vez mais admirado na cidade. Outro fator que contribuiu para que desde cedo o Santa Cruz possuísse a maior torcida do Estado foi sua origem.

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Primeiro time da história do Santa

Enquanto os outros clubes que destacavam-se no cenário local eram elitistas, o Santa foi um clube surgido na classe média, popular desde seu nascedouro, sendo um dos primeiros a aceitar negros, algo raro na época. O escudo do clube inclusive foi desenhado em 1915 por Teófilo Batista de Carvalho, conhecido por Lacraia, primeiro negro a defender o Santa Cruz.

Mas nem tudo correu bem no início, em um momento de crise, em 1914, o clube por pouco não deixou de existir. Em uma reunião, um dos fundadores propôs o gasto dos únicos seis mil réis existentes em caixa na compra de uma máquina elétrica de fazer caldo de cana (o que era sucesso na época, na Rua da Aurora).

Foi então que, Alexandre de Carvalho agiu energicamente, dando um murro na mesa e pronunciando palavras que ainda hoje são sentidas no coração dos torcedores “O Santa Cruz nasceu e vai viver eternamente!”. Estava iniciada a história daquele que hoje é um dos maiores clubes do futebol brasileiro.

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Teófilo Batista de Carvalho criou o primeiro escudo do Santa

1915: SURGEM AS TRÊS CORES, COMEÇA A DISPUTA DO CAMPEONATO PERNAMBUCANO

Em 16 de junho de 1915, é fundada a Liga Sportiva Pernambucana (LSP), hoje Federação Pernambucana de Futebol. A entidade passou então a organizar os campeonatos estaduais. O primeiro ocorreu já em 1915, porém, antes do pontapé inicial, um acaso do destino mudaria para todo o sempre a história do “time dos meninos”.

Uma das regras da LSP afirmava que seus afiliados não poderiam usar as mesmas cores, porém, tanto Santa Cruz como o Flamengo eram alvinegros, sendo assim, um dos dois teria que alterar seu pavilhão.

A decisão saiu em um sorteio, o Flamengo venceu e como prêmio, permaneceu alvinegro, já o Santa teria que mudar suas cores.Assim, optou-se pela inclusão do vermelho junto ao branco e preto, nascendo assim o Tricolor.

Dois fatores teriam influenciado na inclusão do vermelho, o primeiro teria sido a boa impressão que o time do Flamengo/RJ causou ao fazer uma excursão ao Recife na época. O rubro-negro carioca usava então um uniforme com listras horizontais vermelhas, brancas e pretas, o popular Cobra-Coral, que foi adotado pelo Santa Cruz.

Outro fator teria sido a simpatia que alguns dos membros da diretoria nutriam pela Alemanha, na Primeira Guerra Mundial, que naquele momento se desenrolava na Europa. Na época, a bandeira alemã era composta por três faixas horizontais, preta, branca e vermelha. As novas cores do clube foram oficializadas no dia 16 de março de 1916.

Solucionado o problema das cores, veio a disputa da primeira partida do Campeonato Pernambucano e coube ao Santa a honra de inaugurar a festa oficial nos gramados do Estado. No dia 1º de agosto de 1915, o Tricolor venceu a equipe da Coligação Sportiva Recifense por 1×0, com gol de Mário Rodrigues, e grande atuação do goleiro Ilo Just, um dos primeiros ídolos corais, ao lado de Pitota.

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Atacante Pitota, craque do Mais Querido

Seis times participaram daquele campeonato e como Santa, Flamengo e Torre chegaram ao final da disputa empatados, o título foi decidido entre os três. Contra o Torre, o Tricolor foi impiedoso, fazendo 5×0, bastava vencer o Flamengo para conquistar o primeiro título, porém, o time acabou derrotado e como o Flamengo também venceu o Torre, ficou com o título.

Ao fim de sua primeira competição oficial, o clube fundado por garotos e que quase deixou de existir em virtude da possibilidade da compra de uma máquina de fazer caldo de cana, conquistara o vice-campeonato, nada mal, porém a principal conquista já era bem clara naquela época e mantém-se até hoje idêntica: o Santa Cruz era o Mais Querido, seus jogos sempre reuniam um bom número de adeptos. Num tempo em que o futebol pernambucano ainda engatinhava, o Tricolor já era o Time do Povo.

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