Distribuição da População Brasileira

Assim como no mundo, a população brasileira também se distribui de maneira irregular pelo território, resguardadas as peculiaridades naturais, históricas e econômicas que cada região possui.

Os maiores adensamentos demográficos brasileiros estão localizados na fachada litorânea, principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. O fato pode ser explicado principalmente por razões históricas, econômicas e políticas.

Região Nordeste foi a que primeiro recebeu do colonizador europeu o impacto do povoamento. Este procurou aliar fatores estratégicos, como a proximidade geográfica com a metrópole e a topografia mais acessível daquela região, especialmente da fachada litorânea, aos interesses econômicos da época, ou seja, a atividade açucareira.

Com a competitividade do açúcar antilhano e do estimulante período minerador que se instalou em Minas Gerais, o eixo de interesse se deslocou para o Sudeste. Isso provocou não apenas focos importantes de povoamento nesta região, como também incentivou o povoamento em outros lugares, mais periféricos, em função da necessidade de produção de alimentos para o abastecimento da zona aurífera.

Mais tarde, com a atividade cafeeira, o interesse econômico se fixou de forma determinante no Sudeste, criando forte infraestrutura para o futuro desenvolvimento industrial.

Enfim, a região, provida de acumulação de capital e de demanda populacional, passou a ser o polo de desenvolvimento do país.

Região Sul, das três, foi a que recebeu povoamento mais recente. Ainda no período colonial, as zonas de fronteira do Brasil meridional eram palco de confronto entre espanhóis e portugueses, tornando indefinido o domínio de certas porções do território.

Foi no Brasil Império que se incentivou o povoamento da região, através de política imigratória. Tal estratégia, além de definir a posse da terra, tornou-a produtiva, pois apesar das grandes dificuldades enfrentadas pelos imigrantes europeus, foram eles os principais responsáveis pelo desenvolvimento da região, através das atividades pastoris e, posteriormente, da indústria.

O conhecimento técnico do imigrante, aliado ao sistema familiar de produção artesanal, transformou pequenas unidades agropastoris em verdadeiros embriões de industrialização verticalizada, aproveitando o núcleo produtivo local para transformá-lo em indústrias bastante representativas na atualidade.

Exemplos típicos são os frigoríficos da região, as vinícolas, as metalúrgicas e as indústrias de móveis e de calçados, na maioria ligadas à presença dos imigrantes alemães, italianos e eslavos.

As regiões Centro-Oeste e Norte são as que apresentam os maiores vazios demográficos. Distantes dos eixos de interesse econômico, num país de extensão continental, com uma política exportadora de matérias-primas e uma estrutura de transporte voltada para o setor rodoviário, portanto caro, é explicável o menor povoamento das mesmas.

Se as condições naturais da Amazônia já foram consideradas, erroneamente, barreiras ao povoamento, hoje, o movimento ambientalista se mobiliza para não permitir que ocorra no domínio da Floresta Amazônica o que aconteceu com a Mata Atlântica, ou seja, o seu extermínio.

Idealiza-se, para a região, o desenvolvimento sustentado, o que cientificamente seria capaz de dar suporte econômico às populações locais, sem causar prejuízo às fontes naturais que as provêm. O maior interesse econômico na região reside nas atividades extrativas e agropastoris.

Já a Região Centro-Oeste, tanto pela proximidade em relação ao Sudeste como pela topografia tabular de grande parte dos seus domínios tem atraído investimentos para as atividades agropastoris, principalmente para a agricultura mecanizada. Tal situação tem colocado em risco um importante ecossistema brasileiro: o cerrado. Porém, tem gerado divisas para o país, num impasse que historicamente se repete.

Conclusão

O que se vê, portanto, é um Brasil com um visível contraste, fruto das dimensões históricas de seu povoamento.

Na fachada litorânea temos adensamentos humanos que preocupam, principalmente pelos problemas de diversas ordens deles decorrentes. Na região central, um grande vazio, com sérios desafios para o futuro, principalmente se o seu povoamento se der de maneira desorganizada, em função de se tratar de dois dos mais representativos ecossistemas terrestres: Floresta Amazônica e cerrado.

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