Conheça os 3 Melhores Tipos de Avaliação Postural

 

Conheça os 3 Melhores Tipos de Avaliação Postural

Seria muito fácil simplesmente dizer que devemos realizar a avaliação postural porque o tratamento ou planejamento de aulas depende disso. É verdade, porém os tipos de avaliação postural não se baseiam em uma explicação tão simplista como essa.

Quero que você realmente compreenda os efeitos que os melhores tipos de avaliação postural têm em nossos alunos.

Vou começar com uma avaliação rápida a respeito de LERs: Lesões por Esforço Repetitivo. Sabemos que muitos pacientes e alunos desenvolvem LER por causa das atividades laborais. Esse é um grupo de doenças que é apontado como um dos principais motivos de afastamento do trabalho e incluem disfunções como:

  • Tendinite
  • Tenossivite
  • Epicondilite
  • Bursite
  • Síndrome do Túnel do Carpo
  • Síndrome do Desfiladeiro Torácico

Como você pode perceber, existem muitos problemas considerados LERs, inclusive algumas patologias sobre as quais já falei aqui no blog. E muitos indivíduos estão expostos ao desenvolvimento dessas doenças. Estudos realizados no Reino Unido indicaram que cerca de 2,6% dos trabalhadores tem o problema e espera-se que esse número aumente.

 

Avaliação Postural Eficiente

Agora você talvez se pergunte: por que estou falando a respeito de LER em um artigo sobre tipos de avaliação postural? Porque conseguimos prevenir boa parte desses problemas através de uma avaliação postural eficiente e completa.

Sabemos também que não basta uma avaliação postural, pois as disfunções biomecânicas encontram-se dentro de um contexto bio-psico-social, sendo que o bio não pode ser negligenciado, mas as questões psico-comportamentais vêm em uma crescente científica de grande importância nas dores crônicas.

Posturas inadequadas são somente um fator de risco para o surgimento de lesões, seja no esporte ou no trabalho, mas se o indivíduo gosta de seu trabalho, está com problemas pessoais, psicológicos também devem ganhar importância em nossa anamnese.

Por que alguns indivíduos passam anos em um trabalho de repetição motora e nunca sofreram de nenhum tipo das LERs citadas?

Essa é a incógnita que a ciência vem desvendando nos últimos tempos. Aqui quero dar também uma ênfase para a anamnese, pois a entrevista realizada antes da avaliação, deve nos ajudar a entender a atividade laboral do aluno e como ele pode estar em risco, para depois darmos a devida atenção aos determinados aspectos da sua bio-psico-sociais.

Neste artigo, daremos ênfase aos desequilíbrios posturais, pois também não podemos cair no rol de que toda dor se encontra no contexto psico-social.

Uma lesão de manguito rotador, pode estar incluída nos contextos sociais, porém, a lesão mecânica ocorreu e devemos entender como isso aconteceu, sob o aspecto postural. Afinal, somos profissionais do movimento, e as novas visões científicas não excluíram os fatores biológicos, somente diminuíram sua importância.

Sabemos também que a sensibilização central é o grande chefe e mentor das dores crônicas, sabemos que devemos pensar mais além, e em artigo próximo discutiremos essas questões, sob o risco de cairmos num aspecto muito perigoso diante de nossas profissões, de que tudo que não funcionou em nossa função e porque estar nas questões psico-sociais.

Devemos estar atentos também a essa importante questão. Bom, voltemos ao tema do artigo.

1) Avaliação Postural Estática

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Você já conhece esse tipo de avaliação. O aluno entra na sala, logo ele já está sendo avaliado e o colocamos na posição correta. A análise é feita com o indivíduo em bipedestação, com o segundo dedo do pé alinhado com a linha média do joelho. Essa linha deve estar alinhada com as espinhas ilíacas ântero superiores.

Durante a avaliação estática devemos identificar:

  • Lesões Ascendentes/Descendentes
  • Posição do Quadril
  • Posição das Espinhas Ilíacas
  • Unidade Tronco
  • Pés
  • Joelhos
  • Coluna
  • Cabeça
  • Ombro e Escápulas

Esse é o momento no qual você buscará desvios das curvas fisiológicas da coluna quando o aluno encontra-se em bipedestação. Ele também te indica alguns tipos de desvios de joelho, mas alguns deles só serão encontrados em movimento.

Enquanto anotamos o resultado dessa avaliação devemos lembrar que a estática é enganosa.

Na verdade, não existe estática. O que realmente existe é uma série de adaptações posturais realizadas pré-programadas pelo sistema nervoso central, para que o reequilíbrio postural aconteça, respeitando três leis:

  1. Equilíbrio
  2. Conforto
  3. Economia

Portanto, um possível desvio que encontramos nos tipos de avaliação postural estática pode se alterar completamente na dinâmica. Minha dica é: somente anote os esquemas adaptativos desse corpo para depois confirmá-los na avaliação dinâmica. Assim, você evita falsos positivos ou negativos que poderiam comprometer o tratamento e seus resultados.

2) Avaliação Postural Dinâmica

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A avaliação postural dinâmica usa o movimento para sua análise. Como vimos anteriormente, a estática é enganosa, portanto, devemos complementá-la com o movimento.

Na avaliação dinâmica incluímos movimentos assistidos e realizados pelo paciente. Nosso objetivo é identificar os esquemas adaptativos realizados pelo corpo para proteger suas estruturas. O corpo sempre estará buscando posturas de readaptabilidade para respeitar as  3 leis biomecânicas:

  1. Lei do Equilíbrio: o corpo prioriza sempre o equilíbrio corporal;
  2. Lei do Conforto: o funcionamento do corpo deve sempre ser confortável, caso não esteja ele realizará compensações para alcançar esse estado;
  3. Lei da Economia: o corpo sempre busca a economia energética, mesmo que isso signifique compensações e perda de mobilidade.

Além disso, as estruturas corporais sempre priorizam as vísceras. Por isso, é possível que um esquema compensatório (como uma escoliose) surja por conta de problemas viscerais, ou pelos campos interferenciais que não param de crescer em nossa aérea.

Durante a avaliação dinâmica devemos estar atentos a todos os esquemas criados dentro do corpo. Também devemos procurar descobrir quando e como surge a dor, especialmente se esse paciente já tiver alguma patologia.

Outro ponto importante na avaliação dinâmica são as cadeias musculares. É nesse momento que você consegue identificar quais delas estão em tensão, suprindo um papel que seria de outra cadeia muscular. Isso será mostrado claramente através de desvios no quadril, joelhos, coluna, entre outros.

3) Fotogrametria

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A fotogrametria é uma técnica que utiliza uma câmera e softwares de avaliação para identificar pontos anatômicos em desequilíbrio.

Para realizá-lo você deve posicionar o paciente próximo à câmera com os pés na posição correta. Na verdade, a fotogrametria também pode ser considerada como um tipo de avaliação estática.

A câmera tira uma sequência de fotos que depois passa pelo software, que marca uma série de pontos anatômicos. Os principais pontos analisados pela fotogrametria são:

  • Acrômio
  • Maléolos
  • Espinha Ilíaca
  • Trocânter Maior
  • Patela
  • Linha Articular do Joelho
  • Tuberosidade da Tíbia
  • Ângulo Inferior da Escápula
  • C7 e T3
  • Calcâneo
  • Ponto Médio entre Maléolos
  • Ponto Médio da Perna

Por ser um método de avaliação estática computadorizado a fotogrametria apresenta diversas limitações. Em primeiro lugar, ela é incapaz de realizar uma avaliação eficiente de membros superiores. Ela também realiza uma análise bidimensional, sem considerar todos os planos existentes no corpo.

O relatório gerado pela fotogrametria deve ser utilizado somente como um complemento para as outras avaliações realizadas em aula. Ele é incompleto e inconfiável demais para servir como base para planejar todo o tratamento ou identificar a causa dos desequilíbrios.

Qual dos 3 Tipos de Avaliação Postural devo escolher?

Apresentei 3 tipos de avaliação postural nesse artigo, mas nenhum deles pareceu completo sozinho para avaliar o aluno. O que usar durante a aula então?

Nunca confie somente num tipo de avaliação!

Para realmente entender o corpo do aluno, suas compensações e como a dor surgiu ou o que pode levar ao surgimento da dor, precisamos combinar avaliações. A avaliação dinâmica é essencial para confirmar seus achados na avaliação estática. Da mesma forma, uma boa avaliação estática complementa os achados da fotogrametria. Ou seja, nunca devemos avaliar o aluno de maneira isolada.

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