Berlim

Capital da corte prussiana e, durante séculos, destacado centro cultural e econômico da Alemanha, Berlim voltou a ser a capital do país em 1991, trinta anos depois da construção do sombrio muro que a separava em duas partes. Ainda assim, Bonn continuou a abrigar, temporariamente, as instituições centrais do estado.

História. Berlim nasceu da união parcial, no século XIII, de dois encraves conquistados aos eslavos pelos alemães: o que lhe deu o nome, na margem direita do Spree, e o de Kölln, sobre uma ilha desse rio. Essa união não tardou a obter franquias municipais e a ser dotada de um conselho, mais tarde abolido, quando passou a depender diretamente da Dieta (assembléia do Sacro Império Romano-Germânico). No século XIV, Berlim e Kölln se integraram à Liga Hanseática e no XV passaram a fazer parte da província de Brandemburgo, convertendo-se em capital do eleitorado quando a casa de Hohenzollern fixou sua residência na cidade, no final do século.

Durante a guerra dos trinta anos, Berlim foi sitiada repetidamente pelas diferentes facções em contenda, sobretudo pelos imperiais e pelos suecos. A prosperidade renasceu durante o governo de Frederico Guilherme, o Grande Eleitor, que reedificou e embelezou a cidade, dotando-a do canal que une o Spree ao Oder e transformando-a em grande centro comercial. A revogação do Edito de Nantes na França (1685) atraiu para Berlim grande número de huguenotes (protestantes) franceses, que se estabeleceram na cidade, contribuindo para aumentar-lhe a prosperidade com suas atividades mercantis.

Frederico I da Prússia unificou Berlim e Kölln em um só município e construiu a Academia de Ciências. Durante a guerra dos sete anos, Berlim sofreu a sucessiva ocupação de austríacos (1757) e russos (1760). Reconquistada por Frederico II o Grande, este outorgou-lhe uma nova constituição. Também o espírito bélico do Diretório napoleônico fez-se sentir sobre a cidade, que foi ocupada pelos franceses entre 1806 e 1808, ano em que retornou a corte prussiana. Sua universidade foi inaugurada dois anos mais tarde.

Ao longo do século XIX, Berlim foi-se convertendo no centro econômico da Alemanha. Já antes da unificação do país, a indústria berlinense contribuíra para integrar o mercado nacional, graças ao privilegiado sistema de comunicações fluviais da cidade. A princípio se estabeleceram fundamentalmente indústrias leves (têxteis, produtos alimentícios), mas depois se instalaram grandes complexos industriais dedicados à fabricação de maquinaria, produtos elétricos e químicos.

A segunda guerra mundial causou grande destruição na cidade, especialmente com os bombardeios da aviação aliada e o assalto do exército soviético. Em junho de 1945, Berlim foi dividida em quatro setores, ocupados por franceses, britânicos, americanos e soviéticos. Toda a área urbana de Berlim ficou dentro da zona de ocupação soviética da Alemanha. A comunicação com as zonas ocidentais realizava-se exclusivamente por um corredor aéreo de 32km de largura e por outro terrestre.

Essa situação especial foi motivo de inumeráveis incidentes, dos quais o mais importante ocorreu em junho de 1948, ao ser a cidade bloqueada pelas forças soviéticas de ocupação. Uma ponte aérea mantida pelos americanos até 3 de setembro do ano seguinte permitiu a Berlim ocidental resistir ao bloqueio. A 7 de novembro de 1958, a União Soviética voltou a questionar a situação de Berlim. Considerou nulos os direitos de ocupação dos aliados e propôs que a cidade fosse declarada livre e desmilitarizada. Com o objetivo de procurar uma solução para o problema, os “quatro grandes” reuniram-se na Conferência de Genebra, em 1959, sem que se alcançassem resultados positivos.

O fracasso da posterior Conferência de Paris, em maio de 1960, agravou o problema berlinense, intensificando-se as restrições comerciais da República Democrática Alemã na parte ocidental da cidade, com as graves repercussões do fechamento de suas fronteiras, em julho de 1961, e da construção do muro, em agosto desse mesmo ano, pelas autoridades alemãs-orientais. A princípio realizaram-se fugas numerosas e espetaculares pelo muro, mas com o tempo estas se foram reduzindo. Em 1989, permitiu-se a livre saída dos cidadãos alemães-orientais e começou-se a derrubar o muro. Em 3 de outubro de 1990 atos solenes marcaram a reunificação alemã.

A Berlim reunificada. A unificação alemã de 1990 provocou o desaparecimento político dos dois setores de Berlim. Não obstante, a divisão se manteve em certos aspectos formais e administrativos. A partir do fim da segunda guerra mundial, o antigo setor ocidental passou por pujante desenvolvimento, tanto no aspecto urbanístico, quanto no industrial e demográfico, mantendo um estatuto político especial com relação ao Parlamento federal. Sua população, ampliada com a imigração de trabalhadores do sul da Europa, refugiados alemães-orientais e tchecoslovacos, apresentava em fins do século XX uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo. Suas indústrias principais são as de artigos elétricos, alimentos, máquinas e produtos químicos.

Berlim possuía duas universidades, uma livre, outra técnica. Entre seus edifícios mais notáveis cabe citar o Reichstag, o castelo de Charlottenburg — em que se conservam numerosas pinturas dos séculos XIX e XX, além da coleção de Frederico o Grande –, o castelo de Bellevue e o Pavilhão de Congressos.

A antiga Berlim oriental era a capital da República Democrática Alemã e constituía um Bezirk ou distrito daquele país. Sua reconstrução foi mais lenta do que a do setor ocidental, embora também haja passado por importante desenvolvimento econômico (indústrias elétricas, químicas, têxteis). Essa parte da cidade herdou a maior parte das instituições e edifícios históricos, como a Universidade de Berlim, hoje chamada Humboldt, a Academia Alemã de Ciências, a Biblioteca Nacional, a Ópera, o Altar de Pérgamo, a igreja de Santa Maria e a porta de Brandemburgo.

Em 1991, o Budestag (Câmara dos Deputados) aprovou a transferência da capital, de Bonn para Berlim, que assim recuperava sua histórica posição na Alemanha e em toda a Europa.

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