Análise externa – A Sociedade Feudal – Marc Bloch
O autor: Marc Bloch foi um historiador francês, nascido em 1886 em Lyon, França e veio a falecer em 1944, fuzilado em meio à 2ª Guerra Mundial. Ele era judeu.
Marc Bloch era filho de Gustave Bloch outro historiador francês e professor na Sorbonne, especialista em Roma Antiga. Fez Magistério e teve que interromper sua tese de doutorado para lutar na 1ª Guerra Mundial, a qual foi condecorado com uma medalha por mérito. Após o fim da 1ª Guerra, concluiu sua tese de doutorado e voltou a vida acadêmica. Conheceu Lucien Febvre e juntos, em 1929, criaram a revista dos Analles, a qual é referência até os dias de hoje. Escola dos Analles.
Em 1939 a 2ª Guerra Mundial estourou, a Alemanha invadiu a França e começou a perseguir os judeus. Marc Bloch poderia ter fugido para os EUA, mas só iria se seus familiares mais velhos também fossem como era uma vasta família decidiu ficar na França. Lutou na resistência francesa, foi capturado, torturado, levado para os campos de concentração e morto fuzilado em 1944.
Obras: Os Reis Taumaturgos (1924); As Características Originais da História Rural Francesa (1931); A Sociedade Feudal (1939); e outras obras foram lançadas pós-morte.
O livro: La Société Féodale foi lançado dividido em dois tomos/fascículos, o primeiro em 1939 e o segundo em 1940. O livro foitraduzido para a língua portuguesa em Lisboa pela editora Edições 70 apenas em 1987 e foi uma das principais obras de Marc Bloch.
O livro nos fala das diversas relações da sociedade dita feudal no período entre o sec. IX e XIII, na Europa ocidental e central. O 1º fascículo trata das relações de dependências e é dividido em duas partes. A primeira trata do meio, começando pelas últimas invasões (muçulmanos, húngaros e normandos) suas causas e consequências e da atmosfera mental daquela sociedade, como pensavam suas memórias, a produção de sua historiografia, chegando ao renascimento cultural do sec. XII e o Direito medieval. A segunda parte do primeiro fascículo trata das relações parentescas e de vassalagem. Os ritos de homenagem do vassalo com o seu senhor e as variadas características dos feudos na Europa ocidental e central. As dependências das classes inferiores a virarem servos para terem o que comer.
O 2º fascículo “As classes e o governo dos homens” trata inicialmente das classes e de suas origens (nobres, cavalaria, clero) e como a nobreza se transformou na classe senhoril (vida do nobre marcada pela guerra). Em sequência o autor trabalha nas formas de governo feudais e de seus poderes políticos, a divisão das justiças, os impérios e a reconstituição dos Estados e suas evoluções nacionais, como na França, Alemanha e Inglaterra anglo-normanda.