A febre amarela, também denominada barbarose, trata-se de uma desordem infecciosa, que tem como agente etiológico um flavivírus, transmitido por um mosquito contaminado. É mais comum em áreas silvestres e rurais, embora também possa estar presente em áreas silvestres. O principal transmissor do vírus causador da febre amarela em áreas silvestres é o mosquito do gênero Haemagogus, enquanto que na área urbana, o principal transmissor é o mosquito do gênero Aedes, tanto o Aedes aegypti, quanto o Aedes albopictus.
O período de incubação do vírus da febre amarela varia de 3 a 7 dias após a transmissão do mesmo pelo mosquito contaminado. As manifestações clínicas iniciais abrangem febre, cansaço, mal-estar, cefaleia e dores musculares, especialmente na região lombar e abdominal. O quadro clássico de febre amarela caracteriza-se por febre moderadamente elevada, náuseas, bradicardia, prostração e hematemese. Também pode haver diarreia. A maior parte dos casos é assintomática, manifestando-se como uma infecção subclínica; todavia, esta doença pode aprese ntar-se de forma grave, podendo, até mesmo, levar à morte.
Após a diminuição da febre, alguns pacientes podem desenvolver sintomas mais graves, como febre alta, diarreia fétida, convulsões e delírio, hemorragias internas e coagulação intravascular disseminada, com danos de enfarte em diversos órgãos. A hemorragia manifesta-se como equimoses, sangramentos nasais e gengivais, também podem ocorrer choque, resultando em morte, devido às hemorragias profusas. Hepatite pode surgir, por vezes, resultando em icterícia, o que confere a cor amarelada a pele, o que denominou a doença. Insuficiência renal e hepática são complicações que podem estar presentes na febre amarela.
Uma vez que a febre amarela apresenta quadro clínico similar a outras desordens, como a dengue e a malária, o diagnóstico exato é imprescindível e deve ser confirmado por meio de exames laboratoriais específicos.
Não há medicamentos específicos para combater o vírus que causa a febre amarela. O tratamento envolve suporte hospitalar, com hidratação e uso de antieméticos que não contenham ácido acetilsalicílico, para evitar a evolução severa da doença. Em casos mais graves, pode se fazer necessário realizar transfusão sanguínea e diálise.
A melhor forma de prevenir a febre amarela é por meio da vacina, que deve ser renovada a cada 10 anos. A vacinação é indicada, principalmente, para indivíduos que vão para áreas endêmicas, 10 dias antes da viagem para que haja tempo do organismo produzir anticorpos contra o vírus.
Dengue
Os sintomas da dengue clássica são:
- febre alta, em torno de 40°C
- cefaleia
- dor atrás dos glóbulos oculares
- falta de apetite e paladar
- enjoos
- vômitos
- fadiga
- dores fortes nos ossos e articulações
- manchas vermelhas pelo o corpo.
Já na dengue hemorrágica, além dos sintomas da dengue clássica, inclui:
- sangramentos pelo nariz e boca
- constantes dores abdominais
- boca seca e sede excessiva
- confusão mental
- perda de consciência, podendo se agravar em 24 horas levando a dificuldades respiratórias, choque e óbito.
O tratamento tanto da dengue clássica quanto ao da dengue hemorrágica se constitui em antitérmicos e tratar os sintomas evitando o uso e anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico (AAS), devido aos riscos de evolução para hemorragias.
É necessário que o paciente depois do diagnóstico faça exames de sangue regulares para avaliar as plaquetas (responsável pela coagulação); caso as plaquetas cheguem a um número muito baixo pode acarretar em hemorragias. Uma vez infectado por um dos tipos da dengue, não é possível se infectar de novo com o mesmo tipo, pois o organismo cria células específicas de ataque (memória adquirida).
O Governo Federal lançou várias campanhas na tentativa de erradicar ou diminuir a doença, atacando diretamente o seu vetor, o mosquito Aedes aegypti, chegando até mesmo passar carros espalhando inseticida (fumacê) pelas regiões com altos índices de infecções. Não sendo uma boa estratégia e pouco utilizada, pois o mosquito cria resistência a este inseticida e tal procedimento afeta a saúde da população em geral ao longo prazo. O governo conscientiza a população a não deixar água parada, dar devido fim aos entulhos de obras, ter telas de proteção em casa, usar roupas compridas, manter caixas de água bem fechadas, entre outros. Entre 2015 e 2016 o Brasil enfrentou uma grande epidemia de dengue, segundo o Ministério da Saúde; de janeiro até setembro de 2015 foram registrados 1.452.489 casos, chegando a 739 casos de óbito.
Chikungunya
Além de o gênero Aedes transmitir o vírus, ele pode ser passado através de contato sanguíneo. Não perfurando a placenta, o contágio pode-se dar com o sangue da mãe na hora do parto. Como só existe um tipo de CHIKV, o enfermo uma vez infectado adquire memória imune adquirida (só infecta uma vez).
A doença possui sintomas inespecíficos, como todas as viroses, afetando 80% dos infectados, com o tempo de incubação de 3 a 7 dias. Os sintomas se constituem em: febre alta em torno de 39°C, dores e edemas nas articulações, diarreia, cefaleia, cansaço, manchas vermelhas em relevo na pele. Diferentemente da dengue, o CHIKV apresenta dores mais intensas nas articulações dos pés e das mãos; seus sintomas vão diminuindo progressivamente durando em torno de 3 a 7 dias, em casos severos podem durar de 6 meses a 1 ano, podendo evoluir para a síndrome de Raynaud. Com baixa mortalidade em indivíduos adultos, pode apresentar complicações em idosos e recém-nascidos.
Assim como a dengue e o Zika vírus, não se recomenda o uso de medicamentos que possuam ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios pelo difícil diagnóstico podendo se confundir com a dengue, evitando que o quadro do paciente evolua para uma hemorragia. A forma de tratamento é sintomático com antitérmicos, soro caseiro, repouso, e o consumo de muito líquido.
O diagnóstico mais rápido e eficaz, o RT-PCR, se dá através da busca pelo material genético do vírus. Contudo, o custo é elevado, sendo mais comum a sorologia que busca o anticorpo IgM; e o hemograma, que verifica se há alteração enzimática, queda dos linfócitos (linfopenia), e queda de plaquetas (trombocitopenia).
Como não possui uma vacina, os métodos de prevenção do CHIKV são os mesmos da dengue e do zika vírus: erradicar os mosquitos vetores, evitar água parada, destinar corretamente os entulhos, uso de repelentes, roupas compridas e telas de proteção. Ainda é indicado que o infectado permaneça bem protegido contra o Aedes, evitando assim que seja picado e aja uma infecção inversa.
Zika vírus
Com o tempo de incubação variando de 3 a 10 dias, o Zika vírus acarreta na doença Zika, tendo sintomas menos agressivos que o da dengue e chikungunya. O Zika não apresenta sintomas na maioria dos infectados (cerca de 80%). Tendo como sintomas brandos: dores de cabeça, dores no corpo e articulações, conjuntivite, sensibilidade à luz (fotofobia), progredindo para manchas avermelhadas na pele lembrando uma alergia evoluindo para pequenas erupções. Em alguns casos isolados o vírus Zika pode acarretar para a síndrome de Guillain-Barré. Com sintomas durando até 7 dias, o tratamento padrão é o mesmo que o da dengue, evitando uso e anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico (AAS), devido aos riscos de evolução de hemorragias.
No Brasil o vírus Zika teve mais destaque a partir da Copa do Mundo de 2014, com a entrada de vários estrangeiros de nações distintas. Como este vírus não possui vacina, e com o número alarmante de crescimento de casos de microcefalia no Brasil, campanhas estão sendo lançadas pelo Ministério da Saúde na tentativa de erradicar ou controlar a doença, tais como: não deixar recipientes com água parada, dar um fim adequado aos entulhos, usar roupas compridas, manter a gestante em lugares com telas, uso de repelentes e relações sexuais com camisinha e até mesmo adiar a gravidez.
Em relação aos outros países, órgãos de saúde pública estão orientando a população, para que as mulheres grávidas evitem ir aos países onde está ocorrendo uma alta incidência da doença. A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou estado de emergência pública tendo como principal foco a erradicação do Aedes aegypti