CONTABILIDADE: ASPECTOS RELEVANTES DA EPOPÉIA DE SUA EVOLUÇÃO

 

1. INTRODUÇÃO

A Contabilidade é o campo de conhecimento essencial para a formação dos agentes decisórios dos mais variados níveis, no âmbito econômico-financeiro, seu objeto de estudo é o patrimônio. Apoia-se em disciplinas como o Direito, a Economia e a Ciência da Informação. Em questões práticas, tem uma função real na vida das organizações e das entidades.

É de extrema importância que a Contabilidade serve como instrumento de avaliação da entidade e de seus gestores, da prestação de contas e para tomada de decisões dos agentes econômicos, tanto internos quanto externos.

A disciplina provém das necessidades de gestores, comerciantes, banqueiros, dos agentes econômicos em geral, à procura de um modelo descritivo, e, com sua evolução, provisional, para o mundo dos negócios.

Antes de se tornar ciência, a contabilidade, no inicio foi um sistema completo de escrituração. A base do sistema era o Método das partidas dobradas, que possui registros iniciais em 1299-1300. Na época, a contabilidade era a resposta às necessidades práticas dada pela criatividade do ser humano em desenvolver técnicas para resolver problemas reais.

2. UMA GESTÃO DE RISCO

A Contabilidade surgiu através da interação e integração de vários fatores históricos, com participação de várias civilizações. Fenícios, Persas, Egípcios, Gregos, Romanos e etc., todos são importantes para explicar os antecedentes da Contabilidade, antes da renascença Italiana. A lógica aritmética, algébrica, o sistema numérico arábico, são fundamentais nessa evolução.

O trabalho de Luca Pacioli enquadra, perfeitamente, o método contábil como um dos capítulos de um livro de aritmética, geometria e álgebra. Pacioli inventou o método das partidas dobradas, representado pelo débito/crédito, no momento, não se conhecia o conceito de número negativo, então os escriturários da época desenvolveram uma nova teoria matemática. Se uma conta for debitada, representa um ativo, quando esse por outra operação diminui, é lançado como crédito.

3. CONTABILIDADE: NASCEU GERENCIAL OU FINANCEIRA?

O impulso inicial para o seu surgimento foi de natureza socioeconômica ampla, conforme o \u201cespírito capitalista\u201d, que se traduz em necessidades prementes de acompanhar a evolução da riqueza patrimonial das entidades, a partir, do século XII, fortalecendo-se no XIII com o método das partidas dobradas. É no século XIX que a contabilidade é vista como ciência. Uma vez constituída a entidade, era necessário, seguir a evolução de seu patrimônio. Como ainda não existia a separação entre proprietário e gerente, o proprietário também era o gerente da entidade.

A postura do Estado em face da Contabilidade para analisar sua evolução, com o seu poder de arrecadar tributos, sempre precisou de uma atenção especial. É inegavelmente nobre a função arrecadadora do Estado para que possa cumprir o mandato que a sociedade lhe confere, o excesso de intromissão governamental determinado à contabilidade, práticas, métodos e regras que para atingir os objetivos foram adotadas.

Com a evolução dos tempos e das organizações, foram aparecendo os outros usuários, a Contabilidade estava se transformando em um engenhoso sistema de escrituração e demonstrações contábeis simplificadas, num complexo sistema de informação e avaliação, com características científicas, institucionais e sociais de grande relevo tendo, como objetivo central, suprir a necessidade informacional de seus usuários internos e externos.

Um dos motivos que provocam mudança e complexidade da contabilidade foi o surgimento do gerente como agente separado do proprietário. Os interesses deles levou a evoluções extraordinárias na Contabilidade. Uma delas foi o nascimento da Contabilidade Gerencial como subárea específica de interesse e de estudo. A Contabilidade Financeira é voltada para os usuários externos.

Gerentes e proprietários procuram maximizar suas satisfações. Para modelar esses interesses e objetivos, surge na terceira parte do século XX, a Teoria da Agência. Em economia, se refere à proposta para reduzir custos contratuais.

4. OBJETO E OBJETIVOS

Objetivo é aonde se quer chegar e quem se quer encontrar, assim, transmitem de forma inteligente informações estruturadas de natureza econômico-financeira, adaptadas para que possam ser discutidas e para alcançar o objetivo final por qualquer forma; o objeto representa o contexto formal da estrutura patrimonial que se altera à medida que os eventos são captados e registrados pela técnica contábil que levará a alcançar o objetivo.

5. BIOLOGIA, EMBRIOLOGIA E MORFOLOGIA DA CONTABILIDADE

A Contabilidade pode ser estudada em analogia com o estudo do seres vivos. Em seus aspectos biológicos, estudam-se manifestações vitais da Contabilidade, bem como seu relacionamento com o mundo que a cerca. Em seus aspectos embriológicos, estuda-se o fenômeno da transformação de um estado para outro. Em sua morfologia, analisam-se as medidas classificatórias e indicadores extraídos das demonstrações contábeis.

As demonstrações da vivencia e existência da contabilidade e seus relacionamentos com o mundo podem ser inferidas de varias formas, a mais importante é a paleontologia contábil, ou seja, o estudo dos arquivos históricos e dos signos pictóricos e numéricos deixados pelos contadores de várias civilizações para se avaliar como atuava e como se relacionava em cada época histórica.

A Contabilidade esteve presente na vida das sociedades, das mais variadas formas, desde as mais remotas eras, que remontam aproximadamente, às civilizações: mesopotâmica, egípcia, grega, fenícia, romana e todos os povos da Antiguidade, evoluindo continuamente, passando pela fase da Renascença, pela Revolução Industrial, até chegar a Era do Conhecimento e da Informação, evolui lenta, mas seguramente através dos séculos, como os seres vivos.

A Embriologia contábil explica como certas espécies contábeis evoluem, aparentemente, para outras guardando, porém, algumas características do embrião inicial. A Contabilidade que nasceu para finalidade Financeira, apresenta uma mutação e se transforma, mais tarde, em Contabilidade Gerencial, entre outras espécies derivadas. A Contabilidade Financeira faz parte da genética inicial da Contabilidade Gerencial.

A Morfologia contábil estabelece medidas e classificações das espécies e subespécies. A Contabilidade Gerencial, a de Custos, a Estratégica (essa, por sua vez, uma subespécie da gerencial), a Auditoria, as revisões e as pericias etc. É importante no processo evolutivo, pois caracteriza e monitora a evolução das espécies contábeis.

6. AS VÁRIAS ABORDAGENS À CONTABILIDADE

A Contabilidade pode ser visualizada conforme várias abordagens. Nenhuma é suficientemente ampla e densa para explicar toda a prática contábil.

A abordagem ética pode ser objeto de contestação, pois, no plano de fundo das pesquisas sobre mercado de capitais, o fato de os agentes econômicos sempre preocuparem com o melhor para si, em termos econômicos, não deixam muita margem para valores como ética, justiça, distribuição social e outros.

A Abordagem Fiscal tem descaracterizado principalmente muitos países de origem Ibérica e Germânica, as aplicações mais nobres da contabilidade, isso se deve à exagerada influencia do Fisco na utilização de critérios dentro do regime de competência.

Inadequação da Abordagem Macroeconômica: Frequentemente apontada como inteligente e sofisticada, essa abordagem, se utilizada, subjuga os critérios de apropriação contábil, principalmente no que se refere à utilização dos provisionamentos, dedutibilidade ou não dos gastos para efeitos tributários etc. à politica macroeconômica de um país, visando servir como ação anti-ciclo. A mais conhecida, nesse sentido, é a prática da depreciação acelerada

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