De Celtas a Romanos, de Lusitanos a Fenícios, de Suevos a Visigodos, de Árabes a Judeus… A mistura de povos que explica a origem dos portugueses.
Celtiberos
Qual a origem dos portugueses? Como surgiram os portugueses? Que mistura de povos deu origem ao que somos hoje? Ou será que somos descendentes apenas de um povo e diferentes de todos os outros? Os portugueses são fruto de uma mistura de povos que migraram para a Península Ibérica no decorrer dos séculos. A mistura básica ocorreu entre os Iberos e celtas. Os iberos foram os habitantes indígenas de Portugal, provenientes do norte da África e sudeste da Europa.
Lusitanos comandados por Viriato a combater os Romanos
Quatro mil anos depois, os celtas, oriundos do sudoeste da Europa, invadiram a península e se mesclaram com a população ibera, formando os celtiberos, como os lusitanos, que são considerados os antepassados dos portugueses.
Lusitânia
Misturas menores ocorreram com a chegada dos romanos, de onde se originou a língua portuguesa e com os mouros, principalmente berberes. Com a decadência do Império Romano, Portugal foi invadido por povos germânicos, como os visigodos e suevos. Influências pouco significativas vieram com gregos, fenícios, cartagineses, vândalos e os alanos.
Civilização Fenícia
Os celtiberos são o povo que resultou, segundo alguns autores, da fusão das culturas do povo Céltico e a do povo Ibero, nativo da Península Ibérica. Habitavam a Península Ibérica, nas regiões montanhosas onde nascem os rios Douro, Tejo e Guadiana, desde o século VI a.C.. Não há, contudo, unanimidade quanto à origem destes povos entre os historiadores.
Celtiberos
Para outros autores, tratar-se-ia de um povo Celta que adaptou costumes e tradições iberas. Estavam organizados em gens, uma espécie de clã familiar que ligava as tribos, embora cada uma destas fosse autónoma, numa espécie de federação. Esta organização social e a sua natural belicosidade, permitiram a estes povos resistir tenazmente aos invasores Romanos até cerca de 133 a.C., com a Queda de Numância.
Morte de Viriato
Deste povo desenvolveram-se, na parte ocidental da Península, os Lusitanos, considerados pelos historiadores como os antecessores dos portugueses, que viriam ser subjugados ao Império Romano no século II a.C..
Império Romano
Os dados sobre a composição genética dos Portugueses apontam para a sua fraca diferenciação interna e base essencialmente continental europeia paleolítica.
Visigodos
É certo que houve processos démicos no Mesolítico (provável ligação ao Norte de África) e Neolítico (criando alguma ligação com o Médio Oriente, mas bastante menos do que noutras zonas da Europa), tal como as migrações das Idades do Cobre, Bronze e Ferro contribuíram para a indo-europeização da Península Ibérica (essencialmente uma «celtização»), sem apagar o forte carácter mediterrânico, particularmente a sul e leste.
A romanização, as invasões germânicas, o domínio islâmico mouro, a presença judaica e a escravatura subsariana terão tido igualmente o seu impacto e a sua contribuição démica.
Suevos
Podem mesmo listar-se todos os povos historicamente mais importantes que por Portugal passaram e/ou ficaram:
- As culturas pré-indo-europeias da Península Ibérica (como Tartessos e outras anteriores) e seus descendentes (como os cónios, posteriormente «celtizados»);
- Os protoceltas e celtas (tais como os lusitanos, Galaicos, Célticos);
- Alguns poucos fenícios e cartagineses;
- Romanos;
- Suevos, búrios e visigodos, bem como alguns poucos vândalos e alanos;
- Alguns poucos bizantinos;
- Berberes com alguns árabes e saqaliba (escravos eslavos);
- Judeus sefarditas;
- Fluxos menos maciços de migrantes europeus (particularmente da Europa Ocidental).
Judeus Sefarditas
Todos estes processos populacionais terão deixado a sua marca, ora mais forte, ora só vestigial. Mas a base genética da população relativamente homogénea do território português, como do resto da Península Ibérica, mantém-se a mesma nos últimos quarenta milénios: os primeiros seres humanos modernos a entrar na Europa Ocidental, os caçadores-recolectores do Paleolítico.