Construções geométricas é um ramo da Matemática muito importante para o desenvolvimento do raciocínio lógico-dedutivo e possui muitas aplicações em desenhos técnicos e mecânicos de máquinas, por exemplo.
Já fiz algumas construções de polígonos utilizando régua e compasso, mas neste post vamos nos concentrar em um problema clássico que é o de traças tangentes a algumas curvas. Fiz uma divisão deste estudo e nesta primeira parte vamos simplesmente nos abster ao traçado propriamente dito das tangentes à circunferências. Além disso, usaremos os teoremas da Geometria plana para justificar as construções.
1) Traçar uma tangente por um ponto dado sobre a circunferência.
Sejam λ uma circunferência de centro O e P pertencente a λ:
[Figura 1]
Prolongando o raio OP e com centro em P e abertura do compasso menor que o raio OP, determinemos os pontos A e B:
[Figura 2]
Determinemos, agora, a mediatriz entre os pontos A e B encontrando o ponto Q. A reta que passa por P e Q é a reta tangente pedida:
[Figura 3]
Justificativa: A tangente traçada pelo ponto P é uma reta perpendicular ao raio OP. Sendo r a mediatriz de AB, segue o resultado obtido.
2) De um ponto dado fora de uma circunferência, traçar tangentes a esta circunferência.
Sejam λ uma circunferência de centro O e raio qualquer e P um ponto não pertencente à λ:
[Figura 4]
Unindo O e P e tomando a mediatriz de OP, que passa pelos pontos A e B, determinamos C na intersecção com OP:
[Figura 5]
Com centro em C e raio OC, traçamos a circunferência κ que intercepta λ nos pontos D e E:
[Figura 6]
As retas que passam por PD e PE são as tangentes pedidas.
Justificativa: As retas tangentes a uma circunferência traçadas de um ponto externo possuem a propriedade de serem perpendiculares ao raio pelos pontos de tangência. Por construção OP é o diâmetro da circunferência κ e o triângulo ODP é retângulo em D, pois está inscrito na semicircunferência OAP.
Outra propriedade é que os segmentos das tangentes a uma circunferência conduzidas por um mesmo ponto são congruentes:
3) Traçar as tangentes comuns, exteriores, a duas circunferências.
Sejam duas circunferências λ1 e λ2 de centros O1 e O2, cujos raios r1 e r2 são tais que r1 + r2 < d (O1, O2), ou seja, as circunferências são disjuntas. Suponha também que r1 < r2:
[Figura 7]
Ligando os centros O1 e O2, determinamos a mediatriz que intercepta O1O2 em C.
[Figura 8]
Descrevemos a circunferência λ3 de centro O1 e raio r3 = r1 – r2:
[Figura 9]
Observação: Para determinarmos o raio r3, com abertura do compasso igual ao raio de λ1 , descrevemos uma circunferência de raio PQ com centro em P. Em seguida, com abertura do compasso igual ao raio de λ2, descrevemos outra circunferência de raio QR centrada em Q. A distância PR é o raio da circunferência λ3:
[Figura 10]
Com centro em C e raio O1C descrevemos uma circunferência que intercepta λ3 nos pontos A e B:
[Figura 11]
Unimos os pontos O2 e A e os pontos O2 e B. Observe que O2A e O2B são tangentes externas a λ3 traçadas de O2. Prolongamos O1A até o ponto D pertencente a λ1 e também O2B até o ponto E pertencente a λ1. Traçamos em seguida por D um segmento paralelo a AO2 que intercepta λ2 no ponto F. Analogamente EG é paralelo a BO2.
[Figura 12]
Agradecimentos: Agradeço ao Professor Paulo do Blog Fatos Matemáticos pela disponibilização deste material.