A cocaína se encontra entre as drogas ilícitas mais consumidas mundialmente. Isso porque essa substância possui um custo relativamente baixo e uma grande disponibilidade no mundo das drogas. Assim, o abuso dessa substância se transformou em um grande problema de saúde pública em todo o mundo.
Além disso, a dependência da cocaína traz diversos prejuízos, tanto para a saúde quanto para a vida social, econômica e legal de quem a utiliza, tais como complicações neuropsiquiátricas, cardiovasculares, perda de emprego, isolamento e prisão, devido ao porte ilegal de drogas.
Pensando nisso, preparamos um artigo com informações sobre o tratamento da dependência de cocaína para que você possa conhecer melhor esse universo. Confira!
O que é a cocaína?
A cocaína é uma substância psicotrópica que possui ação estimulante sobre o sistema nervoso central. Ao utilizar essa droga, as pessoas, inicialmente, experimentam uma profunda sensação de euforia, com aumento da autoconfiança e da potência física e intelectual. Posteriormente às manifestações eufóricas, surgem sensações de ansiedade e depressão. Além desses sintomas, também é comum a ocorrência de fortes alucinações.
Outros efeitos comuns são o aumento da pressão arterial, a elevação da frequência respiratória e cardíaca, problemas de sono e apetite, ocorrência de espasmos e aumento da temperatura corporal.
Essa droga ilícita pode ser utilizada de três formas, as quais têm influências distintas sobre os efeitos percebidos pelos usuários. Ao ser fumada ou injetada, a cocaína chega mais rapidamente ao cérebro e, como consequência, a velocidade de ocorrência dos efeitos é mais alta. Por outro lado, quando inalada, os efeitos são produzidos mais lentamente.
O que causa a dependência de cocaína?
Os motivos que levam à dependência de cocaína variam de pessoa para pessoa. Cada dependente chegou a este quadro devido a questões ou problemas particulares. No entanto, existem algumas razões mais recorrentes, que são comuns em vários casos.
A forte euforia causada por essa droga é um dos principais fatores que levam ao vício e à dependência. A cocaína ativa a área do cérebro responsável por esse sentimento, fazendo com que o usuário o sinta de forma intensa, mas breve. Assim, o indivíduo começa a buscar cada vez mais essa substância na tentativa de continuar obtendo tal efeito.
Algumas questões que podem levar alguém ao uso de cocaína são a depressão, a pressão de grupos sociais e a falta de motivação. Além disso, a impulsividade e o desejo por novas sensações também podem ser fortes influências para isso.
Quais são os efeitos a longo prazo da cocaína?
À medida que a cocaína vai sendo utilizada, o corpo tende a criar resistência, o que exige uma quantidade cada vez maior de substância para produzir os seus efeitos.
Quando essa droga é usada por muito tempo na vida do indivíduo, ocorre uma degradação cada vez maior de sua saúde. Algumas consequências possíveis são a danificação de vasos sanguíneos coronários e cerebrais, problemas de fígado, rins, pulmões, infertilidade, disfunções sexuais, alucinações (táteis ou auditivas) e doenças infecciosas.
Além disso, quando a cocaína é inalada, ela pode levar à destruição dos tecidos nasais e à perfuração do septo nasal. Já se ela for injetada, pode causar infecções e abscessos. Assim, o usuário dessa substância tende a ficar cada vez mais prejudicado por ela.
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Como é feito o tratamento da dependência?
O tratamento da dependência química de cocaína é realizado por meio de uma abordagem multiprofissional — composta por medidas farmacológicas e psicoterapêuticas —, a partir de uma parceria entre a equipe de profissionais da saúde, os familiares, os amigos e o próprio indivíduo.
O objetivo principal do tratamento é manter o dependente químico abstinente da utilização da droga, a fim de prevenir os problemas sociais e de saúde, consequentes do abuso dessa substância.
Como cada pessoa é única, o tratamento também deve ser personalizado. Deve-se prestar atenção nas características do paciente, sua personalidade, seu tipo psicológico e sua história e relação com a droga (escutando e compreendendo, por exemplo, os motivos que levaram ao seu uso).
Desintoxicação do corpo
Nessa etapa, o dependente deve manter uma abstinência da cocaína e de outros tipos de drogas, incluindo o álcool, maconha e, se possível, o tabaco também. Além de suspender o uso, o indivíduo deve manter-se afastado de outros usuários e, ainda, de objetos que possam remeter à utilização da substância.
É essencial destacar que os profissionais e a família devem prestar muita atenção durante a fase de abstinência, pois o paciente tende a sentir uma falta extrema da substância e pode ficar depressivo ou até suicida.
Por isto, é fundamental um acompanhamento atento, junto a cuidados físicos, psicológicos e emocionais, que ajudem a pessoa a lidar com essas dificuldades. Além disso, o médico deve transcrever apenas medicamentos que não ofereçam riscos de causarem vício.
Manejo das complicações
O tratamento das complicações decorrentes do abuso da cocaína é realizado em conjunto com a fase anterior. As medidas adotadas nessa etapa vão depender do tipo de complicação desenvolvida por cada dependente e, por isso, varia de uma pessoa para a outra.
Reabilitação
Na fase de reabilitação, o indivíduo deve retomar as atividades do seu dia-a-dia ou esquematizar uma nova rotina de afazeres, de forma a não pensar na utilização da cocaína. Além disso, é importante que ele passe a frequentar um grupo de autoajuda e, também, comece um diário com suas sensações em relação à droga.
Para a reabilitação do dependente químico, são utilizadas diversas modalidades terapêuticas, tais como a psicoterapia e o treinamento social e vocacional, as quais podem ser direcionadas tanto ao indivíduo quanto à sua família.
Tanto na reabilitação quanto no tratamento como um todo, os principais objetivos, além de controlar a dependência e tratar os efeitos da droga, são a restauração e a promoção da saúde, do bem-estar e do amor pela vida.
Também vale lembrar que as fases do tratamento podem ser realizadas, em certa medida, ao mesmo tempo. Por exemplo: a psicoterapia e a participação em grupos podem ser muito benéficos desde o começo.
Prevenção de recaídas
Qualquer pessoa em tratamento da dependência química está sujeita às recaídas. Por isso, para prevenir que elas aconteçam, são identificadas e evitadas situações que possam levar à utilização da droga, juntamente com a adoção de uma mudança no estilo de vida do dependente.
Internação
Em alguns casos, é necessário que o dependente seja internado para realizar o seu tratamento. Geralmente, a internação é feita quando a pessoa oferece perigo para si próprio ou para quem convive a sua volta, quando ela apresenta problemas clínicos ou transtornos psiquiátricos muito graves, ou quando não consegue iniciar e manter a abstinência da cocaína.