Professor explica origens das populares canções carnavalescas
Apesar da estilização das músicas no carnaval moderno, as tradicionais marchinhas e os sambas-enredo ainda desfrutam de espaços privilegiados na festividade, seja nos desfiles das escolas ou junto aos blocos de rua. Mas você sabe a origem desse formato de canção?
“No contexto da então capital, Rio de Janeiro, os foliões se reuniam em blocos e agremiações que iriam gerar – na passagem para década de 1930 – as primeiras Escolas de Samba. Com elas se desenvolveria pouco a pouco a ideia de um tema para o desfile, o enredo, que seria também o mote para o samba que seria composto. O auge dessa tradição encontra ainda nos anos 1960 uma produção que ser popularizava cada vez mais, ao mesmo tempo em que, curiosamente, aprofundava a qualidade das composições”, explica Sérgio Molina, coordenador da pós-graduação “Canção Popular”, da Faculdade Santa Marcelina (FASM).
Como explica Molina, nem sempre o carnaval brasileiro foi uma festa em que a música era estava diretamente relacionada com os grandes meios de comunicação. “Pelo contrário, o carnaval era – e ainda é em várias regiões do país – uma festa de rua com origem e artesanato estritamente populares”, afirma.
Para o professor, as marchinhas, sempre muito bem humoradas, tiveram seu auge no tempo das festas de salão. “Dentre os principais compositores se destacam, além da pioneira Chiquinha Gonzaga, com o ‘Abre Alas’ no início do século, Lamartine Babo e Braguinha. A partir dos anos 1990 há uma ressurgimento desse gênero, especialmente no carnaval de rua de São Luiz do Paraitinga, em São Paulo”, explica.
Em Recife e Salvador, outros polos tradicionais do carnaval brasileiro, as agremiações de rua tiveram papel fundamental para a popularização das marchinhas. O tradicional bloco Batutas do São José, da capital pernambucana, por exemplo, abrigou (e abriga) compositores de algumas das canções mais conhecidas da festividade.
