Você sabe como funciona a comunicação científica?

 

A comunicação é importante em todos os aspectos das nossas vidas, não é mesmo? Seja entre familiares ou colegas de trabalho, uma boa comunicação ajuda a melhorar o ambiente e facilita a vida de todos… e na ciência não é diferente!

O primeiro passo para a disseminação do conhecimento é a comunicação entre pesquisadores, a chave para o desenvolvimento da ciência moderna. E, quando se trata de cientistas, essa comunicação é feita principalmente por meio de artigos científicos.

Artigos científicos são usados para compartilhar o trabalho realizado pelos diferentes grupos de pesquisa, permitindo que cientistas de todo o mundo saibam o que está sendo estudado. Esses artigos são publicados em revistas científicas ou periódicos científicos. Além de revistas muito conhecidas (como Science e Nature), cada área do conhecimento tem periódicos específicos que publicam artigos sobre assuntos pertinentes a ela.

Artigos científicos apresentam uma linguagem objetiva. Imagens, gráficos e tabelas são muito utilizados para apresentar dados. Imagem: https://www.sciencenewsforstudents.org

Independentemente de qual revista um pesquisador queira publicar seus resultados de experimentos, todos os artigos passam por um processo de “revisão por pares” antes de ser publicado. Isso quer dizer que, ao enviar um artigo para uma revista, ele será revisado por outros pesquisadores especialistas antes de ser aceito para publicação. Esse é um jeito de tentar garantir que a pesquisa esteja bem executada e o texto bem escrito, de acordo com o rigor científico adotado pela comunidade e conhecimento existente sobre aquela área de estudo.

O principal papel do artigo científico é informar, e para isso ele deve ser direto e conciso. Apesar de se tratar de um texto técnico, também é importante que sua leitura seja agradável, afinal queremos que o máximo de colegas leiam e entendam o que foi feito. Em geral, dois pontos são enfatizados para destacar a importância de um trabalho científico: a motivação da pesquisa e os resultados. O restante do seu conteúdo deve conter a descrição do que ocorreu entre esses dois pontos, contendo, é claro, evidências científicas suficientes para justificar os resultados obtidos.

Um artigo que descreve um trabalho experimental é comumente dividido em cinco seções, são elas:

Introdução: prepara o leitor para o conteúdo principal que será abordado na pesquisa, e traz a pergunta que motivou o desenvolvimento daquele estudo;

Materiais e métodos: descrição de como os experimentos foram realizados, contendo detalhes suficientes para que possam ser reproduzidos por qualquer outro pesquisador;

Resultados: apresentação do que foi encontrado após a realização dos experimentos;

Discussão: explicação dos resultados para o leitor mostrando a importância do que foi encontrado, que pode fortalecer ou contrariar estudos anteriores;

Conclusão: a última seção responde a pergunta levantada na introdução, finalizando o assunto e mostrando como a pesquisa enriqueceu o tema em estudo.

Essas seções geralmente são apresentadas nessa ordem, de forma cronológica, mas é comum que haja mudanças (ex: seção de Materiais e métodos apresentadas no final ou Resultados e Discussão apresentados juntos). A língua oficial de um artigo científico é o inglês, porém revistas nacionais também apresentam os textos em suas línguas nativas.

http://ilhadoconhecimento.com.br/wp-content/uploads/2018/07/860-reading-papers-header.gif Exemplos de periódicos/revistas científicas. Você não encontrará esse tipo de publicação em bancas, o acesso ocorre por assinaturas de versões impressas ou digitais. Imagem: http://www.rtve.es/

Além dos artigos científicos experimentais, também chamados de originais, existem vários outros tipos de artigos que também são publicados por revistas científicas. Os diferentes tipos de artigo tem a mesma função de comunicação de resultados, mas algumas vezes servem propósitos mais específicos. São alguns deles:

Artigos de revisão: os artigos de revisão reúnem as informações mais relevantes de uma determinada área de estudo. Geralmente não apresentam nenhum dado novo ou opiniões dos autores, e por isso não apresenta as seções “Resultados e Discussão”. A seção “Materiais e Métodos” também é comumente omitida ou substituída por uma seção descrevendo os critérios de busca utilizados para encontrar as informações apresentadas.

Estudos clínicos ou de caso: esse tipo de artigo é bastante comum na medicina, mas também são escritos em outras áreas.  Eles são usados para detalhar acontecimentos específicos que possam ter relevância científica (p. ex. um paciente com uma doença nunca relatada antes) e demonstrar que tais acontecimentos são possíveis naquele contexto.

Cartas ou comunicações breves: como o nome sugere, são artigos de comunicação e veiculação rápidas que tem como objetivo relatar um achado interessante e, assim, despertar o interesse em determinado assunto para pesquisas futuras.

Artigos técnico-científicos: esse tipo de artigo detalha uma técnica nova ou modificada que apresenta melhores resultados a uma técnica utilizada previamente.

http://ilhadoconhecimento.com.br/wp-content/uploads/2018/07/pesquisa-ao-seu-alcance-ilha-do-conhecimento.png Na seção “Pesquise ao seu alcance” artigos científicos são adaptados por pesquisadores. Imagens: acervo Projeto Ilha do Conhecimento

Se você se interessou, quer saber mais sobre artigos científicos e das novidades e descobertas da ciência, não deixe de acompanhar nosso conteúdo no Ilha do Conhecimento. Na seção “Pesquisa ao seu alcance” nós publicamos artigos científicos simplificados por pesquisadores para vocês, mas mantendo a estrutura original e características próprios da linguagem científica. Assim, você pode acompanhar a comunicação científica feita entre pesquisadores mesmo não sendo um especialista na área!

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