SÍNTESE DE TEXTO: BRASIL UMA POTÊNCIA REGIONAL NA ECONOMIA-MUNDO

 

 

O espaço de produção colonial implantou povoamentos mercantis em locais privilegiados da costa brasileira, sob controle da metrópole. Esses locais não são verdadeiramente cidades e sim um espaço “rural-urbano”. O surgimento das cidades em solo brasileiro somente aconteceu quando os interesses comerciais domésticos, como o tráfico de escravos e o contrabando, foram evoluindo de forma mais expressiva. Esta burguesia em ascensão teve grande importância em relação à quebra do Pacto Colonial e para a formação dos centros de produção distribuídos no território como “ilhas”- daí a formação do arquipélago mercantil.

Nas regiões agroexportadoras, integrantes do arquipélago, eram perceptíveis as diferenças tanto quanto as atividades econômicas exercidas, quanto à estrutura física e social entre a cidade mercantil e o campo agropastoril. Era na cidade que a burguesia fazia a intermediação entre a zona produtora rural e os circuitos internacionais de mercadorias. Cada região brasileira acabou por se especializar na produção de um ou dois produtos para exportação. Assim a divisão territorial do trabalho se tornou o padrão das exportações brasileiras.

Mesmo dependente dos rumos do mercado mundial, as regiões mercantis manifestaram os interesses dos investidores que se identificavam com o território. Logo, pro fazer parte da dinâmica da economia mundial estas porções do solo brasileiro se caracterizaram como regiões da economia-mundo, subordinada ao poder político vigente no período que era o bloco cafeeiro.

O processo de industrialização dotou de infra-estrutura muito destes espaços interligando estas áreas sob o comando dinâmico de São Paulo.

Este período, que afirma o Brasil como país atuante na economia mundial, demonstra que a dinâmica do capitalismo industrial estava presentes no território nacional.

Na década de 60, o país apresenta mais regiões articuladas, porém de forma desigual. Devido à concentração da produção industrial, principalmente no Sudeste. Onde outras regiões cumprem um papel de desempenhar funções peculiares na Nova Divisão Territorial do trabalho, resultado da industrialização do país.

O processo de incorporação do território foi marcado pela divisão social e territorial do trabalho me três grandes setores: a marinha, o sertão e as minas. Neste período o estado metropolitano foi marcante tanto na consolidação do território e também na configuração da estrutura espacial da colônia. As vilas e as cidades eram pontos de controle e tributação sobre a economia colonial. Não havia distinção entre cidade e campo, pois ambos eram partes do mesmo estabelecimento. A divisão territorial do trabalho era dominada de fora.

O conhecimento do litoral foi o primeiro resultado da presença do colonizador. Este trabalho foi patrocinado pela burguesia portuguesa e holandesa que tinham interesse em descobrir riquezas na costa brasileira. No sertão foram implantadas a cultura de cana-de-açúcar e a criação de gado de forma extensiva. E a descoberta de metais preciosos atraiu um grande número de pessoas, isso porque a extração de minerais preciosos não requer alto investimento em tecnologia naquele período. Desenvolveu-se assim a vida urbana e se formou um mercado de alimentos e um mercado de animais de tração, para transporte de produtos, destinados principalmente para os portos do rio de janeiro.

O arquipélago mercantil escravista foi a forma de inserção do Brasil na Nova Divisão Internacional do Trabalho, resultante da revolução industrial. Sua ligação se dá através da circulação de mercadorias.

A formação do mercado nacional quebrou a estrutura até então utilizada, baseada na importação. Agora parcela significativa do consumo dos trabalhadores era, contudo, suprida por pequenas manufaturas regionais e por indústrias nacionais.  A capacidade de discriminar uma parcela do mercado mundial para a nascente indústria foi uma demonstração do poderio do aparato do Estado, que passa a negociar e representar o interesse da burguesia industrial. Em uma interação entre a área core e a periferia. O aumento da produção foi, então, adquirido pela expansão horizontal da ocupação do território, sob uma forma de acumulação primitiva estrutural em que se expropria o excedente criado.

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