Personagens:
- Isaura
- Leôncio
- Álvaro
- Malvina
- Narrador
- Belchior
- Mãe de Isaura
- Homem
A Escrava Isaura
Cena 1
(Entra o Narrador)
Narrador: Filha de Escrava, com um Capitão do Mato, Educada como branca mas sempre criada e tratada como escrava, assim sempre foi a vida de Isaura a escrava branca.
(Sai o Narrador e, Entra mãe de Isaura, sendo agredida com chibatadas nas costas e gritos de dor, logo o foco se transfere para a moça Isaura, passando pelo mesmo sofrimento e humilhação, que a anos sua mãe passara).
Isaura: Como mainha sofreu nas mãos de seu senhor, assim também será minha sina e meu destino.
Leôncio: Isaura, se vosmicê, não ceder aos meus desejos, e prazeres, vá direto pra cenzala, pois lá é lugar pra negra mal-criada.
(Entra o Narrador)
Narrador: Sempre Rezignada Isaura, sempre suportava passivamente , seu destino. (sai)
Isaura: Como Meu proprietário, o senhor, é o senhor do meu corpo, mas não de meu coração, Não por certo meu senhor, o coração é livre, ninguém pode escravisá-lo, nem o próprio dono.
Leôncio: Se não posso possuir o vosso coração, nem o vosso corpo, Irá para o tronco, pois lá fará você rever melhor os seus conceitos. (os dois saem)
(Entra Narrador)
Narrador: Naquela mesma noite, seu pai. Ex feitor da fazenda a tira daquele local em rumo à Recife.
Em Recife, Isaura usa o nome de Elvira, e vive reclusa em uma pequena casa, com seu pai. Em um baile na pequena cidade, Conhece o céu e o inferno, no mesmo instante, em que conhece o Amor de sua vida, reencontra também o maior de seus pesadelos; Leôncio. (sai)
(Isaura conversa com uma amiga, e apresenta-se como Elvira, de repente, Alvaro chega e lhe pede uma dança. Eles dançam e então chega Leôncio a desmascarando.)
Isaura: Olá, minha graça é Elvira.
Alvaro: Com sua licença, minha dama, me concede a honra de uma dança.
(Leôncio entra cheio de ignorancia.)
Leôncio: Então estou vendo que o senhor já conheceu minha escrava, Isaura é a sua graça, escrava fujona que não vale a sola dos sapatos que pisa.
Álvaro: Como assim uma escrava? ( olha para Isaura com um olhar de incerteza) . Mas mesmo sendo uma escrava, sua educação e beleza têem um preço, diga-me senhorzinho, qual o preço de tamanha beleza?
Leôncio: Isaura é uma escrava fujona, não tem valor algum. A levarei para a Cenzala de onde nunca deveria ter saído. Darei uma surra que Jamais esquecerá ( Sai levando Isaura, puxando-a pelo braço) (Saem todos;)
Cena 2
A cena se passa agora em um banco de praça, próximos à casa grande. Em cena Malvina e Leôncio.
Leôncio: Eu ja disse meu amor, ela, aquela escrava branca, quem me assediava, Eu sempre resisti bravamente, ela devia estar endemoniada, afinal mesmo branca, continua tendo sangue negro.
Malvina: Isso eu concordo com vosmicê, meu marido.
Leôncio: E então meu amor, já conversou com vosso pai a respeito do financiamento de minhas dívidas?
Malvina: Já sim, senhor meu marido. Porém com a condição de que Isaura se case o mais breve possível, e suma de nossas terras, logo após o casamento conseguirá o empréstimo, para quitar suas dívidas.
Leôncio: Mas com quem casaremos aquela negra branca? ( Com olhar desconfiado)
Malvina: ( olhar misterioso) ora, com o único homem que temos disponível, O Jardineiro.
Leôncio: Certamente, não haveria punição maior, à aquela negra.(saem os dois abraçados,e entra o narrador, por outro lado entra Belchior.)
Narrador: Álvaro, após tempos de procura atrás de sua amada, e insistentes desencontros, encontra-se com Belchior. (entra Álvaro).
Álvaro: Vosmicê conhece a fazenda do Senhor Leôncio.
Belchior: Conheço sim Senhor, pobre homem, não bastasse a mulher que tem, ainda afogado em dívidas.
Álvaro: Como assim, dívidas?
Belchior : Eu não gosto muito de fofoca, mas é o que comentam pelas redondezas, Inclusive está até penhorando todos os seus bens com os credores.
Álvaro: Muito bom saber disso, o senhor poderia me levar até esses credores e logo depois à fazenda do senhor Álvaro?
Belchior: Posso sim senhor, se quizer vir ao meu casamento com escrava Isaura será amanhã às 18:00 horas.
Álvaro: Para si mesmo. Esse homem não se casará com minha Isaura, ela é o amor da minha vida, e NADA a tirará de mim, muito menos um projeto de homem como esse.
Cortinas se fecham e entra o narrador:
Narrador: E o dia do casamento chega.
Leôncio com o chicote na mão, e uma arma na cintura, obriga Isaura e Belchior à se casarem.
Se tem alguém que possa impedir que esse matrimônio aconteça, fale agora, ou cale-se para sempre.
Álvaro surge.
Álvaro: Eu tenho , Isaura além de minha amada, é minha escrava agora, ela e tudo dentro dessa fazenda, comprei as dívidas de leôncio junto aos seus credores. (direciona o olhar à Leôncio) Agora vosmicê está falido.
Leôncio confere os papéis nas mãos de Álvaro, fica desiludido e se suicida.
Malvina, se engraça com Belchior e saem juntos de cena.
Álvaro e Isaura se abraçam.
( O narrador Entra)
Narrador: Tudo termina com a punição dos culpados e o triunfo dos justos. Como tudo deve ser.
Música de fundo, cortina se fecha e FIM.