Revolta da Chibata

revolta da chibata foi uma manifestação de descontentamento dos marinheiros ocorrida em novembro de 1910, no Rio de Janeiro. Eles rebelaram-se contra os frequentes maus-tratos que ocorriam na marinha.

Desde a época imperial, constava no Código Disciplinar da Marinha a punição a marinheiros “faltosos” com castigos físicos, como chibatadas. Durante o Governo Provisório, foram aprovadas mudanças no Código Disciplinar, eliminando as práticas dos castigos físicos na Marinha, mas o então Presidente, Marechal Deodoro da Fonseca, vetou o projeto, mantendo-o tal qual era antes.

A Marinha brasileira foi modernizada durante a República, estando entre as maiores potências navais do mundo, possuindo encouraçados como o Minas Gerais e o São Paulo, os cruzadores Rio Grande do Sul e Bahia, entre outros. O recrutamento militar obrigatório era cumprido pelo período de 10 a 15 anos.

Na Presidência do marechal Hermes da Fonseca (1910-1914), no dia 22 de novembro de 1910, eclodiu a revolta da chibata na baía de Guanabara, envolvendo mais de 2.000 marujos que tomaram os navios Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro.

À frente do movimento, o marinheiro João Cândido. Nos embates iniciais houve perdas dos dois lados, morrendo o comandante Batista das Neves, oficiais e marinheiros. Os revoltosos manobraram os navios e apontaram os canhões para os pontos estratégicos da cidade, exigindo reformas no Código Disciplinar, o fim dos castigos físicos, aumentos dos soldos, preparação e educação dos marinheiros e a anistia aos revoltosos.

O Congresso, convocado às pressas, aprovou um projeto pondo fim aos castigos físicos e anistiando os revoltosos. Pouco depois, o governo decretou o afastamento dos marinheiros rebelados e a prisão de 22 deles. Tal medida provocou nova revolta entre os marinheiros a 9 de dezembro, porém o governo não poupou os rebelados: abriu fogo dos canhões do Exército e da Marinha e o resultado foram centenas de mortos e vários presos.

Como punição aos revoltosos, 97 deles foram embarcados rumo à Amazônia, submetidos a trabalhar na extração da borracha. Durante a viagem, 7 deles foram fuzilados, acusados de conspiração.

Quanto a João Cândido, ele e outros 16 revoltosos foram aprisionados em uma masmorra na Ilha das Cobras, na qual 15 morreram asfixiados. Sendo um dos sobreviventes, João Cândido foi acusado de insanidade, julgado e absolvido, assim como todos os demais marinheiros revoltosos.

 

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