Resenha – Busca Implacável 3

 

Desde o lançamento do primeiro Busca Implacável (2008), o veterano Liam Neeson estabeleceu um novo rumo em sua carreira como ator. O sucesso do longa garantiu não apenas a continuidade da franquia, como uma série de filmes do mesmo gênero que pegaram emprestado traços deste personagem que se tornou marca registrada do ator, como visto recentemente em Sem Escalas (2014) e Caçada Mortal (2014).

Interpretando Bryan Mills, um pai desesperado atrás de sua filha Kim (Maggie Grace) sequestrada em Paris, o ator impressionou o público no primeiro filme da franquia com um personagem ameaçador disposto a tudo para garantir a segurança de sua família. Parte da razão para o sucesso se deu pela origem enigmática do personagem, que no passado esteve a serviço do governo norte-americano e mesmo aposentado é capaz de tudo o que se espera de um herói dos filmes de ação. Na sequência, Busca Implacável 2 (2012), vimos o ex-agente em uma viagem a Istambul fazendo o necessário para salvar sua filha e sua ex-esposa Lenore (Famke Janssen) das mãos de criminosos vingativos, mais uma vez fazendo uso das habilidades muito específicas adquiridas em sua longa carreira.

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Desta vez a ação acontece nos EUA e mostra Mills voltando a se relacionar com sua ex-mulher, trazendo um ar de tranquilidade para a vida do personagem após os conturbados eventos dos filmes anteriores. O primeiro ato não demora para transformar o ritmo lento em ação quando o protagonista vê seu mundo ruir ao descobrir que Lenore foi assassinada de maneira brutal. Sem entender o que havia acontecido e confuso com as possíveis razões para aquilo, Mills é o principal suspeito e precisa fugir das autoridades americanas enquanto descobre quem é o responsável pelo crime. Seguindo a já conhecida fórmula da série, ele ainda precisa proteger sua filha Kim, que está novamente em perigo. A partir daí a trama se desenvolve transbordando ação com explosões, mortes e a velha vingança, destacando sempre as capacidades extraordinárias do ex-agente Bryan Mills.

Do lado da polícia está o inteligente detetive Dotzler (Forest Whitaker), que por sua vez tem um intérprete bastante experiente neste tipo de papel e convence como investigador perspicaz que não desiste até conseguir respostas. O filme usa este personagem para explorar um pouco mais do obscuro passado do protagonista, mas a trama não chega a se aprofundar o bastante neste quesito e prefere manter o mistério. Obviamente, mesmo com competência e grandes deduções, Dotzler está sempre passos atrás de Mills, que engana a polícia e consegue escapar mesmo tendo pouquíssimos recursos em mãos.

Alguns encontros entre o protagonista e os policiais exaltam a veia cômica do filme, que faz questão de ter reviravoltas e exageros típicos dos clássicos do gênero. O filme ainda cria situações engraçadas ao mostrar policiais subestimando Mills, já que o espectador neste ponto já sabe que ele é capaz de resolver determinados problemas com extrema facilidade. Apesar de divertir o espectador mais descompromissado, o excesso de comédia tira parte da sensação de perigo da trama e talvez satirize demais a franquia para os fãs mais sérios.

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Outro personagem chave na trama é o agora viúvo Stuart (Dougray Scott), que esteve presente, mas pouco fez nos longas anteriores. Com a morte de Lenore, o padrasto de Kim precisa lidar com as consequências da investigação e em dado momento é obrigado a cooperar com Mills sem alertar a polícia, o que cultiva o elemento surpresa e aumenta o drama familiar ao longo da trama. Infelizmente, o elenco de apoio não acrescente muito ao enredo e o filme se segura nos personagens de Mills e Dotzler.

Algumas cenas de ação conseguem ser interessantes, mas outras perdem impacto por opções duvidosas da direção, prejudicando muito o realismo. Porém, ainda temos perseguições em alta velocidade com manobras perigosas, prédios explodindo e tiroteios envolvendo policiais e criminosos. Mesmo beneficiado por ângulos de câmera e cortes estratégicos, Liam Neeson exibe boa forma aos 62 anos e consegue protagonizar cenas intensas de luta e correria. Como não poderia faltar num filme da série Busca Implacável, o ator também faz uso do seu poder de ameaçar pessoas pelo telefone e cria diálogos memoráveis.

O capítulo final da trilogia teve boa estreia nos EUA, somando 40 milhões de dólares e liderando o final de semana de estreia. Com isso, a franquia se firmou mais uma vez como uma das grandes produções do cinema francês. No fim das contas, o longa explora uma fórmula já saturada e esgota a franquia sem acrescentar nada de novo ao gênero, mas entrega aos fãs um desfecho digno para trilogia e não fecha as portas para um quarto capítulo. Se você ainda não cansou de ver Liam Neeson armado e pronto pra ação, Busca Implacável 3 é uma boa escolha de filme para esse início de ano.

Ficha Técnica
Taken 3 – 2015 (EUA)
Duração: 109 minutos
Gênero: Ação
Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson e Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Maggie Grace, Forest Whitaker, Famke Janssen, Dougray Scott, Sam Spruell, Leland Orser, Don Harvey e Dylan Bruno

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