Por que comemoramos a Páscoa? Entenda os significados da data

 

nós comemoramos a Páscoa? Por que os ovos de chocolate são o símbolo dessa data? E o que o coelho tem a ver com tudo isso?

A edição da “Folhinha” de 29 de março de 1964, quando o caderno comemorou sua primeira Páscoa, desvendou esses e outros mistérios.

Páscoa, ou Paschoa, é uma palavra de origem hebraica que significa passagem. tanto os judeus como os cristãos comemoram a Páscoa, mas por motivos diferentes.

Para os primeiros, a Páscoa significa sua saída do Egito, conduzidos por Moisés. já os cristãos comemoram a ressurreição de Jesus Cristo.

PÁSCOA DOS JUDEUS

A Páscoa era a maior das festas dos judeus, mandada celebrar pela lei de Moisés. O povo hebreu comemorou-a pela primeira vez quando deixou as terras do Egito. Por ordem de Moisés, na noite do 14º dia do primeiro mês da primavera, cada família, ao pôr do sol, imolou um carneiro escolhido antes, assou-o e comeu-o com pão ázimo (pão sem fermento).

Esta cerimônia tinha um duplo sentido: o primeiro era a passagem do anjo que, ferindo os primogênitos (primeiro filho) dos egípcios, poupou os dos hebreus. cujas casas estavam pintadas com o sangue de cordeiro; o segundo era a passagem dos judeus do cativeiro à liberdade.

Apesar de uma série de novos usos acrescentados, os judeus até hoje procuram observar, com o máximo rigor possível, os primeiros costumes da sua Páscoa.

Ilustração de Moisés, na "Folhinha" de 29/3/1964

PÁSCOA DOS CRISTÃOS

Para os cristãos, como já dissemos, a Páscoa é uma recordação da ressurreição de Cristo. Ela se comemora no domingo seguinte à Páscoa dos judeus.

Depois do Concílio de Latrão (1215), ordenou-se a todos os fiéis que comungassem pelo menos uma vez por ano, no tempo da Páscoa. Esse tempo, também chamado de Pascal, é determinado pelo bispo de cada diocese, mas habitualmente compreende à quinzena que precede a festa e a quinzena que a segue.

A festa de Páscoa deu motivos a muitas discussões entre os cristãos, em virtude da data que deveria ser comemorada. Os romanos tinham sempre comemorado sua festa no domingo seguinte à dos judeus. Mas, no Oriente, muitos cristãos celebravam-na no mesmo dia que os judeus, baseando-se no exemplo deixado por S. João.

Foi o Concílio de Niceia que pôs fim a esses desentendimentos, mandando toda a igreja celebrar a Páscoa de acordo com o costume romano, isto é, no primeiro domingo depois do 14º dia do primeiro mês da primavera.

Os gregos-ortodoxos, tanto quanto os latinos, observam até o hoje o decreto do Concílio de Niceia, mas não admitiram a reforma gregoriana do calendário (o nosso calendário é o gregoriano), motivo por que a festa dos gregos-ortodoxos cai doze dias depois da dos latinos.

OVOS E COELHOS

Para comemorar a Páscoa, os primeiros cristãos adotaram lendas e histórias da antiguidade, nas quais se usavam ovos e coelhos para significar a renovação da vida, como vemos todos os anos quando, depois do inverno, surge a primavera.

Também a ressurreição é uma vida nova, é nascer de novo depois de ter sido morto e enterrado, como foi Jesus.

Com o tempo, juntaram-se nas festas de Páscoa os ovos e em alguns países surgiu a lenda dos coelhinhos da Páscoa, que põem ovos como se fossem galinhas. Vocês sabem muito bem que coelhos não põem ovos, não é mesmo?

Atualmente, na Páscoa, comemos ovos de chocolate e de açúcar-cande, ovos coloridos que nossos parentes escondem para que os procuremos por todos os cantos.

Mas antigamente o que se comia eram ovos de verdade. E sabem por quê? Porque durante toda a Quaresma era proibido comer ovos. As pessoas ficavam com tanta vontade de comê-los que, no domingo de Páscoa, quando acabava a proibição, não havia, é claro, petisco mais gostoso do que os ovos.

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