O que é a unidade motora?

 

A unidade motora é composta pelo grupo de fibras musculares que são coordenadas por um único neurónio motor. Este neurónio motor é responsável por transmitir a informação ao cérebro de que o músculo precisa de contrair ou de relaxar.

Uma vez que existem muito mais fibras musculares do que neurónios motores, os axónios – parte do neurónio responsável pela condução dos impulsos elétricos – ramificam-se de forma a comunicarem com as diferentes fibras musculares.

Tanto as unidades motoras como os neurónios motor que as inervam podem variar em tamanho. Neurônios motores pequenos inervam relativamente poucas fibras musculares, formando unidades motoras capazes de gerar menos força. Já neurônios motores grandes inervam uma quantidade maior de fibras musculares, formando unidades motoras maiores e mais potentes.

anatomia de uma unidade motora

As unidades motoras também diferem quanto ao tipo de fibras musculares que inervam. Na maioria do músculo esquelético, as unidades motoras pequenas inervam as fibras musculares “vermelhas”, que contraem de forma lenta e geram uma força relativamente menor.

Por outro lado, por causa do seu conteúdo abundante em mioglobina, mitocôndrias e capilares, estas fibras vermelhas são mais resistentes à fadiga. São, por isso, importantes para as atividades que exigem uma contração muscular regular, tal como caminhar ou manter uma postura erecta.

Os neurónios motores de maior dimensão inervam as fibras musculares brancas, que contraem de forma mais rápida e geram mais força. No entanto, essas fibras têm escassas mitocôndrias e, como tal, fatigam-se mais rápido. São especialmente importantes para atividades breves que necessitam de uma grande quantidade de energia e força, como sprintar ou saltar.

Uma terceira classe de unidades motoras possui propriedades que se situam entre as duas que abordámos anteriormente. Estas unidades motoras são de tamanho médio e não geram força de forma tão rápida como as que descrevemos no parágrafo anterior.

Estas distinções entre os diferentes tipos de unidades motoras revelam a forma como o sistema nervoso produz movimentos adequados para diferentes circunstâncias. Elas também explicam as diferenças estruturais entre os grupos musculares.

Biópsias musculares mostram que os sprinters têm uma maior proporção de fibras musculares de contração rápida nos músculos das pernas do que os maratonistas. O mesmo para os powerlifters.

composição de uma fibra muscular

Aplicação na musculação

Percebendo como funciona o nosso corpo e, mais precisamente, os nossos músculos, fica mais fácil traçar as nossas rotinas de treino. O sistema nervoso vai responder aos estímulos provocados pelo nosso treino adaptando-se, de forma a poder responder melhor ao treino da próxima vez.

Esta adaptação ocorre essencialmente através do processo de hipertrofia sarcoplasmática. Este processo consiste no aumento de alguns componentes e estruturas das fibras musculares, como as mitocôndrias, a mioglobina e os capilares sanguíneos.

Se eu quero ganhar força, então tenho de fazer um treino que estimule as fibras de contração rápida, de modo a obrigar o corpo a torná-las mais eficientes. Se o meu treino de musculação consistir em séries de poucas repetições com muita carga, a hipertrofia ocorrerá essencialmente ao nível das fibras musculares de contração rápida. O número de mitocôndrias nestas fibras aumentará, o que com o passar do tempo vai permitir aumentar as cargas levantadas.

Mais espectacular é que o próprio sistema nervoso também é estimulado com o treino. Conforme demonstram alguns estudos científicos, o sistema nervoso torna-se mais eficiente com o treino e consegue recrutar mais unidades motoras para o exercício.

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