O Complexo Regional do Nordeste

 

O Complexo Regional do Nordeste caracteriza-se por ser uma das regiões geoeconômicas mais plurais do território brasileiro.

Complexo Regional Nordestino é uma das três regiões geoeconômicas do Brasil, ao lado do Centro-sul e da Amazônia. Possui uma área superior a 1 milhão e 500 mil km² (pouco menos de 20% do território brasileiro) e abrange inteiramente os estados do Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, além do leste do Maranhão e o norte de Minas Gerais.

Apesar de ser frequentemente tratado como uma região com características comuns, o Nordeste possui uma elevada pluralidade, com a existência de vários “nordestes” em seu espaço. Essa visão de uma região nordestina como algo único é algo relativamente recente, efetivando-se ao longo do século XX.

Antes do final do século XIX, o Nordeste era uma das regiões economicamente mais desenvolvidas do país, concentrando os principais polos econômicos e de poder na época. De um lado, havia a zona algodoeira-pecuarista no sertão, de outro havia a zona açucareira na zona da mata, e isso sem falar dos arredores do que hoje é o Maranhão, que tiveram uma administração colonial diferenciada, e as áreas correspondentes a Ceará e Piauí, que, historicamente, sempre mantiveram uma baixa integração com o seu entorno.

No entanto, com o processo de industrialização, iniciado na década de 1930 e intensificado nos anos 1950, o Nordeste deixou de ser considerado em sua pluralidade e passou a ser visto como uma região única, em função da concentração de recursos, infraestrutura e poder no Sudeste do país, mais precisamente em São Paulo e Rio de Janeiro.

Esse processo desigual de desenvolvimento, acompanhado de uma urbanização também desigual, transformou o complexo nordestino de uma região economicamente avançada em um polo fornecedor de migrantes para o centro-sul brasileiro, o que só vem diminuindo recentemente, no início do século XXI.

Para uma melhor compreensão da heterogeneidade do complexo regional nordestino, foi realizada uma divisão em quatro sub-regiões principais: a Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o Meio-Norte.

Fisicamente, o território nordestino é constituído majoritariamente por planaltos, além de algumas planícies e depressões interplanálticas, como a Depressão Sertaneja, que, por se encontrar entre dois planaltos, dificulta a ocorrência de chuvas, um dos motivos para os longos períodos de seca em algumas épocas. Merece um especial destaque a Chapada Diamantina, localizada na bacia do Rio Parnaíba.

 

A hidrografia desse complexo regional apresenta, em sua maioria, rios intermitentes, isto é, aqueles que secam em determinados períodos. Apesar disso, a região conta com um bom potencial hidrelétrico, com a presença de usinas geradoras de energia, como a de Três Marias, Sobradinho e algumas outras. Além disso, há a importância do Rio São Francisco, muito utilizado para irrigação, transporte e abastecimento de populações ribeirinhas.

Os tipos de vegetação predominantes são a Caatinga e, mais ao litoral, a Mata Atlântica, contando com a presença do Cerrado em parte do estado da Bahia. Em termos de clima, além do semiárido característico do Agreste e do Sertão, há a presença do clima tropical na Zona da Mata e equatorial úmido nas localidades mais próximas à Amazônia.

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