Nazismo

Introdução

Período entre Guerras

Logo após a 1ª Guerra Mundial, a Europa, principalmente a Alemanha, a qual foi mais prejudicada com o conflito, está em transformação. Na Alemanha surgem, as classes ocas (uma diminuição da população na faixa etária de 20 a 40 anos, ocorrendo um declive demográfico) e um sentimento de profunda indignação com relação as decisões do Tratado de Versalhes. A França, mais prejudicada pela primeira guerra, é categórica em querer que a Alemanha cumpra à risca o Tratado de Versalhes e pague as dívidas de guerra. A Grã-Bretanha é mais suave em relação à efetivação do tratado, pois, percebe que a França quer se aproveitar da situação para adquirir a hegemonia continental, e decide ajudar a Alemanha a levantar-se. A Alemanha não quer pagar a França, e esta invade o Ruhr (vale do rio Ruhr) onde estão as minas de carvão e ferro, suportes da industria da época, sendo desaprovada pela Grã-Bretanha e pelos Estados Unidos. Na economia interna alemã vemos, uma grande inflação: o marco está extremamente desvalorizado, com uma emissão de moeda desgovernada. Socialmente surgem, subversões: os ex-combatentes, insatisfeitos por terem lutado, perdido e, ainda, estarem pagando a dívida, têm uma tendência à rigidez militar, luta armada, ou seja, a ditadura. Surge também uma classe de enriquecidos, que se aproveitou da guerra, e de empobrecidos, que emprestaram dinheiro ao Estado e não receberam de volta. A crise do Ruhr arruina os poupadores. Existe um sistema democrático, mas, uma grande pobreza, campo fértil para o totalitarismo. Com a guerra, também há necessidade de concentrar esforços, mobilizar homens e recursos. Essas tarefas ficam a cargo do Estado, que se fortalece. Aqui aumenta o papel do executivo, contrariando as leis liberais de não intervenção do Estado. Nesse meio tempo, também está acontecendo a revolução soviética, comunista e, portanto, um perigo visível para capitalismo europeu e mundial. Aumenta, assim, a ajuda econômica para a reconstrução da Alemanha, lhe é permitida a organização de um exercito nacional. A Alemanha torna-se um obstáculo geográfico ao avanço comunista. O espírito humano, após uma guerra, também muda; percebe-se a perenidade da vida. No tocante a religião, a provação despertou com freqüência o sentimento religioso… Por haverem deixado as Igrejas, em todos os países, envolver no esforço da guerra esta divorciou da fé um sem-número de espíritos. Percebe-se que há uma volta à religiosidade, mas, também, um abandono da fé. O efeito sobre os espíritos traz novas concepções:

* Abala os valores liberais, pois, não é quem trabalha que próspera, mas, sim, quem especula.

* Fortifica-se o pensamento de gozar a vida, pois, vem a guerra e perde-se tudo.

* O nacionalismo, que vai ser um dos suportes da ideologia nazista.

A Europa também se percebe, não mais como o centro do mundo, mas como uma devedora diante de uma potência em ascensão chamada de Estados Unidos da América. Nesse período, na Alemanha, começam a eclodir ataques terroristas e, em Munique um obscuro agitador chamado Adolf Hitler começa a escrever seu nome no lado negro da história. Como o idealizado da 2ª guerra mundial, cujos agravantes redigirei a seguir.

O Tratado de Versalhes

Em julho de 1919 a Alemanha, vencida, assina com a Entente e seus aliados a Paz de Versalhes, em Paris. Não foi em vista do povo que sofria, mas para preservar o exército alemão. Existe uma divisão entre os vencedores. Os Ingleses e os americanos estão contentes por eliminar o competidor alemão. Desejam que a Alemanha se conserve Burguesa, Capitalista para impedir o comunismo Russo. Já a França, mais ferrenha em seus intuitos, queria anexar a margem esquerda do Reno, mantendo assim sua hegemonia na Europa continental. Em 28 de julho de 1919 os delegados Alemães assinaram o Tratado de Versalhes… atribuindo a Alemanha a responsabilidade moral pela guerra. A Alemanha foi destroçada com o tratado, foram retirados a oitava parte do seu território, sua população teve uma diminuição arrasadora, suas colônias foram para as mãos da Inglaterra e da França. O exército Alemão ficou reduzido a 100 mil homens, somente para a autodefesa nacional. O país não poderia ter industria bélica e nem construir aviões, tanques ou submarinos. Também não haveria escola de guerra e nem estado maior das forças armadas. O Tratado de Versalhes, fez com que a Alemanha mergulhasse em uma crise econômica violenta. Diante disto, surgem as agitações e a propaganda nacionalista, usados mais tarde pelos nazistas. Mas, particularmente coloquemos como fato importante do Tratado de Versalhes para o ressurgimento da Alemanha, e de ela ter mantido a soberania nacional (o Reich continua intacto), pelo interesse que Inglaterra e Estados Unidos tinham em que ela fique forte para conter o comunismo soviético. Desejavam conservar uma Alemanha, suficientemente forte para manter o equilíbrio do poder não só em relação à França, como também em relação a nascente Rússia Soviética… que atemorizava as classes médias européias com a ameaça do bolchevismo. O tratado não trouxe paz. Somente pôs mais lenha na fogueira. Onde os vencidos não foram ouvidos, receberam as condições e tiveram que aceitar pois estavam numa situação de fome e cansaço. Sendo o tratado severo em leis mas benigno em cobrar estas leis, não conseguiu conter o ressurgimento do nacionalismo alemão, baseado na injustiça sofrida, pois este veio novo e agressivo, racista e messiânico. Em 1919 a constituição de Weimar é promulgada instalando na Alemanha uma república democrática, com uma federação e um parlamento. Ela não é aceita. Surgem oposições. Os grandes proprietários não toleram a queda do marco e sabotam as empresas francesas no Ruhr. Assim começa a pregação contra o capitalismo estrangeiro e o internacionalismo comunista. Não podemos ignorar que atrás destes sistemas estão os judeus que começam a ser alvo do racismo que renasce. O ideal de um estado pangermânico também. Tudo nos leva a afirmar que o Tratado de Versalhes auxiliou para surgimento do nazismo.

O Comunismo

O comunismo vai contribuir para o surgimento da Alemanha Nazista de muitas formas, mas principalmente como ideologia que se opõe ao capitalismo. Mas esta ideologia não surgiu por acaso. Temos fatos históricos que se processam na Rússia, vamos ver algumas idéias deste processo histórico. A Rússia entra no século XX como a maior população da Europa (174 milhões). Mas também com grandes problemas sociais. Ela é essencialmente agrícola, quase feudal. Os camponeses viviam em situação precária, também os operários das poucas industrias existentes. Estes eram agitados freqüentemente por partidos clandestinos. O regime político era absolutista, centrado na pessoa do Czar. A burguesia russa era fraca, existia sim uma aristocracia rural com certo poder político e econômico. É neste contexto que desenvolvem-se os partidos políticos, clandestinos, pois a organização czarista impossibilitava a existência de uma oposição. Os problemas aumentavam mais ainda quando o império entrava em guerras, flagelando mais ainda o seu povo já sofredor. Assim em 1905 temos um ensaio geral da revolução, quando a Rússia está no auge da depressão econômica e ainda sofre derrotas militares frente o Japão. As manifestações lideradas pelo Pe. Gapone, são dissolvidas a bala, mas ainda conseguem algumas concessões diante do Czar, como a organização partidária. Sendo ela bolchevista e menchevista. Também se forma uma nova organização o soviete (comitê). Em 1917, a Rússia entra em guerra, há um descontentamento interno. Os soldados mal armados e alimentados, são derrotados. Surgem greves em Petrogrado, onde soldados se unem aos manifestantes e invadem prédios públicos. Três partidos se enfrentam, Democratas, Bolchevistas e Menchevistas. Feita a revolução começa uma guerra civil, de terror, para acabar com a burguesia e com os contra-revolucionários. Surgem conflitos entre o exército vermelho dos revolucionários liderados por Trotsky, contra o exercito Branco do Czar, que tem apoio das grandes potências (Grã-Bretanha, França e Japão). Vence a ditadura do proletariado, que anuncia o inicio de uma Rússia comunista; vencem os Bolchevistas apoiados nos sovietes. Começa um segundo período, sem coações e com muitas liberações, seria o pós-guerra Russo. Surge então a NEP (Nova Política Econômica) ou um recuo estratégico, pois diante de guerras civis e externas, o país esta esgotado. Esta estratégia econômica consistia: “Vigorando de 1921 a 1928, a NEP era uma economia mista de socialismo e capitalismo: permitiu a liberdade do comércio interno, o funcionamento de pequenas empresas industriais, o surgimento de propriedades rurais pertencentes aos ‘Kulaks’ e concessões a empresas capitalistas Inglesas, Norte Americanas, Francesas e Alemãs”. Política esta por muitos chamada de dar um passo para trás para depois avançar dois. No entanto, o estado conservava o direito a propriedade, transporte e comércio externo. Em 1928 morre Lénin. Começa assim uma luta entre o comunismo de Trostsky, que afirma que para o comunismo prosperar ele tem de acontecer no mundo inteiro, ir para os países com meios de produção avançados, uma internacionalização do comunismo. Já Stálin diz que primeiro tem-se que construir uma nação comunista, depois este se espalha para o mundo. Vence a linha de Stálin que manda matar Trostsky, que está exilado no México. Diante disto Stálin inicia a edificação do socialismo, com fazendas coletivas, industrias coletivas, principalmente bélicas, tudo nas mãos do Estado. Surgem os planos Qüinqüenais, em 28, 33 e 38, que visam a superação da propriedade privada e o aumento da produção. Sendo assim o socialismo coloca a Rússia como potência mundial com um caráter sistemático e total intervenção do estado na economia. Sendo terminantemente contra o liberalismo capitalista. E por assim se dizer coloca medo na classe média burguesa mundial, que incentiva a reconstrução da Alemanha, como nação e força armada, para ser uma barreira geográfica a expansão do comunismo. Decisão a qual vai favorecer o surgimento do nazismo e por conseguinte a 2ª guerra mundial. As fronteiras não seguram ideologias, e socialismo chega as sociedades que vivem a revolução industrial, e fomenta a luta do proletariado. Na Alemanha ele se aproveita da crise na social-democracia. Tanto que a Alemanha possuía o partido socialista mais numeroso, tornando-se um futuro campo eleitoral para este. Que só vai cair por terra com a ascensão de Hitler ao poder em 1933. Este é o perigo. A União Soviética apresenta-se como modelo a ser imitado, mas quando Hitler sobe ao poder ele dissolve todos os partidos e manda os dirigentes e militantes comunistas para os campos de concentração para serem eliminados. Em 1935 temos dois blocos distintos, a Alemanha se torna nazista, portanto totalitária, tendo como aliados as ditaduras e os partidos fascistas. Já a União Soviética toma uma bandeira antifascista que une democracia clássica e comunismo. Portanto os capitalistas que viram em Hitler a solução para conter o avanço do comunismo, se unem aos comunistas para conter os fascismos ditatoriais. Chegando a conclusão de que alimentara o câncer, pois a Alemanha Nazista vai ser o terror da Europa.

Crise de 29 – Quebra da Bolsa de Nova Iorque

Outro fator determinante para o surgimento do nazismo e sua chegada ao poder foi a chamada quinta feira negra ou crack da bolsa de Nova Iorque, a qual relatarei nos parágrafos que seguem. Com o fim da primeira guerra, a Europa está destruída. Precisa se refazer, política social e principalmente economicamente. Neste contexto temos um país que não se envolveu na guerra os Estados Unidos, enquanto, na Europa acontece queda na produção agrícola e industrial gerando inflação e desemprego. Os Estados Unidos pelo contrário, vivem o chamado milagre americano, com um grande avanço agrícola e industrial. Sendo assim aumenta a qualidade de vida, crescem o número de automóveis aumentam rodovias e ferrovias. A política norte americana é regida pelo mais puro liberalismo econômico, para tomar decisões o Estado tinha que consultar os executivos do país. A bolsa de valores de Nova Iorque, a maior do mundo, movimentava milhões de dólares investidos em ações. Só que o inesperado aconteceu: Em 24 de outubro de 1929, ocorreu o crack ( a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque). A ilusão de uma prosperidade sem fim terminava. Havia já alguns dias que o preço das ações vinha caindo. Os EUA entravam em pânico: todos procuram vender seus papéis, fazendo com que os preços caíssem mais ainda; os banqueiros de seu lado, tentam sustentar o mercado em pouco tempo milhares de dólares são investidos em títulos e ações que não valem nada. Inicia-se a grande crise do capitalismo Americano e depois mundial. Com a quebra da estabilidade econômica, acumulam-se mercadorias nos estoques. Não havendo vendas diminui o lucro das empresas e estas diminuem seus empregados. Começa o desemprego que atinge trabalhadores urbanos e rurais. Isto se dá porque a produção cresce mais que os salários e as pessoas não podem consumir. Esta crise logo se espalha para o mundo, pois os credores retiram seus capitais, principalmente da Europa. Onde também cresce o desemprego, para se ter uma idéia chegam a 6 milhões os desempregados na Alemanha. Logo de imediato constatamos duas conseqüências: Conseqüências psicológicas:

A opinião pública perde a confiança nas instituições democráticas que se identificam com o capitalismo. O povo não acredita mais no sistema liberal, surgem agitadores. E o Nacional Socialismo encontra adeptos junto a essa massa desempregada. No entanto o movimento não nasce da crise, mas é ampliado com ela. Outra conseqüência e sobre a política dos Estados a falência do sistema liberal e a carência da iniciativa privada obrigam o poder público a intervir. Diante da opinião pública o Estado tem que se retratar pondo a economia nos trilhos novamente. Por exemplo nos Estados Unidos surge a política do new deal. Onde o Estado cria obras públicas para dar empregos, pagando salários e aquecer o comércio. Também surge um sentimento nacionalista, os países se fecham, vejamos a Grã-Bretanha símbolo do liberalismo econômico, volta ao protecionismo. Deste modo a depressão acarreta o abandono dos princípios liberais atingindo as democracias e proporcionando situações para o surgimento dos regimes autoritários. Pois a economia vem se apoiar no nacionalismo político e militar. No caso da Alemanha ela na década de 20 também viveu um crescimento econômico, o país começou a se reconstruir, aumentam os empregos e salários, graças aos investimentos norte-americanos. Mas também a Alemanha em 29 com o crack começa a cair em crise. Essa crise foi particularmente brutal para Alemanha. Os norte-americanos retiram seus capitais, não renovando os empréstimos. O mercado mundial se fechou provocando o fechamento de fábricas Alemãs e desemprego em massa. Surge fome, greves que assustam a burguesia. Assim esta começa a financiar com seu capital o partido Nazista, que boa propaganda arrebanha a juventude desocupada a classe média que está empobrecendo, aumentando consideravelmente suas fileiras.

Hitler

Adolf Hitler nasceu no dia 20 de abril de 1889, cidade de Braunau na Áustria e morreu (suicidou-se) no dia 30 de abril de 1945 em Berlim na Alemanha. Sua infância viveu nas proximidades da cidade de Linz. Era filho de um funcionário público, que almejava o mesmo futuro para o filho. Quando falava de sua mãe era com grande sentimentalismo, costumava dizer que a única vez que chorou foi na ocasião da morte da sua mãe. Quando estudante fora um criador de motins, e sua leitura predileta era acerca de assuntos militares (guerra franco-alemã). Quando jovem revoltou-se com o seu pai e resolveu não seguir a carreira pública, quis ser pintor, ofício no qual não foi bem sucedido, pois não conseguiu ingressar na Academia de Belas Artes de Viena. Ingressou no exército, lutou na primeira guerra mundial na condição de cabo, conseguindo condecorações raras para sua simples posição. Quanto a suas idéias políticas, houve uma época que simpatizou com a social democracia devido ao sufrágio universal, que ameaçava a dinastia dos Habsburgo, a qual ele odiava. No entanto, não aceitava a ênfase dada a diferença de classes, negação da nação, religião, propriedade e moral…Seu ídolo era Otto Bismark, por ter unido a nação Alemã e ter lutado contra a dinastia Austríaca. Terminada a primeira guerra, é encarregado como funcionário da política de Munique de investigar o Partido dos Trabalhadores Alemães, pois tinha-se suspeita que este fosse comunista. Mas só que passada a primeira reunião Hitler já é um membro filiado do partido. E em 1920 lança as bases do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. O NAZI de onde advém a palavra tão conhecida NAZISMO. Em uma sociedade desestruturada pela guerra, com famintos e desempregados, lança sua plataforma de ação com um plano político e econômico baseado em 25 itens:

1) reunião de todos os Alemães na Grande Alemanha;

2) abolição do Tratado de Versalhes;

3) reivindicação do espaço vital;

4) definição de cidadão: só quem for de sangue Alemão;

5) exclusão dos Judeus da comunidade Alemã;

6) quem não for cidadão estará sujeito às leis dos estrangeiros;

7) quem não for cidadão poderá ser expulso no caso de o Estado não estar em condições de assegurar alimentos à população Alemã;

8) os cargos públicos estão reservados aos cidadãos;

9) o direito e o dever de trabalho;

10) a abolição das rendas não derivadas do trabalho;

11) eliminação da escravidão do interesse;

12) confisco dos lucros de guerra;

13) nacionalização das industrias monopolistas;

14) participação dos trabalhadores nos lucros das grandes empresas;

15) incremento da previdência para a velhice;

16) fortalecimento da classe média;

17) reforma agrária;

18) punição dos usuários, açambarcadores, traficantes do mercado-negro com a pena de morte;

19) substituição do direito romano por um direito Alemão;

20) reforma da escola num sentido nacionalista;

21) proteção da mãe e da criança;

22) criação de um exército popular;

23) limitação da liberdade de imprensa e de arte;

24) liberdade de credo religioso, desde que não contrarie a moralidade da raça germânica; 25) criação de uma forte autoridade central o Reich.

Neste programa, acima, está clara a idéia de centralização do poder, e anti-semitismo, mas também devemos levar em consideração idéias muito coerentes como a da reforma agrária, previdência social, participação nos lucros e muitas outras já citadas. Nem todo projeto ou sistema é totalmente arbitrário e cruel. Quando Hitler em 1921, é nomeado presidente do partido, faz comícios, com o intuito de mobilizar as massas. Sendo que estas massas estão descontentes com o Tratado de Versalhes e a inflação exorbitante. É neste momento que ele tenta conquistar o governo da Baviera, falha e é condenado a 5 anos de prisão na fortaleza de Landsberg. Na prisão ele ficou apenas 9 meses, os quais foram suficientes para ele escrever as bases de sua doutrina, na obra intitulada “Mein kamff” (minha luta) idéias as quais já estão citadas nas 25 metas. Mas com a leitura da obra podemos dizer que ele dá maior ênfase a dois assuntos Raça e Terra. Ou seja o espaço vital, que mais tarde vai ser um pretexto para a guerra. Também podemos colocar como importante o fato de ele esboçar uma ditadura, quando fala da necessidade de uma mão forte que governe em nome de todos. Idéia que claramente contradiz o liberalismo democrático. E mostra a tendência ao autoritarismo que se torna fato anos mais tarde. Também não podemos somente chamá-lo de totalmente louco e mau certamente Hitler tinha idéias boas e coerentes. O pensamento social de Hitler: Como já afirmado não podemos depreciar uma pessoa sem saber qual as idéias ele cultiva. Hitler, na sua juventude, em Viena tinha um pensamento social como podemos ver na citação que segue: “Em frente ao exército de oficiais, superiores, funcionários públicos, artistas e sábios, estendia-se um exército ainda maior, composto de trabalhadores (…) uma pobreza atroz. Diante dos palácios(…) perambulavam milhares de sem trabalho e por baixo desta via triunfal da velha Áustria, amontoavam-se os sem tecto(sic), no lusco fusco e na imundice dos canais(…).” Nesta citação podemos ver a preocupação de Hitler, com a situação em que o povo encontrava-se, a pobreza, o descaso das autoridades. Isto também deve-se ao fato de ele fazer parte desta classe empobrecida e excluída. Além deste pensamento ele também primava por condições sociais sadias, educação porque somente quando se conhece é que se dá o devido valor, sendo que o tema em questão é a pátria Germânica. Dando continuação, podemos relatar mais um pouco de sua biografia. Depois da noite de 1933 quando ele toma o poder a vida de Hitler confunde-se com a do país. Ele viveu com a caixeira Eva Braun, que lhe foi fiel até na morte. Segundo o que dizem ele era indiferente ao luxo, não tinha vícios e exercia sobre as massas um poder hipnótico. No entanto quando em 1944 escapa de um atentado começa a mostrar um comportamento caduco, louco. Como exemplifica o fato de ele não sair mais de sua sala onde mata-se com um tiro deixando seu país derrotado e devastado.

Ascensão ao Poder

A república de Weimar, não consegue resistir a crise de 29. Por causa do desemprego, inflação, declínio de produção. Neste contexto o sistema presidencialista se reforça pois tem de atuar nos mais variados setores da economia, acumulando poderes em suas mãos, governado por decretos, pois não conseguia a maioria parlamentar. Paralelamente a esta centralização do poder, com receio dos comunistas, os grandes industriais dão apoio ao movimento de massas, o nazismo, principalmente, a pequena burguesia. Mas o governo ainda continua a subestimar a ameaça nazista. Hitler vai chegar ao poder por vias legais, conduzido pelas mãos do ex-chanceler Von Papen em 30 de Janeiro de 1933. Estavam certos de que Hitler seria submisso e que poderiam controlar o Nazismo. Foi este o erro, pois com poder político e com a morte do presidente Hindenburg, ele também assume o poder presidencial. E em seis meses o Fuher organiza o terceiro Reich. Desenvolvendo uma política monopartidarista. Uma política de repressão, onde ele acaba com a vida dos opositores, surgindo assim os famosos campos de concentração, onde a GESTAPO (polícia secreta) mandava os revoltosos para a morte sem contar os judeus que é outro capítulo. Assim o nazismo configura-se como um regime com uma forte ideologia.

A Ideologia

O nazismo se apoia na idéia de raça e sobre o conceito de comunidade do povo (Volksgemeinschaft). Quem não tinha sangue ariano, quem não tinha cosmovisão Germânica era considerado subhomem. Fica expresso o sentimento nacionalista e racista, que a ideologia nazista pregava. Mais tarde, se traduz na perseguição e morte dos não arianos, principalmente dos Judeus. A comunidade ou povo e a única forma de suprimir o individualismo e chegar ao nós, onde os direitos da pessoa não contam. O que conta é a nação, com suas leis e sua moral. O nazismo não seguiu uma idéia somente. Ele mesclou idéias de vários pensadores, como a filosofia de Friedrich Nietzsche, com sua concepção de super-homem. No entanto, não podemos afirmar que Nietzsche foi nazista. Suas idéias é que foram interpretadas segundo os interesses dos estudiosos nazistas. Essa interpretação do super-homem de Nietzsche como profeta do nazismo deve ser excluída do contexto de sua filosofia: o super-homem não é o nazista, mas o filósofo. O super-homem não é o homem forte, mas sim uma volta a concepção dionisíaca dos pré-socráticos, de amor a vida terrena. Vale salientar que Nietzsche e nazismo não foram contemporâneos. Também foram usadas idéias de Richard Wagner, quando exalta o povo Germânico, e as do Geógrafo Karl Haushofer que dizia ter, a raça dominante, direito ao espaço vital (isto será pretexto para as invasões expansionistas futuramente). Podemos dizer que a ideologia nazista se fundamenta em cima de alguns tópicos como: a superioridade racial, o anti-semitismo e uma propaganda bem elaborada.

Superioridade Racial

O nazismo usou de uma corrente científica a Eugenia, que estuda como melhorar geneticamente a espécie humana. Ela parte do princípio de que o progresso da biologia foi grande na área da botânica. Criam plantas híbridas, obtendo maior produtividade. Porque não aperfeiçoar o homem? Hitler percebeu que, na sociedade moderna, as pessoas menos aptas (surdos, retardados, loucos, deficientes…) tinham chances de sobreviver, pois as leis naturais que tratavam de retirar estes homens de circulação foram superadas pela tecnologia e medicina. Hitler vai querer eliminar estes sujeitos e criar seres perfeitos dentro do padrão ariano. Assim ele desacredita, a Eugenia pois tenta justificar o melhoramento da raça, matando judeus e não arianos puros. Como vimos Hitler vai concentrar seus argumentos na superioridade da raça ariana. Esta tem de ser pura, pois, quando misturada com outras raças entra em decadência. Para tanto, um dos atributos do Estado é assegurar esta pureza racial da nação a qualquer preço. Em uma explanação feita por Hitler no Mein Kanff ele diz: Observando a natureza vemos que os animais somente se acasalam com membros de sua espécie. É a lei de ouro da natureza. Esta é quebrada somente por coações externas, como o cativeiro que vai por exemplo, justificar o acasalamento de um tigre com uma leoa. No entanto, os descendentes destes nasceriam com anomalias genéticas (infertilidade). Pois a natureza segue o seu curso de aprimoramento da espécie, onde as anomalias são descartadas. Este processo natural, podemos ver, também no nosso dia-a-dia, onde os mais fracos sucumbem diante dos mais fortes. A natureza seleciona segundo força e saúde. Os nazistas aplicaram estas idéias evolucionistas de Darwin (1809-1882) ao povo ariano. Dizem eles, que, quando os arianos começaram a entrar em contato com outros povos inferiores, decaíram intelectual e fisicamente. A raça ariana é fundadora de civilização. Os povos asiáticos são portadores de civilização, pois somente absorveram a cultura ariana. Esta concepção, talvez, explique porque Hitler se uniu tão facilmente aos japoneses, na Segunda Guerra. Pois, segundo ele, os japoneses são um povo trabalhador com forte tradição nacional, muito parecidos com os alemães. Já os Judeus são a raça destruidora. Somente os alemães são dignos de dominar o mundo. Ele encontra um argumento na hipótese da seleção natural, de Darwin. Essa concepção constitui ainda um disfarce para função imperialista da ideologia fascista. Se os arianos são os únicos povos fundadores de civilização, podem reivindicar o domínio do mundo, em virtude do seu destino divino. Esta foi uma das justificativas ideológicas para as invasões alemãs, principalmente em direção da União Soviética. Esta grandeza racial também encobria interesses econômicos do capitalismo alemão que necessitava de mercados. Sempre no fundo de uma ideologia encontramos um teor material. Hitler vai fazer uma leitura da sociedade alemã, onde critica a mistura do sangue alemão com o Judeu. Por isto ter acontecido é que surgiu a peste judia que tenta suplantar a raça ariana. A pureza racial é o maior desejo, e deve-se lutar por ela, não importando os meios que sejam usados. Neste contexto de superioridade racial a mulher tem importância como produtora de novos arianos. A mulher nazista era representada como guardiã da raça ariana. A pedagogia nazista para a mulher não ia além, pois, de prepará-la para a maternidade. O conhecido lema dos K – kinder (criança), kirche (igreja), kürche (cozinha). Esta visão muda somente em 1941, quando, devido à guerra, as mulheres são recrutadas para trabalhar nas industrias. Em 1935 são criadas as Lebesborn, lugares onde acontecia verdadeira reprodução humana em escala industrial. Seu objetivo geral era incrementar a expansão da raça ariana através do controle biológico além da educação das chamadas “crianças SS”. Estes Lesbsborn, no início, também eram creches. Mais tarde, mães solteiras começaram deixar seus filhos ali. Outras que entravam dentro dos requisitos raciais (arianas puras) engravidavam dos SS para terem futuros soldados. Outra temática decorrente da superioridade racial é o Espaço vital . Os historiadores nazistas, diziam que a própria apontava para um fato que é a motriz da história. Este fato é a luta entre dois povos desiguais pelo seu espaço vital. Pois quando um povo se multiplica, precisa de um habitat físico maior, surgindo assim as guerras territoriais. Este fato vai ser pretexto para a sede nazista por novos territórios.

Anti-Semitismo

Sabe-se que desde o fim do século XI, os Judeus eram segregados na Alemanha, porém o anti-semitismo racial apareceu pela primeira vez neste país, na década de 1870. (O termo anti-semitismo surgiu pela primeira vez em 1879, no livro a vitória do judaísmo sobre o Germanismo, de Wilhelm Marr.). Os Judeus sempre foram perseguidos na Alemanha, mas com o nazismo esta discriminação alcançara o nível máximo. Antes temos que fazer uma pequena retrospectiva desta perseguição. O filósofo Hegel, quando jovem, fez uma filosofia, com grande exaltação nacionalista, onde colocava o judeu como responsável pelos males ocorridos na Alemanha. Outro pensador que contribuiu para este racismo foi Arthur Joseph de Golineau. Com seus estudos teorizou que os judeus seriam inferiores aos arianos, moral e fisicamente. Este pensamento foi assimilado e aprofundado pela antropologia nazista. Hitler no seu livro Mein Kamff faz uma analise do Judeu. Diz ele que no decorrer da história, os semitas foram parasitas. “ O Judeu, este nunca foi nômade e sim um parasita, incorporado ao organismo de outros povos. Sua mudança de domicilio, uma vez por outra, não corresponde a suas intenções, sendo resultado da expulsão sofrida por ele (…) O fato dele se espalhar pelo mundo é um fenômeno próprio a todo o parasita (…) o povo que o hospeda vai se exterminando” O Judeu vive a parasitar pelo mundo, explorando os outros povos. Os povos que se dão conta disto os expulsam, mas, no entanto, eles continuam seu intento em outra nação. Em outra análise Hitler expõe a ação do Judeu. Este chega a um povoado, apenas com algumas mercadorias. Torna-se um pequeno comerciante (nunca vai trabalhar a terra, suar em trabalhos pesados) visa apenas o econômico, nunca o bem da comunidade. Como intermediário obtém dinheiro, o qual empresta a juros altos. Aqui começa a parasitar e viver do trabalho dos outros. Seu outro passo será monopolizar o comércio. Este fator lhe dará muito dinheiro, e por conseguinte, poder político. Formando, assim, um estado paralelo dentro do estado instituído. O ariano comparado ao judeu pode ser menos astuto, mas seu valor está na sua disposição de dedicar-se à comunidade. Assim, o nazismo conseguiu deslocar o anti-semitismo de simples opinião com relação a um povo diferente, para um medo existencial de ser passado para trás. A eficiência da propaganda nazista provinha de conseguir convencer as pessoas de que os Judeus eram, de fato, responsáveis pelo estado caótico do país e da população. A propaganda atuava no sentido de canalizar as tensões geradas no mundo das relações sociais mais abrangentes para uma vitima propiciatória evidente. As pessoas foram convencidas que matar os Judeus era bom para elas e para a nação. Ainda mais, quando se pregava que estes judeus estavam organizados pelo mundo inteiro em uma confraria cujo objetivo era acumular capital enganando as pessoas e dominar o mundo tornando todos escravos. Que pai de família iria até para guerra para defender seus filhos deste demônio: o Judeu. Todos vão odiá-los, ficando fácil compreender porque queriam matá-los. Está claro ai o poder de uma ideologia bem trabalhada. Para ilustrar o anti-semitismo e a campanha par a erradicação do judeu, cabe a seguinte citação: “A chefia do Judeu continuará até o dia em que uma campanha enorme em prol do esclarecimento das massas populares se exerça instruindo-as sobre uma miséria infinita, ou até que o estado aniquile tanto o Judeu como a sua obra.” É imbuídos deste pensamento que Alemães mataram milhões de Judeus nos campos de concentração.

A Propaganda

propaganda política nazista foi um dos fenômenos marcantes deste século. Com ela, Hitler, sem recorrer a força militar, conseguiu a anexação da Áustria e Tchecoslováquia ao Reich e a queda da França. Já quando Hitler estava preso, ele começa a perceber que a propaganda seria uma grande arma, talvez uma das mais eficientes, para seu futuro empreendimento. Uma propaganda dirigida, às massas, ao povo. Esta também deveria ser adequada a estes interlocutores menos favorecidos intelectualmente. Explorando os sentimentos, o coração da massa, permeada de uma dose de psicologia. Pois o povo deixa-se guiar mais pelo sentir do que pelo pensar. Tal propaganda deveria ser centrada em pequenos pontos, devido à compreensão limitada do povo. Estes pontos seriam repetidos muitas vezes. Isto explica os gritos de guerra e as saudações nazistas. Outro ponto salientado por Hitler é o de que na propaganda tudo é permitido, mentir, caluniar… Segundo o maior propagandista nazista, Goebbels, na formulação de uma propaganda, deveriam ser usadas experiências existentes. Ela também deveria ser controlada por uma única pessoa. A propaganda feita por Gobbels foi dirigida principalmente aos Judeus. Com o uso de psicologia, e exaltação nacional, buscando um passado glorioso e ajudados pelo pós-guerra os nazistas fizeram verdadeiros Shows. Hitler tinha preferência pelas celebrações de massa, grandes espetáculos. A chave da organização dos grandes espetáculos era converter a própria multidão em peça essencial dessa mesma organização. A multidão se emocionava de maneira contagiante. Hitler atribuía grande importância psicológica a tais eventos, pois reforçavam, o ânimo do militante nazista. O impacto da política na rua em forma de espetáculo visava diminuir os que se encontravam fora do espetáculo, segregá-los, fazê-los sentirem-se fora da comunidade maravilhosa a que deveriam pertencer. Percebe-se a importância da propaganda de espetáculos para a manutenção do sistema, da ordem e do apoio popular, tão importante. Hitler, pessoalmente, planejava suas entradas em cena, a decoração do local, as canções a serem cantadas. Era um ritual uma religião Hitlerista, onde ele fazia discursos grandiosos, sempre contendo palavras fortes e encorajadoras como: ódio, força, esmagar, cruel… Nos lugares para onde Hitler se deslocava sempre ia junto um fotógrafo particular, que ficava de plantão. Se ele pegasse uma criancinha no colo, era motivo para uma fotografia, possível propaganda a seu favor. Ele também era uma pessoa muito carismática, ao ponto de seus generais dizerem que era impossível olhar nos seus olhos sem desviar o olhar. Sua figura, despertava, nas pessoas sentimentos de pura idolatria. Além dos espetáculos populares deu-se grande ênfase ao cinema e a arquitetura, duas artes que Hitler gostava, mas nunca conseguiu ser um expoente. Com relação à arquitetura, ela deveria expressar a grandeza do regime, em grandes construções que uniriam todo o povo. Berlim, que seria a capital do império deveria ser símbolo da grandiosidade deste império, através de suas grandiosas construções. Estas deveriam ser de proporções gigantescas, feitas com o material mais resistente para que resistissem ao tempo, como as grandes construções greco-romanas. O cinema veio como um meio eficiente e moderno de se influenciar as massas. Os filmes eram sempre de teor nacionalista, onde era exaltado o passado, os costumes, as guerras, o período romântico. E principalmente tinham a função de transformar os Judeus em verdadeiros demônios. Algumas vezes, a ideologia nazista aparecia camuflada nos diálogos, outras vezes era explicita e chocante.

Suástica

Quando falamos em nazismo sempre nos vem a mente a imagem da suástica. Ele estava presente em braçadeiras, bandeiras, pinturas, lugares públicos… Mas o que vem a ser a suástica? A suástica, palavra sanscrita (de su, bem e ast, ser) que significa signo do bom auspício, indicando fortuna e sucesso, é um símbolo quaternário (número das coisas temporais; símbolo do universo cósmico) cujas pontas, os segmentos verticais e horizontais representam a expansão e o dinamismo. Interpretam-na como símbolo do sol, fonte da vida e fecundidade. Esta suástica também pode despertar sentimentos com cunho sexual, as linhas entrelaçadas simulam um ato sexual. Esta excitação não é percebida mas faz parte do profundo inconsciente das massas.

A Segunda Guerra Mundial: Antecedentes

Hitler referia-se a freqüentemente à necessidade de guerra, oscilando do ponto de vista mítico ao de estrategista militar. Afirmava ser a guerra “eterna”, “cotidiana”, “ vida” e toda sua concepção de política se apoiava sobre a necessidade histórica de assegurar ao povo alemão seu espaço vital. Como o espaço vital sempre fora conservado ou conquistado pela luta, não via alternativa senão fazer uso “definitivo da guerra ”. Hitler, no poder em 33, começa a colocar suas idéias em prática. E uma delas é a união de todos os germânicos no grande Anschluss . Só que estes alemães estão dispersos em vários países, necessitando espaço vital para sua sobrevivência digna. É baseado neste pretexto que vai acontecer a expansão nazista dentro da Europa. Pretexto que alguns dizem que no fundo era necessidade de mercado consumidor para a crescente indústria. Temos vários acontecimentos que antecedem a batalha mundial. Em 1934 a Alemanha tenta anexar a Áustria, mas não obtém sucesso, pois inclusive Mussolini, pelo fato da Itália fazer parte dos vencedores da primeira guerra mundial se colocam contra. Manda soldados para a fronteira com a Áustria. Com o propósito de defendê-la. Diante disso, a Alemanha recua, pois ainda não dispõe de contingente militar para disputar uma batalha. Em 1935, o Sarre (pequena região perto da França), que com o Tratado de Versalhes tornou-se independente, mediante a possibilidade de em 15 anos, ir para a França, tornar-se nação independente ou voltar para a Alemanha, decide voltar para a Alemanha o que a fortalece ideologicamente externa e internamente. Neste período também acontece uma corrida armamentista. A Alemanha cresce em tecnologia (fusca) e empregos. O povo está com a sua alta estima alta e obedece cegamente seu salvador Aldolf Hitler, ao ponto de ir à guerra por seu país. A Alemanha por ter retirado-se da conferência de desarmamento de Genebra (1932) começa a reconstruir seu exército, aviação militar etc… Além de sair da sociedade das nações em 1933. Em 1936, Hitler põe tropas do outro lado do rio Reno remilitarizando a Renânia, sendo que uma cláusula do tratado de Versalhes proibia a presença de forças armadas Alemãs neste local. A França não esboça reação, nem a liga das nações, que está desacreditada. Em 1937, a Itália sai da sociedade das nações, pois foi condenada pela campanha da Etiópia. Assim, ela se aproxima da Alemanha e surge o eixo Berlin-Roma-Tóquio. Nos anos de 1937-39, desenvolve-se a guerra civil Espanhola. Onde o Eixo vai enfrentar-se com as outras potências. Para Alemanha é uma “guerra laboratório”, pois vai mandar seus técnicos e armamentos para serem testados. É um fato importante pois ela forma sua tecnologia de guerra tão temida em um futuro próximo. A guerra é vencida por Franco, que inicia um período de autoritarismo chamado de franquismo, mais um forte aliado da Alemanha. Em 1938 acontece um sonho de Hitler, ele anexa a Áustria ao 3º Reich. O partido nazista na Áustria foi se infiltrando . E em uma jogada de poder Hitler impõe que o ministro do interior fosse nazista. Assim as tropas nazistas anexam a Áustria em nome do “Anschluss” . Não existe reação das outras potências Européias. Em 1938-9 acontece a questão da Tchecoslováquia. Na região dos sudetos, dentro da Tchecoslováquia existiam alemães. Hitler queria trazer estes alemães para a sua pátria de origem. Além do lado psicológico de Hitler, porque Bismark, seu grande ídolo, teria dito que quem dominasse a boêmia, dominaria o mundo. Neste período acontece, a conferência de Munique. que tem como finalidade resolver este empasse entre Alemanha e Tchecoslováquia. Em Munique, reuniram-se os governos da Grã-Bretanha, França e Itália. Estes acabam aceitando as exigências da Alemanha, que não anexa somente a parte exigida , mas todo o território da Tchecoslováquia. Apesar de tudo, ainda prevalece a paz. Logo após a campanha da Tchecoslováquia, Hitler revendica a anexação de Dantizing, e o corredor polonês (faixa territorial que dava acesso ao mar aos poloneses, só que deixava alemães isolados de sua pátria). Diante desta ameaça alemã, as potência Européias tomam a decisão. Se a Alemanha invadir acontecerá uma reação em favor da Polônia. Já com a União Soviética, Hitler assina, em 23 de agosto de 1939, o pacto Germano-Soviético de não agressão. Como vantagem a URSS leva parte da Polônia e dos países Bálticos. Neste caso, Hitler foi esperto, vendo que a guerra iria acontecer, não arriscou lutar em duas frentes. Então aliou-se, a URSS. A vantagem ideológica que Stálin teria era de enfraquecer os capitalistas (Inglaterra e França). A invasão da Polônia será o estopim da Segunda Guerra Mundial: A 1º de setembro de 1939, a Polônia foi invadida, sem formal declaração de guerra, pela Alemanha. Dois dias mais tarde, a Inglaterra e a França declararam guerra a Alemanha. Inicia-se a Segunda Guerra Mundial.

O Desenrolar do Conflito

Ao contrário da I guerra mundial, que se concentrou principalmente na Europa, a II guerra foi mais ampla . As atividades dos beligerantes chegaram a Ásia, África e Oceania. Até o Brasil tornou-se ponto estratégico, por intermédio das três bases navais de Recife, Belém e Natal. A guerra caracterizou-se por ataques relâmpagos. Onde o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) conquistavam terreno diante de Inglaterra, França e Estados Unidos. A rapidez das conquistas fica evidenciada na citação que segue. Em abril de 1940, é a invasão da Dinamarca e da Noruega. Um mês depois a 10 de maio de 1940 ,é o início das operações efetivas na frente ocidental e a invasão simultânea de Luxemburgo, da Bélgica e dos Países Baixos . Na primavera de 1941 alemães e italianos invadem a Iugoslávia e a Grécia. A França também terá o seu norte invadido. A resistência francesa se personalizará na figura do general De Gaulle. Sobre este período temos a produção filosófica de um francês ilustre para a história da filosofia. Falamos de Albert Camus (1913-1960) existencialista, que escreveu sobre o nazismo. Cita-se sua obra cartas a um amigo alemão, onde ele narra, através de, cartas os horrores da guerra. A Inglaterra, com apoio econômico dos EUA, consegue resistir as investidas nazistas. O Japão faz sua parte na Ásia, ocupando o sudeste asiático. Ação a qual bate de frente contra o imperialismo Americano. Mas por enquanto os Estados Unidos só usavam do fator econômico para atingir o Japão. Só que, na história, todos os fatos vão se encadeando. Assim, em 1941 o ataque japonês a Pearl Harbour (porta aviões americano no pacífico), inicia um novo conflito paralelo, a guerra do pacífico. Guerra está onde o Japão recebe apoio incondicional da Alemanha e da Itália. Como conseqüência temos o engajamento efetivo dos Estados Unidos na guerra. Como um erro militar nazista, temos o rompimento do pacto nazi-soviético de não agressão. A Alemanha vai atacar a URSS, que no início, estava despreparada ao ponto dos alemães cercarem Moscou e Estalingrado. Mas, em 1942, houve uma reviravolta soviética, devido a ajuda econômica dada pelos aliados. Em 1944, no dia D, os aliados desembarcaram na Normandia (norte da França) e abriram uma nova frente de guerra na Europa. O que Hitler temia aconteceu, a Alemanha terá que lutar em duas frentes. Os historiadores dizem que este desembarque de tropas na Normandia foi decisivo para o fim do Reich alemão. No Pacífico, os japoneses perdem a batalha de Midway, e os Americanos preparavam a invasão do próprio Japão. Em 1945 os soviéticos ocupam a capital alemã, Berlim. A 6 de agosto de 1945, os EUA lançam uma bomba atômica sobre Hiroxima. Tal medida tinha um motivo simples: Os EUA queriam vencer os japoneses antes que a URSS declarasse guerra ao Japão e ocupasse seus territórios. No dia 08 deste mês, Stálin declarou guerra ao Japão, ocupando a Manchùria, a coréia e as ilhas Sacalinas. Nesse mesmo dia, os EUA lançaram outra bomba agora sobre a cidade de Nagasáqui. Seis dias depois, o Japão se rendeu. Estava terminada a guerra. Talvez as duas bombas atômicas e os campos de concentração sejam a contribuição deixada pela guerra que mais envergonha a humanidade. Pena que os EUA saíram como os mocinhos da história. Enfim, na ordem dos sentimentos, a guerra e suas atrocidades, o universo dos campos de concentração, o extermínio sistemático de milhões de Judeus deixam traços duradouros , ressentimentos contra a Alemanha . Podemos dizer que esta foi a vitória da democracia, contra os totalitarismos. Teoricamente se volta a viver a liberdade, encabeçada pelos Estados Unidos, que mais do que nunca torna-se o Xerife do mundo. Com o fim da guerra surgem várias conferências e tratados, mas o propósito deste trabalho, e de tratar mais a fundo. Um ponto da guerra os campos de concentração.

O Sentido da Vida em um Campo de Concentração

O propósito é refletir um pouco como dar valor a vida, quando a liberdade lhe é privada, o direito a existência usurpado, e o cotidiano não da nenhuma perspectiva de futuro, provocando uma profunda apatia. Para alcançar este intento, nos ajudará os escritos e idéias de Victor Frankl. Iremos tentar conhecer um campo de concentração de uma forma mais racional, segundo depoimentos de quem viveu dentro de um, nas suas agruras no seu cotidiano. Não como prisioneiro especial, mas como prisioneiro comum, sem nenhum privilégio. O não iniciado que olha de fora imagina a vida lá dentro de modo sentimental, simplifica a realidade e não tem a menor idéia da feroz luta pela existência, mesmo entre os próprios prisioneiros. Esta luta pela vida é uma das maiores características do ser humano. A própria moral se esvai, quando está em jogo a vida humana. No campo de concentração esta luta pela vida, ganha maior ênfase, pois ela restringe ao pão do dia-a-dia. O que vale são os interesses pessoais, o sentido do grupo, amizades, acabam diante da possibilidade eminente da morte em uma câmara de gás. Assim surge uma guerra externa e interna pela sobrevivência, todos contra todos. Falando mais filosoficamente, como diria Thomas Hobbes (1588-1679) quando o homem está em estado natural de luta pela sobrevivência, cabe a máxima “o homem é lobo do homem”. Outro fator, que abala a existência de um prisioneiro, é a perda da identidade de cidadão. Fora era um médico, um industrial, um arquiteto… Dentro dos campos de concentração apenas mais um número.

O Choque do Início

As pessoas chegavam em Auschwitz, em trens, amontoadas, com a ilusão de que iriam apenas trabalhar em fábricas de armamentos. Quando chegam ao local, encontram pessoas aos farrapos, grandes cercas de arame farpado, começa o terror. O que acontecia quando desembarcavam já foi relatado anteriormente, morte ou trabalhos forçados. Geralmente 90% das pessoas de um transporte iam para à morte. Os que conseguiam sobreviver podiam dar como encerada sua vida até este dia, o passado não tem mais valor, começa uma nova “vida”. Sem posses sem grandes utopias. Somente o existir por mais um dia. Diante desta situação o que ainda dá um pouco de alegria é o humor negro. Cogitar se iriam sair vivos daquela situação. A alma se retraía, indo para outro lugar. Pois no início é curiosidade, pelo que poderá acontecer, depois é surpresa diante do acontecido. Mas o ser humano e versátil e a tudo se adapta de alguma maneira, mesmo diante de coações externas, que a princípio parecem insuperáveis. Nestes primeiros dias de campo, a pessoa diante de um beco sem saída, da eminência da morte, pensava em suicídio, afinal seria uma forma menos cruel do que à esperava, a de ser gaseado.

O Cotidiano da Vida em um Campo de Concentração:

A Apatia

Após o primeiro estágio de choque, o prisioneiro passa para o segundo estágio, a fase de relativa apatia. A pessoa aos poucos vais morrendo interiormente. Surge sobretudo, indizível saudade dos familiares. Além disso há o nojo. No início era tudo curiosidade e surpresa, agora com o cotidiano, a falta de opções, começa uma grande apatia, a pessoa morre interiormente. Além da saudade da sua família, pois foi arrancado dela, e muitos dos seus estão em outros campos ou até mortos. Perde-se então o referencial que é a família. O nojo é outro fator, pois em um lugar onde todos ficam amontoados, sem tomar banho, junto a lodaçais. Além de fazerem suas necessidades fisiológicas em latrinas sem saneamento. Para agravar mais os recém chegados eram incumbidos de limpar estas latrinas ou de trabalhar nos lugares mais pantanosos. Sendo este mero joguete do destino, nunca que a pessoa pensa em assumir as rédeas dele. Deixa-se levar pela apatia e incapacidade de decisão. Esta falta de vontade de decidir, também vem de causas fisiológicas como: fome e sono, e ausência dos “prazeres do mundo civilizado” que para muitos era o cigarro e o café. Assim surge outro problema, como não bater no colega, pois estando irritado vê o companheiro apático, sem dizer nada.

Perda da Sensibilidade

“Mais um acaba de morrer. Que acontece pela enéssima vez, sim pela enéssima vez, sem despertar um mínimo de reação ou sentimento? Se eu não tivesse ficado espantado com a minha própria insensibilidade esta experiência nem se teria fixado em minha memória, de tão pouco sentimento que o fato todo me despertou”

Outro fator constatado como alteração do viver humano, pelo campo de concentração, é a perda da sensibilidade. Até mesmo diante da morte de um colega, ser capaz de não sentir remorso, de o quanto mais rápido, tirar-lhe o sapato, roupas, para usá-los. Afinal o que é uma vida que se vai, se já foram tantas e irão muitas mais. A possibilidade de morrer a qualquer momento, tira da pessoa todo o seu senso de irmandade. Prevalece a opção radical pelos, seus interesses pessoais e primitivos de preservação da vida. Isto faz também que a pessoa se retraia culturalmente, vivendo em um mundinho somente dela.

“Quem vai atirar a primeira pedra em pessoas que dão preferencia a seus amigos quando mais cedo ou mais tarde, se trata de uma questão de vida ou morte? Num caso destes ninguém deveria levantar a pedra antes de perguntar com sinceridade, a toda prova, se com certeza teria agido de outra forma, estando na mesma situação.”

Dentro de uma ânsia coletivista, onde o indivíduo perdia a sua privacidade, tinha que estar constantemente junto de outras pessoas, que refletiam sua situação semi-humana, não é de se estranhar que as pessoas quisessem ficar sós. Sendo que a companhia não agrada os nossos próprios instintos de preservação , tentam nos levar para longe. Surge a necessidade de ficar um pouco consigo mesmo. Uma solidão necessária. Nestes momentos de solidão e que a pessoa avalia o passado, e analisa o presente projetando o futuro. Imaginemos um prisioneiro que no passado teve uma vida ótima, agora sua vida não tem valor, perdeu sua sensibilidade, tendo como futuro uma morte quase eminente.

O Sentimento Religioso

O interesse religioso dos prisioneiros era mais ardente que se possa imaginar, uma vitalidade e profundidade do sentimento religioso. A religião tornou-se um apoio, uma forma de pedir ajuda, mesmo que seja ao transcendente. Cultos eram improvisados nos trens, no barracão. As pessoas participavam mesmo após um dia árduo de trabalho. A religião tinha seu papel, confortar estes pobres coitados. Além de que provocava uma interiorização. Esta interiorização proporcionava um pouco de trégua ao primitivismo. Aqui fica ressaltada a tendência de se querer viver mais no íntimo, com lembranças, do que na realidade dura que os cercava. Diante do grande sofrimento, coisas insignificantes, provocam alegrias enormes, mas também tristezas melancólicas. Falando um pouco mais sobre sentimento cabe a situação seguinte, que nos faz lembrar de que não podemos fazer julgamentos com relação a ausência de sentimentos num campo de concentração.

A Liberdade

Com razão se poderão levantar objeções e perguntar: onde fica a liberdade humana? Não haveria ali o mínimo de liberdade espiritual no comportamento, na atitude frente as condições ambientais ali encontradas? As perguntas podem ser traduzidas da seguinte forma. Será que o ser humano na sua espiritualidade (entendida como força interior, não como meditação religiosa) pode ser modelada, condicionada pelo ambiente. Segundo as experiências de Frank, existiram pessoas que de forma heróica, conseguiram sair do esquema do campo de concentração, pois controlaram a apatia e a irritabilidade. Assim conseguiram manter um resquício de liberdade no seu interior, lutando contra o ambiente. No campo de concentração pode-se privar de tudo, menos da liberdade última de assumir uma atitude alternativa frente as condições dadas. Esta atitude alternativa vinha daquilo que os nazistas não conseguiram tirar do ser humano, nem com fome, nem com castigos físicos e psicológicos, a liberdade interior. Verdadeiramente existiram pessoas, que mesmo diante do sofrimento, fizeram sua vida ter sentido, mantendo esta liberdade interior. A pessoa esta privada da criatividade, das artes, do gozo da vida, mas não é somente isto que lhe dará sentido a vida. O sofrimento também faz parte da vida, então ele também pode dar sentido. Mesmo diante de uma coação externa que força o eu, restringe a existência, não pode roubar a liberdade interior. Mesmo a possibilidade morrer me da liberdade, porque faz parte da minha existência. Mas como o homem não é todo otimismo, não é todo força de vontade, surge a pergunta será que valeria a pena viver? Será que existe sentido no sofrimento, diante da possibilidade da morte? Perante estas questões podemos dizer que poucas pessoas conseguiram fazer prevalecer, o sentido da vida, da liberdade interior diante da situação.

Existência

A forma de existência em um campo de concentração pode ser caracterizada como uma “existência provisória”. É provisória porque a pessoa não tem certezas. Ora espera pela libertação. Ora se conforma, que logo sua vida terá um fim. Tudo isso resume-se na incerteza do fim. Perante este fim a pessoa não poderia mais viver em função de um futuro, sendo assim a existência como manifestação da interioridade também se altera. As pessoas trancafiadas em um campo de concentração não tem uma meta para sua existência, por isso ela é provisória. Podemos olhar esta existência ameaçada, quando imaginamos uma pessoa trancada num lugar, que é o inferno na terra, mas que logo ali, ao passar os arames, existe vida, mas para esta pessoa é um sonho, sem possibilidades de acontecer no futuro. Assim sem a possibilidade de avançar, a pessoa volta, fica relembrando o passado, sem nenhum alvo no futuro. Restam assim duas possibilidades, se enclausurar no passado como a maioria, ou lutar contra a apatia, a falta de sentimentos e vencer interiormente fazendo se sobressair a existência. Na sua existência a pessoa, quando entra em crise depende muito de refugiar-se na possibilidade de melhora que o futuro pode dar. Sem esta possibilidade a pessoa decai na sua existência. Logo num campo de concentração tem-se que orientar para um alvo no futuro. Nas palavras de Nietzsche: “Quem tem porque viver agüenta quase todo como”, portanto era preciso conscientizar os prisioneiros do “porquê” da sua vida, do seu alvo, para assim conseguir que eles estivessem também interiormente à altura do terrível “como” da existência presente, resistindo aos horrores do campo de concentração.

O Sentido da Vida

Nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós. Falando em termos filosóficos, se poderia dizer que se trata de fazer uma revolução copernicana: Não perguntando mais pelo sentido da vida, mas nos experimentando a nós mesmos. Viver não significa outra coisa que arcar com as responsabilidades de responder adequadamente as perguntas da vida. Este sentido da vida agora não é algo vago, mas uma coisa concreta. A necessidade do indivíduo de dar uma resposta a uma situação do momento, uma pergunta do momento dirigida a um indivíduo em particular. Pois os seres humanos são singulares e as situações ireptíveis, e o devir de Heráclito (sec. V a.C.). Todos os momentos o ser humano é chamado a tomar atitudes, a agir ou acautelar-se. Isto vale também para o sofrimento, sendo a pessoa única, ninguém poderá sofrer no lugar dela. No campo de concentração portanto não importava somente, como alvo futura a vida e o seu sentido, mas o sentido do morrer e do sofrer, pois estes três sentimentos se misturavam na luta por um futuro. Sendo assim, até o sofrer pode dar um sentido a vida num campo de concentração . Pois muitas vezes neste sofrer percebe-se algum sentimento. Sentimento este que se extravasa em emoção, choro e na exclamação. Afinal ainda somos humanos! Outra coisa que dava sentido a vida era saber, que muitos tinham filhos para criar fora do campo, ou tinham projetos que somente eles conseguiriam pôr em prática ou terminar. Sentimento este de responsabilidade e utilidade diante da vida.

A Libertação

Depois de libertos, os prisioneiros, não acreditam, saem do campo como um animal que põe a primeira vez suas patas fora da jaula. Muitos olham a natureza, as flores, só que não conseguem senti-la. Nós podemos dizer, que alegria estas pessoas não sentiram! Sentiram alegria alguma, estavam tão traumatizados, que teriam que aprender o que é alegria, emoção. Mesmo diante da liberdade tão sonhada e esperada. Naquele dia, naquela hora, começou tua nova vida- isto sabes. E é passo a passo, não de outro modo, que entras nesta nova vida, tornas a ser homem. Depois de anos preso, sujeito a torturas e submissão, chega a liberdade. Mas o que fazer com ela? Passo a passo a pessoa volta a ter direito de sentir-se humana, gente. Mesmo que ter sentimentos levará algum tempo, devido a barreira criada, por si mesmo, para se proteger. Outra característica deste recém liberto, e permanecer no estado primitivo em que estava no campo de concentração . Muitos queriam vingar-se dos alemães com a mesma moeda. Neste momento tem de começar um trabalho com estas pessoas. Pô-las novamente a consciência de que a injustiça não se cura com mais injustiça. Fazer com que o bom senso venha a tona. No entanto essa experiência é de que nada mais precisa temer neste mundo depois de tudo que sofreu – a não ser o seu Deus.

Conclusão

Ao término deste trabalho, podemos constatar que nada na história acontece por acaso. Tem sempre interesses e interessados, os aproveitadores e os explorados. Segundo o pensamento de Hitler, os aproveitadores eram os Judeus, e os explorados eram os alemães. Isto dava aos alemães o “direito” de se libertarem, desta exploração. O nazismo não foi um fenômeno isolado. Existiram vários fatores que contribuíram para o seu surgimento. Fatores externos e internos que constituíram um campo fértil para novas idéias. Idéias de construção de uma nova sociedade alemã, mas também idéias de destruição dos não arianos, principalmente dos judeus. A Alemanha está numa situação complicada, pois saiu da I Guerra Mundial arrasada, o povo esta abalado econômica e psicologicamente. Novos valores começaram a surgir dos escombros da guerra. No que diz respeito a Europa esta não é mais o centro do mundo. No tratado de Versalhes, existiram duas posições com relação a Alemanha. A posição francesa que insiste em cobrar as dívidas de guerra. E uma posição inglesa mais relevante, que quer a reconstrução da Alemanha, segundo seus interesses capitalistas de mercado. Com certeza este tratado não ajudou em nada para a paz, somente criou novas divergências. Outro fato histórico que foi importante neste período foi o comunismo. Uma nova forma de governo surgida na Rússia, através de revoluções que derrubaram o sistema czarista e implantam idéias de um governo centrado no Estado com eliminação da propriedade privada. Vemos que estas idéias contradizem o capitalismo e o liberalismo. O agravante vais ser a Rússia tornar-se potência contra o capitalismo. Este fato influencia na ajuda para reconstrução da Alemanha, que se torna uma barreira geográfica a estas novas idéias. A crise de 1929, vem contribuir para o surgimento do nazismo, quando agrava a situação econômica interna da Alemanha, e põe em descrédito o sistema liberal. Este contexto é terreno fértil para uma nova ideologia. Esta virá junto de uma pessoa chamado Adolf Hitler (1889-1945). Líder carismático que funda o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Suas idéias estão escritas na sua obra “Mein Kanff”, idéias estas racistas e nacionalistas. Hitler chegou ao poder em 1933, organizando o III Reich. A organização de Hitler estava apoiada por uma forte ideologia, cujas bases eram a superioridade racial, o anti-semitismo e a propaganda. A raça deveria ser pura, mesmo que para isto fosse praticada a Eugenia, ou se deturpasse as idéias de Darwin. Tudo em função do espaço vital. A antipatia de Hitler pelos judeus vai se traduzir no anti-semitismo, cuja idéia principal é a de que o judeu era um parasita social, maior ameaça ao povo alemão, isto culminará nos campos de concentração. Para manter este sistema foi necessária uma ótima propaganda, dirigida ao sentimento do povo. Com gritos de guerra e palavras fortes, grandes obras e shows, dando-se ênfase ao cinema e a arquitetura. É dentro da propaganda que surge o grande ícone do nazismo a suástica como sinal de igualdade e poder. A luta por ideais levada ao extremo produz seqüelas irreversíveis, uma delas com certeza foi a II guerra mundial. Foi uma guerra de grandes tecnologias e com um longo processo de gênese. Começou com o ataque alemão à Polônia e terminou após os bombardeios atômicos norte americanos as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui. Este período nazista teve um fator de anti-humanismo muito grande, os campos de concentração. A frieza com que se cria Auschwitz e se mata pessoas ali é incrível. Mas temos a luz do pensamento de Victor Frankl, que sentindo na pele vai fazer relatos do seu cotidiano como um psicólogo num campo de concentração. Ele faz um relato do dia-a-dia de uma pessoa comum com sua apatia, perda da sensibilidade, religião, liberdade, existência, tudo permeado pelo sentido da vida naquela situação subumana. Esta é uma questão de suma importância, e que pode ser aprofundada, a questão do sentido da vida, a força do ser humano, que luta contra as coações externas para manter sua humanidade. Manter as instâncias internas da pessoa que a mantém dentro de uma normalidade, de uma racionalidade. Com relação ao campos de concentração, ainda hoje temos imagens da degradação do ser humano que vai ser uma mancha na história do século XX, e no povo alemão. A história da humanidade se faz em torno de grandes líderes carismáticos. Citamos Cleópatra, Salomão, Júlio César, Carlos Magno, Napoleão e muitos outros. Não comparando os méritos, mas a passagem pela história, temos em nosso século entre outros Hitler, que foi uma pessoa que atraia com facilidade os outros para o seu modo de pensar, mesmo sendo este seu modo de pensar irracional e desumano. Ao ponto de manchar a história, com atentados contra o sujeito da história, o ser humano. Os problemas levantados a partir deste trabalho são muitos. Podemos questionar até onde pode ir a irracionalidade humana. Ou como uma ideologia num determinado contexto, pode levar uma nação à guerra, a matar. O período de gestação, desenvolvimento, e fim do fenômeno nazista mudou o mundo. Logo após a guerra teremos outra geografia. Duas outras potências irão lutar pela hegemonia mundial. Estas duas nações são Rússia e Estados Unidos, lutarão na chamada guerra fria. A Alemanha vai ser dividida em oriental (comunista) e ocidental (capitalista). Esta divisão será feita pelo famoso Muro de Berlim. Considerações finais muito úteis vem das palavras de João Ribeiro Jr.: Os aliados se levantaram contra o Reich e o destruíram, mas o nazismo que com a morte de Hitler e a capitulação desaparecem de cena um momento para outro, conseguiu sobreviver e hoje ainda alimenta uma indizível e perigosa nostalgia. Esta nostalgia ainda existe em muitos países, está manifestada nos Skinreds (cabeças raspadas) por exemplo. Estes jovens ainda vêem nas idéias nazistas a solução de todos os problemas.

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