MAX WEBER

Classe

Status

Partido

UESC

Disciplina: Sociologia Geral

Curso: Administração

Itabuna, 05-12-96

Professora: Ana Tércia

Alunos: Wilman

Wanderson

Vander

Luciano

Ivan

Adriano

MAX WEBER

CLASSE, STATUS, PARTIDO

Trabalho acadêmico sobre Classe, Status e Partido na concepção de Weber, válido para o 3.o crédito da disciplina de Sociologia Geral do curso de Administração da UESC.

Itabuna, 05 de dezembro de 1996.

ÍNDICE

Introdução ___________________________________________ 04
O poder determinado economicamente e a ordem social ________ 05
A determinação da situação de classe pela situação de mercado _ 05
Ação comunal provinda do interesse de classes ______________ 06
Tipos de lutas de classes _______________________________ 06
Honra social _________________________________________ 07
Garantias de estratificação por status ______________________ 07
Segregação étnica e casta ______________________________ 08
Privilégios de status ____________________________________ 08
Partidos _____________________________________________ 09
Conclusão ___________________________________________ 10
Bibliografia ___________________________________________ 11

INTRODUÇÃO

Na abordagem que faremos a seguir, trataremos fundamentalmente e exclusivamente da visão weberiana no que tange às ‘organizações’ sociais. Seguindo a sua linha mercadológica de análise social, em enfoques extremamente econômicos, ressaltando, é claro, as suas disparidades ideológicas.

É sobre classe, status e partido, que iremos primeiramente conceituar e explanar a heterogeneidade de cada um, em seu contexto, indicando a posição, e o grau influenciador e motivador, dentro das sociedades capitalistas.

CLASSE,STATUS,PARTIDO

 

O poder determinado economicamente e a ordem social

A existência da lei é decorrente da necessidade de se manter a ordem, que tem grande influência na distribuição dos poderes, dentre os quais o econômico. Sendo que poder é a condição que o homem ou grupo de homens tem de conseguir seus objetivos, mesmo em meio às resistências.

O poder econômico não é similar aos outros poderes, podendo inclusive ser uma conseqüência de um poder que não tenha o poder econômico. Porém deve-se observar que o homem não luta com o objetivo único de enriquecer economicamente, podendo haver outro objetivo na luta pelo poder, como por exemplo a honra social. Sendo que a honra social é constituída pelo poder econômico e político.

O poder e a honra podem ser garantidos pela ordem social, mas não são freqüentemente obtidos por ela. A ordem social é a forma pela qual a honra social se distribui numa comunidade, não sendo igual a ordem econômica, porém em alto grau condicionada por ela e reagindo a mesma.

Portanto a distribuição de poder é fator determinante na constituição de classes, grupos de status e partidos de uma comunidade.

A determinação da situação de classe pela situação de mercado

Só podemos falar de classe quando:

1) determinadas pessoas possuem em comum um componente causal específico de suas oportunidades de vida;

2) esse componente é representado exclusivamente por interesses econômicos na posse de bens e oportunidades de rendimento;

3) é representado pelas condições do mercado de produtos ou de mercado de trabalho.

Esses pontos se referem à situação de classe, observando-se ainda que as oportunidades exteriores, a vida são determinadas pelo volume e tipo de poder, ou por sua ausência, de adquirir bens e rendimentos de ordem econômica.

Sendo que de acordo com a utilidade de utilidade marginal, os não-proprietários são excluídos da disputa pelos bens de maior valor, e os proprietários obtém dessa maneira o monopólio da obtenção de bens. Portanto, propriedade e ausência de propriedade são, as categorias clássicas de todas as situações de classe.

Existe uma diferença na classe dos proprietários que é determinada pela forma que se utiliza o propriedade. E aqueles que não possuem propriedades são diferenciados de acordo com o tipo de serviço que realizam.

Ação comunal provinda de interesses de classes

O fator que cria uma classe é, inequivocamente, o interesse econômico, e , na verdade, apenas aqueles interesses ligados à existência do mercado. Todavia, o conceito de interesse de classe é ambíguo na medida em que se entenda por ele algo alem da direção fatual de interesses e outras circunstâncias, por exemplo, a direção em que o trabalhador individual deverá buscar seus interesses pode variar muito, dependendo do fato de estar qualificado para a tarefa que se apresenta. A direção de interesses pode variar dependendo de se ter ou não desenvolvido da situação de classe uma ação comunal por parte duma porção maior ou menor daqueles que estão igualmente afetados pela situação de classe .

A ação societária, por outro lado, é orientada no sentido de um ajustamento de interesses racionalmente motivado. O surgimento de ação societária, ou mesmo comunal, a partir de uma situação de classe comum, não é um fenômeno universal.

A situação de classe pode-se restringir, em seus efeitos, à criação de reações essencialmente semelhantes. Por exemplo, o resmungar dos trabalhadores , a desaprovação moral da conduta do feitor, é cada vez mais típico do mais recente desenvolvimento industrial. Uma ação societária está ligada a condições culturais gerais, especialmente às do tipo intelectual. Está também ligada à amplitude dos contrastes que já se tem desenvolvido entre as causas e conseqüências da situação de classe.

O contraste de oportunidades de vida pode ser sentido não como um dado absoluto a ser aceito, mas como fator da estrutura da ordem econômica concreta. Só assim é que as pessoas podem reagir contra a estrutura de classe, não apenas através de atos de protesto intermitentes e irracionais, mas sob a forma de uma associação racional.

Tipos de lutas de classes

A ação comunal que dá origem a situações de classe, porém, não é , basicamente, ação entre membros da mesma classe e sim entre membros de classes diferentes. As ações comunais que determinam diretamente a situação de classe do trabalhador e do empresário são: o mercado de trabalho, o mercado de produtos e o empreendimento capitalista.

As lutas de classes na antigüidade eram inicialmente levadas adiante por camponeses endividados e lutando contra credores urbanos. Na antigüidade e na Idade Média havia apenas discussões incipientes em torno de disputas salariais. Porém essas tem aumentado gradativamente até os tempos modernos. Nos períodos anteriores eram completamente secundárias em comparação com rebeliões de escravos, bem como com disputas no mercado de produtos.

Hoje em dia a questão central é a determinação do preço do trabalho. A má vontade do trabalhador é devido quase exclusivamente ao fabricante e ao administrador, os quais são os oponentes diretos dos trabalhadores na guerra de preço. Esse acontecimento tem ocorrido com muita freqüência e está sendo decisivo para o papel que a situação de classe tem desempenhado na formação de partidos políticos. Por exemplo, torno-se possível as variedades de socialismo patriarcal e as freqüentes tentativas de grupos de status ameaçados formarem alianças com o proletariado contra a burguesia.

Honra social

Ao contrário das classes, que nem sempre formam comunidades, os grupos de status normalmente constituem comunidades. Consequentemente a situação de status também é diferente da situação de classe. Enquanto que a primeira é determinada economicamente, a segunda pode ser definida como “todo componente típico do destino dos homens determinado por uma estimativa social específica, positiva ou negativa, de honra” (Weber,1969:65). Esta honra pode estar ligada a qualquer característica compartilhada por um grupo de indivíduos, e por isso, pode estar ligada a uma situação de classe.

As distinções de classe e de status estão ligadas entre si das formas mais variadas. Porém, a honra de status não precisa estar ligada a uma situação de classe. A propriedade não é sempre reconhecida como qualificação de status, pelo contrário, ela se opõe às pretensões de mera posse. Tanto pessoas com propriedade, quanto pessoas sem propriedade podem se enquadrar dentro do mesmo de grupo de status. Mas essa igualdade de estimativa social pode não durar muito tempo, porque para pertencer a um grupo de status existe alguns fatores que abordaremos no tópico a seguir.

Garantias de estratificação por status

A honra de status se expressa pelo fato de se poder esperar um estilo de vida específico, por parte de todos que desejam fazer parte do grupo. E ligadas a essa expectativa existem certas restrições ao relacionamento social – que é o relacionamento que não se prende a objetivos econômicos e funcionais do trabalho. A partir do momento em que se há um comum com esse caráter de fechamento, estará se procedendo o desenvolvimento do status.

As restrições que são impostas podem levar a um fechamento do grupo em relação ao resto da sociedade. Um exemplo, é o de que, moradores de uma rua, só aceite como membros do seu grupo de status, e há portanto, uma dificuldade de penetração por parte de quem chega depois. Este é um exemplo simples, mas há porém grupos muito mais fechados, como seitas que são quase inacessíveis, que ás vezes limitam até os casamentos ao seu próprio círculo, levando a um completo fechamento endogâmico ( esse aspecto será explorado mais tarde dentro do texto ). Essa diferenciação se desenvolve de tal forma que produz estrita submissão à moda dominante em determinado momento na sociedade.

Segregação étnica e casta

A casta é na verdade a forma normal em que geralmente convivem a comunidade étnica de modo socializado. Estas comunidades acreditam em relações de sangue e excluem o casamento exogâmico. Nas castas as pessoas formam comunidades e adquirem tradições ocupacionais específicas, e também cultivam uma crença em virtude de serem economicamente indispensáveis e protegidos, vivendo uma política dispersa. Um exemplo marcante são os judeus.

Uma segregação de status que se transforma em casta difere de sua estrutura de uma mera segregação étnica. A estrutura de casta, transforma às coexistências horizontais em relacionamentos de grupos étnicamente segregados num sistema social vertical. Entretanto podemos encontrar grupos de status negativamente privilegiados, em que o sentimento de dignidade sofre um desvio específico, já o positivamente privilegiado relaciona-se naturalmente com seu ser ,que não transcende de si mesmo, seu reino ‘não é deste mundo’, vive para o presente e pelo aproveitamento do passado. Podemos observar que o desenvolvimento de grupos a partir da segregação étnica não consiste de modo algum fenômeno natural, pois um grupo de status é altamente eficaz na produção de tipos de extremos, porque selecionava indivíduos física e psiquicamente aptos para guerra.

Privilégios de status

Em uma sociedade em desenvolvimento, as pessoas situam-se em níveis sociais diferentes e esta posição que o indivíduo ocupa chama-se status, que anda lado a lado com uma monopolização de bens ou oportunidades materiais e ideais de forma que aprendemos considerar como típicas. Entretanto os monopólios materiais fornecem as motivações mais eficientes e exclusivas de um grupo de status, existindo também no círculo de status a questão intermatrimonial. Ex: o interesse da família na monopolização de noivos em potencial ou igual importância ao interesse e monopolização das filhas, que precisam ter um futuro garantido.

De um modo geral entre grupos de status privilegiados existe uma desqualificação de status que funciona contra o desempenho do trabalho físico comum. Esta desqualificação está agora estabelecendo-se na América, contra a antiga tradição de estima pelo trabalho. De certo modo podemos dizer que as classes sociais são estratificadas de acordo com as relações com a produção e aquisição de bens, tal como é representado por estilo de vida especial, isto é, quando as bases são relativamente estáveis, a estratificação por status e favorecida, e também quando existe uma diminuição no ritmo de mudanças nas estratificações econômicas, que leva no devido tempo ao desenvolvimento de estruturas de status, provocando um renascer de importância no papel da honra social

Partidos

Sua ação é orientada no sentido de aquisição de poder social, o que quer dizer no sentido de influenciar uma ação comunal a despeito de qual seja seu conteúdo. Em princípio podem existir partidos num clube social tanto quanto num Estado. Em contraste com as ações de classes e grupos de status, em que nem sempre é o caso, as ações comunais de partidos significam sempre uma societalização, pois as ações de partido sempre são dirigidos para um objetivo pelo qual se luta de forma planejada. Esse objetivo pode ser causal ou pessoal, em geral orienta-se para tudo isso simultaneamente. Os partidos, portanto, só são possíveis dentro de comunidades societalizadas, isto é, que possuem alguma ordem racional e um corpo disponível de pessoas que estejam prontas a assegurá-la, pois os partidos se dirigem justamente no sentido de influenciar esse corpo, e, se possível, recrutá-lo dentre os seguidores do partido.

Em qualquer caso isolado, os partidos podem representar interesses determinados através de uma situação de classe ou de uma situação de status e podem recrutar seus adeptos de uma ou de outra. Porém não precisam ser partidos nem puramente de classe nem puramente de status. Na maioria dos casos, são, em parte, partidos de classe e, em parte partidos de status, mas às vezes não são nem uma coisa nem outra. Podem representar estruturas efêmeras ou duradouras. Seus meios de alcançar o poder podem ser bem variados, indo da violência crua de qualquer tipo à disputa de votos através de expedientes grosseiros ou sutis: dinheiro, influência social, o poder oratório, sugestão, e assim por diante até as táticas mais ásperas ou mais habilidosas de obstrução nos organismos parlamentares. Os partidos também diferem de acordo com o fato da comunidade ser estratificada por status ou por classe. Acima de tudo, variam de acordo com a estrutura de dominação da comunidade.

CONCLUSÃO

A análise sobre classe, status e partido, feita por Weber é voltada para o mercado, identificando desse modo que acima de tudo a situação de classe é uma situação de mercado. A condição de se obter status é através da herança ou da obtenção de poder econômico.

Portanto, de acordo com a lei da utilidade marginal, a ascensão de um não proprietário é difícil. E quando isso acontece , há uma resistência à sua penetração no grupo de status.

Para Weber, os partidos só existem em comunidades que possuam alguma ordem racional e um corpo disponível de pessoas que estejam prontas a assegurá-la. Difere de classe e de status por sua forma planejada de lutar por seus objetivos.

BIBLIOGRAFIA

WEBER, M. ‘Classe, ‘status’, partido”, In VELHO, O. G. e outros. ESTRUTURA DE

CLASSE E ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1981.

 

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