Marrocos e Tunísia

Trabalho de História.

Por:

 

Novembro de 1998 – NACIONAL – São Mateus – ES

  • SUMÁRIO –

I – Introdução

II – Desenvolvimento

2.1 – Marrocos

 

2.2 – Tunísia

III – Bibliografia

I – Introdução

Tentar-se-á mostrar neste trabalho uma pesquisa resumida sobre as características básicas dos países africanos, Marrocos e Tunísia, países cuja a economia, assim como na maioria dos países africanos está sustentada pela produção de petróleo, a exportação deste produto que hoje é o principal combustível do mundo, move e mantêm em uma situação relativamente boa em relação aos países que não tem este potencial.

Marrocos é um país onde há um grande contraste entre o sul desértico e o norte com clima marítimo. O território é quase que totalmente ocupado pelos montes atlas, que chegam a altitudes elevadas de 4000 metros, forma-se também o estreito de Gibraltar onde a África e a Europa ficam a poucas distância uma da outra. O turismo também é importante fonte de recursos. Milhões de turistas estrangeiros são atraídos anualmente pelas praias de Agadir, as cidades históricas de Fès e Marrakesch e as espetaculares paisagens marroquinas. A ocupação do Saara Ocidental, vizinho ao sul do Marrocos, não é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Localizada no norte da África, a Tunísia é um dos países mais estáveis do mundo árabe. É também um dos mais liberais, onde as mulheres têm direitos civis e não precisam usar o tradicional véu, o shador. Em contrapartida, esse liberalismo originou um movimento fundamentalista cada vez mais atuante. Seu território é montanhoso e fértil ao norte e desértico ao sul, com lagos salgados no interior. A população concentra-se na costa norte e nordeste. Na área agrícola, a Tunísia produz trigo, cevada, azeitona, frutas cítricas e tâmaras. O principal produto de exportação é o petróleo. O turismo está desenvolvendo-se e mais de 3 milhões de europeus visitam o país anualmente.

II – Desenvolvimento

2.1 – Marrocos

Bandeira:

Idioma: árabe (oficial), francês e espanhol

Moeda: dirrã marroquino; cotação para 1 US$: 8,60 em out./1996

Forma de governo: Monarquia parlamentarista com chefe de Estado forte

País dominador: França.

Ano da independencia: 1956.

Processo de descolonização: Violenta. Lider: Sidi Mohamed.

Linha do país: capitalista.

Fatos históricos: O Marrocos situa-se num território colonizado por navegadores de origem fenícia por volta de 1.100 a.C. Romanos, vândalos, visigodos e bizantinos dominam sucessivamente a área. Os árabes muçulmanos a conquistam no século VII da Era Cristã e, através dela, alcançam a Espanha.

O fácil acesso e as riquezas naturais do Marrocos aguçam a cobiça dos portugueses, que procuram se estabelecer na costa atlântica do país no século XV. Seguem-se os franceses, em 1530. Mulay Ismail, o mais célebre sultão marroquino, reconquista, no início do século XVIII, quase todas as cidades tomadas pelos europeus. Mas a França afirma seu domínio sobre a região no final do século XIX. Em 1912, pela Conferência de Fès, o Marrocos torna-se oficialmente protetorado francês, enquanto a Espanha adquire o controle da região sudoeste do território (Saara Espanhol).

Agitações nacionalistas e levantes tribais ameaçam o poder franco-espanhol nas décadas de 20 e 30. Abdel Krim, líder dos berberes, chega a proclamar uma República das Tribos Confederadas e recebe ajuda da Terceira Internacional (comunista). Um contingente de 40 batalhões franceses, com a ajuda de tropas espanholas, força Abdel Krim a capitular, em maio de 1926. No curso da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), com a França ocupada pelos alemães, surge, em dezembro de 1943, o Partido da Independência (Istiqlal), de perfil moderado, que passa a liderar o movimento nacionalista marroquino, com apoio dos EUA.

Independência – Em 1947, o sultão Sidi Mohamed pronuncia-se a favor da independência, sendo deposto e exilado pelos franceses em 1953. O domínio francês, no entanto, é enfraquecido no ano seguinte pela derrota do país na Indochina e pela insurreição anticolonial na Argélia. Esses dois fatos estimulam a retomada da luta nacionalista no Marrocos. Por pressão popular, Sidi Mohamed retorna ao país em 1955, sendo triunfalmente recebido, e reassume o trono como rei, com o nome de Mohamed V. Em 2 de março de 1956, é proclamada a independência do Marrocos.

A aliança nacionalista que promoveu a independência se mantém até 1958, quando o Istiqlal assume sozinho o governo. Esse partido logo se divide em duas facções. Excluída da administração central, a ala esquerda vence as eleições legislativas de 1960 nas principais cidades do país. Em 3 de março de 1961, com a morte de Mohamed V, sobe ao trono seu filho, Moulay Hassan, que assume o nome de Hassan II e permanece até hoje na chefia do Estado.

No ano seguinte, o rei faz aprovar, em plebiscito, uma nova Constituição, que concentra em suas mãos a maior parte do poder. A oposição, que havia boicotado o plebiscito, é duramente reprimida em 1963, sob a acusação de conspirar contra a Casa Real. Manifestações estudantis e de desempregados, em 1965, dão a Hassan II o pretexto para proclamar o Estado de emergência e assumir poderes ditatoriais.

Guerra no Saara – Em 1976, o Marrocos anexa dois terços da antiga colônia Saara Espanhol, uma área rica em fosfato. A Espanha retira-se logo depois e a Mauritânia incorpora o resto do território. A Frente Polisário proclama a independência da região e, apoiada pela Argélia, inicia guerrilhas contra os ocupantes marroquinos e mauritânios. Os EUA dão ajuda militar ao Marrocos, que acusa a Argélia de estar por trás das ações da Polisário.

Em 1980, a Mauritânia assina um tratado com a Polisário e se retira da região. O Marrocos, então, ocupa pela força a terça parte restante do território (agora conhecido como Saara Ocidental), antes em poder dos mauritânios. Em 1987, o Marrocos completa a construção de um muro na fronteira do Saara Ocidental com a Argélia, a fim de isolar os guerrilheiros. A Polisário, mesmo assim, conquista a maior parte do interior, enquanto as tropas marroquinas controlam as cidades. Gestões de paz feitas por governos árabes e, mais tarde, pela ONU, fracassam diante da negativa de Hassan II de negociar com os rebeldes.

Protestos – Em 1984, o aumento dos preços dos alimentos provoca protestos no norte do Marrocos. O Exército abre fogo contra os manifestantes, matando pelo menos 110 pessoas. Tem início uma onda de repressão aos opositores políticos, que são presos aos milhares e mais tarde anistiados. A partir do final da década de 80, o governo passa a enfrentar também o desafio do fundamentalismo islâmico e reage colocando na ilegalidade suas principais organizações.

Eleições legislativas – Em 1990, a polícia reprime, com violência, uma nova onda de protestos contra os aumentos de preços, matando pelo menos 20 manifestantes na cidade de Fès. Em junho de 1993, são realizadas eleições legislativas reconhecidas pela oposição como as mais legítimas desde a independência. O Bloco Democrático, de oposição, obtém 99 das 222 cadeiras em disputa. Mas a eleição indireta de mais 111 deputados (dos quais a oposição obtém apenas 21) desequilibra a composição do Parlamento em favor dos partidos que apóiam o rei Hassan II.

Em maio de 1994, o rei Hassan II muda o ministério, visando dar novo impulso a seu projeto de modernização da economia do país. Em julho, num esforço para satisfazer a oposição e grupos humanitários, o rei autoriza a libertação de 424 prisioneiros políticos. Em fevereiro de 1995, o rei tenta se aproximar da oposição, mas o diálogo fracassa.

Em fevereiro de 1996, fortes enchentes causam sérios prejuízos no país. Em agosto, imigrantes marroquinos vivendo na clandestinidade na França são deportados pelo governo de Paris.

2.2 – Tunísia

Bandeira:

Idioma: árabe (oficial), berbere, francês

Moeda: dinar tunisiano; cotação para 1 US$: 0,97 em out./1996

Forma de governo: República parlamentarista com chefe de Estado forte

País dominador: França.

Ano da independência: 1956.

Processo de descolonização: Pacífico.

Linha do país: socialista.

Agricultura: trigo (2 milhões t), cevada (858 mil t), azeitona (875 mil t), frutas cítricas (247,2 mil t), tâmara (86 mil t) (1996)

Pecuária: ovinos (7,6 milhões), caprinos (1,3 milhão), bovinos (735 mil) (1996)

Pesca: 85,0 mil t (1993)

Minérios: petróleo (33,3 milhões barris), rocha fosfática (5,7 milhões t), ferro (240 mil t), zinco (26,5 mil t), chumbo (4,6 mil t), espatofluor (4 t), sal marinho (414 mil t) (1994)

Indústria: processamento de produtos agrícolas e minérios, têxtil, de construção, maquinários, química, papel, madeireira

Parceiros comerciais: França, Itália, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo

Fatos históricos: A Tunísia tem seu território colonizado por fenícios por volta do ano 1.000 a.C. Eles fundam Cartago, que domina o comércio no Mar Mediterrâneo, até ser destruída pelos romanos em 146 a.C., quando a região torna-se parte do Império Romano . Os árabes conquistam o território no século VII da Era Cristã, fazendo da cidade de Túnis o centro da cultura islâmica do norte da África. Em 1574, a região é incorporada ao Império Turco-Otomano , sendo administrada por governadores turcos (beis) até 1881, tornando-se um protetorado francês.

Durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a área é palco de combates. Com o final da guerra, o movimento nacionalista tunisiano obriga a França a conceder independência ao país em 1956. Habib Bourguiba, o principal líder nacionalista, é eleito para a Presidência em 1959, tornando-se posteriormente presidente vitalício. O partido do governo passa a ser, em 1964, o único legal no país. Bourguiba institui fortes subsídios aos produtos básicos e nacionaliza empresas estrangeiras. A invasão do sul do país pela Líbia, em 1980, é prontamente repelida pelos tunisianos.

Abertura – Greves operárias e manifestações populares marcam os anos 80, refletindo a decadência da era Bourguiba. Em 1987, o líder é considerado incapaz de governar, sendo substituído pelo primeiro-ministro Zine al-Abidine bin Ali. O novo presidente revoga a Presidência vitalícia e concede liberdade partidária. Há uma retomada do crescimento econômico, que chega a 4,8% em 1992. Nas eleições gerais de março de 1994, bin Ali e seu partido obtêm uma vitória esmagadora e o governo é acusado de perseguir os oposicionistas. Apesar das pressões, a oposição ganha 47 prefeituras nas eleições de maio de 1995. O surgimento de um movimento fundamentalista islâmico, semelhante ao da Argélia, preocupa o governo. Em julho, um acordo de cooperação política e econômica assinado com a União Européia (UE) garante mais investimentos à indústria do país. Em fevereiro de 1996, Mohammed Moada, líder do Movimento dos Democratas Socialistas, principal partido oposicionista, é condenado a 11 anos de prisão. A Justiça o julgou culpado de ter mantido contatos secretos com agentes estrangeiros, sobretudo líbios.

III – Bibliografia

Almanaque Abril 1994, editora Abril.

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