Ligas Camponesas

As Ligas Camponesas surgiram em 1946 e foram importantes defensores da reforma agrária no país antes da Ditadura Militar.

O Partido Comunista do Brasil (PCB) iniciou um movimento rural ainda na vigência do regime autoritário de Getúlio Vargas, quando, no cenário internacional, ocorria a Segunda Guerra Mundial. Naquela ocasião o partido ainda existia legalmente e possuía articulação suficiente para criar Ligas Camponesas unindo trabalhadores rurais em várias cidades do Brasil. Assim, o PCB buscava aumentar seu número de eleitores e também revelar os interesses dessa classe de trabalhadores, podendo organização a luta por seus direitos. Mas, apesar da legalidade do partido, as ligas já sofriam com a repressão das autoridades.

Com a queda do governo ditatorial de Getúlio Vargas e a eleição de Eurico Gaspar Dutra para presidente uma nova Constituição foi promulgada em 1946. Entre outras coisas, o Brasil alinhava-se com os Estados Unidos no contexto internacional da nascente Guerra Fria e se posicionava contra os socialistas da União Soviética. A nova postura do Estado colocou o PCB na ilegalidade. As Ligas Camponesas foram abafadas e só voltaram a agir em 1954 na cidade de Vitória de Santo Antão. Desta vez, os objetivos eram auxiliar os camponeses com despesas funerárias, prestar assistência e formar uma cooperativa de crédito. Essa liga em específico foi nomeada como Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco (SAPPP). Tão logo foi acusada de objetivos políticos socialistas, foi proibida de agir na região e atacada para ser dissolvida à força. Seus integrantes resistiram e encontraram apoio jurídico para institucionalizar a associação, atuando legalmente a partir de 1955.

A SAPPP foi logo identificada como uma Liga Camponesa e, aos poucos, foi se espalhando pelo interior do estado de Pernambuco. Aumentava, assim, o coro pela reforma agrária. A ação da SAPPP conquistou muitos seguidores e militantes por todo o nordeste brasileiro, com direito a repercussão nacional e internacional. O movimento foi rapidamente associado aos eventos que vinham ocorrendo na época em Cuba.

As Ligas Camponesas foram importantes representantes dos interesses dos trabalhadores rurais, unindo grande parte deles e apresentando propostas para o futuro do país. Suas ideias reformistas, contudo, eram associadas ao temor socialista que os países opositores tinham na época. Na década de 1960 as tensões aumentaram no país e culminaram com o Golpe Militar de 1964. O novo regime promoveu intensa caça aos partidários ou simpatizantes dos movimentos identificados como de esquerda. Vários membros de Ligas Camponesas foram presos ou assassinados, juntamente com lideranças do PCB.

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