História da Óptica – 13 de Dezembro

 

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Hoje temos conhecimento que a óptica existe pelo menos 300 a.C., triste é aquele que pensa que o nosso setor está apenas engatinhando e não sabe como é longa a estrada do segmento óptico.

Devemos tudo isto a técnica que construíram as alicerces da óptica brasileira e principalmente a óptica mundial feche os olhos por vários minutos ou até mesmo segundos, para lembrar como é triste não ter visão e viver na escuridão.

Lembre-se que pesquisadores, técnicos, físicos matemáticos e até médicos estudam anos e anos, sem cansar para melhorar a qualidade de vida do homem, isto começa com Ter uma visão perfeita, já que 80% dos reflexos do ser humano são baseados e direcionados a visão, que às vezes ocorre com a correção de ametropias. Só sendo possível somente com a descoberta das lentes, seja corretiva, de segurança ou de proteção.

 

A HISTÓRIA DAS LENTES

 

A história das lentes é a substância de uma sociedade, que só aos homens cabe a construção de cada estrutura social.

 

O processo de construção opera uma dimensão que partindo do real a memória é um elemento permanente do vivido, acendendo o processo de mudança ou conservação.

 

O resgate da memória do segmento óptico revela o desejo natural de evolução dos homens. Após o período Colonial em que a entrada da técnica não era possível sem a autorização da metrópole portuguesa.

Após a independência, e principalmente a partir do período regencial, a país passaria a receber cientistas, viajantes e principalmente técnicos especializados. O chamado “mecânico oculista” seria o primeiro profissional óptico no Brasil.

 

A pesquisa acadêmica levou para a corte imperial brasileira, um rei menino, estimulava a vinda de um técnico de óptica ao país. Com efeito, temos o estabelecimento da grande aventura da história da produção de óculos no Brasil – peça por peça, uma jóia rara, um bem extraordinário, uma marca pessoal, um símbolo de sabedoria, vários papéis e um conceito dinâmico do homem.

 

A visão, a refração e a reflexão da luz são fenômenos que sempre atraíram o ser humano. O polonês Witelo, no século XIII, escreveu Tratado de óptica, o autor descreve uma história da Antiguidade conhecida na Europa medieval: os lendários espelhos de arquimedes que funcionaram como as primeiras lentes.

 

Durante a antiguidade clássica, o termo “ocularium” era utilizado para designar os orifícios feitos nos elmos que protegiam a cabeça dos soldados para que pudessem enxergar. A palavra “óculos” é derivada do termo “ocularium”.

Por volta do século IV a.C., Euclides escreveu a Óptica, com base na idéia de que o tamanho dos objetos era determinado pelo o ângulo sob o qual eram olhados.

 

Já Ptolomeu, durante o século II a.C., também escreveu uma obra denominada Óptica. Sua linha de pensamento era diferente da de Euclides: em vês de considerar relevante apenas o ângulo visual, o foco serão os comprimentos.

 

Entre os séculos IX e XI, avançaram os estudos sobre a Óptica. Apenas no século XII, mil anos após Ptolomeu, a Europa se volta novamente ao estudo de visão de objetos.

Segundo Plutarco, para reverenciar o guarda o “fogo” vindo do sol, os sacerdotes utilizavam um pavio de tecidos e uma lente do tamanho de meia laranja.

O comércio de pedras polidas em 700 a.C. um doa mais destacados médicos Rufo e Éfeso, pesquisou o uso das lentes e desenhou diagrama do globo ocular.

 

Temos registros do polimento de pedras na América pré-colombiana, principalmente entre mais e incas, e também na China.

Por volta de 2280 a.C, as lentes de quartzo ou ametista eram utilizadas na China para observar estrelas. Aliás, a fabricação de vidros no período não ficou restrita a China. No mediterrâneo, os fenícios já dominavam a técnica do vidro.

 

Sabemos que, os cristais polidos já eram utilizados para aumentar o tamanho dos objetos e das letras.

A partir do início do segundo milênio o desenvolvimento das chamas “pedras de leitura”. Época medieval, a cultura letrada ficou restrita à Igreja. Foi entre os monges, em especial entre os monges copistas, que surgiu o primeiro par de óculos na Europa.

 

O primeiro par de lentes com arcos de ferro unidos por rebites foi descoberto na Alemanha, durante o século XIII. Ainda nesse mesmo século temos já a fabricação de óculos em Florença.

Essas armações montadas com um par de lentes eram utilizadas para a leitura religiosa procuravam óculos que melhorassem sua “visão de perto”.

Este primeiro modelo era elaborado em forma de uma letra “V” invertida, com duas lentes presas por um rebite, apoiando-se no dorso do nariz sem as hastes laterais.

As lentes eram de cristal de quartzo ou pedras semipreciosas. As lentes lapidadas e polidas de berilo eram das mais procuradas, pela nitidez proporcionada e pelo brilho – aliás, foi berilo que derivou a palavra “brilho”.

O inglês Robert Grosseteste deu grande impulso a óptica, estudando as lentes principalmente a refração. O franciscano Roger Bacon deu continuidade aos estudos de Grosseteste, mas sem dúvida foi o franciscano inglês John Pecham que difundiu a óptica e o próprio comércio de óculos quando escreveu um manual sobre o tema, muito popular na Europa Central.

 

Primeiros comerciantes de óculos eram geralmente joalheiros. O conhecimento técnico de ourivesaria e lapidação de jóias foi fundamental para eles. Os óculos eram encarados como um instrumento técnico e também como uma jóia, e seu custo era alto. Eram fabricados principalmente em Veneza, como afirma o historiador italiano Trasselli.

A chegada dos livros impressos estimulou a aptidão literária, e temos um incremento na produção de óculos, que passam a ser encarados como um símbolo de sabedoria.

 

Os primeiros grandes editores de livros na Europa, os quais vendiam livros e conjuntamente ofereciam óculos para a leitura. As famílias de editores de Usque, de Ferrara, Sonsino, de Ancona. Modelo elaborado em forma de letra “V” invertida, com duas lentes presas por um rebite apoiando no dorso do nariz sem hastes laterais.

 

A produção de óculos irá concentrar-se na Itália e na Alemanha, mas tanto Espanha e Portugal como Holanda e França iniciaram uma produção baseada em artesãos.

Na França temos Óptica Thomin, que em 1746 inicia uma produção de armações de diversos materiais, do marfim ao ouro.

 

Já neste período, entre os séculos XV e XVII, eram mais utilizados dois modelos de óculos: o pincenê e lonhão. O pincenê, sem hastes, era ajustado no nariz e o lonhão tinha uma haste lateral presa a uma armação que era colocada diante dos olhos, apoiada no nariz. Já no século XVII, entretanto, as hastes fixas eram apoiadas nas orelhas. As armações eram feitas de couro, marfim, chifre, ouro, ferro, casco de tartaruga e diversas ligas metálicas.

 

Sem dúvida Galileu Galilei deu grande pulso no desenvolvimento da óptica no início do século XVII, apresentando o telescópio no alto da torre da Igreja de São Marcos, em Veneza.

Verão de 1609: chega às mãos do Galileu Galilei(1564-1642). Era a descrição de um instrumento construído na Holanda, que permitia enxergar objetos distantes como se estivessem próximos. Tomando por modelo essa luneta holandesa, Galileu fabrica, ele mesmo, um aparelho semelhante, capaz de aumentar nove vezes o tamanho parente dos objetos. O holandês que fabricou a luneta em 1608foi Hans Lippeerhey.

 

As pesquisas trouxeram uma melhor compreensão da refração da luz, principalmente após a invenção do bifocal por Benjamim Franklin na Segunda metade desse século XVIII.

Em 1606, na cidade de Florença, o português Filipe Montalto vai difundir a utilização das lentes côncavas para miopia.

 

Um dos primeiros registros da presença de óculos na colônia vem da coleção de Inventários e Testamentos do Arquivo Histórico do Estado de São Paulo e do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro.
A expansão das encomendas e da utilização de óculos no Brasil colonial deu-se durante o século XVIII.

Os primeiros óculos começam a ser fabricados ainda totalmente artesanais, produzidos pelos chamados “técnicos oculistas”, que chegavam vindos da Europa.

 

Os oculistas mecânicos eram técnicos muito comuns no continente europeu. Desde o final da Idade Média, vinham acumulando grande conhecimento de óptica, que iam transmitindo aos técnicos aprendizes. Possuíam geralmente uma ou várias caixas de provas com lentes alemãs, austríacas, italianas, inglesas e francesas.

O oculista mecânico joseph Herschel nasceu na Alemanha, seu trabalho consistia em fixar moradia em determinada cidade de 90 a 120 dias, e durante este período anunciar a fabricação de óculos.

 

Herschel levava consigo uma caixa de palavras com modelos de lentes de “pedra papel inglesas” ou “cristal de rocha lapidado alemão ou francês”. A caixa de provas e suas inúmeras lentes tinham como objetivo realizar a refração, para depois iniciar o processamento artesanal das lentes e a confecção dos óculos.

A maioria dos oculistas que atuaram no século XIX no Brasil fazia suas armações de uma liga metálica. Utilizavam também ouro, prata e casco de tartaruga.

 

A documentação sobre a vinda de Herschel ao país e os serviços por ele executados indica que, como técnico oculista bastante experiente, ele recebeu muitas encomendas de óculos de leitura, entre as quais a de um par para uma criança, feita pelo Dr. Roque Schuch. Essa criança era Dom Pedro II.

É interessante notar um auto-retrato feito pelo jovem príncipe aos 9 anos de idade, em que ele é representado de óculos.

 

O imperador Dom Pedro II, bem mais tarde, já adulto e com anos de reinado, encomenda a Herschel uma peça valiosa: um pincenê de lentes ovais e armações em ouro e casco de tartaruga, tendo na base arco direito uma coroa imperial com as letras PII. A peça foi preservada por muitos anos pela família imperial brasileira, e atualmente  encontra-se no Museu Inaldo de Lyra Neves – Manta, pertencente à Academia Nacional de Medicina.

 

O técnico oculista Joseph Herschel chegou ao Recife no dia 26 de agosto de 1835. Após breve acordo com Geiger, iniciou um comércio próprio, publicando um anúncio no jornal Diário de Pernambuco vejamos o que dizia: José Herschel, Oculista Mecânico, tem a honra de oferecer a sua arte como oculista e igualmente fazer e consertar toda a qualidade de óculos, para qualquer vista, por mais débil que seja, tanto para ver de perto como de longe.

 

Por isto suplica ao público que lhe honre com a sua concorrência que ele tratará de servi-lo  à sua satisfação: as pessoas pessoas que não puderem ir a sua casa, poderão mandar chamá-lo que ele prontamente servirá. A sua residência é na Ponte Velha em frente à casa do Catão e das doze horas do dia até as duas da tarde na rua Cruz número 10.

 

As armações de provas do século XIX chegaram ao país com oculistas mecânicos. A parte superior era utilizada para medir a distância interpupilar com um dispositivo que variava de acordo com a altura da base do nariz. Nas laterais, rodas dentadas para girar cilindros, e no centro, espaço para as lentes.

 

O grande “óptico cientifico” da capital paulista era Leopold Stern, respeitando no país a na América do Sul, como mostra o intercâmbio técnico que existia entre ele e o optometrista inglês Robert Hammersley Symens, que confeccionava óculos no Chile e na Argentina. Seu sucesso comercial foi tão intenso que ele rapidamente abriu um consultório onde realizava exames e receitava óculos.

 

Um dos grandes agentes de importação de lentes utilizando por Stern era Jacob Levy. Estabelecido em São Paulo e no Rio de Janeiro, Levy importava lentes francesas azuis e armações.
Leopold Stern deu grande impulso à óptica no Sudeste. Além de caixa de provas, também utilizava inúmeros equipamentos ópticos.

AS ÓPTICAS:

 

A abertura das ópticas ou de seções de ópticas nas joalherias e relojoarias deu-se principalmente no início do período republicano. A transição do século XIX para o século XX marca a formação de um estado burguês no país.

 

A imigração européia transforma a região Sudeste que auxiliam no processo de abertura das primeiras ópticas.

Uma das grandes dificuldades da expansão da venda de óculos de grau eram as receitas. A maioria dos oftalmologistas eram cirurgiões oculares, e só muito lentamente o corpo médico foi adquirindo conhecimento técnico para suprir a necessidade das pessoas que precisam de óculos de grau.

 

O antigo oculista mecânico ou científico – o atual optometrista – era um profissional raro e muito requisitado, que durante todo o século XIX atendia uma pequena parcela da população brasileira, composta por membros da elite alfabetizados.

 

No início do século XX, houve aumento no número de escolas a procura por óculos. Para resolver a questão do receituário para os óculos de grau, a Casa Fretin traz para São Paulo Mr. John, um optometrista norte- americano, que passa a realizar consultas e aplicar todos os exames necessários para receitar óculos de grau.

Os oftalmologistas e os otorrinolaringologistas do início do século XX trabalhavam com caixa de provas. Médicos brasileiros visavam a cirurgia ocular, e não a aquisição de conhecimentos em profundidade sobre a refração e a prática de receitas para óculos.

 

A Clínica Oftalmológica do dr. Pereira da Cunha, no Rio de Janeiro, era uma referência no país, mas ainda não tinha funcionários  habilitados para fornecer receituário de óculos de grau. O médico oftalmologista João Penido burnier funda o Instituto Oftalmológico de Campinas (atual Instituto Penido Burnier) no dia 1° de junho de 1920 que se transforma em um marco da oftalmologia brasileira e desencadeia processos de conhecimentos em refração, com o objetivo de suprir a carência de receitas de óculos de grau.

 

O instituto Penido Burnierfez crescer o movimento dos médicos oftalmologistas, e continua sendo uma referência nacional e internacional na sua especialidade.

Assim temos registro da descoberta da óptica no Brasil e no mundo, e o surgimento dos optometristas e depois dos oftalmologistas e a evolução dos produtos ópticos.

CATÁLOGOS DE ÓCULOS

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Ocularium – abertura para os olhos feita no elmo dos guerreiros da Antiguidade.

 

Peças do século XIX, em especial, um raro par de óculos com armação em ouro e lentes cristal oriundas da Inglaterra.

 

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O pincenê do imperador Dom Pedro II foi doado no século XX pelo príncipe Dom Pedro de Orleans e Bragança à academia Nacional de Medicina. É uma peça delicada: a armação é feita de casco de tartaruga e ouro, e na base do aro direito existe uma coroa imperial com as letras PII. As lentes são brancas e ovais.

 

As armações de provas do século XIX chegaram ao país com os oculistas mecânicos.

 

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A parte superior era utilizada para medir a distância interpupilar com um dispositivo que variava de acordo com a altura da base do nariz. Nas laterais, rodas dentadas para não girar os cilindros.

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