HISTÓRIA DA ÍNDIA ANTIGA

 

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A Índia se divide em quatro grandes regiões: o Himalaia; as planícies fluviais do norte; o planalto do Decan; e os Ghats oriental e ocidental, baixas cadeias montanhosas paralelas ao litoral sul.

O Himalaia se estende ao longo das margens norte e leste do subcontinente indiano, prolongando-se pela borda nordeste do país. Com as montanhas mais altas do mundo, é a única região da Índia onde as temperaturas alcançam ponto de congelamento.

Localizadas ao sul do Himalaia estão as planícies fluviais do norte, uma das maiores do mundo. A região compreende a maior parte da área regada pelos rios Indo, Ganges e Brahmaputra. É nos vales férteis dos rios Indo e Ganges, dois dos maiores rios da Índia, que, desde os primórdios da civilização indiana, concentra-se a maior parte da população do país.

Localizado ao sul das planícies está o planalto do Decan, estendendo-se desde o sul do rio Narmada até as colinas de Nilgiri e Palni. O Decan é um enorme planalto rodeado por montanhas, com clima normalmente seco. Os fazendeiros da região contam com as monções para obter água. As monções são ventos periódicos que cruzam o sul da Ásia. No verão, esses ventos frios e úmidos, vindo do sudoeste, encontram-se com a massa de ar que vem do Oceano Índico, trazendo fortes chuvas.

Estimativas sobre as antigas populações da Índia são extremamente difíceis de encontrar, mas acredita-se que por volta de 500 a.C. viviam na Índia aproximadamente 2,5 milhões de habitantes. Isto representava provavelmente um quarto da população mundial, na época.

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Himalaia

A Índia drávida: a primeira civilização do vale do Indo

Na década de 1920, arqueólogos encontraram no vale do rio Indo os restos de duas grandes cidades que chamaram de Mohenjo-Daro e Harapa. Acreditaram tratar-se de vestígios da primeira grande civilização indiana: os drávidas ou dravidianos (povo de pele morena).

As ruínas encontradas indicam que ambas as cidades foram cuidadosamente planejadas: edifícios sólidos, ruas de traçado uniforme e um elaborado sistema de drenagem. As casas eram, geralmente, grandes e tinham os primeiros sistemas de esgoto. Indicavam também que os habitantes de Mohenjo-Dara e Harapa eram politeístas (adoravam vários deuses) e tinham um profundo respeito pela natureza. Plantavam frutas e grãos e criavam animais domésticos. Os habitantes da península indiana foram um dos primeiros povos a cultivar algodão para produzir roupas e utilizavam um sistema de medidas e pesos para pesar produtos agrícolas e metais preciosos. Seus artesãos fabricavam tijolos e cerâmicas e trabalhavam os metais preciosos. Com a argila faziam brinquedos para as crianças.

Como muitas civilizações antigas, os comerciantes usavam sinetes feitos de pedra ou argila para assinar seus contratos. Estes sinetes são as únicas evidências do tipo de escrita existente, à época, no Vale do rio Indo. A escrita de Harapa não foi decifrada, até os dias de hoje. Mas, através dos enormes celeiros e casas e da ausência de palácios, bem como da proliferação de figuras religiosas, deduziu-se que se tratava de uma sociedade de sacerdotes, mercadores e agricultores.Os mercadoresvendiam roupas de algodão, grãos e turquesas, ao longo da costa até o Golfo Pérsico. Mercadorias típicas de Harapa foram encontradas na Mesopotâmia e referências textuais sugerem que por volta de 2.300 a.C. seus comerciantes estiveram em contato com as civilizações do Oriente Médio.

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Sinetes com inscrições encontrados em Harrapan 2600-1900 a.C

O declínio da civilização do vale do Indo começou aproximadamente 1.000 anos após seu surgimento, tendo a mesma desaparecido, sem deixar vestígios. Somente em 1925, com as escavações arqueológicas, revelou-se a civilização perdida. As razões para o desaparecimento continuam um mistério. Sabe-se que as cidades foram abandonadas, o comércio diminuiu e a civilização entrou em colapso. Há historiadores que acreditam que isto tenha sido causado por problemas ambientais, como enchentes e exaustão do solo. Outros dizem que a razão teria sido a série de invasões de tribos do grupo linguístico indo-europeu, conhecidas como indo-arianas. Os arianos invadiram a região por volta de 1.500 a.C., fato que mudou de forma profunda a região.

Os arianos

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Guerreiro ariano

Os arianos (isto é, os “nobres”; povo de pele mais clara) vieram provavelmente das planícies da Ásia Central, de uma cordilheira localizada ao nordeste da Índia. Povo nômade, composto de caçadores e pastores, os arianos invadiram o norte da Índia à procura de terra e animais e dominaram toda a península. Como possuíam armas mais sofisticadas (de ferro) do que as conhecidas pelos pacíficos habitantes do Vale do Indo, os arianos derrotaram facilmente as populações drávidas, escravizando-as. Do confronto dessas duas culturas (dravidiana e ariana) nasceu a civilização hindu.

O pouco que se sabe sobre os primeiros mil anos da dominação ariana, no nordeste e noroeste da Índia, provém do Livro dos Vedas, quatro coletâneas de textos sagrados escritos em védico, uma forma antiga do sânscrito. Vedas, em sânscrito, significa saber, conhecimento.Os Vedas ou Veda contêm hinos, orações e provérbios populares que dão uma ideia de como a vida ariana mudou de 1.500 para 500 a.C., um período referido como a era vedanta. Antes de serem escritas as tradições, sábios chamados rishitransmitiam-nas oralmente, transformando-as e elaborando-as durante este processo. Desta maneira, preservaram grande parte do material ariano original e da cultura dravidiana.

Os primeiros arianos viviam em tribos, havendo, em cada tribo, um sistema de classes com três divisões: sacerdotes, guerreiros-nobres e as pessoas comuns. O chefe da tribo, o rajá, era escolhido entre os guerreiros. Este sistema de classes sociais era flexível, sendo possível mudar-se de uma classe para outra. Porém, o papel dos homens e mulheres na sociedade era fixo: os homens guerreavam e cuidavam do gado, enquanto as mulheres eram encarregadas da plantação e da fabricação de roupas, dos afazeres domésticos e das crianças.

Após terem derrotado a população do vale do Indo, cada rajá (chefe de tribo) passou a dominar uma parte do território onde fixava seu próprio reino. A partir deste momento, a vida dos arianos sofreu uma série de mudanças profundas. O rajá não era mais escolhido para ser líder, mas sim, rei. Um sistema de classes sociais fixos foi implantado: no topo estavam os sacerdotes, conhecidos como Brahmins(brâmanes); em seguida vinham os guerreiros-nobres, conhecidos como Kshatryia. A terceira classe era formada pelas pessoas comuns, os Sudra, que incluíam os vencidos nas guerras e arianos casados com não arianos. Esta última classe era rejeitada pelas classes superiores. A palavra sânscrita usada para classe social é varna, que significa cor.

As classes tornaram-se algo permanente na sociedade indiana; cada uma tinha seu próprio dharma – um código de conduta para seus membros, que detalhava os direitos e deveres a serem seguidos por cada indivíduo. À medida que essas regras ficavam mais severas, as principais classes da sociedade ariana se tornavam grupos sociais fixos, conhecidos como castas. Apesar de toda sociedade ter alguma forma de distinção e estratificação em classes, é difícil encontrar um país onde isto tenha sido praticado tão sistematicamente e por tanto tempo quanto na Índia.

As castas

Na Índia o termo usado para casta é jati, que significa “nascimento” ou “tipo”. As castas em geral se associam a profissões especiais. Cada casta tem suas próprias regras de conduta e de prática religiosa, que determinam com quem a pessoa pode comer, com quem pode se associar e que tipo de trabalho pode realizar. Era proibido relacionar-se com as castas inferiores, a não ser para a execução das tarefas diárias.

A base religiosa deste sistema é a noção de “pureza” e “impureza”. As regras que governam a “pureza” formam a base da divisão de trabalho na comunidade. Certas atividades e trabalhos são tão impuros que somente podem ser executados por determinadas castas. De acordo com os textos sagrados hindus, cada indivíduo está predestinado a pertencer a uma casta. As principais castas eram:

  1. Brâmanes – A casta mais “pura”, formada pelos líderes espirituais, intérpretes dos textos vedas. Exerciam também as funções de médicos e administradores.
  2. Guerreiros – ocupavam altos cargos públicos, tanto militares quanto civis.
  3. Artesãos – Os trabalhadores braçais, ao lado dos mercadores urbanos e da mão de obra camponesa, constituíam a base da sociedade hindu. Alguns artesãos chegaram a enriquecer exportando joias, metais preciosos, tecidos e especiarias.
  4. Servidores – trabalhadores menos qualificados.

Um grande segmento da sociedade não está incluso no sistema de castas. Sendo o nível mais baixo do sistema, os “intocáveis” ou “sem casta” (também chamados de párias) este grupo era formado originalmente por novos membros da sociedade ariana. Os criminosos ou pessoas que desrespeitavam o dharma (código de conduta) de sua própria casta também faziam parte desse grupo de párias. A maioria dos indianos se recusava a ter qualquer tipo de relação com os intocáveis, que viviam à margem da sociedade e trabalhavam nas atividades e profissões que os membros das outras castas se negavam a desempenhar. Um exemplo dos “intocáveis” são os lixeiros e os curtidores do couro dos animais. Os cristãos, judeus e muçulmanos ficavam totalmente fora do sistema de castas.

O sistema de castas deu um contexto à vida dos hindus. Ser expulso de sua casta é o pior dos castigos, aplicado apenas para crimes particularmente sérios. Ao longo dos séculos, o sistema de castas ficou cada vez mais complexo, com centenas de subcastasse desenvolvendo em cada casta. Uma aldeia indiana pode ter de 20 a 30 castas e é frequente ocuparem um agrupamento especial de casas. No início do século XX havia em torno de três mil castas.

As complexas regras que controlam o contato social entre as castas eram muito rígidas, mas a Constituição indiana, em vigor desde 1947, introduziu certas medidas para banir a discriminação. Mas não basta mudar a legislação para por fim às antigas divisões sociais e religiosas. O sistema de castas continua tendo um papel importante, particularmente no interior do país.

A civilização hindu: o hinduísmo

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Imagem hindu

As crenças e cultos das antigas populações do vale do rio Indo e dos arianos constituem a base do hinduísmo. (A palavra hinduísta, da mesma raiz do rio Indo, significa simplesmente “indiano”). Crenças e rituais religiosos são os elementos principais da vida de cada hindu e os preceitos do hinduísmo servem de guia para os aspectos espirituais e práticos. O hinduísmo permite que cada hindu escolha sua forma de culto; por isso esta religião se caracteriza por uma imensa diversidade e pela capacidade excepcional que tem demonstrado,através da história, de abranger novos modos de pensamento e de expressão religiosa.

Diferentemente de outras religiões, o hinduísmo não tem fundador, credo fixo, nem organização de espécie alguma.Para todos os hindus a suprema autoridade são os quatro VedasRig-Veda, Sama-Veda,Yojur-Veda e Atharva-Veda.

O mais antigo é o Rig-Veda, escrito em sânscrito arcaico entre 1300 e 1000 a.C. Ao Rig-Veda foram agregados outros dois: o Yajur-Veda (livro do sacrifício) e o Sama-Veda, de hinos. Um quarto livro, o Atharva-Veda, uma coleção de palavras mágicas, foi incluído em torno de 900 a.C. Nesta mesma época, também foram escritos os Brahmanas e, no início de 600 a.C., os Upanishad.

Com importância especial na evolução do pensamento hindu, os Upanishads (800-300a.C.) são uma famosa coletânea de Vedas, composta de textos místicos e esotéricos, conhecidos como vedanta. Os Upanishads servem de base para um dos seis sistemas ortodoxos da filosofia hindu e até hoje são os textos hindus mais lidos.

Escritos sob a forma de conversas entre mestre e discípulo, além dos conceitos básicos sobre o certo e o errado e sobre o destino humano, os Upanishads introduzem a noção de Brahman – o “Princípio Supremo”, fundamento do Universo. A preocupação principal desta linha de pensamento é o conhecimento do Brahman, o ser supremo, puro e universal, uma realidade onipresente concebida como aquilo que preenche tudo. Para os hindus, o Brahman é a força espiritual essencial em que se baseia todo o universo. Todos os seres vivos nascem do Brahman, vivem no Brahman e, ao morrer, retornam ao Brahman.

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Brahman

Karma e reencarnação

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Karma

Outro conceito fundamental na filosofia dos Upanishads é que o homem tem uma alma imortal, uma centelha divina. O propósito de um hindu é de retornar ao Brahman e voltar a fazer parte do mundo espiritual. Para atingir esse ponto, a alma deve ser purificada, mas como ninguém espera que um ser humano consiga purificá-la em uma única vida, após a morte de um indivíduo esta alma renasce numa nova criatura vivente. A ideia de trânsito da alma para um novo corpo ou forma de ser é conhecida como transmigração ou reencarnação.

A alma (atmã) vai reencarnar em corpos diferentes até se purificar. Nesse ciclo há uma ordem inexorável que vai de uma existência a outra. Uma alma pode renascer numa casta mais alta ou mais baixa ou pode passar a habitar em um corpo animal.

O impulso por trás dessa ordem, que a mantém sempre em movimento, é o karma de cada homem. Palavra sânscrita que significa “ato”, o karma se refere a palavras, pensamentos e sentimentos – não apenas a atos. O karma, portanto, é o conjunto de todas as ações, boas ou más, cometidas por um ser humano em suas vidas passadas.

A ideia de que todas as ações têm consequência e de que estas podem aparecer após a morte do indivíduo não é única do hinduísmo. O que difere é que, segundo a filosofia hindu, todas as ações da vida e somente elas formam a base para uma próxima vida. O hinduísmo não acredita em destino cego nem em divina providência; acredita que “o homem colhe aquilo que semeou”. A responsabilidade pela vida de um hindu no dia de hoje e por sua próxima encarnação será sempre dele. Ou seja, o que a pessoa experimenta nesta vida em termos de riqueza e pobreza, alegria ou dor, saúde ou doença, é resultado de suas ações numa vida anterior. É dessa forma que o hinduísmo explica as diferenças entre as pessoas.

Os ensinamentos hindus sobre casta, dhrama e karma são interligados. Seguindo e respeitando apropriadamente o dhrama (código de conduta), o hindu poderá ter um bom karma, já que apesar de a pessoa ter que se submeter ao karma que herdou de uma vida anterior, ela também tem o livre-arbítrio no âmbito de sua existência atual, podendo melhorá-lo e assim lançar as bases para uma vida melhor na sua próxima encarnação.

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Culto de Shakti, círculo ritual, técnicas de identificação com as divindades (nyasa)

O sistema de casta reflete também a crença hindu de que as pessoas nascem com níveis diferentes de conhecimento. Os Brahmins, os mais sábios, eram considerados o grupo social mais puro. Segundo a ideia central dos Upanishads, é a ignorância do homem o que o amarra ao ciclo da reencarnação. Ele consegue se libertar quando compreende a verdadeira natureza da existência, isto é, que a alma humana (atmã) e o mundo espiritual (Brahman) são uma coisa só. O atmã (a centelha divina) é parte integrante não só dos seres humanos, mas também das plantas e animais. Isto é conhecido como panteísmo.

As divindades hindus

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Culto de Shiva

A multiplicidade do hinduísmo também se manifesta em seu conceito de Deus. Em sua forma mais filosófica, o conceito hindu de divindade é panteísta. A divindade não é um ser pessoal; é uma força, uma energia que permeia tudo. Do outro lado do espectro há um conceito politeísta: a crença num grande número de deuses e deusas, apesar de todos serem considerados símbolos do Brahman. Apesar de cada divindade poder aparecer de várias formas, todas fazem parte do espírito universal, o Brahman.

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Shiva

Os deuses mais importantes são Brahman, o criador; Shiva, o destruidor; e Vishnu, o preservador. Entre as várias divindades femininas há uma, grande e poderosa, que é a “Rainha do Universo” ou “deusa-mãe”. Sua manifestação mais conhecida é Kali. O hinduísmo permite que cada hindu escolha sua forma de culto. Pessoas de diferentes regiões adoravam divindades diferentes e tinham sua própria forma de culto, porém, todos cultuavam o Brahman.

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Shiva e sua mulher Kali

Poemas épicos: Mahabharata e o Ramayana.

De grande importância na tradição hindu são os poemas épicos: longos poemas que contavam as aventuras de heróis. As duas obras épicas sânscritas mais importantes são o Mahabharata e o Ramayana. Ainda famosos na Índia, hoje, estes dois poemas relatam as virtudes e ideais admirados pelo hinduísmo:

O Mahabharata, o mais extenso poema épico da literatura indiana antiga (escrito em torno de 300 a.C.), relata a luta entre dois ramos de uma mesma família nobre pela posse de um reino. São os irmãos Pândavas que, liderados por seu primo, Krishna (deus), lutam contra os também primos, os Káuravas. Acredita-se que o Mahabharata baseie-se em uma guerra real que ocorreu por volta de 1.000a.C. O fragmento mais importante é o Bhagavad-Gita, diálogo entre Krishna, encarnação do deus Vishnu, e o herói Arjuna sobre o sentido da vida.

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O Mahabharata

Ramayana (em sânscrito, “História de Rama”), segundo poema épico da Índia antiga, transmite ensinamentos morais através da história do príncipe Rama e da princesa Sita. Escrito provavelmente durante o século III a.C., narra o nascimento e educação de Rama Chandra, príncipe e sétima encarnação do deus Vishnu, e suas peripécias para conseguir a mão de Sita, a quem depois terá que resgatar quando esta é raptada pelo demônio Ravana. O príncipe é um herói forte e corajoso, enquanto sua esposa é obediente e devotada – a representação ideal para os hindus de um casal. A obra destaca-se pela riqueza de suas descrições e pela poética linguagem usada. Os sete livros do Ramayana foram traduzidos em inúmeras línguas.

A vida hindu

A família era de extrema importância, o elo central na sociedade hindu. Pais, crianças e parentes moravam todos próximos uns aos outros. Respeitar os mais velhos e suas tradições era fundamental. O papel da mulher e do homem na vida familiar era definido pela tradição: era obrigação da mulher tomar conta da casa e dos filhos e obedecer a seu marido, enquanto o homem devia proporcionar à esposa o maior conforto possível.

O lugar das mulheres

Na Índia há grandes contrastes no que se refere ao papel da mulher e ao modo como ela é considerada, tanto espiritual, quanto socialmente. Os Vedas afirmam que o homem e a mulher são iguais “como as duas rodas de uma carroça”, entretanto a aceitação prática desta ideia tem sido difícil. Frequentemente as mulheres são encaradas, na Índia, como propriedade dos maridos. Mas, apesar de terem pouca independência, as mulheres hindus podem ter propriedades e a maioria das pertencentes à classe alta recebe algum tipo de educação, especialmente nas artes.

O status social de mulher solteira é baixo, ao passo que uma mulher casada sem filhos chegava a se deparar com uma situação precária. A vida das viúvas é muito difícil, principalmente nas famílias de classe alta. Não podem voltar a se casar e são obrigadas a viver com a família de seu falecido marido, dedicando seu tempo a orar. Uma viúva não pode usar roupas de cores vivas, perfumar-se, ir às festas e nem mesmo provar comidas saborosas. Algumas mulheres preferiam a morte a esse tipo de vida, cometendo suicídio. Elas se incineravam na pira fúnebre do marido, junto ao cadáver deste ou em separado, no caso de o marido ter falecido em um lugar remoto. Acredita-se que essa prática habitual na Índia, conhecida como Sati, purificava os pecados da família do marido.

Mas, apesar de todas as dificuldades e tabus que envolvem o hinduísmo, é digno de menção o fato de que, nesta nossa era, a Índia foi um dos primeiros países a ter uma mulher como primeiro ministro, Indira Gandhi. Além disso, há inúmeras outras que desfrutam de notável influência política e em nenhum outro país do terceiro mundo há tantas mulheres que trabalhem fora de casa como lá.

O Surgimento do Budismo

Por volta do sexto século a .C., a religião hinduísta e o sistema de castas dominavam a vida indiana. Os hinduístas acreditavam que os únicos meios de salvação eram obedecer às regras do sistema de castas e seguir os complexos rituais realizados pelos pastores brahmins. Estas regras e rituais, porém, não satisfaziam os desejos espirituais da população. Muitos indianos, buscando uma nova filosofia religiosa, foram atraídos aos ensinamentos de Siddhartha Gautama, o fundador do budismo.

Siddhartha Gautama era um príncipe indiano que nasceu por volta de 563 a.C. Ele era filho de um nobre indiano muito rico que tentou protegê-lo de todas as dificuldades e sofrimentos da vida. No entanto, apesar de toda a sua riqueza, o jovem vivia infeliz.

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Certa vez, aos 30 anos de idade, Gautama viu três cenas que o chocaram: um senhor velho que estava morrendo, um cadáver e um mendigo. Estas experiências o levaram a questionar a razão da existência de tanto sofrimento no mundo. A partir daí, Gautama decidiu desistir de sua vida de conforto material e começou a perseguir a sabedoria.

Durante muitos anos Gautama seguiu os métodos hinduístas de meditação e abnegação. Mas, não foi o suficiente para aliviá-lo de sua angústia. Finalmente, aos 35 anos de idade, ele sentou sob uma figueira e jurou não sair de lá até que encontrasse uma resposta ao problema do sofrimento humano. Após 49 dias, de repente, Gautama entendeu as razões do sofrimento humano e o método de superá-lo. Deste dia em diante, Gautama ficou conhecido como Buda – “o Iluminado”.

Algumas das mais importantes ideias do budismo foram apresentadas por Gautama num sermão que ele preparou após a sua experiência abaixo da figueira. Ele revelou as Quatro Nobres Verdades do Budismo. São elas:

  1. Tristeza e sofrimento fazem parte da vida.
  2. As pessoas sofrem porque estão constantemente tentando conseguir coisas que não podem ter.
  3. A maneira de escapar desse sofrimento é ignorar estes desejos frustrantes e alcançar o estado do “não desejar”.
  4. Para alcançarem esse estado, chamado de nirvana, as pessoas devem seguir um “padrão médio”, não tendo demais nem muito pouco prazer.

Muitos dos ensinamentos de Buda eram similares às crenças hinduístas. Contudo, havia algumas diferenças significantes. O budismo, por exemplo, não dava valor ao sistema de castas ou aos rituais brahmin. Buda acreditava na reencarnação, mas não a considerava necessária, afirmando que uma pessoa poderia chegar à iluminação durante uma só vida e assim escapar do ciclo de reencarnações, tão enfatizado no hinduísmo.

O Crescimento do Budismo

Durante os 40 anos seguintes, Buda e seus seguidores viajaram extensivamente para divulgar a sua filosofia. Os ensinamentos budistas tiveram grande apelo, especialmente para hinduístas que não eram favorecidos pelo sistema de castas.

O Buda também estabeleceu uma comunidade de monges e, a pedido de sua tia, uma comunidade de freiras. Os monges e freiras budistas seguiam uma disciplina rigorosa, vivendo de forma muito simples, possuindo pouquíssimos bens e suplicando constantemente por comida aos seus seguidores.

Governantes e nobres apoiavam as comunidades budistas com doações de territórios e dinheiro. Muitas dessas comunidades cresceram e os monges e as freiras estudaram medicina e cuidaram de doentes e idosos. Os mosteiros e conventos recebiam estudiosos de todo o mundo e logo se tornaram centros de ensino na Índia.

No entanto, com o crescimento do budismo, surgiram diferenças de opinião em relação a vários de seus fundamentos. Quando Siddhartha Gautama fundou o budismo, ele apresentou ensinamentos básicos de como seus seguidores deveriam viver. A escola Teravada de Budismo permaneceu fiel aos ensinamentos do Buda. Contudo, outra facção budista passou a considerar o Buda como um deus que reinava sobre outros deuses. Eles fizeram do budismo uma religião politeísta e construíram templos e estátuas do Buda. Esta escola do budismo era chamada de Mahayana.

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Séculos após a morte do Buda, seus ensinamentos se espalharam muito além da Índia. O hinduísmo passou a adotar vários ensinamentos do budismo. Em outros países, o budismo se tornou a principal religião, tendo sido amplamente divulgado na China, Japão e Coreia.

O Império Maurya

No século VI a.C., durante a época de Buda, existiram diversos reinos no norte da Índia, na grande planície do Rio Ganges.

O reino de Magadha foi o mais estável e próspero. Por volta de 400 a .C., Magadha comandava todo a planície do Ganges e o norte da Índia até Punjabe – a região percorrida pelo rio Indo.

Enquanto Magadha ia se expandindo, Ciro, o Grande, da Pérsia, liderava um exército pelas montanhas em direção ao norte da Índia. Aproximadamente em 518 a.C., seu sucessor, Dario I, havia conquistado o Vale do Indo e o Punjabe. Por quase 200 anos, esta parte da Índia viveu sob o domínio persa. O controle dos persas sobre esta região apenas terminou quando Alexandre, o Grande percorreu o antigo Oriente Médio, expandindo seu vasto império. Ele derrotou os persas em diversas batalhas e então foi para a Índia em 327 a .C. Apesar da dura resistência dos persas e indianos, o exército de Alexandre cruzou o Rio Indo. Suas tropas sentiram, contudo, que haviam adentrado em território hostil e ameaçaram se rebelar. Alexandre então retirou suas tropas da Índia. Sua morte, em 323 a .C., deixou a região sem governante efetivo.

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Pouco após a morte de Alexandre, o Grande, um jovem chamado Chandragupta Maurya assumiu o poder no reino da Magadha. Ele se apossou do território que Alexandre, o Grande havia abandonado. Seu império agora incluía todo o norte da Índia, assim como uma parte do Afeganistão.

Seu império Maurya tinha um forte governo central e foi dividido em distritos e impérios; a autoridade do imperador era absoluta. Chandragupta dependia de seu poderoso exército e de uma rede de espiões para controlar os governantes locais e os oficiais de seu governo.

Há uma lenda que diz que Chandragupta desistiu de seu trono após 24 anos e tornou-se monge. Seu filho, todavia, continuou em seus passos e adicionou mais territórios ao sul de seu império. Aproximadamente em 269 a.C., o império Maurya passou para o domínio do neto de Chandragupta, Asoka.

Asoka iniciou sua carreira com a selvagem conquista da província de Kalinga, em 261 a.C. Aproximadamente 100.000 pessoas morreram na batalha. Horrorizado com as mortes, Asoka decidiu nunca mais guerrear e se converteu ao budismo. Os ensinamentos budistas tiveram forte influência nos próximos 30 anos de governo de Asoka. Uma de suas proclamações mais famosas foi um pedido por “segurança, autocontrole, justiça e felicidade para todos”. Ele acreditava no conceito de ahimsa, ou não violência, pedindo respeito para homens e animais e também tolerância em relação a todas as crenças.

Asoka lutou para melhorar a vida material e espiritual de seu povo e também promoveu a disseminação pacífica da cultura indiana. Sob seu governo, os missionários budistas viajaram pelo sul da Ásia, convertendo muitos ao budismo e obtendo grande prestígio para a Índia.

Asoka foi considerado um dos melhores governantes na história do mundo. Quando morreu, em 232 a.C., a Índia perdeu seu grande líder. Seu sucessor não foi capaz de controlar todo o imenso Império indiano. Sendo assim, pelos próximos 500 anos, o norte da região foi dividido em vários reinos. Invasores adentraram ao nordeste da Índia. Gregos, várias tribos de nômades da Ásia Central e persas estabeleceram seus próprios estados no norte da Índia.

O sul da Índia se desenvolveu separadamente do norte. Esta região foi dominada pelos dravidianos – povo de pele escura do Vale do Indo, que haviam migrado para o sul, fugindo de invasores arianos.

Com o passar do tempo, os dravidianos absorveram os ensinamentos hinduístas e influências do norte da Índia, mantendo, no entanto, sua própria cultura. As línguas dravídicas, ainda hoje faladas na Índia e Sri Lanka, não são indo-europeias e não estão relacionadas com nenhuma outra língua no mundo. A principal língua dravídica é o Tamil.

Os comerciantes dravidianos aproveitaram da privilegiada localização geográfica da Índia – situada entre os grandes mercados do Mediterrâneo e da China – para desenvolver seu comércio. Os comerciantes indianos vendiam especiarias, joias, perfumes e animais exóticos para os árabes que paravam nos portos indianos. De portos na costa leste da Índia, comerciantes viajavam para a China, onde trocavam produtos indianos por roupa e porcelana.

O Império Gupta

Em aproximadamente 320 d.C., após séculos de invasões e tumultos, o norte da Índia estava novamente unificado sob um único governante. Como o antigo Império Maurya, este novo império foi centralizado em Magadha. O primeiro imperador adotou o nome de Chandra Gupta em homenagem ao imperador do velho Império Maurya.

O Império Gupta foi o último grande Império hinduísta na Índia e se manteve no poder durante o quarto e quinto século d.C. Durante esse tempo, paz e cultura dominaram a vida na Índia. A arte, literatura e filosofia foram estabelecidas. O império Gupta é frequentemente lembrado como a Era Clássica da Índia.

A literatura gupta enfatizou a importância do hinduísmo na vida diária. Muitas fábulas deste período, tais como a história de “Simbá, o Marinheiro”, foram traduzidas e lidas na Pérsia (hoje Irã) e Europa. Autores gupta escreveram peças e poesias em sânscrito – a língua indiana literária. O maior escritor indiano foi Kalidasa, cuja peça “Shakuntala” ainda é representada na Índia, nos dias de hoje.

Astrônomos, matemáticos e físicos na Índia gupta estavam muito à frente daqueles do oeste da Europa e do resto do mundo. Os alcances mais impressionantes foram no campo da matemática. Os matemáticos gupta introduziram o sistema decimal, o conceito de zero e o início da álgebra. Apesar dos europeus darem crédito aos árabes pelos números arábicos (1,2,3…), os próprios árabes chamavam a matemática de “arte indiana”.

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Embora os reis gupta fossem hinduístas, o budismo influenciou muito o aprendizado indiano, e budistas da China viajavam à Índia para estudar nos mosteiros.

Os dois séculos de império Gupta foram o ápice da cultura indiana, que prosperou enquanto Roma decaía, e foi, na época, a mais avançada civilização do mundo. Porém, em meados do quinto século, os hunos – guerreiros nômades – começaram a invadir o império Gupta. Estes ataques enfraqueceram o governo central gupta, e o poder foi transferido para os líderes locais. Por volta de 500 d.C., o norte da Índia foi novamente dividido em pequenos reinos e estados.

A Índia sob Domínio Muçulmano

Na história da Índia, todos os povos que invadiram a nação durante a antiguidade acabaram absorvendo, mesmo que gradualmente, a cultura e as normas da sociedade hinduísta. Porém, houve uma grande exceção: os invasores islâmicos, pois as religiões hinduísta e islâmica continham princípios básicos bastante diferentes. Os muçulmanos, praticantes do islamismo – eram monoteístas, que acreditam num único Deus. Os hinduístas eram politeístas – acreditavam em vários deuses.

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Muçulmanos, praticantes do islamismo

Conquistadores muçulmanos quase sempre demonstraram tolerância em relação aos outros povos monoteístas: judeus e cristãos. Mas os invasores muçulmanos não toleravam o politeísmo hinduísta; além disto, o islamismo ensina que todas as pessoas são iguais perante Deus e, portanto, não tolerava a divisão de classes que predominava na sociedade e religião hinduísta. Claramente, as duas religiões não se mesclariam.

Durante os séculos VII e VIII, líderes muçulmanos iniciaram a expansão de seu império. Em 712 d.C., os primeiros invasores muçulmanos atravessaram as montanhas da Pérsia (hoje Irã) e adentraram à Índia. Eles não conseguiram atingir além do Vale do Indo e das montanhas na fronteira noroeste, mas declararam que a região que haviam invadido pertencia agora ao império muçulmano.

A próxima invasão à Índia foi realizada por turcos muçulmanos provenientes do atual país do Afeganistão. Durante o século XI, estes muçulmanos lideraram brutais ataques de surpresa contra a Índia, assassinando monges e padres budistas e hinduístas e levando consigo escravos e riquezas. Em 1175 d.C., um outro grupo de turcos ocupou toda a região indiana ao norte do Decão. Os territórios indianos se tornaram reinos muçulmanos – chamados de sultanatos – tendo sua capital localizada em Deli.

Os governantes de Deli eram nomeados sultões da Índia pelo califa de Bagdá. Os sultões permaneceram no poder por mais de 300 anos e viviam em grande luxo, vivendo de altos impostos pagos por não muçulmanos. Com o propósito de prevenir que eles fossem muito influenciados pela cultura indiana, os sultões traziam turcos e persas para trabalharem para eles. A arte e arquitetura persa foram disseminadas na sociedade indiana.

Contudo, o sultanato de Deli nunca foi estável: conspirações, revoltas e assassinatos ocorriam frequentemente. Os sultões tinham grande dificuldade em governar províncias distantes e príncipes e governadores se revoltavam contra eles, declarando a sua independência.

Os Ataques Mongóis

Como já estudamos, nos primórdios do século XIII, Gengis Khan liderou seu exército, atravessando o continente asiático e invadindo a China e a Pérsia. Os Mongóis também invadiram o norte da Índia para saquear a região. As invasões mongóis a esta área também ocorreram no século seguinte. Ao fim do século XIV, o conquistador Tamerlão, que se dizia descendente de Gengis Khan, comandou seu exército mongol pela Ásia central e ocidental. Apesar de ser muçulmano, Tamerlão atacou muitas cidades muçulmanas grandiosas na Ásia. Em 1398, suas tropas saquearam Deli e mataram e escravizaram o povo local. O exército de Tamerlão logo seguiu para outras terras, mas o sultanato de Deli foi muito enfraquecido pela invasão mongol.

O Império Mogul

No início do século XVI, Babur, um descendente de Gengis Khan e de Tamerlão, invadiu a Índia. Pouco após, no ano de 1526, o sultanato de Deli foi destruído. Apesar de Babur ter falecido pouco tempo após a sua conquista, ele conseguiu estabelecer um novo império na Índia, denominado de Império Mogul. A palavra “Mogul”, de derivação persa, significa mongol.

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Gêngis Khan

O neto de Babur, Akbar, tinha apenas 13 anos quando herdou o trono, em 1556 d.C. Possuindo grande poder, ele tornou-se um grande líder. Durante seus 49 anos de reinado, o Império Mogul cresceu e chegou a compreender todo o norte da Índia e grande parte do sul.

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Akbar

Akbar entendia a necessidade da diplomacia para se conseguir unir muitos povos e diferentes religiões sob um único império. Ele deu total liberdade à prática da religião hinduísta e cancelou todos os impostos pagos exclusivamente por não muçulmanos. Ele também se casou com uma princesa hinduísta, o que ajudou a reduzir a tensão entre hindus e muçulmanos.

Os dois sucessores de Akbar mantiveram a sua política de justiça e tolerância e, enquanto expandiam seu império, mantinham boas relações com seus aliados hindus. Ambos, o filho e o neto de Akbar, apoiavam a cultura e a arte, e um estilo mogul floresceu no império. O filho de Akbar, Jahangir (1569-1627) se casou com uma belíssima e inteligente mulher persa que o ajudou a firmar novas políticas e a introduzir modos de vida diferentes no império. A influência persa foi amplamente disseminada pelo império: nobres passaram a falar persa, e uma nova língua chamada urdu – que era uma combinação das línguas persa e indiana – foi criada.

O filho de Jahangir, Jahan, liderou uma rebelião contra seu pai e em 1628, conquistou o trono mogul. Ele adotou o nome de xá – rei – e gastou enormes quantias em dinheiro para construir mesquitas, fortes e outras construções públicas. Xá Jahan tornou-se conhecido pelo túmulo que construiu para sua esposa Mumtaz Mahal: o Taj Mahal. Localizado na cidade de Agra, o Taj Mahal é uma das sete maravilhas arquitetônicas do mundo.

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Taj Mahal

Curiosidade: Conta-se que após ter sido encerrada a construção do Taj Mahal, o Xá Jahan ordenou que seus construtores fossem cegados. Desta forma, eles nunca seriam capazes de produzir outra obra tão grandiosa.

Os três primeiros imperadores mogul governaram o império com tolerância e diplomacia, mas isto mudou quando o filho de Xá Jahan, Aurangzeb, aprisionou seu pai e tomou o seu trono em 1658. Aurangzeb introduziu severos decretos religiosos islâmicos e tentou forçar a população hinduísta do império a se converter ao islamismo. Ele instituiu o imposto contra não muçulmanos e retirou os direitos de muitos nobres hindus. Por causa de tais medidas e de sua intolerância religiosa, Aurangzeb logo passou a criar conflitos com os aliados do Império Mogul.

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Aurangzeb

Ao contrário de seus antecessores, Aurangzeb encerrou o apoio às artes, e usou a riqueza do império para financiar seus esforços militares na conquista do sul da Índia. Concentrando-se apenas na guerra, ele negligenciou o governo, que se tornou fraco e corrupto. Na época da sua morte em 1707, o Império Mogul havia ganhado muitas terras, mas havia perdido muito poder. Os reis hindus do noroeste, que eram aliados do Império Mogul, agora se uniram contra Aurangzeb. Outro povo que resistiu à tirania de Aurangzeb foi os Sikhs – seguidores de uma nova religião estabelecida durante as primeiras conquistas muçulmanas da região. Os Sikhs não eram muçulmanos ou hinduístas, e tinham seus próprios costumes religiosos.

As táticas e medidas governamentais de Aurangzeb também criaram um novo e poderoso inimigo no Deccan: os Marathas, um povo hindu que vivia ao longo da costa ocidental. Os Marathas estabeleceram um pequeno império independente dentro do Império Mogul e permaneceram como uma ameaça aos moguls por mais de um século

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