História da Bienal de São Paulo

Bienal de Artes Plásticas de São Paulo foi inaugurada em 1951, por Francisco Matarazzo Sobrinho. Sua principal inspiração era a Bienal de Veneza, até hoje já foram realizadas vinte e três Bienais, com uma média de participação de cinquenta países.

No início, era patrocinada pelo Museu de Arte Moderna, desligando-se dele em 62, por ser um evento de grande porte que exigia enorme dedicação. O Pavilhão Cicillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, foi realizado por arquitetos como Oscar Niemeyer e Hélio Uchôa, para abrigar as exposições a partir da IV Bienal. (A primeira havia sido realizada no local onde hoje se encontra o MASP, naquela época ainda ocupado pelo Belveder do Parque Trianon e a segunda e terceira, já no Parque do Ibirapuera, no local onde hoje se encontra a Prodam – antigamente Pavilhão Manoel da Nóbrega).

Foi nesse mesmo ano que a Bienal de São Paulo passou a ser uma Fundação, mantida principalmente por Francisco Matarazzo e subvenções estatais e empresariais. Já na primeira amostra, artistas como Picasso, Max Bill, Di Cavalcanti, Brecheret, Portinari, Morandi e Segall tinham obras expostas. Foi decidido o sistema de premiação que fez parte da Bienal até 77, tendo voltado posteriormente em 88. Seriam dados dois Prêmios Oficiais e Aquisições, um para artistas nacionais e outro para artistas estrangeiros.

Bienal

A Segunda Bienal, realizada em 53 é considerada especialmente importante. Comemorava o IV centenário de São Paulo. Novamente Picasso aparece aqui numa sala especial com trabalhos como “Guernica“. Expôs ainda obras e retrospectivas de trabalhos de artistas como Paul Klee, Edvard Munch, Brancusi, Alfredo Volpi, Mondrian, Alexander Calder, Manabu Mabe, Aldemir Martins, entre outros.

O Futurismo Italiano e o Cubismo na França também foram destaques. Na terceira, a premiação já passou a ser dividida entre as categorias pintura, desenho, escultura e gravura, com artistas nacionais concorrendo separadamente de artistas estrangeiros. Cândido Portinari e Lasar Segall realizaram retrospectivas. Na IV Bienal de São Paulo a exposição “Quatro Mil Anos de Vidro“ e artistas como Chagall e Pollock foram os destaques. Na quinta é a vez das obras de Van Gogh e das salas “Expressionismo“, “Quatro Séculos de Gravuras“, além exposição “Ujiko – E“. Essas três últimas atrações referiam-se à arte realizada, respectivamente, na Alemanha, França e Japão.

Na VI Bienal foi necessária a utilização de um espaço adjacente ao Pavilhão Cicillo Matarazzo para a Exposição de Arquitetura. O número de países participantes já chega a cinquenta e um e na sétima, obras de países como a Síria, o Irã, a Coreia, o Taiti e Senegal podiam ser encontradas, além de amostras da arte colonial boliviana. Seguindo a tradição de cada vez mais aumentar o número de países participantes, a oitava já tem a participação, por exemplo, da Nova Zelândia e Filipinas.

Às exposições normais juntam-se uma exposição de joias e uma Bienal do Livro e Artes Gráficas. A partir daqui, cada vez mais países dos cinco continentes passam a marcar presença. Uma Bienal de Ciência e Humanismo foi realizada dentro da IX edição do evento, também digna de destaque, em especial pela presença de artistas pop-americanos, como Andy Warhol. As Salas Novos Valores, Fantástica e Surrealista marcaram a X Bienal. A Semana de Arte Moderna de 1922 foi homenageada na XI Bienal, que contou ainda com uma retrospectiva de artistas já premiados em anos anteriores do evento.

A XII já se diferencia pelas manifestações ligadas ao teatro e pela sala “Arte – Comunicação“, que pretendia discutir a relação entre esses elementos. Artistas latino-americanos eram as grandes atrações da XII amostra. Em 1977, na XIV Bienal, foi criado um Conselho de Arte e Cultura (CAC), com atribuições normativas. O ano de 1979 foi importante para o evento. Numa amostra conhecida como a Bienal das Bienais, a premiação foi abolida. Além disso, a partir daí começou-se o uso de um sistema de seleção das obras por analogia de linguagem (não mais por países). Na XVII, pela primeira vez 50 % do orçamento estava sendo pago pela iniciativa privada.

A XVIII Bienal de São Paulo foi realizada em 1985, contando com um sistema articulado de instalações e de performances. Após as críticas sofridas pela montagem da XIX Bienal, a XX aparece com novo método de seleção de obras a partir da criação de três curadorias – a de eventos especiais, a internacional e a nacional. O dinheiro para sua realização foi dado majoritariamente por empresários. Seguindo a tendência das performances ligadas às artes plásticas, a XXI Bienal teve bastante apelo cênico. Além disso, o grupo espanhol La Fura Dels Baus e o diretor Robert Wilson realizaram apresentações. As inscrições dos artistas seriam mediante vídeos ou dossiês com fotos.

Na XXII Bienal, em 94, foi criado o Espaço Museológico, uma ala especial, inaugurada por artistas como Malévitch, Mondrian e Diego Rivera. O tema é o suporte. Instalações em vídeo e salas especiais marcaram a amostra. A XXIII Bienal, de 1996, foi prestigiadíssima, principalmente pelos artistas presentes no espaço Museológico: Picasso, Munch, Klee, Goya, Andy Warhol, Basquiat, Cy Twombly, Pedro Figari e Rubem Valentim. Seu tema foi “A desmaterialização da Arte no final do Milênio“ e Nelson Aguilar seu curador-geral. Universalis, Salas Especiais e Representações Nacionais foram as partes em que se dividiu a amostra.

 

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