Há 163 anos aconteceu o primeiro desfile de carnaval e teve a presença do Imperador

 

Inicialmente, os desfiles carnavalescos, pelas ruas cariocas, eram voltados somente às elites e aconteciam em luxuosas carruagens enfeitadas

Uma confusão generalizada, em 1854, marcou o fim do entrudo e o início dos atuais desfiles com 'carros alegóricos' - Foto: Jean-Baptiste Debret

Uma confusão generalizada, em 1854, marcou o fim do entrudo e o início dos atuais desfiles com ‘carros alegóricos’ – Foto: Jean-Baptiste Debret

Se nos dias atuais, o auge do carnaval são os desfiles das escolas de samba nas passarelas das principais cidades do país, no passado tudo começou de forma bem mais simples e sem a menor infraestrutura. Em 1855, uma comissão de intelectuais realizaria o primeiro desfile da história do Brasil, pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro. Com a presença do então Imperador D. Pedro II, a nova festa tinha como principal meta substituir o entrudo, uma espécie de carnaval de origem portuguesa, que ocorreu no país entre os séculos XVI e XVIII.

Conhecido como ´Congresso das Summidades Carnavalescas´, o clube foi a primeira sociedade carnavalesca do Brasil e exibiu suas luxuosas fantasias inspiradas em personagens europeus pelas principais ruas do centro urbano da capital fluminense. Se nos dias atuais os desfiles são feitos em enormes e tecnológicos carros alegóricos, no passado os nobres subiam em carruagens decoradas para curtir a folia e saiam em ´carreata´ pelas esburacadas ruas cariocas.

Fantasiados de Dom Quixote, mandarins, nobres Cáucasos e até de ´Fernando, o Católico´, os foliões tinham regras rígidas para que a festa não se transformasse numa enorme confusão, como era o entrudo. Entre as curiosas exigências estavam as proibições de jogar água nas pessoas e de qualquer ´brincadeira´ violenta, além da ´obrigatoriedade´ de utilizar fantasias.

Fim do entrudo

A violência não é um problema novo no Brasil. Se o tema é uma das grandes preocupações do país durante o carnaval, na época do entrudo não era diferente e causou seu fim. Inicialmente, os foliões se divertiam jogando entre si apenas água, mas com o passar do tempo começaram a arremessar laranjas, ovos, farinha e até lixo.

Devida à grande confusão e violência que ocorreu em 1854, a comemoração precisou ser ´encerrada´ pela polícia. Para solucionar o problema ficou determinado que nas próximas festividades não poderia ser arremessado nada, nem mesma a tradicional água. A justificativa oficial era para que o líquido não estragasse as caras e luxuosas fantasias que eram importadas da França. Com isso, o entrudo se transformaria no carnaval atual.

Origens do carnaval

Ao contrário do que se diz, o carnaval não é uma festa de origem católica e sim, pagã. Surgida ainda nos tempos da Grécia Antiga, a folia ganhou destaque na história durante o Império Romano, como uma homenagem ao deus Saturno (Saturnais, em latim).

Apenas em 590, a Igreja Católica decidiu reconhecer o carnaval, mas fez duas ´exigências´. As comemorações, que já contavam com homens e mulheres desfilando nus, deveriam ocorrer 47 dias antes do domingo de Páscoa e o último dia de folia, a quarta-feira de cinzas, seria uma data para reflexão dos pecados e arrependimento.

 

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