Filosofia grega clássica

 

Também conhecido como Período Clássico, a Filosofia Grega Clássica compreende o momento da história da filosofia que se inicia com o surgimento da figura de Sócrates, o desenvolvimento de Platão e culmina nos trabalhos de Aristóteles. Na história da filosofia este período é compreendido como estando entre os pré-socráticos e pós-socráticos, embora o uso de tempo para esta denominação não seja totalmente adequado, uma vez que muitos filósofos pré-socráticos foram, na verdade, contemporâneos de Sócrates. A divisão trata mais do estilo de fazer filosofia e da relevância dos três autores que compõe o período clássico, Sócrates, Platão e Aristóteles.

Este período é marcado pelo amadurecimento da filosofia para uma forma mais estruturada e pelos desenvolvimentos em ética e politica, que estavam praticamente ausentes nos pré-socráticos. O primeiro filósofo deste período foi o próprio Sócrates, aparecendo como principal personagem nos diálogos de Platão e creditado por Aristóteles como o primeiro filósofo a proceder uma busca rigorosa por definições universais para as virtudes morais. Sócrates é notadamente um dos mais relevantes personagens de toda a história da filosofia, não apenas moldando a filosofia grega de sua época, mas contribuindo para as área da epistemologia, sendo o primeiro a procurar entender a extensão do conhecimento humano; política, em que defendia o rei filósofo como possível governante ideal, sendo normalmente interpretado como um crítico da democracia; ética, em que defendia que a melhor forma de viver é através da virtude como base da ação humana; e diversos outros temas.

De acordo com Cícero, Sócrates trouxe a filosofia para o alcance humano, introduzindo o pensar filosófico no seio das cidades, apresentando a necessidade de que todos examinem a vida, a moral, o bem e o mal. E fez isto por meio do método socrático, consistindo em perguntas e respostas que levavam o interlocutor a pensar, terminando de modo aporético (sem uma conclusão definida), mas trazendo a tona máximas e paradoxos que obrigavam o interlocutor a pensar verdadeiramente o tema, entendendo a complexidade das relações politicas e éticas.

Após Sócrates, encontramos na história do período clássico seu discípulo Platão, responsável por transmitir muitos dos ensinos e discussões de seu mestre através dos diálogos que produziu. Platão utilizava-se de longas alegorias para explicar suas posições, levando o interlocutor até a conclusão. A mais famosa destas alegorias é o Mito da Caverna.

Para além dos trabalhos em ética e politica, Platão explorou com grande enfase temas metafísicos, desenvolvendo suas teoria das ideias, segundo a qual a forma mais fundamental de realidade está nas formas ideais das coisas, que são abstratas, e não nas suas formas transitórias, que são materiais e conhecemos através dos sentidos.

Aristóteles por sua vez, tendo começado seus estudos com Isocrates, continuou seus estudos filosóficos na escola de Platão, também foi um estudioso da botânica e zoologia, sendo considerado o pai das ciências. Ao menos vinte e nove de seus trabalhos sobreviveram e são conhecidos comoCorpus Aristotelicum, versando sobre temas que vão de lógica e física até ética e poesia, passando ainda por retórica, ética, metafísica e politica. Aristóteles criticou o regime sugerido por seu mestre Platão, referindo-se ainda a teoria das ideias como “palavras vazias e metáforas poéticas”. Expandiu a importância da verificação empírica, algo que a teoria das ideias de Platão diminuía.

Durante o período clássico, estava ainda em voga a lógica estoica, de modo que os trabalhos de Aristóteles, embora tenham ajudado a moldar a forma da filosofia clássica grega, não era muito apreciada, sendo mais relevante nos séculos seguintes, ao ponto do filósofo Avicenna referir-se a ele apenas como “O Mestre” e Tomás de Aquino referir-se a ele como “O Filósofo”.

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