ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GESTÃO ESCOLAR

 

Este relatório tem por objetivo informar a respeito das experiências, realizações e impressões obtidas através do estágio referente à disciplina Estágio Supervisionado em Gestão Escolar afim de elucidar as diferenças  entre a teoria e a prática.

O relato de todos os episódios narrados e comentados a seguir busca a sistematização das aprendizagens obtidas na já referida disciplina e in loco, ou seja, no ambiente escolar, mais precisamente na Escola Municipal de Ensino Fundamental Bibiano Batista, tendo em vista e enfatizando as atividades da equipe diretiva. Tudo isto a fim de concretizar e oferecer sentido à construção teórico-metodológica efetivada no curso da disciplina Estágio Supervisionado em Gestão Escolar, linkando-a a prática, propriamente dita.

Durante as observações e entrevistas, pode ser observada a necessidade de haver uma conscientização a respeito da importância da conservação do patrimônio escolar e público, mediante isto, utilizando-se dos conhecimentos obtidos a partir das disciplinas anteriores, assim como suas atividades avaliativas e de reflexão, juntamente com a observação do cotidiano da instituição escolar, assim como sua equipe diretiva e alunos para, após reuniões e deliberações em conjunto com a direção e supervisão, ser formulado e implantado um projeto para sanar as dificuldades encontradas.

 

2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO – CAMPO DE ESTÁGIO

2.1 Aspectos Físicos

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Bibiano Batista situa-se na localidade Pinheiros, no 3º sub-distrito da cidade de Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul. Possui 09 (nove) salas para turmas de 1º a 9º ano, 01 (uma) sala de reforço (Centro de Estudos), sala de informática, biblioteca, cantina e cozinha com dispensa, secretaria, banheiros para estudantes, banheiro para professores, banheiro para funcionários, secretaria e sala dos professores.

Todas as salas estão pintadas, com quadros negros repintados e janelas com vidros, alguns novos, pois às vezes, alguns se quebram de maneira “inexplicável”, ou seja, algum aluno durante o dia, com uma bolada, ou algum vândalo à noite com uma pedrada.

Funciona somente no turno matutino e, em caráter extraordinário, à tarde, duas vezes na semana, para a Progressão Parcial, assim como em eventos relacionados à datas comemorativas.

Possui ainda um campo de futebol/voleibol, em área cedida na propriedade em frente à escola, onde se realizam torneios inter-série, gincanas, festas e eventos ao ar livre.

Os espaços físicos de estudo e lazer são amplos e atendem bem sua clientela, e os ambientes conforme faixa etária/série são bem divididos e auxiliam a interação social dos educandos, inclusive dos educadores, pode-se seguir as palavras de Horn (2004, p.28):

É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções […] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado.

Cada faixa etária possui seu espaço/ambiente definido pelos próprios alunos e o mesmo não precisa ser delimitado por cercas e/ou muros, pois todos reconhecem e sabem onde o seu espaço se localiza e até onde se estendem. Neste contexto, os alunos já criam seu nicho social, conforme suas afinidades, porém não se limitam por localidades, são grupos variados no que se trata de gêneros e localidades de origem.

2.2 Recursos Humanos e Pedagógicos

O corpo docente é formado por 22 professores, sendo 11 graduados e destes 04 são especialistas, ou seja, pós-graduados, 10 graduandos e 01 com formação de nível médio. A equipe diretiva é formada pela diretora, Sra. Simone Pires de Abreu, vice-diretor, Sr. Regis Freitas Fraga e Supervisora, Sra. Cristine Borba Miranda.

Ainda constam no quadro de funcionários, uma merendeira/servente, um auxiliar de serviços gerais (atividades como concertos, reformas e instalações), e um secretário.

Deixando o enfoque “técnico” de lado e falando sobre o aspecto afetivo, entre os professores e funcionários, pode-se observar que reina uma atmosfera de amizade, companheirismo e também aprendizado constante. Em várias oportunidades pude observar a ajuda mutua entre os profissionais.

Um exemplo que me chamou a atenção foi que no último período, um pouco antes do meio dia, os professores que irão dar aula à tarde almoçam na escola, porém nenhuma turma fica sozinha, pois quando um professor tem de sair, outro com período vago o substitui em aula. Pois ao meio dia, os ônibus partem para seus destinos. Então uma hora após sair da escola, os professores que ainda trabalharão a tarde, são deixados na porta de suas respectivas escolas.

Seguem um Projeto Político-Pedagógico flexível, baseado na participação dos pais com sugestões pertinentes e em entrevistas com os alunos e professores, lembrando Kosik (1976).

As amarras dos modelos impostos vão cedendo lugar ao Projeto Político-Pedagógico de uma gestão democrática, que toma como ponto de referência a realidade sócio-cultural, econômica e política do contexto no qual a escola está inserida. A realidade pode ser mudada só porque e só à medida que nós mesmos a produzimos, e à medida que saibamos que é produzida por nós.

Outro aspecto interessante é que sempre estão prontos para algo novo, atividades como gincanas, projetos e excursões. Quando, no final do estágio, propus o Projeto de intervenção baseado em minhas observações ele logo foi aceito, e colocado em prática.

2.3 Corpo Discente

O quadro de alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bibiano Batista é composto por crianças e adolescentes de várias localidades adjacentes, dentre as mais conhecidas, estão: Pinheiros, Vila São Cristóvão, Vila Paraíso, “Serraria”, Passo da China, Palma, Piquirí, Vargas, Cerro do Alemão, Serrinha do Pinheiro, Coxilha Grande, Vila do Nó, Cerro da Árvore, Cerro do Gancho e do Quilombo da Quadra. Na sua grande maioria, a relação idade/ano escolar é bastante proporcional, salvo algumas exceções.

As turmas dos anos iniciais são numerosas, de vinte a trinta e dois alunos, contam com professoras graduadas, graduandas e uma com formação de nível médio, ou seja, magistério.

As turmas dos anos finais, enfatizando oitavo e nono ano, são pequenas, de treze a quinze educandos.

Todas as turmas sem exceções, assim como os professores, adoram uma novidade, projetos em geral agradam a todos, obviamente os mesmos devem envolver alguma questão de grande relevância crítico-social e ludicidade.

Ao todo, 99,9% dos estudantes utilizam-se do transporte escolar, disponibilizado por quatro ônibus, três microônibus e duas vans, com exceção de reduzido número de educandos que moram na localidade Pinheiros, onde se localiza a instituição de ensino.

Professores e alunos têm bom relacionamento, porém existe uma turma, o quinto ano, que realmente é um problema, deixando de lado a hipocrisia do politicamente e pedagogicamente correto, é uma turma que cansa a todos os seus professores, sim, pois nos anos iniciais da rede municipal de ensino da cidade de Encruzilhada do Sul, existe o professor titular e três especialistas: Artes, Educação Física e Ensino Religioso.

Conforme relatos, a referida turma têm melhorada seu rendimento consideravelmente, realizando todos os trabalhos propostos e respeitando-se mais, tudo em uma evolução comportamental lenta, porém contínua.

2.4 Corpo Docente e Técnicos

A instituição é composta por 22 professores, 05 professores de séries iniciais, sendo 01 com formação de nível médio, 02 graduados e 02 graduandos. Segue relação de professores e respectivas áreas de atuação e formação:

1º Ano – A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

2º Ano – A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

3º Ano – A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

4º Ano – A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

5º Ano – A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

 

As séries, ou anos finais, contam com 11 professores na seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática, Ciências, Geografia, História, Arte, Ensino Religioso e Educação Física. Os referidos profissionais, assim como sua formação e área de atuação estão descritos abaixo:

Língua Portuguesa –  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

Língua Inglesa –  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

Matemática –  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

Ciências –  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

Geografia –  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

História –  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

Arte – Professor Mateus Borba Dull é graduando em Pedagogia no Pólo de Santa Cruz do Sul da Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC EaD, na Faculdade Dom Alberto e ministra oficinas de arte em Encruzilhada do Sul e cidades da região.

Ensino Religioso – A disciplina é ministrada por duas professoras.  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais das docentes.

Educação Física – Assim como na disciplina anteriormente citada, dois professores dividem-se para atender os anos iniciais e os finais. A informação foi retirada para proteger os dados pessoais dos docentes.

Centro de estudos –  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

Não havendo necessidade de repetir a formação e áreas de atuação da diretora, Sra. Simone Pires e do Vice-diretor, Sr. Regis Fraga, a equipe diretiva completa-se abaixo:

Supervisão –  A informação foi retirada para proteger os dados pessoais do docente.

 

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO

3.1 Observação

Durante os três dias de observação, pode-se tomar um maior conhecimento das atividades administrativas e pedagógicas, neste tempo, observou-se a organização da escola e seus profissionais. A relação entre os mesmos é, em sua maioria, traquila e saudável. Seguidamente pode-se notar que alguns graduados ou até graduandos, auxiliam seus colegas em formação em trabalhos e pesquisas, dispondo de seu tempo livre nesta tarefa de amizade e solidariedade.

Em poucos casos, em especial um, existe uma pessoa que não ajuda ninguém, mas por várias vezes pediu e foi ajudada. O profissional, ou melhor, o indivíduo, caracteriza-se como uma das famosas “múmias da educação brasileira”, aquele ser que toda a escola que se preze possui. Não se atualiza e pensa que seu limitado conhecimento de mundo é o compêndio da sabedoria universal, acha que atualização é para “burros” ou “desocupados”, e como supostamente é um ser de grande elevação e inteligência não necessita dela.

Em um aspecto abrangente, todos os profissionais são perseguidores da atualização. Cursos, seminários e jornadas pedagógicas possuem grande presença dos profissionais da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bibiano Batista. Ainda dentro do ambiente escolar, são realizadas reuniões pedagógicas a cada quinze dias, nelas tratam-se dados, situações e exposições de trabalhos, assim como propostas para outros.

O professor é “livre” para avaliar, desde que siga algumas normas estabelecidas no regimento escolar. Por trimestre é necessária a utilização de no mínimo dois instrumentos de avaliação, uma avaliação escrita e um trabalho com consulta, exceto em algumas disciplinas como Artes, Ensino Religioso e Educação Física.

A utilização e execução dos conteúdos que, no município em questão, são entregues pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Desporto e Juventude, no início do ano letivo, é feita de maneira flexível, porém não desordenada, pois esta medida foi tomada justamente para que um educando que faça uma troca intra-municipal de escolas não seja prejudicado pela discrepância entre conteúdos já estudados ou não.

É um pouco clichê, porém caracteriza-se como uma realidade no sistema municipal de ensino da cidade em questão a flexibilidade e a adequação dos conteúdos à realidade do discente. É importante que não se leve esta questão ao “pé da letra”, pois ao restringir o educando somente a sua realidade, transformando conteúdos em histórias locais, corre-se o risco de transformar o aluno em um “ermitão sócio-cultural”, ou seja, um indivíduo que vive apenas em seu pequeno nicho social e é alienado em relação aos assuntos exteriores. Portanto deve-se sim, utilizar-se de conteúdos que explicitem fatos e costumes estrangeiros ou estranhos aos educandos, porém utilizando-se de uma linguagem acessível e se possível condizente com a comunidade em que a escola está inserida, também evidenciando as diferenças e similaridades, utilizando o retrato de sociedade que o aluno possui para expô-las. Textos mirabolantes e palavras rebuscadas não cabem neste contexto.

Utilizando-se de uma miscelânea de idéias e pensadores como Durkheim, Machado, Piaget, Emilia Ferreiro, Vigotsky e Comte, a escola prima pelo trabalho consciente, e visa transformar o educando em um cidadão crítco-social que tenha a plena consciência de seus direitos e deveres e que saiba exigi-los quando necessário. Segundo Machado (1968, p.05):

Educar para a cidadania deve significar também, pois, semear um conjunto de valores universais, que se realizam com o tom e a cor de cada cultura, sem pressupor um relativismo ético radical, francamente inaceitável; Deve significar ainda a negociação de uma compreensão adequada dos valores acordados, sem o que as mais legítimas bandeiras podem reduzir-se a meros slogans e o remédio pode transformar-se em veneno.  Esta tarefa de negociação é bastante complexa; enfrentá-la, no entanto, não é  uma opção a ser considerada, é o único caminho que se oferece para as ações educacionais.

A gestora, Sra. Simone Pires de Abreu é também a supervisora da escola, porém ao assumir a direção, cedeu o cargo por tempo indeterminado a atual supervisora. No caso deste estágio, em caráter extraordinário, a mesma desempenhou os dois cargos, pois é habilitada para as duas atribuições.

Logo no último dia de observação, etapa esta que aparentemente, durou pouco, se comparada ao grande aprendizado e experiência que proporcionou, foi-me passado um pequeno preview do que viria na semana seguinte.

Foi um dia conturbado, com uma briga em sala de aula e dois vidros quebrados. Neste momento, o eixo temático do projeto que seria confeccionado a partir das dificuldades encontradas na escola começou a ficar mais aparente.

Então, de última hora, utilizando-me do principio da gestão participativa foi criada uma pesquisa que, junto aos professores e funcionários, auxiliaria nesta decisão. Utilizando-me das palavras de Luck (1988, p.27):

Por não haver uma única maneira de se implantar um sistema participativo de gestão escolar, identificamos alguns princípios gerais da abordagem participativa. Nos mais bem- sucedidos exemplos de gestão escolar participativa, observou-se que os diretores dedicam uma quantidade considerável de tempo à capacitação profissional e ao desenvolvimento de um sistema de acompanhamento escolar e de experiências pedagógicas pela reflexão- ação.

A iniciativa apenas contou com o chamado “boca-a-boca”. No recreio, os professores foram questionados sobre o que sentiam que deveria ser melhorado. Opções como formação de professores, aproximação da família com a escola e manutenção do espaço físico foram oferecidas e, como já se esperava, a grande maioria optou pela melhoria e manutenção do espaço físico.

Neste momento, começou o desenvolvimento de uma estratégia e um nome pomposo para o projeto a ser desenvolvido: Melhoria e manutenção do patrimônio público e conscientização ambiental.

Em uma pequena explicação, o titulo refere-se ao patrimônio publico, afinal a escola é municipal, e a conscientização ambiental, já que no projeto idealizado haveria o plantio de mudas de árvores nativas nas proximidades da escola, revitalização de um ponto de referência da comunidade e a confecção de uma horta suspensa em garrafas pet.

 

3.2 Coparticipação

3.2.1 Primeiro dia – 28.05.2011

Propositalmente, neste primeiro dia de coparticipação, ocorreram os Jogos das Escolas Polo, Foi-me proposto pela direção que a etapa de coparticipação iniciasse neste dia, pois o evento reuniria várias escolas. A instituição/campo de estágio foi a sede desta fase. Junto ao evento, o nono ano, com o auxilio dos professores, montou uma barraca de vendas, afim de angariar fundos para a formatura e a viagem anual dos formandos.

O evento ocorreu nos turnos manha e tarde, porém está descrito no controle de freqüência com duração de quatro horas, pois a participação no turno da tarde, deste estagiário, foi apenas para auxiliar a escola, assim, não sendo necessária a contagem de horas.

3.2.2 Segundo dia – 30.05.2011

Neste dia, fui convidado pela Secretaria Municipal de Educação, juntamente com todos os professores de artes e supervisores do município, a participar de uma reunião, no auditório da mesma, a fim de decidir os conteúdos a serem trabalhados no próximo trimestre da área em questão.

A reunião, marcada para as 8h e 30min iniciou-se com um pequeno atraso, e desenrolou-se com participações, depoimentos e alguns professores pensando ser melhores que os demais, nada que todos já não estivessem acostumados e já não tivessem-me alertado antes do inicio da reunião.

 

3.2.3 Terceiro dia – 31.05.2011

Juntamente com a professora Cristine, supervisora titular, acompanhei sua conferência periódica dos cadernos de chamada, pois, em detrimento de outros supervisores municipais que apenas fazem isto no final do trimestre, a referida profissional efetua conferencias parciais com antecedência, não acumulando trabalho apenas para o dia do conselho de classe. Leva-se em conta nesta conferência as notas, registros de aula e conteúdos, assim como o capricho e atualização. Neste momento também, verifica-se a freqüência, a fim de sanar, caso ocorra um possível caso de infrequência ou evasão, contudo, na persistência do problema, poderá haver o acionamento do Conselho Tutelar.

 

3.2.4 Quarto dia – 01.06.2011

Ocorreu neste quarto dia de coparticipação, uma reunião com os professores e funcionários da instituição, a diretora, Sra. Simone Pires discorreu acerca da participação massiva de todos no evento do dia 28 de maio, os Jogos das Escolas Polo. Agradeceu e entregou a todos uma mensagem de amizade e companheirismo, como sempre, ao ler a mensagem, ficou com os olhos marejados, espalhando a mesma ação para outras professoras.

Após a reunião, continuei a observar o trabalho da supervisora, enquanto a mesma conferia os cadernos, dividindo um saboroso “mate”. Mesmo em um local que, em outras instituições, que tive a oportunidade de observar, é um local demasiadamente formal e quieto, o “clima” na Escola Municipal de Ensino Fundamental Bibiano Batista é completamente diferente, ali os professores e funcionários conversam e riem, porém nunca exacerbadamente, tudo isto regado por um bom chimarrão, que aqui no sul, não é apenas uma bebida típica, mas uma ferramenta de integração e aproximação das pessoas, o que, diga-se de passagem, é normal na referida instituição.

 

3.2.5 Quinto dia – 02.06.2011

Foi-me proposto pela direção a observação de um trabalho que poucas vezes é necessário na instituição, porém deve-se ter conhecimento. Auxiliei na procura de um histórico para a efetuação da transferência de um aluno, quando primeiramente foi-nos entregue, pelos pais do estudante em questão um atestado de vagas de uma escola na zona urbana, após esta etapa, a instituição/campo de estágio, imitiu o histórico do aluno e seus pareceres descritivos. Caso se tratasse de um aluno do segundo ciclo do ensino fundamental, seriam emitidas, junto ao histórico as notas e não pareceres.

Na oportunidade, também explicado como seria o acionamento do Conselho Tutelar. O mesmo acionamento é feito após preenchimento da ficha FICAI, está ficha notifica ao conselho, a ausência do aluno por mais de cinco dias consecutivos.

 

3.2.6 Sexto dia – 03.06.2011

O sexto dia ficou reservado para a parte financeira, juntamente com o Sr. Régis Fraga e Sra. Simone Pires.

Na escola, assim como em quase todas as instituições que se utilizam de orçamentos para adquirir material, pedem-se, no mínimo, três orçamentos em estabelecimentos distintos, neste dia, ocorreu apreciação de cinco orçamentos. Juntamente com a confecção da lista de materiais de limpeza, entregue à direção pela Sra. Ivone, merendeira.

Outro ponto a se ressaltar é que na escola oferece-se, todos os dias, o café da manhã para os professores, já que os mesmos embarcam em direção a instituição por volta das seis horas da manha. Ao final de cada mês, o valor total gasto é dividido por todos que usufruem do lanche diário.

 

3.2.7 Sétimo dia – 06.06.2011

Somente neste dia foi possível efetuar uma visita guiada em caráter oficial, junto à diretora da instituição. Cada sala e cada canto da escola foi-me mostrado, neste momento, mais um aspecto para o projeto de intervenção foi evidenciado: a falta de espaço para uma horta, o que anteriormente me foi confidenciado pela professora Maria Glaci e constatado durante a visita guiada.

Na mesma oportunidade tomei maior conhecimento a respeito da “Paradinha do Pinheiro” que, ao mesmo tempo é um ponto de referência assim como a escola, parada de ônibus e inspiração, pois além de tudo, a mesma aparece em “causos” e músicas de artistas regionais, uma delas está anexada ao presente relatório.

 

3.2.8 Oitavo dia – 07.06.2011

Com o intuito de fomentar a organização de ações aos demais professores a respeito da conservação do patrimônio e ambiente, seguindo o tema que propus para o projeto, a equipe diretiva convocou uma reunião com os alunos e professores no refeitório. No encontro os alunos foram indagados a respeito da implantação de um projeto para revitalizar a escola e a “Paradinha do Pinheiro”.

Perguntei então o interesse a respeito de uma horta, mas logo fui questionado pelos professores e alunos a respeito do local onde seria montada. Eis que no dia anterior, a internet havia me dado a resposta antes mesmo do questionamento.

A questão não era o espaço no chão, mas o que poderia ser feito na vertical, uma horta suspensa poderia ajudar. A sugestão foi aceita na mesma hora em que foi dada, assim como outras medidas propostas por professores e alunos. Muitas das medidas pertinentes seriam, futuramente, implementadas no projeto.

3.2.9 Nono dia – 08.06.2011

Este dia foi marcado como o dia das consultas das crianças com a necessidades de consulta com seus respectivos especialistas. Fomos à fonoaudióloga, oftalmologista e psicóloga, um dia cheio, pois as consultas com horas marcadas foram das 9h até as 16h, porém, no cronograma, o dia de atividade de coparticipação em questão, está descrito como tendo duração de 4h.

3.2.9 Décimo dia – 09.06.2011

Um dia calmo e anormal, pois não houver brigas ou nada que fosse necessária a intervenção da equipe diretiva. Surgiu a oportunidade de iniciar a criação do projeto na escola e junto à equipe diretiva.

  

3.2.10 Décimo primeiro dia – 10.06.2011

Levando em conta o dia anterior, novamente junto à equipe diretiva a fim de deliberar ações pertinentes ao projeto, as professoras Cristine e Simone e o professor Régis, auxiliaram-me na construção do projeto novamente, expondo pontos que já haviam sido notados e outros que não puderam ser observados anteriormente.

 

3.2.11 Décimo segundo dia – 13.06.2011

Outro dia “anormalmente normal”, pois a calmaria deste último dia não é algo corriqueiro, tempo mais que suficiente para dar os últimos ajustes no projeto (em anexo) e entregá-lo à equipe diretiva.

Após o recreio a calmaria teve fim, pois duas professoras viram-se obrigadas a solicitar a presença da direção para “acalmar” suas respectivas turmas. Como sempre, a professora Simone conversou e foi escutada por todos, com os olhos arregalados, porém a mesma nunca alterou o tom de voz, e deu a temida “lição de moral” sutil e devastadora, porém em tom suave e amistoso.

Ao final do turno letivo, às 12 horas, ocorreu um almoço para confraternização de estagiários e professores. Após isto foi entregue o projeto de intervenção à direção da escola, na pessoa da professora Simone Soares Pires de Abreu.

3.3 Considerações Parciais acerca da Coparticipação

Assim como na etapa de observação, a coparticipação foi estimulante e desafiadora, é obvio que os desafios foram notados, mas quem realmente tomava as providências cabíveis era, certamente, a equipe diretiva, utilizando-se de seus conhecimentos adquiridos nas constantes atualizações e na experiência do dia-a-dia, tratando a todos como iguais. A hierarquia é clara, porém não é imposta a “ferro e fogo”, mas com diálogo e bom senso.

 

4. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS

Esta foi uma prática que como todas as outras atividades do tipo esclareceu vários pontos de vista e aparou arestas em relação a pratica de um gestor. Pois nem sempre as aulas de video streaming são suficientes para oferecer um entendimento completo de algum tema, pois como costuma-se dizer, a prática é sempre melhor que a teoria.

4.1 Dificuldades Encontradas

Nenhuma dificuldade foi constatada durante a execução do estágio. A escola em todos os momentos foi solícita e atendia prontamente a minhas dúvidas e questionamentos. Apenas algo que existe em qualquer escola, o fato de alguns alunos serem ou setirem-se desinteressados e tentarem influenciar os demais e também professores, no caso um em especial que finge estar interessado, porém não cumpre suas responsabilidades em determinados projetos quando lhe é oferecida alguma tarefa, este mesmo indivíduo foi citado anteriormente como “múmia da educação brasileira” e terá sua identidade mantida em sigilo no presente relatório.

 

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Concluo que esta foi uma experiência de estágio de sucesso sem igual, ao menos a mim, após a prática, pareceu que optei pela profissão correta. Felizes seriam os professores e alunos do mundo inteiro se cada escola tivesse apenas dez por cento do ambiente acolhedor e de descobertas enriquecedoras o qual se configura a Escola Municipal de Ensino Fundamental Bibiano Batista.

Pode-se notar que a melhor maneira de se solucionar um problema, muitas vezes não é a repreensão ou a “prova surpresa”, mas o diálogo, se necessário com a presença dos pais e a reeducação, a quebra de paradigmas e acima de tudo, a escola deve ser atrativa ao aluno, portanto devemos transformar o que é estranho em novo, o que foi descartado em  reciclável e o velho em atualizado.

As praticas atuais de gestão e educação têm muito a somar, porém não devemos deixar de lado tudo o que aconteceu no passado, sendo em relação a gestão ou docência, pois nem tudo o que é novo é perfeito, e a transformação/evolução da educação é um processo que ainda está em desenvolvimento e continuará assim enquanto houver educação, pois a atualização e a mudança para melhor devem ser constantes.

Todas as atividades realizadas foram de grande ajuda para minha futura prática como supervisor, mostrando o lado bom e o ruim de gerir uma escola que certamente possuirá conflitos e outros revezes do gênero, poisé de ciência comum e afirmado por Vigotsky que o saber que não vem da experiência não é realmente saber.

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