EPIDEMIA – A DENGUE

 

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Neste artigo do 10emtudo, apresentamos informações básicas sobre a dengue, relatamos uma breve história da doença e apontamos algumas causas da epidemia.

Informações Básicas sobre a Dengue

O causador da dengue é um vírus, mas seus transmissores (chamados de vetores) são mosquitos, geralmente do gênero aedes, popularmente chamados de pernilongo da dengue. Este mosquito geralmente é escuro e rajado de branco, é menor que um pernilongo comum, pica durante o dia. Esses mosquitos geralmente se desenvolvem em água parada e limpa.

A transmissão epidêmica normalmente ocorre durante e pouco após a temporada de chuvas. A dengue pode ocorrer em qualquer país onde o mosquito possa se procriar.

O mosquito que transporta o vírus é o mesmo da febre amarela, o Aedes aegypti. O mosquito é infectado quando ele pica um indivíduo que já está com dengue (humanos e possivelmente algumas espécies de macaco) durante os primeiros três dias de doença. A partir daí, são necessários de 8 a 11 dias para que o Aedes aegypti incube o vírus, antes de poder transmiti-lo para outro indivíduo. Após este período, o mosquito fica infectado por toda a sua vida. A vida útil do mosquito transmissor é de 45 dias, podendo vir a contaminar até 300 pessoas. O vírus da dengue é injetado na pele da pessoa pelas gotas de saliva do mosquito. Não ocorre transmissão da doença por contato direto entre pessoas, nem através de água ou alimentos.

A epidemia da dengue é imprevisível pois existem quatro espécies da doença. Para quem já teve dengue uma vez, deve-se tomar ainda mais cuidado. Em uma segunda contaminação, há maior chance da doença evoluir para a forma hemorrágica, que pode ser letal.

A dengue é caracterizada por febre repentina, fortes dores de cabeça, dores nas juntas e nos músculos, intensa dor atrás dos olhos, um segundo aumento de temperatura após uma pequena redução, náusea e vômito, além de manchas vermelhas na pele. As manchas tendem a aparecer entre 3 a 4 dias após o início da febre. A infecção pode ser detectada por um exame de sangue, que verifica a presença de vírus ou anticorpos. A doença pode durar até 10 dias, mas a recuperação completa da pessoa leva de 2 a 4 semanas.

Lista dos Sintomas
Febre alta repentina.
Fortes dores de cabeça.
Dores nas juntas e músculos.
Dores intensas atrás dos olhos.
Náusea e vômito.
Manchas vermelhas no corpo

Uma pessoa infectada com dengue deve permanecer em repouso, bebendo muito líquido e tomando medicamentos, tais como o Tylenol. A pessoa com dengue não pode tomar certos medicamentos como aspirina, Melhoral, Doril, Sonrisal, Buferin etc. A razão disto é que remédios à base de ácido acetil salicílico podem facilitar o sangramento. Apesar da intensa dor causada pela doença, pessoas contaminadas com dengue devem evitar anti-inflamatórios que também podem facilitar o sangramento.

Não há vacina para a doença. Sendo assim, as pessoas devem evitar áreas com pontos de água parada. Aqueles que viajam para regiões onde existe uma grande quantidade de mosquitos devem tentar permanecer em locais encobertos e ventilados. Aconselha-se o uso de repelentes e inseticidas.

Para evitar a dengue, é preciso prevenir o nascimento desses mosquitos. Não se deve deixar água, mesmo limpa, ficar parada em algum recipiente como garrafas, caixas d’água, pneus, copinhos descartáveis e outros depósitos de água.

A História da Dengue

A dengue e a dengue hemorrágica são causadas por quatro tipos de vírus relacionados. Primeiramente, é uma doença dos trópicos, e é espalhada pelo Aedes aegypti – um mosquito que pica seres humanos para se alimentar de seu sangue.

As primeiras epidemias que foram relatadas ocorreram em 1779-80 na Ásia, África e América do Norte. Durante essa época, a doença era considerada não-letal e que atingia os visitantes dos trópicos. Em geral, houve grandes intervalos (10-40 anos) entre as epidemias, principalmente por que a virose só podia ser transmitida entre as populações que viajavam de barco para outras partes do mundo.

Uma epidemia global de dengue teve início no Sudeste da Ásia durante a Segunda Guerra Mundial, e tem se intensificado nos últimos 15 anos. Por volta de 1975, a dengue tornou-se uma das maiores causas de hospitalizações e morte entre crianças de diversos países do sudeste asiático.

Na década de 1980, a dengue hemorrágica começou a se expandir no Sri Lanka e na Índia. Na década de 1980, após uma ausência de 35 anos, a dengue epidêmica voltou a atingir Taiwan e China. Cingapura também sofreu um ressurgimento da doença de 1990 a 1994, apesar de ter adotado um programa de prevenção à dengue que havia evitado significante a transmissão da doença no país por mais de 20 anos.

A dengue epidêmica também se expandiu pela África desde 1980, e atingiu a África Oriental, especialmente Quênia, Moçambique e Somália.

A emergência da dengue e dengue hemorrágica tem sido mais grave nas Américas. Numa tentativa de evitar a febre amarela urbana, que também é transmitida pelo Aedes aegypti, a Organização Pan Americana de Saúde desenvolveu uma campanha que erradicou o mosquito de grande parte da América do Sul e Central, nas décadas de 1950 e 1960. Mas o programa de erradicação do Aedes aegypti foi oficialmente interrompido nos Estados Unidos na década de 1970, e foi também deixado de lado em outros países das Américas. Consequentemente, esta espécie de mosquito começou a infestar novamente países nos quais havia sido erradicado. Em 1997, a distribuição geográfica do mosquito tornou-se ainda maior que antes de seu programa de erradicação: 18 países na região das Américas confirmaram casos de dengue hemorrágica.

A expansão global da dengue é comparada à da malária. Um número estimado em 2,5 bilhões de pessoas vive em áreas de risco de transmissão da epidemia. Todo ano, ocorrem dezenas de milhões de casos de dengue, e dependendo do ano, centenas de milhares de casos do tipo hemorrágico. A média de fatalidade desta espécie de dengue é aproximadamente 5% – na maioria dos casos são crianças e adolescentes.

Razões da Epidemia

Diversos fatores importantes podem ser identificados para explicar a dramática emergência global da dengue.

Primeiramente, o controle efetivo do mosquito virtualmente não existe na maioria dos países que são atingidos pela dengue. Na maioria dos países não existe um programa para evitar a multiplicação do mosquito Aedes aegypti.

Além disto, a urbanização descontrolada facilita o surgimento de uma epidemia de dengue. Mudanças geográficas mal planejadas, moradias sujas e sistemas inadequados de água, esgoto e administração do lixo facilitam a transmissão da doença pelo mosquito.

Para agravar a situação, muitos países atingidos pela dengue têm uma estrutura de saúde pública precária. A falta de recursos financeiros e humanos vem resultando na negligência de programas para desenvolver um vasto programa de prevenção à doença. Países como o Brasil recorrem a medidas de emergência para combater a doença. Raramente são implantadas medidas para prevenir futuras epidemias. Portanto, não é de se surpreender que o País esteja passando por mais uma crise no âmbito de saúde pública.

A Dengue Atinge o Rio de Janeiro

Abril de 2008

Em março de 2002, o Brasil foi atingido por uma das piores epidemias de dengue na sua história. Seis anos depois, o mosquito da dengue volta a atacar o Rio de Janeiro. Dados oficiais revelam que a epidemia já infectou mais de 45.000. 67 pessoas já morreram – 40% delas são crianças menores de 12 anos.

O governo do Rio, que precisa de mais médicos para atender milhares de pessoas infectadas pela dengue, pediu ajuda a outros estados e agora considera a possibilidade de solicitar a ajuda de Cuba. A dengue nem sempre é fatal, mas precisa ser tratada, e causa febre alta e fortes dores de cabeça e musculares. Há, porém, uma forma mais virulenta da dengue – a hemorrágica, que causa sangramento interno e pode levar à morte.

Os hospitais do Rio de Janeiro estão superlotados com pacientes infectados pela dengue. Mais de 1200 homens das forças armadas brasileiras chegaram ao estado para ajudar a combater a epidemia, mas a falta de médicos complica os esforços do governo.

Alguns peritos sobre a dengue afirmam que a epidemia pode ser atribuída ao crescimento, mal planejado, de centenas de favelas no Rio de Janeiro. O mosquito da dengue precisa apenas de um pouco de água parada para reproduzir. Infelizmente, é bastante difícil eliminar poços de água parada em lugares onde a coleta do lixo ocorre com pouca frequência e o sistema de esgoto é precário. Epidemias de dengue atingiram o Rio em 1986, 1995 e 2002, mas a deste ano vem provando ser mais letal que as anteriores. A cidade está coberta de anúncios pedindo para que a população use repelente e elimine qualquer fonte de água parada.

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