Diversos fungos, bactérias e vírus atacam o morangueiro destruindo folhas, caules, frutos e raízes.
Medidas gerais de controle As medidas gerais de controle das doenças são principalmente preventivas, e a principal é o uso de mudas sadias. Plantas ou mudas atacadas devem ser eliminadas. Escolher áreas novas para plantio; Usar sistema de rotação de culturas, introduzindo na área, depois do morango, outras culturas que possam dispensar a irrigação (milho, mandioca, batata-doce, entre outras); Lavar e higienizar o material utilizado na propriedade (implementos, ferramentas, caixarias, etc) com uma solução desinfetante à base de hipoclorito de sódio a 2.5% de cloro ativo e restringir, ao máximo, as visitas de pessoas às lavouras; Utilizar cultivares resistentes às doenças; Retirar e destruir semanalmente plantas ou partes delas com sintomas das doenças; Usar mudas sadias, visto que grande parte das doenças são introduzidas na lavoura quando plantadas mudas infectadas; Diminuir a dispersão dos patógenos protegendo as culturas do respingo de gotas de água e interferir no início da infeção, restringindo a duração do molhamento foliar; Definir o controle químico sob a orientação de técnicos habilitados para recomendar este tipo de tratamento; Usar adubação de acordo com o recomendado para a cultura; Colher os morangos com manuseio mínimo e resfriamento rápido, até 2 horas após a colheita. Utilizar pesticidas com registro para a cultura (Tabela 1). Manchas Foliares Mancha de Micosferela A Mancha de Micosferela também conhecida como “pinta”, “mancha-das-folhas” e “micosferela”, conforme a região, é uma das doenças mais comuns do morangueiro, podendo ser encontrada em todas as regiões onde a cultura é praticada. É causada pelo fungo Mycosphaerella fragariae(Tul.). Lindau, e ataca principalmente os folíolos. Inicialmente forma pequenas manchas, arredondadas, de coloração púrpura. Posteriormente, as manchas se desenvolvem, ficando com cor marrom clara com o centro acinzentado. Sob condições favoráveis, as manchas podem se juntar evoluindo para toda a folha. Além das folhas, o fungo pode infectar os pecíolos, cálices e frutos, porém nestes, é pouco comum. Mancha de Diplocarpon A “Mancha-de-Diplocarpon” é muitas vezes confundida com a “Mancha de Micosferela”. É causada pelo fungo Diplocarpon earliana (Ell. et Ev.) Wolf. Também é referida como “escaldadura foliar”. A doença pode atacar, além das folhas, os pecíolos, pedúnculos, cálices florais e estolões. Manifesta-se por manchas irregulares de coloração purpúrea, sem o centro branco presente na micosferela. Mancha de Dendrofoma A mancha de dendrofoma é também conhecida como “Crestamento das Folhas”, esta doença é considerada de importância secundária para a cultura do morangueiro. É causada pelo fungo Dendrophoma obscurans (Ell. et Ev.) H.W. Anderson, e ocorre no final do ciclo, principalmente em folhas velhas e quando as temperaturas são mais elevadas. São manchas arredondadas que podem atingir 5 a 25 mm de diâmetro, com o centro marrom ou castanho circundado por uma zona purpúrea. Mancha Angular A mancha angular é também conhecida como “mancha bacteriana”, esta doença é causada pela bactéria Xanthomonas fragariae Kennedy & King. Inicialmente aparecem pequenas manchas angulares, encharcadas, de coloração verde-clara na face inferior dos folíolos. As lesões aumentam seu tamanho, tornam-se visíveis, apresentando manchas irregulares, marrom-avermelhadas, revestidas por um exsudado da bactéria na face inferior da folha. A disseminação da doença é feita através de mudas contaminadas, sendo favorecida por outros meios, como água da chuva e irrigação. Oídio Esta doença é causada pelo fungo Sphaerotheca macularis, embora alguns autores mencionem o agente causal como S. humilii. É muito freqüente em climas quentes e úmidos. Manifesta-se sob a forma de manchas esbranquiçadas pulverulentas inicialmente na face inferior das folhas, de forma e distribuição irregular sobre as folhas, estolões, flores e frutos. As folhas atacadas murcham, enrolam-se em direção à nervura central, secam e caem. Esta doença também afeta os frutos que inicialmente se apresentam descoloridos e manchados. Podridões de Caules e Raízes Antracnose Esta doença se caracteriza por apresentar manchas necróticas, deprimidas, de cor escura, nos estolões, pecíolos folhas e frutos. É provocada por várias espécies de Colletotrichum, dentre as quais são citadas C. fragariae, C. acutatum e C. gloeosporioides (Glomerella cingulata). Nas plantas infectadas é verificado apodrecimento seguido de coloração marrom no rizoma, daí ser também chamada de “doença de chocolate”. Os frutos colonizados pelo patógeno desenvolvem uma podridão seca e escurecem mumificando os frutos imaturos e apodrecendo totalmente os frutos maduros, às vezes pela invasão dos tecidos por outros agentes patogênicos. Em condições mais favoráveis de temperatura amena e alta umidade, pode-se observar sobre as lesões uma massa rósea característica do fungo. Os conídios contidos nesses locais são dispersados para outras plantas pelo respingo de gotas de chuva. Podridões das Raízes São causadas por um complexo de fungos do solo como: Fusarium sp., Rhizoctonia sp,. Cylindrocladium sp. e Phytophthora sp, entre outros, que poderão estar associados a nematóides e a outros microorganismos. No sistema radicular podem aparecer lesões necróticas pardas e, com o avanço da doença, os tecidos podem se desprender com facilidade. Podridão por Phythophthora Esta doença, causada pelo fungo Phytophthora fragariae e P. cactorum, ocorre com maior intensidade em solos pesados e sujeitos a encharcamento e se dissemina no solo pelo escorrimento de água e pelo movimento de solo. Pode afetar o centro das raízes, onde se constata uma cor avermelhada, e os frutos, em qualquer estádio de desenvolvimento, podendo atacar, ainda, o cálice e pedúnculos. A coloração interna das raízes se observa na primavera e é característica nas plantas com infecção inicial. Os frutos atacados podem assumir uma cor marrom e apresentar um sabor amargo. Podridão por Rhizoctonia Causada pelo fungo Rhizoctonia solani Kühn, esta doença causa a morte das raízes finas e o escurecimento da raiz principal e, em infecções mais graves, causa a podridão da coroa e a morte das plantas. A infecção pode atingir as gemas terminais e os frutos, causando a decomposição e a coloração marrom-clara nos tecidos. Murcha de Verticillium A Murcha de Verticillium é causada pelo fungo Verticillium alboatrum, a “murcha de verticillium” é uma das principais doenças de morangueiro. Manifesta-se, inicialmente, nas folhas periféricas mais velhas com sintomas de murcha, que evoluem para o crestamento e morte da planta. No pecíolo destas folhas surgem lesões escuras, relativamente profundas. A touceira da planta afetada pode morrer, ou então, permitir novas brotações em que as folhas se desenvolvem pouco, deixando a touceira “repolhuda”. Doenças que afetam os Frutos As lesões nos frutos são causadas por vários microorganismos que podem depreciar os morangos no aspecto comercial como também no aspecto de segurança alimentar. As podridões manifestam-se no campo, durante o transporte, armazenamento e a comercialização dos frutos. Mofo Cinzento É causado pelo fungo Botrytis cinerea Pers. & F. sendo também chamado de “botritis”, “podridão seca”, ou “mofo cinzento”, devido ao bolor de cor cinza característico que se forma sobre a lesão. Este fungo coloniza as folhas e cálices como agente endofítico e, nesses tecidos, inicia a infecção da flor e dos frutos e a produção dos conídios, que são estruturas de disseminação. Trata-se de uma doença bastante comum, que afeta mais de 300 espécies de plantas, podendo afetar os frutos em qualquer estádio de desenvolvimento, provocando o apodrecimento. Infeções iniciais podem se originar de restos de outras plantas contaminadas. O fungo tem uma fase de infecção latente nos frutos, o que faz com que frutos aparentemente sadios na colheita desenvolvam a podridão durante o período de pós-colheita. Podridão por Rhizopus Causada pelo fungo Rhizopus nigricans Ehr., esta doença ocorre preferencialmente em pós-colheita, durante o processo de comercialização, embora raramente apareça na lavoura. É também conhecida como “Podridão Mole”, pois o fruto apresenta-se mole, aquoso, com extravasamento do conteúdo celular. Podridão de frutos pela Antracnose Os agentes desta doença, tanto o fungo Colletotrichum fragariae, C. acutatum e C. gloeoporioides/Glomerella cingulata, como Gloeosporium sp., de modo geral se desenvolvem em condições de umidade e temperatura elevadas, e os sintomas foram descritos previamente.
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