Dia Nacional e os 50 anos da Revolução Cultural

 

Nessa semana, temos feriado de 1 a 7 de outubro. Precisamente no dia 1° de outubro é comemorado o Dia Nacional da China, mas o feriado se extende por uma semana, chamada de Golden Week. Mas sobre isso, já escrevi aqui no blog, é só conferir aqui.

Esse é um dos poucos feriados chineses, em que a data não é móvel, ou seja, não é baseada no calendário lunar.

Em 2016, a República Popular da China, celebra 67 anos.         

Mas além disso, se completa nesse mesmo ano, o 50° aniversário da Revolução Cultural.

mao-zedong-15983_960_720

foto by pixabay.com

Época que foi marcante, complexa e obscura na história da China. Não foi a primeira vez que o país se fechou ao mundo, em especial ao Ocidente. Mas essa fase foi a mais grave e violenta.

Para muitos chineses, foi uma fase necessária, para outros um período que não gostam de lembrar, outros ainda categorizam isso como um grande equívoco na história chinesa.

Já a nova geração, nascidos após a década de 1970, pouco sabem à respeito, já que nos livros de história os fatos dessa época não são claros, nem descritos abertamente.

“O povo não conhece os aspectos negativos, pois nada está nos livros de história. O pouco que os jovens de hoje sabem sobre a Revolução Cultural vem de seus familiares, em privado e com todo o cuidado.” Citação do artigo da Folha de São Paulo (link abaixo).

china-1616747_960_720

foto by pixabay.com

A imagem de Mao

Em 1981, o governo chinês fez um pedido de desculpas ao povo, assumindo que a Revolução Cultural havia sido um grande erro, e que nunca mais se repetiria nesse país.

Mas mesmo assim, nunca macularam a imagem de Mao Tsé-Tung (ou Mao Zhedong, como é chamado pelos chineses). Muito pelo contrário: até hoje ele é reverenciado, suas fotos estão nos principais monumentos históricos do país, bem como nas casas, impressas em  livros e souvenirs, ao lado da bandeira da China. Também é ele que estampa todas as cédulas do dinheiro chinês.

Segundo Xin Jinping, atual Presidente da China, Mao foi um herói nacional, patriota, apesar de ter cometido erros graves.

Bom, só faltava ele completar: como todo o ser humano. Mas isso é só um parênteses meu.

Leituras que recomendo

E buscando informações sobre esse assunto, encontrei uma matéria muito interessante, que diz tudo, explica e mostra os dois lados da moeda e recomendo que leiam. É da Folha de São Paulo, escrita por Johanna Nublat, Guilherme Magalhães e Daniel Buarque: Os 50 anos da Revolução Cultural.

revol-cult

Também vale à pena buscar os livros que citei aqui no blog: Minha vida chinesa I – o tempo do pai, e Minha vida chinesa II – o tempo do partido. Os dois mostram a história da época, ilustrada por quem viveu cada momento.

No final…

É uma outra visão. Qual a mais correta? Como dizer? De quem pesquisou/estudou ou de quem viveu? Impossível decidir. Cabe a nós juntar os pedaços de cada relato encontrado, de cada pesquisa, depoimento e tirar nossas conclusões.

Uma coisa é unânime: para nós, que vemos de fora, bem como para os chineses que viveram a época da revolução, não foi uma época de glória. Muito pelo contrário.

Mas pouco se fala à respeito aqui. Como se quisessem colocar uma pedra sobre uma passado ruim, que não trás boas lembranças.

Melhor viver das lembranças do passado distante, das glórias do império, e das do passado bem recente, dos últimos 30 anos, onde a China renasceu das cinzas e deixou o mundo boquiaberto.

Latest articles

Trabalhos Relacionados