Dia Internacional da Crianças Inocentes Vítimas de Agressão

 

O Dia Internacional da Crianças Inocentes Vítimas de Agressão é lembrado, nesta segunda-feira (4), como forma de protesto

Violência infantil: não se cale, denuncie!

Em pleno 2018, ações como essas das notícias, partindo geralmente dos próprios pais, responsáveis, cuidadores, familiares ou pessoas próximas, fazem crianças tornarem-se vítimas da violência com bastante frequência- segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Como forma de alerta e de combate, a ONU criou, em 1982, o Dia  Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão. A data faz um alerta nesta segunda-feira (4), sobretudo, para lembrar que todos os dias crianças são vítimas de agressão física e psicológica no mundo inteiro, inclusive nas suas próprias casas, por meio de crimes cometidos pelos pais ou parentes.

O dia relembra todas as vítimas infantis de afogamento, espancamento, queimadura, trabalho infantil, envenenamento e abuso sexual, mas também chama a atenção para a necessidade de proteção e de educação dos pequenos, que se encontram numa fase frágil, de construção de mentalidade, carácter e de valores.

Como surgiu

A importância da data serve como reflexão para toda a sociedade. Até o século XVII, não existiam políticas e leis, fazendo com que a criança fosse pouco valorizada e muito desrespeitada, tornando-se vítima de abusos sexuais, trabalhos forçados, e submetida a todo tipo de agressão.

Somente no século XIX, as crianças passam a ser percebidas como seres humanos autônomos, contribuindo para o desenvolvimento da psicologia, pedagogia, pediatria e psicanálise, no intuito de atenuar as agressões e melhorar a qualidade de vida desses menores.

Uma pesquisa realizada em abril deste ano, da organização social Visão Mundial, revelou que o Brasil é líder no ranking de violência contra crianças na América Latina. No recorte nacional, o estudo apontou que três em cada dez pessoas conhecem pessoalmente uma criança que já sofreu violência.

Foram levados em conta maus-tratos como o abuso físico e psicológico, trabalho infantil, casamento precoce, ameaças on-line e a violência sexual. No estudo, foram ouvidas 6 mil pessoas, com idade acima de 16 anos, e mais de 500 entrevistados eram brasileiros.

Tipos de violência

Todo e qualquer tipo de agressão é considerado crime no Brasil. Conforme Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência.

Assim, os tipos de violências sofridos por esses menores podem se classificar em:

*Violência corporal:

Ocorre quando atinge a integridade física da criança, ou seja, é quando a força física é usada de forma intencional e tem como objetivo ferir e lesar a vítima. Nesses casos, as agressões costumam deixar marcas no corpo, que possibilita o diagnóstico.

As marcas indicativas do abuso incluem hematomas, escoriações, lacerações, contusões e queimaduras. O grau de violência física pode variar consideravelmente e as agressões mais frequentes incluem tapas, beliscões, chineladas, chutes, cintadas, murros, queimaduras com brasa de cigarro, água quente e ferro elétrico, intoxicação com psicofármacos, sufocação, mutilação, espancamentos e agressões que conduzem à morte.

Violência Sexual:

É definida quando uma criança é usada no intuito de satisfação sexual, com base em uma relação de poder do agressor, que se utiliza de persuasão, força física e até ameaças psicológicas. Nessas situações, a violência sexual caracteriza-se de duas maneiras: sem contato físico (telefonemas obscenos, exibicionismo e voyeurismo) e com contato físico (atos físico-genitais, estupro, sadismo, pornografia e prostituição infantil). As ações do agressor podem incluir desde carícias não consentidas, manipulação de genitália, mama ou ânus, olhar perturbador e insistente, cantadas obscenas, relações sexuais.

*Violência psicológica:

É resultante de toda ação ou omissão que causa ou visa a causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Na maioria das vezes, esse tipo de agressão inclui ameaças, humilhações, chantagens, discriminação e exploração. Costuma ser difícil de identificada por ser silenciosa e de questão comportamental. Pode levar a criança a se sentir desvalorizada, ansiosa e a adoecer com facilidade. Em situações mais graves pode até levar ao suicídio.

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