Dia do Engenheiro Agrônomo – 12 de outubro

CláudioFrança4_redCalagem, melhoramento genético, biotecnologia, inseminação artificial. Terminologias que fazem parte da rotina dos engenheiros agrônomos, cuja data comemorativa é 12 de outubro. Se práticas como “aplicar calcário no solo” (calagem) e as demais mencionadas acima ainda são pouco familiares ao vocabulário da maior parte das pessoas, suas consequências repercutem no dia a dia de bilhões ao redor do mundo. Atualmente, há 89.752 registros ativos de engenheiros agrônomos no Sistema. Ao longo desta semana, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) fará um mapeamento do universo dos engenheiros agrônomos, incluindo depoimentos de conselheiros federais, representantes de entidades e outras lideranças do Sistema Confea/Crea e Mútua.

ClaudioFrança3_red A regulamentação da profissão de engenheiro agrônomo, em 12 de outubro de 1933, antecipou a própria criação do Sistema Confea/Crea, em 11 de dezembro daquele ano. O Decreto 23.196proporcionou o impulso necessário para que a Agronomia se desenvolvesse ainda mais no país. Desde então, os profissionais precisariam do registro profissional para exercer suas atribuições. Entre elas, o decreto lhes garante “o exercício técnico” de “experiências racionais e científicas referentes à agricultura e quaisquer demonstrações práticas de agricultura em estabelecimentos federais, estaduais e municipais” e ainda as atividades relacionadas a “construções rurais” e “exercícios econômicos relativos à agricultura e indústrias correlatas”, entre outras.

ClaudioFrança_red As atribuições só passariam a ser fiscalizadas pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia em 1966, com a publicação a Lei nº 5.194/1966. De acordo com o analista da Superintendência de Integração do Sistema Confea/Crea e Mútua, geógrafo Otaviano Batista, entre 1933 e 1966, os registros eram feitos junto ao ministério da Agricultura. “Ele não tinha estrutura para fiscalizar os profissionais”. Alguns anos depois da lei que regulamentou as profissões do Sistema Confea/Crea e Mútua, a Resolução 218/1973estabeleceu as competências específicas do engenheiro agrônomo, dentro das 18 atividades comuns às diversas modalidades de engenharia, para efeito de fiscalização do exercício profissional.

Diz seu artigo 5º: “Compete ao Engenheiro Agrônomo: o desempenho das atividades de 01 a 18 do artigo 1º desta resolução, referentes à engenharia rural; construções para fins rurais e suas instalações complementares; irrigação e drenagem para fins agrícolas; fitotecnia e zootecnia; melhoramento animal e vegetal; recursos naturais renováveis; ecologia, agrometeorologia; defesa sanitária; química agrícola; alimentos; tecnologia de transformação (açúcar, amidos, óleos, laticínios, vinhos e destilados); beneficiamento e conservação dos produtos animais e vegetais; zimotecnia; agropecuária, edafologia; fertilizantes e corretivos; processo de cultura e de utilização de solo; microbiologia agrícola; biometria; parques e jardins; mecanização na agricultura; implementos agrícolas; nutrição animal; agrostologia; bromatologia e rações; economia rural e crédito rural; seus serviços afins e correlatos”.

Visão administrativa

A amplitude da atuação dos profissionais da Agronomia é destacada pelo superintendente de Integração do Sistema Confea/Crea e Mútua, engenheiro agrônomo Cláudio França de Araújo. “Na cadeia produtiva do agronegócio, o profissional tem um campo de atuação completamente heterogêneo, lida com produtos (insumos) e também com gestão de recursos humanos, da agricultura familiar à agricultura de alta tecnologia. Essa é uma profissão cada vez mais identificada com o empreendedorismo, o que exige que o profissional mantenha-se atualizado, além da academia. Mas o que tenho mais saudade é de ver um campo que eu plantei granado, e saber que aqueles grãos irão alimentar pessoas e gerar riquezas para a sociedade”, diz o profissional, que atua no Confea há 17 anos.

Formado pela Universidade Federal de Lavras, Cláudio foi responsável por 28% da produção nacional de sementes de sorgo como supervisor de campo da ICI Sementes, atual Down Agrosciences. Nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, lidava com a produção de sementes de milho, sorgo e girassol, antes de iniciar suas atividades administrativas junto ao Confea. “Temos uma formação eclética, fundamentada em conhecimentos das ciências Exatas, Biológicas e Humanas. Com essa base, exercitamos técnicas de transferência de tecnologia ao produtor nas atividades de Extensão Rural, muito utilizadas pelos profissionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) no exercício da Agronomia Pública, por exemplo”, informa, salientando também a redução dos egressos de origens rurais nos cursos, devido a fatores como o potencial para que os engenheiros agrônomos atuem também nas grandes cidades. “Nesse contexto, os agrônomos estão sendo cada vez mais chamados a entender de mercado, empreendedorismo, informações de foco econômico, a lidar com riscos, a ter uma visão de gestor”.

Biotecnologia e agronegócio

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Empresas de biotecnologia correspondem a um dos muitos campos de atuação dos engenheiros agrônomos. Em grande parte para atender às demandas do agronegócio. Cláudio França comenta que essas empresas atuam em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em atividades de extrema relevância para o desenvolvimento das chamadas “atividades do campo”, como melhoramento de animais e plantas, por exemplo.

“Temos uma empresa como a Embrapa, que é um orgulho nacional, sem parâmetros internacionais, que, junto ao trabalho de outras empresas, tanto nacionais como multinacionais, possibilita a produção de alimentos no bioma cerrado. Hoje somos referência em produção de milho, de soja, mas também de pequenas culturas, como a de flores, de feijão, hoje produzido em três safras/ano, e até mesmo de culturas de clima temperado como a ervilha”, diz, considerando a necessidade de incentivar ainda mais pesquisas para incrementar a produção nacional de trigo, cujo consumo interno cresce à taxa de 1,3% aa, e cuja produção interna reduziu em 32% entre a safra de 2011/12 e a de 2012/13.

O superintendente de Integração do Sistema também estipula a importância do engenheiro agrônomo para o sucesso do agronegócio  e da Agronomia Pública para o país. Maior produtor mundial de café, açúcar, álcool e suco de frutas, além de deter alguns dos maiores e mais valorizados rebanhos do mundo, o Brasil depende muito da economia do agronegócio, o que está diretamente relacionado a essa visão estruturante do profissional da Agronomia. O desenvolvimento do agronegócio vem sendo um dos vetores dessa capacidade gerencial viabilizada por suas múltiplas abordagens. “Devendo muito à atuação visionária de Alisson Paulinelli, a Embrapa contribui para o desenvolvimento da agricultura nacional e de toda a cadeia produtiva do agronegócio”.

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