Dia do colono (a) e agricultor (a)

 

O Presidente Costa e Silva em 1968 assinou a lei N° 5496 instituindo oficialmente o “Dia do Colono” a ser comemorado em 25 de julho. Nós sabemos que ele já vinha sendo comemorado informalmente há muito tempo. Inclusive as comunidades faziam feriado para fazerem belas festas.

Cá entre nós o Brasil trouxe os colonos para o sul para evitar a entrada dos espanhóis em nosso território. E mais prometeram “mundos e fundos” e pouco cumpriram. Iniciou em 25 de julho com a entrada dos alemães em São Leopoldo e depois dos Italianos em 1875 em Caxias do Sul.

 

De lá para os dias de hoje já foram chamados de pequenos produtores, minifundiários e mais recentemente de agricultores familiares. O termo “colono” que já foi pejorativo e servia de gozação e “coitadismo”, foi aos poucos se impondo com muito trabalho. Hoje é considerada uma “Grife”, marca dos nossos produtores. O produto colonial ganhou espaço no dia a dia, feiras, eventos em fim no mercado. Todos querem produtos por eles produzidos em suas propriedades e em pequenas agroindústrias familiares. E também de participarem das varias formas do Turismo Rural. Sem falar nos orgânicos em franco crescimento.

E nesta semana de comemoração de quem produz alimentos, o Presidente vem a público e diz que nós não temos fome. È verdade voltou atrás. Mas, preocupa a desinformação.

O IBGE calcula que temos pelo menos 54 milhões de pessoas vivendo na linha de pobreza mais ou menos 21,00 reais por dia. Em 2017 em seus levantamentos calculou que pouco mais de sete milhões estavam em insegurança alimentar grave. Comem menos da quantidade minimamente recomendável ou mesmo nem comem por falta de dinheiro em determinado momento. E quantos apesar de comerem as calorias necessárias estão com falta de minerais e vitaminas a fome oculta? Trabalhos recentes mostram que 80% de adolescentes tem carência de vitaminas A, C, E, e de cálcio, ferro e zinco. Idosos com falta de cálcio e vitamina D e por aí vai. E ainda 33 milhões são considerados obesos. FAO.

Nesta hora da madrugada o pessoal se prepara para sair para suas atividades. Acredito que alguns nem tomam o café o que é grave. Outros deem uma olhada no que estão comendo: mamão, banana, pão, leite, bolo, manteiga, ovos, schimier, nata, frios, queijo e outros. Café cinco estrelas. Pois é, tudo da agricultura familiar do nosso “colono”. Há quem diga que 70% da nossa comida vêm deles. Pelo menos da mandioca (87%), Feijão (70%), carne suína (50%), leite (58%), carne de aves (50%), milho (46%)… Estes percentuais já foram maiores e foram perdendo espaço para empreendimentos de grandes empresas. Sinal também de abandono do campo principalmente de jovens o êxodo rural e envelhecimento dos produtores.

Estima-se que no Brasil 84% das propriedades rurais sejam da agricultura familiar empregando ao redor de cinco milhões de famílias. O faturamento seria de 55 bilhões de dólares. A base da economia de 90% dos municípios com menos de 20 mil habitantes vem da agricultura familiar.

Um bom presente para estas famílias seria um “melhor olhar” de valorização nas disponibilidades de recursos, financiamentos, juros, serviços sociais (saúde e educação formal), infraestrutura básica (luz, água, estradas, comunicação, internet…), serviços rurais, extensão rural (educação informal e tecnologia).

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