Dia da Injustiça

 

 

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Dia 23 de agosto é conhecido como o Dia da Injustiça. De todas as calamidades que afligem a Humanidade nos tempos modernos, guerras, miséria econômica, epidemias, ignorância, terrorismo, contaminações e muitas outras perversidades, a que mais dói é a injustiça.

Há muitos conceitos divergentes sobre o tema, porque se sabe muito pouco e aceita-se menos. O que é a injustiça? Onde está? É a que aparece nos códigos e na Filosofia do Direito? Podem os juízes serem justos? Nenhuma destas perguntas obtém uma resposta que satisfaça a sede de justiça que padecem os desamparados.

A balança da justiça tem dois pratos opostos; quando um sobe o outro desce, e vice-versa.

A imprensa verdadeira, o jornal impresso, pela sua importância e serventia também vem sendo injustiçada, devido a influência e certas leis absurdas querendo tirar deste meio de informação a sua força e soberania imbatível, o qual passou pela era do rádio, da televisão, da internet e até outras ferramentas. Jornal é o meio formal e comprometido com a veracidade do fato.

Não basta dizer que a consciência nos acusa. A consciência pode ser prostituída. Nós temos “a nossa vontade cativa”, conforme Martin Lutero. Ela pode nos arrastar para o abismo e levar a tragédias. As últimas descobertas de suspeita de corrupção, em Brasília, envolvendo gente que sempre defendeu ética, respeito, honestidade e transparência são fatos que confirmam que todo o ser humano está inclinado a fazer o mal. Não há livre arbítrio, conforme Erasmo de Roterdan. Existe vontade cativa. Sozinho, o ser humano permanece preso em sua vontade cativa. Ou como diz Jesus: “Quem está de pé pode cair”. E quantos, na história humana, caíram, mas sua consciência, ainda, dizia que estavam em pé?

Dia da Injustiça quer nos lembrar que somos, cotidianamente, injustos. Não querer admiti-lo, significa sucumbir na profundeza da própria falta de senso de justiça. No Brasil, esquecemos as injustiças. Esta é uma das razões de nosso fracasso na área. O Carandiru foi demolido e, no seu lugar, foi construído um lindo canteiro com flores maravilhosas. Esquecemos as injustiças e continuamos na sua prática. O Carandiru devia ter ficado lá, com todas as ferramentas de tortura e morte. Todos saberíamos, então, o que não fazer, isto é, a injustiça que se pratica nas prisões.

Devemos apreender como não fazer. Esta é a função do Dia da Injustiça. Que injustiças eu, você, as pessoas, a sociedade, o Estado praticam? Neste dia devemos discutir e tomar consciência das injustiças para que possamos superá-las. Mas a Injustiça deve acordar nossa consciência corrompida.

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

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