CRIAÇÃO DA UENP

 

A ideia da criação da Faculdade nasceu no Lions Club de Cornélio Procópio. Deve-se ressaltar que os membros desse clube de serviço que atuaram mais efetivamente para a concretização dessa ideia foram Arthur Hoffig, presidente do Lions Club, fazendeiro e empresário, Benedito Cassilha de Oliveira, coletor federal, José Ramos da Silva, médico, e Rosário Pitelli, na ocasião, prefeito da cidade.

O Prefeito Rosário Pitelli nomeou comissão, composta pelos membros já mencionados acima e mais Benedito Carneiro dos Santos, farmacêutico e representante do Rotary Club, Paulo Sidrião de Alencar Freitas, Inspetor Regional de Ensino, José Gomes e Ananias Antônio Martins, na época, Diretor e Vice-Diretor do Colégio Estadual Castro Alves, respectivamente.

Essa comissão dirigiu-se a Curitiba para uma audiência especial marcada com o então Governador Ney Aminthas de Barros Braga, que, a princípio, relutou em atender a reivindicação da cidade. Finalmente, diante da insistência da comissão, prometeu a criação da instituição de ensino superior.

Com entusiasmo, a Comissão redobrou os esforços para montar o processo necessário para a criação oficial da Faculdade. O Governador enviou mensagem à Assembleia Legislativa, criando a Faculdade como autarquia estadual e os cargos de professores necessários para o funcionamento, que resultou na promulgação da Lei nº 4991, em 1964. A arregimentação dos docentes qualificados foi um trabalho árduo e persistente. Na época, era muito difícil encontrar professor com curso superior e títulos suficientes para conseguir autorização para lecionar para o 3º grau. No processo de autorização para o funcionamento foram indicados os professores Gino Crês, Aline Bitencourt Arpelau, Dilecta Rubin, Hercília de Paula e Silva de Moraes Sarmento, Giovanni Bozic, Ilza Roselly Xavier de Mendonça, Muricy Domingues, José Romão, Maria Júlia Leite Ribeiro Bueno, Maria da Glória de Rosa, Maria dos Anjos Gomes Ferreira Cintra, Marina Margarida Deliberador, Mauro Campesi, Nivaldo Pregnolato Pinto Nogueira, Oscar Lermenn, Oswaldo Fróes, Pedro Marczak, Silvio Tavares, Tarcísio Negreiros César, Geraldo Ferreira Cintra, Lia Marisa de Lacerda Trevisan, Maristela Soares Cassilha de Oliveira, José Benedito Pinto, José Borsato, José Marczak, Antônio Dorabiallo, Francisco Alfredo Stank, Alberto Naufal, Dino Zambenedetti e Luiz Trajano da Silva.

Cumpre salientar a disponibilidade e a atenção com que o então Secretário de Educação e Cultura, Lauro Rego Barros, recebeu a comissão em dezembro de 1965, época em que o Conselho Estadual de Educação encontrava-se em recesso de suas atividades. Elaborado o processo para autorização de funcionamento, o Secretário de Educação e Cultura convocou os Conselheiros em férias. Reunido o Conselho, foi designado pelo seu Presidente, Cel. Carvalhido, uma comissão para estudar e relatar as condições de funcionamento. Durante três dias a comissão permaneceu em Cornélio Procópio, verificando as condições do prédio, da biblioteca e das demais exigências legais.

Finalmente, em março de 1966, o Conselho Estadual de Educação aprovou o processo de funcionamento da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio, que fora criada por lei aprovada pela Assembleia Legislativa, com os cursos de licenciatura plena em Pedagogia, Letras Anglo-Portuguesas e Geografia, todos com duração de quatro anos, e licenciatura curta em Ciências, com duração de três anos.

Após a realização do seu primeiro teste vestibular, a Faculdade iniciou suas aulas em 2 de maio de 1966, para os cursos de licenciatura em Geografia, em Letras e em Pedagogia, e licenciatura curta em Ciências, instalada no prédio do antigo 2º Grupo Escolar de Cornélio Procópio, nos altos da Rua Portugal.

No ano seguinte, 1968, a Faculdade cresceu com a criação de mais dois cursos de Letras, o de Franco-Portuguesas e o de Vernáculas. No decorrer dos anos, aconteceram diversas mudanças, como quando foi transformada em Fundação de direito público por decreto governamental, em 1970.

Em 21 de junho 1972, com a publicação do Decreto nº 70.745, foi oficialmente reconhecida pelo Conselho Federal de Educação – CFE, com autonomia didático-científico-administrativa, financeira e disciplinar, regendo-se por Regimento, pelas resoluções de seus conselhos superiores, por Estatuto e pela legislação em vigor. Simultaneamente, foram reconhecidos os cursos de Geografia, Letras Anglo-Portuguesas, Letras Franco-Portuguesas (criado em 1968), Letras Vernáculas (criado em 1971), Pedagogia e Licenciatura em Ciências, ficando a Faculdade autorizada a expedir diplomas com validade legal em todo o território nacional.

EVOLUÇÃO

Ainda no decorrer do ano de 1972, a Faculdade encaminhou processo solicitando a criação de dois novos cursos: Matemática e Ciências Biológicas. Com pareceres favoráveis do Conselho Estadual de Educação e do Secretário da Educação e Cultura, Dr. Cândido Manuel Martins de Oliveira, o funcionamento dos dois cursos foi autorizado em 28 de fevereiro de 1974.

Em 1975, nossa Faculdade entrou com pedido, junto ao CFE, para a aprovação do Regimento contendo uma grande modificação na matriz curricular do curso de Licenciatura em Ciências, que, com a criação das habilitações de Física, Química, Biologia e Matemática, consoante a Resolução nº 30/74 e o art. 16, da lei nº 5540, passava a ser uma licenciatura plena com quatro anos de duração. Ocorrendo a homologação do voto favorável do relator, a Câmara do Ensino Superior – CESu – encaminhou parecer ao CFE que, em sessão plenária, decidiu pela aprovação do novo Regimento, mas com a redução, para trezentos, do número anual de vagas oferecidas para as habilitações.

As habilitações foram analisadas para fins de reconhecimento, em 1976, resultando dessa apreciação a aceitação do art. 30, do Regimento da Faculdade, sendo reconhecido, por meio de decreto, o curso de Licenciatura em Ciências, com habilitações em Matemática, Química e Biologia, em 23 de junho de 1977. Esse decreto deixou de reconhecer a habilitação em Física pela inexistência de alunos no período anterior.

Em 17 de maio de 1979, o Secretário de Estado da Educação e da Cultura, Dr. Eleutério Dallazem, autorizou o funcionamento do curso de Administração, com habilitações em Administração de Empresa e Administração Rural, e de Ciências Econômicas. A direção da Faculdade havia formalizado petição, obtendo parecer prévio favorável aprovado na sessão de 6 de outubro de 1978, objetivando a criação desses cursos, com a condição da paulatina desativação dos cursos de Licenciatura em Letras Vernáculas e em Geografia.

Foi somente nesse ano que o CFE, após consulta à CESu, emitiu parecer favorável ao reconhecimento do curso de Ciências – habilitação em Física, com a manutenção das 75 vagas anuais. O Decreto nº 83566, de 11 de junho de 1979, concedeu reconhecimento a habilitação de Física do curso de Ciências de nossa Faculdade.

A Faculdade, no ano de 1980, consoante o disposto no art. 14, da Deliberação no 66/72 do Conselho Estadual de Educação, independendo, portanto, de obtenção de parecer técnico prévio, formalizou petição para criação do curso de Ciências Contábeis. O Secretário de Estado da Educação, Dr. Edson Machado de Souza, homologou o parecer favorável ao funcionamento, em 22 de dezembro. No ano seguinte, 1981, no dia 16 de fevereiro, o curso de Ciências Contábeis foi autorizado a funcionar.

O Conselho Estadual de Educação emitiu parecer favorável ao reconhecimento dos cursos de Ciências Econômicas, de Administração, com habilitações em Administração de Empresas e Administração Rural, e de Ciências Contábeis, em 29 de junho de 1983. Em 11 de julho, o Secretário de Estado da Educação homologou esse parecer e, poucos meses depois, a Ministra de Estado da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz, em 15 de setembro, concedeu reconhecimento aos cursos.

Em 16 de julho de 1991, nossa Faculdade, que havia sido transformada em Fundação em 1970, foi novamente convertida em autarquia.

Em 12 de novembro de 1993, o Conselho Estadual de Educação enviou parecer em que nos comunicava que deveríamos desativar temporariamente o curso de Ciências Econômicas e as habilitações em Física, Química e Biologia do curso de Licenciatura em Ciências, por um período de dois anos, e promover a redução do número de vagas autorizadas. A Faculdade, via Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, recorreu solicitando reconsideração do parecer, que foi negada pelo Conselho. Por um mal-entendido, somente o curso de Ciências Econômicas foi desativado a partir de 1994; as habilitações de Física, Química e Biologia continuaram funcionando, sendo a realização de concurso vestibular suspensa somente a partir de 1996, por prazo indeterminado.

No ano letivo de 1994, foi restaurado o sistema acadêmico de regime seriado, que vigora até o presente, em substituição ao regime de créditos, que fora implantado em 1972.

Em 1995, a Direção da Faculdade solicitou autorização ao Conselho Estadual de Educação para reativar dois curso: o de Geografia, que não realizava concurso vestibular desde 1979, e o de Ciências Econômicas, que fora desativado em 1994. Apesar das justificativas apresentadas e de ter enviado comissão para verificação in loco, a Câmara de Ensino Superior, órgão federal, emitiu parecer desfavorável para a reativação do curso de Geografia, mas fomos bem sucedidos quanto à reativação do curso de Ciências Econômicas. Assim, pelo Parecer nº 274/95, de 6 de dezembro de 1995, obtivemos autorização para realizar concurso vestibular, a partir de 1996, para o curso de Ciências Econômicas. Posteriormente, também o curso de Geografia recebeu autorização e foi reativado.

Pela Lei Estadual nº 13.283/2001, de 25 de outubro de 2001, foi criada a Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), que seria constituída por onze faculdades estaduais isoladas, dentre as quais estava a FAFICOP, mas que não chegou a ser instalada oficialmente. Posteriormente à criação da UENP, a UNESPAR foi reformulada para agrupar as faculdades isoladas que haviam no Estado, sendo constituída como a sétima universidade estadual do Paraná.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

Em 28 de setembro de 2006, criada pela Lei nº 15.300, a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) surgiu no cenário educacional, a mais nova instituição de ensino superior público e gratuito do Estado, integrando as faculdades estaduais de Bandeirantes, Cornélio Procópio e Jacarezinho. O credenciamento e aprovação do Estatuto aconteceu em 1º de dezembro de 2008, pelo Decreto nº 3909, DIOPR nº 7861.

Foram nomeados para os cargos de reitor e vice-reitor da UENP, Dom Fernando José Penteado, Bispo de Jacarezinho, e o professor Luiz Carlos Bruschi, respectivamente, por meio do Decreto nº 7.310, de 6 de outubro de 2006.

A Universidade, aspiração do Norte Pioneiro há mais de trinta anos, tem assegurado orçamento próprio na Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), à qual está vinculada. Os recursos serão aplicados em novas salas de aula, laboratórios, equipamentos e em atividades de ensino, pesquisa e extensão.

A implantação da UENP traz incontáveis benefícios para os municípios que compõem sua região de inserção porque, além dos recursos investidos pelo governo estadual, a instituição também poderá captar outros nas agências de fomento do governo federal e investir em programas direcionados para o desenvolvimento regional. Em pouco tempo, a UENP será mais uma instituição expoente no Estado. A nova universidade tem em execução programas de fortalecimento da graduação e pós-graduação e está completando seu corpo docente com professores qualificados, por meio de concursos públicos. O corpo docente atual atende às exigências da Lei nº 9394/96, de Diretrizes e Bases (LDB), por possuir um terço do total de seus professores em regime de tempo integral, outro terço com títulos de mestrado e doutorado, e grupos de pesquisa cadastrados junto ao CNPq.

A nova instituição tem sob sua responsabilidade aproximadamente 8 mil pessoas, sendo 6,4 mil alunos nos cursos de graduação, 1,1 mil na especialização, 343 docentes e 140 técnicos administrativos. Ao todo, funcionam 27 cursos de graduação e 28 de pós-graduação. Os cursos de graduação ofertados pela UENP concentram-se em sete áreas do conhecimento segundo classificação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências Exatas, Ciências Humanas, Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas e Linguística, Letras e Artes, a maioria de bacharelado ou licenciatura plena.

Atualmente, o campus de Cornélio Procópio oferece os cursos de bacharelado em Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, e os de licenciatura plena em Letras, Pedagogia, Ciências Biológicas, Geografia e Matemática, todos devidamente reconhecidos.

Loader Loading...
EAD Logo Taking too long?

Reload Reload document
| Open Open in new tab

BAIXE O TRABALHO AQUI

Latest articles

Trabalhos Relacionados