Casa da Moeda

Um resumo dos principais indicadores econômicos da Casa da Moeda no biênio 2015/2016 e os destaques da produção de cédulas e moedas, passaportes e selos fiscais

Nos anos de 2015 e 2016, as principais fontes de receita da Casa da Moeda do Brasil foram os serviços de rastreamento, que geraram um faturamento total de R$ 3,35 bilhões no biênio

O faturamento bruto manteve-se praticamente estável, com destaque para o desempenho da receita com serviços de rastreamento para o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) e para o Sistema de Controle e Rastreamento da Produção (Scorpios), da Receita Federal. Esses serviços representaram, em 2015 e 2016, mais de 75% do volume total de negócios da CMB, por circunstância dos contingenciamentos orçamentários do Banco Central nos anos citados.

Evolução do faturamento [GRI G4-9]

Composição dos faturamentos comparativo 2014/2015/2016

FATURAMENTO POR CATEGORIA (R$ MILHÕES) 2014 2015 2016 VARIAÇÃO (%) 2015/2014 VARIAÇÃO (%) 2016/2015
Serviços de rastreamento 1.609,6 1.706,5 1.650,1 +6,0 -3,3
Cédulas nacionais 223,3 278,6 279,6 +24,8 +0,4
Moedas nacionais 126,5 239,7 261,3 +89,5 +9,0
Passaportes brasileiros 108,7 129,2 157,3 +18,8 +21,7
Selos postais/Correios 5,0 8,9 1,5 +78,0 -83,1
Cédulas estrangeiras 8,9 11,9 2,4 +33,7 -79,8
Outros produtos/serviços 82,7 36,7 56,6 -55,6 +54,2
FATURAMENTO TOTAL 2.164,7 2.411,5 2.408,8 +11,4 -0,1

Custos de produtos e serviços[GRI G4-9]

Estudos especializados visam aumentar a capacidade da linha de produção de cédulas sem a necessidade de novos investimentos em máquinas

CÉDULAS E MOEDAS NACIONAIS

Problemas na aquisição e qualidade de insumos impossibilitaram o cumprimento integral do programa em 2015. As projeções iniciais do Programa de Produção e Vendas da CMB contemplavam o fornecimento de 1,05 bilhão de cédulas e 600,3 milhões de moedas para o Banco Central em 2016, quantidades muito inferiores à capacidade de produção anual das fábricas. Em outubro de 2016, a Casa da Moeda contratou técnicos especializados em maquinário gráfico que avaliaram a produtividade das linhas de produção de cédulas e o estado dos equipamentos da fábrica. A partir da avaliação, iniciaram-se estudos sobre as possibilidades de aumentar a produtividade sem a necessidade de novos investimentos em máquinas.

Produção de cédulas e moedas em 2016

PASSAPORTES

A demanda de fabricação de passaportes ficou estável em 2015 e 2016: 2,3 milhões de unidades, o que confirma uma tendência vigente desde o início da década. Com o início da produção dos passaportes válidos por 10 anos, é esperada uma redução mais significativa da demanda a partir do ano 2020, quando se encerrará a substituição dos modelos comuns, válidos por cinco anos, pelos novos passaportes.

Passaportes vendidos em 2016

SELOS RASTREÁVEIS

A produção de selos dos sistemas Sicobe (bebidas) e Scorpios (cigarros) ficou abaixo do volume estimado originalmente.

Há uma tendência de queda no faturamento relativo a cigarros controlados, prevalente desde 2012, que reflete um declínio mundial no consumo de produtos de tabaco em função do reconhecimento dos malefícios à saúde decorrentes do hábito. Também contribuem os esforços do poder público na coibição ao tabagismo, com medidas que incluem a restrição do fumo em locais públicos, campanhas educativas e a elevação anual da alíquota tributária devida pelo setor.

Já os produtos faturados pelo Sicobe confirmaram uma tendência de estabilidade que vem de 2010, após um aumento expressivo registrado entre 2009 e 2011. A elevação naquele período se deveu, principalmente, à mudança de metodologia de fiscalização tributária da Receita Federal.

Em outubro de 2016, a Receita Federal do Brasil publicou um ato declaratório que desobrigou os estabelecimentos industriais envasadores de bebida da utilização do Sicobe. A decisão impactou negativamente o faturamento da Casa da Moeda. Em contrapartida, a CMB está desenvolvendo uma alternativa própria para entregar à Receita Federal, cujos procedimentos de instalação devem se iniciar ainda em 2017.

Quantidade de produtos faturados em 2016

PROJETOS DE INOVAÇÃO

Com a reestruturação interna promovida em 2015, a organização dos projetos de inovação e desenvolvimento de produtos e soluções também mudou. Cabe destacar a participação do Departamento Técnico de Impressos e Passaportes (Detip) e do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (Detic) no projeto destinado ao desenvolvimento de um novo chip para o passaporte brasileiro, capitaneado pelo Centro Nacional de tecnologia Avançada S.A. (Ceitec) e com tecnologia totalmente nacional.

Criado no mês de julho de 2015, o Departamento de Tecnologia e Desenvolvimento de Selos (Detes) focou a versatilidade e as múltiplas aplicações que podem ser dadas aos produtos sob sua coordenação. A área iniciou um plano para internalizar processos de automação e de tecnologia da informação (TI), antes prestados por empresas contratadas. O desmembramento dos processos de produção contribuirá para ampliar a carteira de fornecedores de tecnologia para a CMB.

INVESTIMENTOS EM EQUIPAMENTOS

Em 2015 e 2016 foram aplicados R$ 18,3 milhões na aquisição de novos equipamentos e outros R$ 11,2 milhões em reparos e adequação de máquinas. Entre os projetos concluídos, destacaram-se a fase inicial de implantação de um forno de atmosfera controlada a vácuo, para o tratamento térmico de cunhos para produção de moedas, e a aquisição de impressoras tipográficas para reposição individual de cédulas e de máquinas tampográficas para aplicação de coloração nas moedas.

Investimentos em tecnologia, série histórica Total investido (R$ milhões)

DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO G4-EC1

No decorrer dos anos, verifica-se um aumento substancial no faturamento bruto proveniente de transformações na carteira de soluções oferecidas pela CMB, com destaque para as linhas de selos fiscais digitais rastreáveis, aplicados no controle da produção de cigarros e de bebidas frias. A tendência de aumento no faturamento bruto foi interrompida em 2014, principalmente em decorrência da retração na demanda de produtos advindos do Banco Central do Brasil. Contudo, observa-se uma retomada em 2015, amparada pelo aumento do faturamento de serviços.

Nos anos de 2014 e 2015, a participação dos empregados nos lucros e resultados (PLR) da empresa representou 9,0% do lucro líquido de cada exercício anual. Nesses mesmos exercícios, o recolhimento de dividendos à União representou 38,2% do lucro líquido de cada exercício, deduzidas as constituições das reservas legais.

Os incentivos fiscais de IRPJ relativos à Lei Rouanet e ao Programa de Alimentação do Trabalhador não são utilizados em decorrência do saldo credor na apuração do IRPJ relativos à exclusão da base de cálculo de 98% das receitas, oriundas de operações de exclusividade na fabricação de produtos monopolizados. [G4-EC4]

Valor econômico gerado pela CMB, série histórica

VALOR ECONÔMICO DIRETO GERADO – RECEITAS (R$)*
2014 2015 2016
R$ 2.195.312.983,10 R$ 2.483.472.104,82 R$ 2.460.333.447,13
VALOR ECONÔMICO DISTRIBUÍDO (R$)*
2014 2015 2016
Custos operacionais R$ 1.494.856.478,07 R$ 1.768.201.399,06 R$ 1.665.647.868,49
Salários e benefícios de empregados R$ 308.357.197,30 R$ 303.990.648,62 R$ 553.199.679,50
Pagamentos a provedores de capital R$ 136.936.449,25 R$ 157.826.955,62 R$ 52.688.472,58
Pagamentos ao governo R$ 112.976.377,96 R$ 55.087.563,43 R$ 128.621.387,45
TOTAL R$ 2.053.126.502,58 R$ 2.285.106.566,73 R$ 2.400.157.408,02
VALOR ECONÔMICO RETIDO (R$) (“VALOR ECONÔMICO DIRETO GERADO” MENOS “VALOR ECONÔMICO DISTRIBUÍDO”)
2014 2015 2016
R$ 142.186.480,52 R$ 198.365.538,09 R$ 60.176.093,11

 

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