CARNAVAL NA EUROPA

 

Admito. Sou fã do Carnaval. Gosto tanto das máscaras improvisadas à última hora com os restos da roupa lá de casa, como dos fatos pensados e elaborados com muita dedicação e antecedência. Gosto da folia, da paródia, do ridículo e de (alguns) excessos. Gosto de ir a Torres Vedras todos os anos e fazer a festa noite dentro.

E há muita gente como eu. Muita gente que, por essa Europa fora, se traja a ridículo, se ri de si mesmo, e coloca a máscara. Reuni para vocês uma lista para que possam escolher o vosso Carnaval na Europa. Bem sei que no Velho Continente é uma época fria, mas existem muitas alternativas para quem não quer (ou simplesmente não tem orçamento para) ir sambar no Rio…

Ora vejam.

#1 Veneza, o mais conhecido

Carnaval de Veneza surgiu entre o século XI e XII quando a nobreza se disfarçava para se misturar com o povo. A partir de 26 de Dezembro, existiam celebrações nas ruas durante dois meses até à Quaresma. Era festa rija durante semanas!

Hoje em dia, as festas duram 10 dias e os foliões utilizam máscaras brancas e trajes do século XVIII. As mais conhecidas são as máscaras de porcelana, mas existem outras feitas noutros materiais, como pele e tecido. Inicialmente eram utilizadas pela elite, para que os nobres se pudessem mesclar com o povo, mas nos dias que correm, todos usam uma. Existem vários formatos de máscara como a Bauta, a Colombina, o Medico della Peste, a Moretta e a Volto.

Carnaval de Veneza termina na terça-feira de Carnaval. Até lá, há muita festa, especialmente nos famosos bailes. Os preços podem é ser puxadores, a partir dos 125€. Vejam aqui.

#2 Sitges, o mais divertido

Sitges entra para o top como o mais divertido. E posso atestar pela veracidade, dado que já o vivi bem de perto, quando estive de Erasmus em Espanha.

Durante uma semana inteira, esta pequena cidade ao lado de Barcelona torna-se numa imensa festa ao ar livre e muito gay friendly. Tudo culmina na terça-feira com a chegada do rei do Carnaval (e os respetivas desfiles noturnos), onde os festejos se prolongam até ao enterro da sardinha e ao dia seguinte, quarta-feira de cinzas.

Botellón com fartura. À boa maneira espanhola, tudo acontece nas ruas e junto à praia, onde as pessoas se reúnem para beber noite dentro.

#3 Tenerife, o mais quente

Tenerife pertence a Espanha, mas em termos geográficos já se encontra em África, em linha com o deserto do Sahara, em Marrocos.

O que significa que aqui o clima não é tão rigoroso no inverno, como em grande parte da Europa. OK, não é verão, mas as pessoas comportam-se como se fosse. Há desfiles e mulheres com muito pouca roupa, tal como no Rio. Há a coroação da rainha do Carnaval, há fogo-de-artifício, há concertos. E, claro, muita festa durante quase um mês, até à terça-feira do Carnaval, onde a festa dura praticamente 24 horas.

#4 Binche, o ligeiramente violento

A pouco mais de uma hora de Bruxelas, a vila de Binche, na Bélgica, preserva uma herança do século XIV, que é considerada Património Cultural Imaterial da Humanidade. Tendo lugar principalmente de domingo a terça-feira de Carnaval, existem eventos musicais, dança e desfiles nas ruas.

Além das tradicionais máscaras de Carnaval, há também a figura do Gilles. Estas figuras aparecem na vila terça-feira com fatos com as cores da bandeira da Bélgica. São cerca de 1.000, todos homens e com idades a partir dos 3 anos. Durante a manhã, utilizam máscaras feitas de cera, mas, durante a tarde, retiram a máscara e alguns deles utilizam grandes chapéus com plumas brancas.

E a parte violenta? Durante os desfiles, os Gilles levam cestos de laranjas para atirar à audiência, como símbolo de boa sorte. Como são uma oferta, quem as receber, não as deverá atirar de volta.

#5 Rijeka, o orientada para as famílias

Em Rijeka, uma pequena cidade costeira na Croácia, durante os meses de Janeiro e Fevereiro existem eventos destinados a miúdos e graúdos, como desfiles para crianças, bailes e muita diversão, como pista de gelo e karts. Há também muitos mascarados, principalmente na rua Korzo.

A figura mais marcante do carnaval croata é o Zvončari (ou o homem do badalo). Mascarado com peles de animais, percorre as ruas com sinos, para afastar os maus espíritos. É também considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade).

Toda a festa culmina no domingo antes da quarta-feira de cinzas, com um desfile no centro da cidade, que começa ao meio-dia.

Parece uma coisa mais betinha? Se calhar. Mas, pelo menos, há menos probabilidade de o nosso filho nos dizer: «Quando crescer, quero ser como aquele senhor ali, empoleirado num poste a mijar, com uma garrafa de vodka na mão e a cantar We Are the Champions ». É. Acontece.

#6 Nice, o atrasado

Os franceses de Nice chegam um bocadinho atrasados ao Carnaval. Durante cerca de duas semanas, depois da Quarta-feira de cinzas, a cidade de Nice enche-se de desfiles e festas. Durante o dia, os desfiles são dedicados às flores e à noite envolvem figuras gigantescas e muitas luzes.

Cada ano, existe um tema que é dado ao Carnaval, sendo que o de 2016 é dedicado aos Media, portanto preparem-se para o espectáculo! Durante os desfiles, são também atiradas flores à audiência (melhor que laranjas, não é?).

#7 Colónia, o mais maluco

Quando se tem de suspender formalmente as horas de fecho dos bares, algo se passa. Na Alemanha, e especificamente em Colónia, isso quer dizer cerveja. Muita cerveja.

Carnaval de Colónia começa em Novembro, mas é a partir da quinta-feira antes da terça de Carnaval, que a loucura começa. Neste dia – o chamado Weiberfastnacht – as mulheres desfilam mascaradas e é feita a abertura oficial do Carnaval pelo trio Dreigestirn: o Príncipe, o Camponês e a Virgem.

Mas o evento mais importante de todo o Carnaval é o Rosenmontag, que acontece na segunda-feira. Neste desfile existem carros alegóricos, cavalos, músicas e milhares de pessoas mascaradas a marchar e a assistir. São atiradas flores e doces à audiência, enquanto de grita kamelle (doce em alemão).

Quando chega a noite, há mais festa. Mais cerveja. Cerveja noite dentro. Para que iniciemos a Quaresma com o pé direito e a maior ressaca de que há memória.

 

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