Brasil pode fazer história na Ginástica Rítmica

O primeiro carimbo no passaporte de Nicole Pircio veio acompanhado de uma classificação inesperada para a final da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica em Guadalajara, na Espanha. Em sua primeira viagem ao exterior, a paranaense de apenas 15 anos conquistou junto da equipe brasileira uma vaga entre as oito seleções que disputarão o título de melhor conjunto de cinco arcos neste domingo. Renovada, a seleção brasileira pode conquistar a segunda medalha da história em Copas do Mundo. Nas disputas individuais, Natalia Gaudio e Barbara Domingos não avançaram às finais.

– A classificação foi uma surpresa. Acabamos de renovar a seleção e estávamos muito apreensivas pelas meninas de 15 anos. Elas foram muito bem e superaram a nossa expectativa. Deu para sentir que estamos no caminho certo – disse a técnica Camila Ferezin.

Brasil disputa Copa do Mundo de Ginástica Rítmica na Espanha — Foto: Marcele Mesquita

A nova formação da seleção foi remodelada no final do ano passado, quando a comissão técnica decidiu apostar em novos talentos nos conjuntos. Nicole Pircio e Debora Medrado foram selecionadas com apenas quinze anos de idade. Nicole sequer tinha experiência em viagens internacionais ou passaporte, mas tinha talento.

Nicole é uma das novidades da seleção  — Foto: Reprodução Instagram

Com apenas três meses do novo projeto, elas e as já experientes Jessica Maier, Gabriele Moraes e Gabriela Paixão conseguiram desbancar adversárias tradicionais como a Espanha e a Ucrânia. A nota consistente de 17,300 garantiu ao Brasil a sétima colocação entre os oito classificados para a final que acontece neste domingo, às 11h15min pelo horário de Brasília.

– Essas meninas são muito talentosas, têm muita vontade e um brilho nos olhos que a gente mais busca nesses adolescentes. Estamos felizes e com esperança de um futuro vitorioso – comemorou Camila Ferezin.

A marca do Brasil na Copa do Mundo de Guadalajara foi a originalidade e a coreografia, com ousadia em salto coletivo arriscado e uma finalização inovadora com uma das meninas rodeada pelos cinco arcos.

– Foi isso que chamou a atenção do público aqui, foi incrível como as pessoas aplaudiram a nossa originalidade – disse.

Na classificação geral por conjuntos, o Brasil ficou com a nona colocação – somou 31,900 – entre as 18 seleções participantes. No conjunto misto (três bolas e duas cordas), as meninas não avançaram às finais. Nos aparelhos individuais, Barbara Domingos e Natalia Gaudio cometeram falhas e acabaram ficando com a 30ª e 31ª colocação, respectivamente. A delegação brasileira é composta por 15 atletas e profissionais e tem a liderança da técnica Camila Ferezin, que é auxiliada por Bruna Martins.

Na história de Copas do Mundo o Brasil tem apenas uma medalha de bronze conquistada – em 2013, em Belarus. Na semana que vem a seleção tem a chance de buscar mais uma classificação, quando participará da Copa do Mundo de Portimão, em Portugal. Ainda no calendário deste ano, elas disputarão a etapa russa e o Mundial na Bulgária, em setembro.

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