As Origens do pensamento moderno e a ideia de modernidade

 

Danilo Marcondes, Doutor de filosofia pela Universidade de St. Andrews na Inglaterra é professor titular do Departamento de Filosofia da PUC-rio e professor associado do Departamento de Filosofia da UFF. Foi também vice-diretor acadêmico da PUC-rio (199-2007); autor de inúmeros artigos e livros na área da Historia da filosofia e filosofia da linguagem. Em sua obra Iniciação a historia da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein, Marcondes aborda como o próprio nome já diz, um breve estudo a iniciação de como se deu a Historia da Filosofia, selecionando os aspectos da tradição filosófica que lhe parece mais representativo dessa tradição ao longo da historia, desde seu surgimento ate o período contemporâneo. Aborda o percurso da tradição da formação filosófica desde o seu surgimento nas colônias gregas do mar Jônico, elaborada em Atenas, passando pelo cristianismo surgido na Palestina, desenvolvendo-se no mundo helênico, sendo apropriado pelo mundo latino e cristão, renovando- se assim com o pensamento árabe e rompendo com a tradição no inicio do período moderno. Neste sentido Marcondes mostra que a historia da tradição filosófica não é linear, mas sim é como algo que é composto de diversos fragmentos.

O livro é composto por quatro partes, especificamente na parte III – As Origens do pensamento moderno e a ideia de modernidade – nesse capitulo Marcondes, parte de cincos pontos para explicar primeiramente essas tais origens. No primeiro ponto, A ideia de modernidade nos mostra como se iniciou essa fase de “pensamento moderno”, ressaltando que talvez esse termo seja mais compreendido por nós, pelo simples fato de esta mais perto, ou seja, pela aproximação, do que com os outros períodos como o antigo e o medieval. O conceito de modernidade está relacionado àquilo que se refere à ideia de “novo”, aquilo que rompe com a tradição, com um sentido de positivo de mudança, transformação e progresso. Todo esse período dessas novas ideias iniciou nos séculos XVII – XIX, originando-se na verdade do grande filosofo Alemão G.W.Hegel(1770-1831) , que foi o primeiro filosofo a elaborar uma filosofia da historia da filosofia. Podemos apontar três origens para essa palavra: “Moderno” já era usado na filosofia medieval para designar um movimento que se opôs a logica vetus. Há também uma aplicação desse termo nos primeiros séculos do cristianismo: antigos eram considerados os que viveram antes de Cristo e modernos os posteriores a Ele. A terceira origem se deu da noção desse termo apareceu durante a disputa entre os antigos e modernos, que agitou os meios literários franceses ao fim do século XVII.

No segundo ponto, O humanismo renascentista, Marcondes também lembra que o humanismo item de extrema importância para a “idade moderna”, é filosofia moral que coloca os seres humanos como primordiais, numa sua escala de importância, entendida como uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas.  O ser humano é elevado, com capacidade de realizar todas as coisas. O humanismo também se destaca pela contraposição ao sobrenatural, associando-se ao anticlericalismo herdado dos filósofos iluministas do século XVIII. Assim o humanismo rompe com a visão teocêntrica e com a concepção filosófico-teológica medieval, valorizando o interesse pelo homem considerando em si mesmo.

O terceiro ponto, A Reforma protestante, que foi um dos maiores movimentos de volta à Bíblia, iniciou se com Martinho Lutero quando fixou suas “noventa e cinco teses” em oposição catolicismo, o que foi um grande marco para o inicio da Reforma protestante. Lutero protestava contra diversos pontos da doutrina católica, propondo uma reforma no catolicismo e era apoiado por diversos religiosos e governantes, sobretudo europeus, isso fez nascer uma forte revolução religiosa que se iniciou pela Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Reinos Unidos, Escandinávia e se espalhou pelo leste Europeu.

O próximo ponto a ser lembrado é A revolução cientifica que teve suas bases alicerçadas na época moderna. Tem seu ponto primordial na obra de Nicolau Copérnico – Sobre a revolução dos orbes celeste (1543) – onde defende matematicamente um modelo de cosmo onde o Sol é o centro, e a Terra mais um astro girando em torno do Sol, rompendo com sistema geocêntrico. Toda esse processo representa um dos fatores de ruptura mais marcantes no inicio da modernidade, onde vai contra à teoria de que o homem antigo e medieval via a si mesmo e ao mundo a que pertencia. Embora a revolução se baseie muito no pensamento filosófico de Platão e Pitágoras, a ênfase à pesquisa experimental de investigação da natureza e sua importância, vem Aristóteles, o interesse pelo pensamento cientifico se deu com a reintrodução da obra de Aristóteles a partir do final do século XII. Depois surgem vários teóricos contrários ao saber tradicional, introduzindo novos conceitos.  A revolução chegou ao seu fim em 1687 quando Isaac Newton publica a obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica- uma espécie de resumo do pensamento de Copérnico a Newton.

 

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