As gimnospermas e a Mata de Araucária

 

Dentro do Brasil, o grupo é muito pequeno: são apenas dezesseis espécies. Isso significa apenas 2% do total das que ocorrem no mundo. Formam, entretanto, um importante bioma no sul do país: a Mata de Araucária.

A Mata de Araucária é vista de maneira secundária por muitos. Também pudera: não restou quase nada dela. É o bioma mais devastado do país. Apenas 1% resiste ao tempo. E ao homem. O largo uso da madeira do pinheiro-do-paraná no século passado, especialmente a partir da Primeira Guerra Mundial, fez com que muitas serrarias se estabelecessem na região dizimando as árvores. Hoje, a Araucaria angustifolia é quase uma relíquia em meio a destruição humana. Além disso, a violação da mata afugentou uma gama de espécies animais que ali viviam como onças pintadas, tamanduás, tucanos, entre outros.

A maior floresta do mundo é constituída por gimnospermas: é a Taiga (floresta boreal ou floresta das coníferas). Ocorre em grandes latitudes norte, na Europa, Ásia e Canadá. Possui algumas espécies de angiospermas mas a paisagem é tipicamente de coníferas. Pinheiros. Os pinheiros são árvores sempre-verdes. Os pagãos confiavam naquela imagem de uma planta que resiste ao inverno muito rigoroso, verde, crescida. Depois de ícone pagão, os cristãos acolheram-na como símbolo do Natal. Primeiro, na Europa. Os Estados Unidos copiaram. Nós os copiamos.

As gimnospermas são vegetais que formaram grandes vegetações no passado. Na Era Mesozóica, “Era dos dinossauros”, as florestas eram de imensos pinheiros. Eles sustentavam uma cadeia alimentar de seres gigantescos. Mas a Mesozóica também foi uma Era de muita ação tectônica. A pangéia estava se desfazendo. Muita mudança climática acontecendo e as gimnospermas sofreram, começaram a desaparecer. Os dinossauros, também.

As duas grandes novidades evolutivas das gimnospermas não podem ser esquecidas: o surgimento das sementes e a independência da água para a fecundação.

Ilustração A semente é uma estrutura derivada do óvulo, fecundado e desenvolvido. Cuidado com as comparações: o óvulo das plantas não corresponde “ipsis litteris” ao óvulo humano. O óvulo vegetal fica na pinha ou na flor e contém o megásporo. O megásporo originará o gametófito feminino que então formará a oosfera – o gameta feminino. A oosfera corresponderia ao óvulo humano.

A independência da água para a fecundação deve-se à formação do pólen e de sua transferência para o cone feminino. A polinização em gimnospermas é feita pelo vento, fenômeno chamado de anemofilia. Há indicativos de polinização por besouros em algumas espécies o que significaria casos de entomofilia. Uma vez no cone feminino, forma o gametófito masculino – o tubo polínico. O tubo polínico cresce em direção à oosfera, norteado por substâncias químicas da região. Atraído de maneira inconfundível, um de seus gametas – as células espermáticas – a fecunda e forma um zigoto, o futuro esporófito. O ciclo se fecha.

O pinhão

É o nome popular da semente do pinheiro-do-paraná. Possui uma casca derivada do revestimento do óvulo. Dentro, possui um embrião (2n) que desenvolvido, originará o novo esporófito. É alimentado pelo tecido que o envolve: o endosperma primário. Trata-se do gametófito feminino abastecido de reservas nutritivas para o desenvolvimento inicial do embrião. É constituído por células haplóides.

Lembre-se: O PINHÃO NÃO É O FRUTO!

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