Árvore

 

Árvore é um vegetal de tronco lenhoso cujos ramos só saem a certa altura do solo [1]. Em termos biológicos é uma plantapermanentemente lenhosa de grande porte, com raizes pivotantes, caule lenhoso do tipo tronco, que forma ramos bem acima do nível do solo e que se estendem até o ápice da raiz

Os arbustos, além do menor porte, podem exibir ramos desde junto ao solo. Desta maneira apenas as gimnospermas e angiospermasdicotiledôneas lenhosas são consideradas espécies arbóreas.[2]

Por pequeno porte, embora não exista uma definição consensual, costuma-se entender uma altura mínima de quatro metros na maturidade. Em relação ao tamanho máximo estudos demonstram que uma árvore poderia atingir de 1 a 14 metros[3], sendo uma sequoia chamada Hyperion, localizada no Parque Nacional de Redwood ao norte de São Francisco, Estados Unidos, o maior exemplar vivo conhecido no momento, possuindo 115,55m[4].

Essa definição exclui as palmeiras, que não possuem crescimento do diâmetro de seu caule para a formação do tronco, além do mesmo também não ser ramificado. Da mesma forma exclui plantas perenes lenhosas de pequeno porte, mas que se desenvolvem como se fossem árvores em miniatura como o salgueiro-anão herbáceo (‘’Salix herbacea L.’’) e o salgueiro-anão reticulado (‘’ Salix reticulata L.’’)[5][6]

Em 1961 o presidente Jânio Quadros declarou o pau-brasil a Árvore Nacional, sendo reservado ao Ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, o título de Flor Nacional[7].

Importância das Árvores

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7f/Xaxim.JPG/250px-Xaxim.JPG As árvores desempenham um importante papel na produção de oxigênio, estudos demonstram que florestas antigas, equilibradas, produzem a mesma quantidade de oxigênio e gás carbônico, sendo por isso importante o plantio de novas áreas verdes, pois árvores jovens produzem mais oxigênio do que gás carbônico[8].

Possuem ainda grande importância para a manutenção da paisagem natural, devido ao grande papel contra a erosão exercido por elas, seja graças à absorção da água das chuvas por suas raízes, uma árvore adulta pode absorver até 250 litros de água por dia, ou a grande fixação exercida ao solo por essas mesmas raízes, ou ainda a formação de barreiras contra a ação de enxurradas. Esse efeito anti-erosivo é de suma importância para a manutenção dos nutrientes no solo, que seriam lixiviados pela ação das chuvas, além de diminuir o efeito de assoreamento dos rios, daí a grande importância da manutenção das matas ciliares[8].

Outro efeito benéfico ao ambiente é a facilidade da penetração da água em solos cobertos de vegetação do que em solos nus, facilitando a alimentação dos lençóis freáticos. Um benefício ligado diretamente à qualidade de vida da população está na retirada de poluentes do ar, pois no processo de transpiração das árvores as partículas de água se aderem aos poluentes que serão transportados e acumulados nas nuvens quando então cairão sob a forma de chuva [8].

Desde os primórdios a humanidade tem utilizado as árvores em seu benefício, seja para a utilização da madeira para a construção de abrigos, obtenção de lenha, fabricação de armas e utensílios. Com o desenvolvimento de técnicas foi possível a obtenção de diversos outros produtos como a celulose (matéria-prima para a obtenção de papel), a cortiça, resinas, látex para a orientação da borracha, gomas, tanino e outros. Além do uso das espécies frutíferas para alimentação.[9].

Origem

Foram descobertos no condado de Schoharie, Nova Iorque, fósseis do que é considerada a mais antiga árvore do mundo, trata-se de amostras bem preservadas da espécie conhecida como Wattieza, também conhecida como árvore de Gilboa, com idade estimada de 380 milhões de anos[10]. Os restos fossilizados foram encontrados na região de Gilboa, onde se acredita ter sido formada a mais antiga floresta do mundo, com surgimento no período Devoniano[11]. A árvore possuía um pequeno sistema radicular, com raízes do mesmo tamanho, o seu longo era despido de ramos e folhas terminando numa grande rama que se dividia em pequenos ramos, provavelmente atingia os 10 metros de altura e se reproduzia por meio de esporos[10][11].

Semelhante a uma palmeira gigante, essa espécie habitou um período em que a vida terrestre era composta por pequenos artrópodes, um filo animal que inclui insetos, aranhas e crustáceos. Segundo os seus descobridores não havia animais com a capacidade de voar, muito menos anfíbios e répteis, essa árvore precedeu os dinossauros em 140 milhões de anos[10][11].

As árvores primitivas foram samambaias[12] e cavalinhas[13] arbóreas do Carbonífero. As samambaias arbóreas ainda existem, como o xaxim. No Triássico apareceram coníferas, ginkgos, cicadáceas e outras gimnospermas[14], e no Cretáceo apareceram as angiospermas[15] (plantas com flores).

Classificação

Muitas ordens e famílias botânicas têm árvores entre seus representantes, portanto as árvores têm grande variedade de formas de copa, folha, flor, fruto, estruturas reprodutivas, tipo de madeira, que são inclusive usados na identificação da espécie.

Um pequeno grupo de árvores crescendo juntas forma um bosque, e um ecossistema complexo formado por várias espécies de árvores e outros vegetais é uma floresta. Muitos biótopos são caracterizados pelas árvores que os formam, como é o caso da Mata dos Pinhais do sul do Brasil, e da floresta tropical pluvial. Já o cerrado e as savanas do mundo todo são campos salpicados aqui e ali por árvores xerófitas.

Morfologia

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d9/Carica_papaya_0001.jpg/200px-Carica_papaya_0001.jpg As árvores são formadas por raiz, caule e folhas e podem ter ou não flores e frutos. O crescimento das árvores se da por meio das células meristemáticas, estes se multiplicam por meio de estímulos hormonais, dentre eles a auxina e a giberelina. O crescimento longitudinal das plantas é de responsabilidade do meristema primário, que surge nas extremidades das radículas e dos cotilédones, chamado de meristema apical é formado por células iguais, com múltiplos vacúolos envoltos nas suas paredes celulares finas[16] e que se diferenciam promovendo o crescimento da árvore em seu primeiro ano)[5].

O crescimento em espessura nas plantas lenhosas (árvores) se dá devido à ação do meristema secundário por meio dos tecidos meristemáticos denominados câmbio e felogênio, é através destes que serão formados os tecidos de sustentação e de condução do vegetal, bem como o súber ou casca da árvore, renovados continuamente[5][16].

Cada espécie arbórea possui uma arquitetura específica, evidenciada quando o indivíduo se desenvolve isolado, sem a interferência de outras árvores e sem a influência excessiva de outros fatores externos. Porém, isso não quer dizer que todas as árvores da mesma espécie cresceriam de forma idêntica, porém é facilmente verificado um padrão de crescimento entre indivíduos de uma mesma espécie. A forma específica da árvore tem relação com a atividade de seus gomos, algumas espécies, entretanto são de crescimento livre, não há a formação de um gomo e seu crescimento vai de acordo com a produção de ramos por meio do meristema, como é o caso do eucalipto. De regra geral os gomos são importantes para o desenvolvimento da copa das árvores, em alguns casos é a única estrutura de crescimento, em outros coexiste com ramos de crescimento livre[5].

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/bb/Mangifera_indica_old.JPG/220px-Mangifera_indica_old.JPG Em relação ao tipo de crescimento podemos classificar as árvores como monopodial, crescimento vertical por meio da gema apical, como exemplo temos as coníferas, mamoeiros e palmeiras; o crescimento simpodial se dá de forma lateral por meio das gemas de sua base, caso da maioria das árvores tropicais, esse crescimento se deve ao fato da gema apical perder a dominância ou deixar de ser ativa [17]. Gimnospermascomo as cycas, apesar de serem semelhantes a palmeiras, apresentam crescimento simpodial devidoa produção de estróbilos[18].

As raízes das árvores são do tipo pivotante ou axiais, típica de dicotiledôneas, onde se verifica uma raiz principal, maior que as demais, a partir da qual partem as raízes laterias[19]. O seu crescimento é contínuo, já que a raiz explora o solo a procura de água. Além da função de fixação ao solo, as raízes tem como função a absorção de água e nutrientes para a planta, essa absorção é exercida apenas pelas raízes mais novas. O processo de absorção só é possível graças ao gradiente de pressão da água criado ao longo de toda a planta graças ao efeito da transpiração efetuada pelas folhas na copa, esse gradiente gera um efeito de sucção da solução de água mais sais minerais presentes no solo [5].

O caule tem além dos tecidos de suporte, o xilema e o floema, para transportar substâncias, ou seja, as árvores são vasculares. O xilema, cujas células compõem a madeira, transporta seiva bruta que é composta por água e sais minerais retirados do solo e vai da raiz até as folhas. Já o floema, que juntamente com outros tecidos forma a casca, transporta a seiva elaborada composta por água, sais minerais e glicose[20]. Para a manutenção do gradiente de pressão produzido pela transpiração é necessário que os vasos transportadores apresentem tamanhos microscópicos para possibilitar a manutenção da coluna de água e sua adesão as paredes dos tubos[5].

De acordo com a maneira em que se dá o aumento de diâmetro do caule, as árvores podem ser classificadas em exógenas ou endógenas. Nas árvores exógenas o crescimento ocorre através da adição de camadas concêntricas externas, ou seja, a adição de células novas se dá de fora para dentro, logo abaixo da casca, compreendem a essa categoria as coníferas e as dicotiledôneas. Já as árvores endógenas crescem pela adição de células novas dentro do tecido existente, ou seja, o crescimento se dá de dentro para fora, sendo assim a parte mais externa é mais antiga e endurecida, compreendem este grupo as monocotiledôneas[21][22].

A casca das árvores, conhecida como súber, é composta de tecido morto e sua função é a proteção dos tecidos vivos do vegetal, seja contra o ressecamento, contra a ação de micro-organismos (fungos e bactérias) e insetos, injurias e variação climática[23]. É possível utilizar as características da casca das árvores para auxiliar sua classificação taxonômica, já que a textura da casca é relativamente uniforme numa mesma espécie, facilitando assim a diferenciação entre gêneros, porém para a diferenciação entre espécies e variedades desta espécie o uso dessa ferramenta torna-se difícil[24].

Em relação às suas folhas as árvores podem ser caducas ou perenes. As de folhas caducas tem por característica a perda da folhagem durante as estações frias, um mecanismo de sobrevivência presente nas árvores de clima temperado devido à diminuição da luminosidade e a diminuição da água disponível, pois grande parte irá congelar, como exemplo temos o castanheiro e o carvalho. Como o próprio nome já diz, as árvore de folha perene permanecem com suas folhagens durante todo o ano, como exemplo temos as coníferas, espécies de clima frio que apresentam folhas adaptadas as condições de escassez de água e ao frio, além da grande maioria das árvores de clima tropical e subtropical[25]. A forma das folhas geralmente caracteriza a espécie, auxiliando na identificação da mesma.

As folhas têm como uma de suas funções a produção de alimento para o vegetal através da combinação do dióxido de carbono da atmosfera com a solução nutritiva absorvida pelas raízes (seiva bruta) no processo da fotossíntese. A entrada do dióxido de carbono se faz por difusãoatravés dos estômatos localizados na superfície das folhas, em contra partida simultaneamente ocorre a perda de água por parte das folhas, trata-se de um mecanismo de troca gasosa envolvendo dióxido de carbono, vapor de água e oxigênio. Este último é liberado como subproduto da fotossíntese, mas o mesmo se faz necessário a planta, sendo absorvido n processo de respiração [5].

Para a classificação biológica das árvores, diversas características físicas são utilizadas para definir o gênero ou espécie a qual pertence aquele exemplar, caracteres como o tipo de folha, flor, fruto, casca são necessários para esse fim[26].

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